Lula cumple 100 días de gobierno y mañana viaja a China
Lula habló de «reconstrucción» en un balance de los primeros 100 días de su gobierno
El presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, en la víspera de que se cumplan los 100 días de su tercer gobierno, publicó este domingo un artículo donde dijo que durante este período iniciado el 1 de enero priorizó lo «impostergable» y trabajó por la «reconstrucción» y la «unión» del país.
«Los problemas heredados fueron tantos y en tantos frentes que el término ‘reconstrucción’ fue incorporado a la consigna del gobierno federal, precedido por otra palabra clave: ‘unión’. No hay dos Brasiles, el Brasil de los que votaron por mí y el Brasil de quien votó por otro candidato. Somos una nación», afirmó Lula en el artículo publicado por el diario Correio Braziliense.
En su texto titulado «Brasil volvió», el mandatario citó varios programas sociales lanzados o relanzados en estos primeros tres meses, entre ellos el Programa de Adquisición de Alimentos (PAA), proyecto en el que el gobierno compra la producción de pequeños productores agrícolas para personas con la vulnerabilidad alimentaria.
Leia o artigo completo do presidente Lula para os 100 de governo. #EquipeLula https://t.co/BZVIdmDnJJ
— Lula (@LulaOficial) April 9, 2023
La idea de la «vuelta» de Brasil, fue replicada en cada párrafo donde el mandatario destacó los programas sociales que su gobierno relanzó, así como el regreso de Brasil al mundo para dejar de ser un «paria internacional».
Lula mencionó que en este período, relanzó el Bolsa Familia, uno de los programas emblema en sus anteriores mandatos y que retomó en marzo. Esta medida transfiere en promedio 750 reales (144 dólares mensuales) a 20 millones de familias, que había sido extinguido por su antecesor, Jair Bolsonaro.
Si bien el texto traza una diferencia con la gestión anterior, en el texto Lula no menciona al expresidente de ultraderecha.
Según Lula, la actual administración retomó la iniciativa llamada Minha Casa Minha Vida, que otorga financiamiento para políticas de vivienda para personas de bajos ingresos, y Mais Médicos, que busca reforzar desde el gobierno nacional la asistencia médica en estados y municipios.
El mandatario, que debió enfrentar a días de su asunción la toma de las sedes de los tres poderes de la República en Brasilia el 8 de enero, también celebró otra acción de gobierno que fue el reajuste promedio del 36% para el Programa Nacional de Alimentación Escolar (PNAE), cuyos montos se transfieren a los estados y municipios y se destinan a la compra de almuerzos escolares para alumnos de todas las etapas de la educación básica pública.
Respecto a su política exterior, el líder del Partido de los Trabajadores la definió como «activa y altiva».
“Gobernar es atender las urgencias, al mismo tiempo que creamos las bases para un futuro mejor. En estos primeros 100 días priorizamos lo urgente. Partiendo de lo necesario, para hacer lo posible”, escribió el presidente, citado por el portal de noticias G1, del grupo O Globo
Lula destacó que durante el período también recreó ministerios para atender áreas importantes para el gobierno como la igualdad racial, las mujeres, cultura y pueblos indígenas.
Según el presidente, durante este mandato, el gobierno se mantendrá firme “en la reconstrucción de un país más desarrollado, justo y soberano, con paz, armonía y oportunidades para todos”.
«En los 1.360 días venideros, nos mantendremos firmes en la reconstrucción de un país más desarrollado, justo y soberano, con paz, armonía y oportunidades para todos. Brasil está de vuelta», cerró su artículo el mandatario.
Viagem de Lula à China será pautada pela busca por investimentos no Brasil
Por Luana Patriolino
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca em viagem para a China, amanhã, para uma série de compromissos diplomáticos. Ele terá uma extensa agenda a partir de quarta-feira, incluindo uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, para discutir sobre novos investimentos no Brasil. O petista também terá como missão resgatar os laços entre os dois países, enfraquecidos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A visita de Estado ao maior parceiro comercial do Brasil ocorre em um momento de reconstrução de pontes da política externa do terceiro mandato de Lula.
