La Fiscalía pide la inhabilitación para Bolsonaro en el inicio del juicio por abuso de poder

1.465

Bolsonaro queda contra la pared tras la primera sesión del juicio por abusos electorales

Por Eduardo Davis

El expresidente brasileño Jair Bolsonaro quedó este jueves contra la pared tras la primera audiencia de un juicio en el que se le acusa de «abusos de poder» durante la campaña para las elecciones de 2022, ganadas por el actual mandatario, Luiz Inácio Lula da Silva.

El Ministerio Público, que es parte en el proceso, afirmó en la primera de las tres sesiones reservadas para el caso por el Tribunal Superior Electoral (TSE) que los abusos «están presentes en los autos» y pidió que se apliquen «las pena de ley», que supondrían despojar a Bolsonaro, de 68 años, de sus derechos políticos por un plazo de ocho años.

El eje de la acusación es una reunión que Bolsonaro convocó con medio centenar de embajadores extranjeros en la residencia oficial de la Presidencia el 18 de julio de 2022, para descalificar la transparencia del sistema electoral y la propia democracia, y que incluso ordenó que fuera transmitida por la televisión pública.

El abogado de Bolsonaro, Tarcísio Vieira, sostuvo que en ese evento, que calificó de «franciscano» e «institucional», el líder de la ultraderecha no hizo más que «expresar sus opiniones sobre el sistema electoral brasileño».

Consideró que Bolsonaro solo manifestó sus «dudas» sobre las urnas electrónicas que Brasil usa desde 1996, pese a que desde entonces no ha habido una sola denuncia de fraude, y que lo hizo en «pleno ejercicio» de su «libertad de expresión».

Según Vieira, si eso constituyó una «propaganda anticipada», pues la campaña aún no comenzaba, o si hubo «un uso indebido de edificios y medios públicos», Bolsonaro debería ser multado y no despojado de sus derechos políticos, como exige la parte acusadora.

EL MINISTERIO PÚBLICO EXIGE CONDENA Y LA ACUSACIÓN DENUNCIA GOLPISMO

Sin embargo, el representante del Ministerio Público, Paulo Gonet Branco, dijo que no caben dudas de que esa reunión «fue convocada para que la comunidad internacional» y «toda la sociedad brasileña» fuesen «expuestos a alegaciones inverídicas» y a una «manipulación que podría corroer el pleito electoral».

En opinión de Gonet Branco, el objetivo del encuentro no fue otro que intentar «perturbar la normalidad institucional del sistema democrático».

La «gravedad» de esos hechos, agregó, «se puso en evidencia» con un movimiento que, tras la victoria electoral de Lula, se lanzó a las calles para desconocer los resultados y exigir a las Fuerzas Armadas un golpe militar para impedir su toma de posesión.

Un movimiento que, según el abogado Walber Agra, que representa a la acusación, desembocó en el asalto a los tres poderes de la Nación ocurrido el pasado 8 de enero, ocho días después de la investidura de Lula, a quien la ultraderecha intentó derrocar ese día.

Agra afirmó que Bolsonaro debía ser condenado por sus «abusos de poder», pero también por «prácticas golpistas».

Ese último punto, según el abogado del Partido Democrático Laborista, autor de la demanda, se corrobora con sendos borradores de decretos hallados por la Policía en manos de cercanos asesores de Bolsonaro tras los sucesos de enero.

Esos documentos proponían, sin tapujos, anular el resultado de las urnas tras la victoria de Lula e incluso planteaban hasta una «intervención militar» para mantener a Bolsonaro en el poder hasta que se convocasen unas nuevas elecciones.

Sobre esa base, Agra, afirmó que lo que está en juicio no es una «reunión con embajadores», sino una serie de acciones que comprueban un permanente «abuso de poder político, conductas vedadas, desorden informativo, uso indebido de medios de comunicación» y por último, un «intento nítido de un golpe militar».

El juicio será retomado el próximo martes, cuando presentará su voto el magistrado Benedito Gonçalves, instructor del caso, quien ya ha sugerido que se pronunciará por la culpabilidad de Bolsonaro.

Luego seguirán los votos de los otros seis miembros del TSE, que durante la campaña electoral fue objeto de continuos ataques y una dura campaña de descalificación por parte de Bolsonaro y los grupos de la extrema derecha que le apoyan.

Infobae


Moraes suspende julgamento de Bolsonaro no TSE; sessão será retomada na próxima terça

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Alexandre de Moraes, suspendeu o julgamento da inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira (22). O caso será retomado na próxima terça-feira (27), às 19h.

A suspensão foi declarada após a leitura do relatório pelo ministro Benedito Gonçalves, corregedor-eleitoral do TSE e a arguição dos advogados de acusação e defesa, Walber de Moura Agra e Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, respectivamente.

