Brasil | Académicos, dirigentes políticos, científicos, empresarios y sindicalistas piden a Lula que otorgue asilo político a Julian Assange
Personalidades le piden a Lula negociar con Reino Unido el asilo político de Assange
Más de 2.000 académicos, dirigentes políticos, científicos, empresarios y sindicalistas le enviaron una carta al presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para que le otorgue asilo político al periodista australiano Julian Assange, fundador de Wikileaks y preso en Gran Bretaña a pedido de Estados Unidos por haber filtrado miles de documentos secretos que revelaron los crímenes contra la humanidad y de guerra perpetrado por el gobierno estadounidense en el exterior.
En el documento, el grupo propone que Lula impulse un esfuerzo internacional «junto con otros países» para obtener la aceptación del asilo político por parte del gobierno británico, ya que desde 2019 Assange se encuentra en una penitenciaría de máxima seguridad en la ciudad de Belmarsh, Inglaterra a la espera de su extradición.
“Creemos que, independientemente del resultado, este vigoroso esfuerzo en defensa de Assange contribuirá a marcar aún más la posición humanitaria y progresista del Gobierno brasileño en el mundo, como ha sido nuestra marca desde el 1 de enero de 2023”, dice el documento divulgado en la ciudad de San Pablo.
Assange fue responsable de una de las mayores filtraciones de documentos secretos del gobierno de Estados Unidos que revelaron las violaciones a los derechos humanos, conspiraciones y otros crímenes contra poblaciones y gobiernos extranjeros.
El grupo de personalidades que firma el petitorio está integrado por 2.887 personas, entre ellos el renombrado fotógrafo y ambientalista Sebastiao Salgado, los exministros de Lula y Dilma Rousseff José Gomes Temporao, Sergio Rezende y Renato Janine, Ana de Hollanda, el neurocientífico Sidarta Ribeiro, la diputada Jandira Feghali y el periodista Juca Kfouri.
La liberación de Assange fue reclamada por Lula en sus recientes viajes a Gran Bretaña e Italia, durante conferencias de prensa en las cuales pidió a los periodistas del mundo sumarse a la iniciativa para evitar la extradición del australiano a a Estados Unidos, donde puede ser condenado a penas de 175 años de prisión.
El fundador de Wikileaks estuvo siete años asilado en la embajada de Ecuador en Londres hasta que en 2019 fue capturado por las fuerzas policiales británicas.
Exministros, intelectuales y científicos piden a Lula que conceda asilo a Julian Assange de WikiLeaks
Um grupo de intelectuais, cientistas e ex-ministros de Estado, sindicalistas e lideranças da sociedade civil redigiu uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para pedir que ele conceda, «da forma a mais ágil possível», asilo político ao jornalista australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, atualmente preso no Reino Unido.
Assange é acusado do maior vazamento de documentos das Forças Armadas americanas. Em 2015, o WikiLeaks divulgou informações confidenciais da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, revelando que o governo americano espionava a então presidente Dilma Rousseff. Ao todo, 29 pessoas ligadas à gestão petista tiveram seus telefones grampeados.
Os signatários do manifesto ressaltam que, se for extraditado para os EUA, Assange pode ser condenado a até 175 anos de prisão «por relevar fatos verdadeiros a respeito daquele país». «Concretamente, propomos que Vossa Excelência promova um esforço internacional junto a outros países – a começar pelos do Brics e do G20 – com vistas a obter a aceitação deste asilo político por parte do governo inglês», afirma o documento, que lembra que presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador intercedeu por Assange junto ao governo americano no ano passado.
«O governo brasileiro o faria diretamente ao Reino Unido, apoiado por personalidades mundialmente reconhecidas como o Papa Francisco, o ator Leonardo Di Caprio, a cantora Anitta, o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o compositor e escritor Chico Buarque de Holanda, jornalistas ganhadores do Prêmio Pulitzer como Seymour Hersh e outros.»
«Acreditamos que, independente do resultado, este esforço vigoroso em defesa de Assange contribuirá para marcar ainda mais a posição humanitária e progressista do governo brasileiro no mundo, como tem sido a nossa marca desde 1º de janeiro de 2023», continua o texto.
O manifesto é assinado por 2.897 pessoas. Entre elas, o filósofo e ex-ministro da Educação Renato Janine Ribeiro, o músico Jaques Morelenbaum, o neurocientista Sidarta Ribeiro, a ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda e a deputaada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
No início do mês, Lula expressou preocupação diante da possibilidade de extradição de Assange para os EUA. «Vejo com preocupação a possibilidade iminente de extradição do jornalista Julian Assange. Assange fez um importante trabalho de denúncia de ações ilegítimas de um Estado contra outro. Sua prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa», escreveu o presidente em suas redes sociais.
Leia abaixo a carta na íntegra
Excelentíssimo Senhor Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nós, abaixo assinados, cientistas, jornalistas, professores, sindicalistas, lideranças da sociedade civil e entidades, vimos solicitar, respeitosamente, seu apoio, providências legais e diplomáticas no sentido do Brasil conceder, da forma a mais ágil possível, asilo político ao jornalista Julian Assange, hoje preso no Reino Unido.
Diante dos fatos recentes envolvendo a extradição para os EUA – onde Assange poderá ser condenado a até 175 anos de prisão por revelar fatos verdadeiros a respeito daquele país – um conjunto de profissionais, lideranças da sociedade civil e entidades iniciaram um movimento via redes sociais visando construir uma saída humanitária para o caso, hoje acompanhado de perto por toda a comunidade internacional. Vale ressaltar que Assange ficou exilado na Embaixada do Equador em Londres por sete anos e depois de preso está há outros quatro numa penitenciária, totalizando 11 anos sem liberdade.
Concretamente, propomos que Vossa Excelência promova um esforço internacional junto a outros países – a começar pelos do Brics e do G20 – com vistas a obter a aceitação deste asilo político por parte do governo inglês. Na mesma linha da iniciativa do Presidente Obrador, do México, em 2022, que fez pedido semelhante ao governo estadunidense, o governo brasileiro o faria diretamente ao Reino Unido, apoiado por personalidades mundialmente reconhecidas como o Papa Francisco, o ator Leonardo Di Caprio, a cantora Anita, o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o compositor e escritor Chico Buarque de Holanda, jornalistas ganhadores do Prêmio Pulitzer como Seymour Hersh e outros.
Acreditamos que, independente do resultado, este esforço vigoroso em defesa de Assange contribuirá para marcar ainda mais a posição humanitária e progressista do governo brasileiro no mundo, como tem sido a nossa marca desde 1º de janeiro de 2023.
Certos de que a sensibilidade política, o senso de Justiça e o humanismo que sempre marcaram sua atuação irá influenciar na sua decisão em relação a assunto de tamanha gravidade, nos despedimos atenciosamente.