O mal-estar com os chineses na gestão anterior iniciou após uma série de críticas do ex-presidente e declarações postadas nas redes sociais do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que além de ter dito que o país escondeu informações, responsabilizou o governo asiático pela pandemia de covid-19.
Um possível rompimento com a China teria forte impacto na economia brasileira, pois, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), há mais de uma década o país é o maior parceiro comercial do Brasil. Os dados de 2022 apontam que, dentre as 27 unidades da federação, 14 têm a nação asiática como principal destino das exportações.
A previsão era de que a viagem do presidente à China acontecesse em 24 de março. Lula adiou a agenda devido ao diagnóstico de pneumonia. Agora, com a confirmação de ida, ele ficará apenas quatro dias no país. O retorno da delegação brasileira está previsto para 15 de abril.
Guerra na Ucrânia
Em conversas com jornalistas na última semana, o chefe do Planalto afirmou que pretende convencer o governo chinês de trazer novos investimentos para o Brasil, bem como discutir a possibilidade de o país dialogar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pelo fim da Guerra na Ucrânia. «Nós não concordamos com a invasão da Rússia à Ucrânia. Estou convencido que tanto a Ucrânia quanto a Rússia estão esperando que alguém de fora fale: vamos sentar para conversar», disse, na ocasião.
Na avaliação do cientista político Leonardo Queiroz Leite, doutor em administração pública e governo pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), a ida de Lula marcará uma retomada dos laços mais fortes do Brasil com a China.
«A retórica de Bolsonaro de confrontar o país de modo ideológico é completamente fora de propósito do campo da política externa, porque ela serve para proteger os interesses dos países, acima de qualquer ideologia. Então, nesse ponto, o Lula é muito mais pragmático e vai fechar muitos acordos importantes em áreas vitais para o Brasil, como, por exemplo, questões da tecnologia», apontou.
Leite também destacou a presença da ex-presidente Dilma Rousseff na viagem que, agora, está no comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), também conhecido como Banco do Brics. «Isso fortalece a posição do Brasil dentro desse grupo de nações em desenvolvimento, que atua como uma coalizão de países que pode ter um peso pelo seu papel no mundo em desenvolvimento», afirmou.
O analista político Melillo Dinis apontou a importância da parceria comercial e os acordos bilaterais entre as nações. «A China é o país mais importante para o Brasil em termos de exportação. Mas ainda não tem o mesmo nível de relacionamento comercial e de investimentos que outros países menores que o Brasil. Assim, além de estabelecer melhores relações, tanto bilaterais como em organismos como o Brics, a viagem irá adotar muitos acordos e negociações de maior presença», ressaltou.
Comitiva
O presidente Lula viaja em meio a uma delegação formada por parlamentares, assessores, ministros de Estado e outras autoridades. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também acompanhará a missão oficial. Com isso, ele adiou a sessão que seria realizada a leitura de requerimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas do 8 de janeiro, organizada por deputados de oposição.
Por outro lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não vai integrar a delegação. Ele alegou que cancelou a participação por estar se recuperando de uma cirurgia de hérnia umbilical. Na Casa, ele retoma as votações da semana e aguarda o envio, até sexta-feira, do texto sobre arcabouço fiscal.
O líder da bancada do Podemos, deputado Fabio Macedo (MA), é um dos convidados pelo presidente da República a compor a comitiva Brasil-China. Ele é o único parlamentar maranhense a integrar o grupo e afirmou que vai levar as demandas do Maranhão, a fim de ampliar os investimentos do país asiático no estado. «Na pauta dos encontros, está o fortalecimento das relações comerciais com a China, com foco no setor industrial e do agronegócio, transição energética e segurança alimentar», disse ao Correio.