Bolsonaro foi acusado pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT) de utilizar o aparato público para favorecer a si mesmo no processo eleitoral do ano passado. O que motivou a ação foi a realização de reunião de Bolsonaro com embaixadores de países estrangeiros no Palácio da Alvorada, no dia 18 de julho do ano passado, bem como sua ampla divulgação, pela TV Brasil e pelas redes sociais do ex-presidente.

No relatório, o ministro Benedito Gonçalves afirma que as declarações feitas por Bolsonaro durante reunião foram «danosas». Na ocasião, Bolsonaro «atacou a Justiça eleitoral e o sistema eletrônico de votação», o que convergiu «com a estratégia de sua campanha» à reeleição.

A reunião «deve ser analisada como elemento da campanha eleitoral de 2022, dotado de gravidade suficiente para afetar a normalidade e a legitimidade das eleições e, assim, configurar abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação», afirmou Gonçalves durante a leitura de seu relatório. Segundo o documento, Bolsonaro questionou a integridade do sistema eleitoral brasileiro pelo menos 23 vezes somente em 2021.

«A conduta caracteriza desvio de finalidade no exercício do poder discricionário outorgado ao agente público que foi utilizado para de fins eleitoreiros. O uso da condição funcional de presidente da República para manifesto desvio de finalidade reunindo embaixadores de países estrangeiros e difundir fake news contra o processo eleitoral amolda-se ao abuso de poder político. Foi também utilizado o aparato estatal em favor da candidatura, pois a reunião foi realizada no Palácio do Alvorada e transmitida pela TV Brasil ligada à empresa pública», afirmou Gonçalves ao ler o seu relatório aos outros ministros.

Walter Braga Netto, que foi candidato à vice-presidência na chapa com Bolsonaro, também foi alvo do processo. O militar, no entanto, não se tornou inelegível, uma vez que a Procuradoria-Geral Eleitoral emitiu um parecer defendendo que a punição não fosse aplicada a Braga Netto. O vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, argumentou que não há arcabouço probatória da participação do candidato à vice nas condutas descritas.

«A Procuradoria-Geral Eleitoral ofereceu parecer no qual opina pela parcial procedência da ação, a fim de que seja declarada a inelegibilidade somente de Jair Messias Bolsonaro em razão de abuso de poder político e de uso indevido dos meios de comunicação, e pela absolvição do candidato a Vice-Presidente a quem não se aponta participação no caso», afirma o relatório sobre a posição de Gonet.

O vice-procurador, no entanto, reforçou o pedido de inelegibilidade de Bolsonaro, ao afirmar durante o julgamento, que a reunião foi deformada em “instrumento de manobra eleitoral traduzindo o desvio de finalidade”.

Walber de Moura Agra, o advogado do PDT, afirmou que Bolsonaro promoveu «acusações sem lastro em nenhuma prova ao longo de quase 50 minutos, com alegações descabidas, tentando transformar a nossa nação em pária internacional», diante de 40 embaixadores. «O PDT roga que todos os pedidos sejam aceitos para que a posteridade possa afirmar com orgulho, a plenos pulmões, que em Brasília ainda há juízo.»

O advogado defendeu que a reunião foi apenas uma das ferramentas do conjunto estratégico de Bolsonaro a fim de deslegitimar a eleição. Soma-se a isso, por exemplo, a minuta de um decreto golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. O documento autorizaria Bolsonaro a declarar estado de defesa nas sedes do TSE para reverter o resultado da eleição presidencial do ano passado.

«Os fatos posteriores são desdobramentos do primeiro. A narrativa é a mesma. Não há incorporação de nenhum fato novo. A minuta de golpe não é fato. Não houve a sua realização. É um documento. Um documento nocivo. Apesar houve desdobramento de fatos», argumentou Agra.

A minuta foi incluída no processo a pedido do PDT. A sigla argumentou que a minuta seria um «embrião gestado com pretensão a golpe de Estado», o que contribui com “os argumentos que evidenciam a ocorrência de abuso de poder político tendente promover descrédito a esta Justiça Eleitoral e ao processo eleitoral, com vistas a alterar o resultado do pleito».

Por sua vez, Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, advogado de defesa, argumentou que a aplicação de multas seria mais compreensível do que a condenação à inelegibilidade. «Uma reunião com embaixadores é uma reunião com embaixadores. Há vida em prédio público? Há vida em prédio público. Em que mês? Em julho do ano eleitoral, eleições em outubro. Isso não traduz uma base fatia suscetível de apuração e ação de investigação judicial eleitoral», argumentou Neto diante dos ministros.

Brasil de Fato

Más notas sobre el tema