Brasil | La justicia anula la suspensión de Telegram y sostiene una multa diaria por no brindar información de grupos neonazis

Aplicativo de mensagens Telegram
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Justicia de Brasil anula la suspensión del servicio de Telegram en todo el país

Un juez de segunda instancia de Brasil anuló este sábado la suspensión temporal del servicio de mensajería Telegram, determinada la semana pasada por no entregar a las autoridades datos de grupos neonazis que actúan en la plataforma, en el marco de una investigación relacionada con la violencia en escuelas.

El magistrado consideró que la suspensión de la aplicación en todo el país «no es razonable», ya que afecta «la libertad de comunicación de miles de personas absolutamente ajenas a los hechos investigados», informó en un comunicado el Tribunal Regional Federal-2 (TRF-2), con sede en Río de Janeiro, según consignó la agencia AFP.

De todas formas, decidió mantener la multa de un millón de reales (198.000 dólares) impuesta a la empresa por la primera instancia judicial por cada día que no haya facilitado datos “de todos los usuarios” de canales con contenido neonazi, principalmente de sus administradores.

Tras la decisión judicial del miércoles, Telegram dijo que iba a apelar la suspensión, que llevó a que miles de usuarios no pudieran usar la aplicación en el país. «Estamos apelando la decisión y esperamos la resolución final», dijo el jueves el director ejecutivo de Telegram, el millonario ruso Pavel Durov, y prometió defender la «privacidad y la libertad de expresión» de los usuarios, en un comunicado difundido en la plataforma de mensajería

Según Durov, un empresario ruso conocido por fundar la red social VK y desarrollar Telegram junto a su hermano Nikolai, la información solicitada es «tecnológicamente imposible de obtener». «No importa el costo, defenderemos a nuestros usuarios en Brasil y su derecho a la comunicación privada», señaló.

El creador de Telegram recordó además otros casos en los que la compañía abandonó mercados, como China, Irán o Rusia, porque las leyes locales eran «opuestas» a sus principios de privacidad o imponían requerimientos «tecnológicamente inviables». Eso es «preferible a la traición a nuestros usuarios y nuestras creencias», indicó Durov en su mensaje.

El juez que revirtió la suspensión, Flávio Lucas, destacó a su vez que Telegran tuvo «históricamente enfrentamientos con el Poder Judicial» por no responder a las solicitudes de suministro de datos. «Las empresas tecnológicas deben entender que el ‘ciberespacio’ no puede ser un territorio libre, un mundo diferente donde rige un nuevo contrato social, con sus propias reglas creadas y gestionadas por los agentes que lo explotan comercialmente. Instituciones y empresas, como la propiedad privada, deben servir a un fin social, deben servir a la evolución y no al retroceso”, señaló el magistrado, según el portal G1, de O Globo.

La medida sobre Telegram es parte del impulso contra el aumento de la violencia escolar en Brasil, que fue sacudido por casi dos docenas de ataques o episodios violentos en escuelas desde el 2000, la mitad de ellos en los últimos 12 meses. Entre ellos, uno en noviembre en el que un hombre con una esvástica clavada en su chaleco disparó y mató a cuatro personas e hirió a 12 en el estado de Espírito Santo, y el asesinato de cuatro niños en una guardería el 5 de abril.

La regulación de las plataformas de redes sociales fue un tema recurrente durante una reunión a principios de este mes entre el presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sus ministros, jueces de la Corte Suprema, gobernadores y alcaldes. El objetivo es evitar más incidentes, en particular responsabilizar a las plataformas por no eliminar contenido que incite a la violencia.

Ámbito Financiero


Justiça restabelece funcionamento do Telegram

O desembargador federal Flavio Oliveira Lucas, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), decidiu neste sábado (29) liberar o funcionamento do aplicativo de mensagens Telegram no Brasil. O aplicativo passou dois dias sem funcionamento.

Decisão atendeu recurso do Telegram, após a operação do aplicativo ter sido suspensa na última terça-feira (25) pelo juiz Wellington Lopes da Silva, da 1ª Vara Federal de Linhares, no Espírito Santo. A medida foi tomada após a empresa não fornecer informações solicitadas a respeito de grupos neonazistas atuantes na plataforma de mensagens.

Na segunda instância, o desembargador Flavio Oliveira Lucas lembrou que o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda discute, em duas ações, sobre se é possível a suspensão de serviços eletrônicos de mensagens em todo território nacional pela Justiça. Em tais processos, já há dois votos no sentido de que a medida não seria constitucional, frisou ele.

Em sua decisão, o desembargador escreveu que “a medida de suspensão completa do serviço não guarda razoabilidade, considerando a afetação ampla em todo território nacional da liberdade de comunicação de milhares de pessoas absolutamente estranhas aos fatos sob apuração”.

Contudo, ele manteve a aplicação da multa diária de R$ 1 milhão ao Telegram pelo descumprimento da ordem para fornecer os dados sobre um grupo neonazista em atividade na plataforma. O magistrado considerou a sanção “a princípio adequada à envergadura e capacidade econômica da empresa”.

Ainda assim, o desembargador suspendeu a contagem do prazo da multa daqui em diante, ao menos até o julgamento de mérito do mandado de segurança impetrado pelo Telegram no TRF2.

Entenda

A controvérsia tem origem nas investigações sobre o ataque à Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti e no Centro Educacional Praia de Coqueiral, ambos na cidade de Aracruz (ES), em 25 de novembro, quando um adolescente de 16 anos invadiu os estabelecimentos e matou a tiros três professoras e uma aluna. Outras doze pessoas ficaram feridas.

Durante as investigações, a polícia aprendeu o celular do jovem e descobriu que a ação dele poderia ter sido induzida por grupos antissemitas no Telegram, em que havia, de acordo com os investigadores, “divulgação de tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas”.

No dia 19 de abril, a Justiça Federal do Espírito Santo autorizou a quebra de sigilo telemático dos participantes desses grupos e ordenou o Telegram a fornecer os dados cadastrais dos usuários, com base no previsto pelo Marco Civil da Internet.

Foi determinado o repasse de informações como: nome, nome de usuários, CPF, foto do perfil, status do perfil, e-mail, endereço, dados bancários e do cartão de crédito cadastrados, contatos fornecidos para recuperação de conta, dispositivos vinculados (incluindo IMEI, se houver), número de confiança indicado para a autenticação de dois fatores e logs de criação (contendo IP, data, hora, fuso horário GMT/UTC e porta lógica) de todos os usuários dos grupos, principalmente de seus administradores.

No dia seguinte, a autoridade policial solicitou o cumprimento da medida, mas o aplicativo alegou, por algumas horas, questões técnicas que impediam o fornecimento dos dados, como a ausência, por exemplo, de URLs e links específicos sobre quais seriam de fato os alvos da decisão.

Por volta das 18h de 20 de abril, um desses grupos foi apagado da plataforma por seu administrador, o que impossibilitou definitivamente o cumprimento da decisão judicial, alegou o Telegram.

À Justiça, a empresa disse que «quando um grupo ou canal é deletado da plataforma do Telegram, todos os seus membros são removidos, tornando-se impossível o acesso às mensagens ou arquivos compartilhados no grupo que não existe mais, haja vista a estrutura e funcionamento da plataforma».

Após analisar o caso, o juiz responsável decidiu então suspender o aplicativo em todo o país enquanto a empresa não fornecesse os dados solicitados e também aplicar a multa à plataforma, decisão agora suspensa parcialmente pela segunda instância da Justiça Federal.

Agencia Brasil

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