Artigo: O Brasil voltou! – Por Luiz Inácio Lula da Silva
Neste 10 de abril, meu terceiro mandato como presidente da República chega à marca dos 100 dias. É um período curto se comparado aos 1.460 dias de trabalho para os quais fui eleito pela maioria do povo brasileiro. Ainda assim, 100 dias foram suficientes para revertermos um cenário estarrecedor, identificado pelos quase mil especialistas dos nossos grupos de transição. Os problemas herdados eram tantos e em tantas frentes que o termo «reconstrução» foi incorporado ao slogan do governo federal, precedido de outra palavra-chave: «união». Não existem dois Brasis, o Brasil de quem votou em mim e o Brasil de quem votou em outro candidato. Somos uma nação.
Vivemos em um único país e precisamos da união de todos para reconstruí-lo. Nestes primeiros 100 dias de governo, trabalhamos incansavelmente para devolver dignidade e qualidade de vida ao povo brasileiro, em especial aos 33 milhões de vítimas da fome. O Bolsa Família voltou ainda mais forte, com valores adicionais para crianças e adolescentes. Mais de 21 milhões de famílias já receberam os novos benefícios. Apenas no Distrito Federal, 172 mil famílias foram pagas já em março e 71 mil delas tiveram o adicional de R$ 150 para cada criança de até seis anos.
Os valores do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), congelados há seis anos, tiveram reajuste médio de 36%. Reativamos também o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que beneficia tanto os pequenos produtores rurais quanto quem mais precisa de comida na mesa. E retomamos a Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, destinada às famílias de baixa renda.
Na área da saúde, tão afetada pelo desmonte orçamentário, recriamos o Mais Médicos. Já abrimos 15 mil vagas para profissionais que atuarão nos municípios mais necessitados. No Distrito Federal, serão 52 profissionais. Lançamos o Movimento Nacional pela Vacinação, para reverter os danos causados pelo negacionismo, e investimos na redução emergencial das filas para consultas, exames e cirurgias eletivas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Criamos e trouxemos de volta ministérios importantes. O da Igualdade Racial, para reparação histórica ao povo negro deste país. O das Mulheres, para o combate à violência de gênero e à desigualdade no mundo do trabalho. O MinC, para fazer novamente da cultura uma extraordinária ferramenta de geração de riqueza, além de parte fundamental de formação da nossa identidade. O dos Povos Indígenas, juntamente com a reorganização da Funai, para fazer justiça aos primeiros habitantes deste país.
Reestabelecemos o Plano de Ação para Prevenção e Enfrentamento do Desmatamento na Amazônia Legal. Enfrentamos o genocídio do povo ianomâmi, com ações emergenciais nas áreas de saúde e combate à fome, e a firme repressão ao garimpo ilegal. Acabamos também com a liberação descontrolada de armas, que provocou o aumento dos casos de feminicídio e de acidentes domésticos envolvendo crianças.
Para a roda da economia voltar a girar, formulamos um marco fiscal realista e responsável, que mantém o equilíbrio das contas públicas e garante que os pobres estejam no orçamento. Retomamos o investimento em infraestrutura: apenas em 2023 destinaremos R$ 23 bilhões para obras, mais do que o total investido nos últimos quatro anos. Retomamos 14 mil obras que estavam paralisadas pelo país. Entre elas, estão 10 obras em creches e escolas públicas do Distrito Federal, com recursos do FNDE.
Enfrentamos calamidades, dialogamos com prefeitos, governadores, deputados, senadores e sociedade civil. Promovemos a harmonia entre as instituições e a defesa intransigente da democracia e dos direitos humanos. Deixamos o triste papel de pária internacional, graças à retomada da nossa política externa ativa e altiva.
Governar é lidar com urgências, ao mesmo tempo em que criamos as bases para um futuro melhor. Nestes primeiros 100 dias, priorizamos o que era inadiável. Começando pelo necessário, para fazer o possível e alcançar sonhos que hoje podem parecer impossíveis.
Nos 1.360 dias que temos pela frente, seguiremos firmes na reconstrução de um país mais desenvolvido, justo e soberano, com paz, harmonia e oportunidades para todos. O Brasil voltou.