Festival y homenajes a cinco años del asesinato de Marielle Franco
Escultura y homenajes a cinco años del crimen en Brasil de concejala
Una escultura gigante de Marielle Franco en la ciudad brasileña de Río de Janeiro recordó los cinco años del asesinato de la concejala y defensora de los derechos humanos, crimen que aún permanece impune.
De 11 metros de altura, la figura metálica bautizada Corte Seco fue donada por el artista Paulo Nazareth al Instituto Marielle Franco y quedó emplazada frente al Museo de Arte de Río (MAR).
En esa instalación, el público también puede conocer «La Voz de Marielle», que utiliza tecnología de realidad aumentada y reconocimiento facial para conectar imágenes de la regidora durante sus discursos.
Dos semanas quedará la enorme imagen en la fachada del MAR y luego será colocada en la sede del Instituto Marielle Franco.
«Es una obra con un significado grande porque muestra el tamaño que alcanzó Marielle», afirmó a la prensa Marinete da Silva, madre de la activista.
Franco y su chofer Anderson Gomes fueron ultimados en una céntrica zona de Río en la noche del 14 de marzo de 2018.
Trece disparos de una subametralhadora HK MP5, de alta precisión y utilizada solo por fuerzas policiales de élite, alcanzaron el vehículo en que se trasladaban.
La concejala regresaba a su casa tras participar en un debate con jóvenes negras, cuando su auto fue baleado: ella recibió disparos en la cabeza y el conductor en la espalda.
Por el momento continúan abiertas las investigaciones por el brutal homicidio y solo se registran detenidos dos supuestos autores materiales (los expolicías Élcio Queiroz y Ronnie Lessa), arresto que no aclara completamente el hecho de sangre.
En el informe de la investigación, Lessa es señalado como el tirador de la subametralladora y estaría en el asiento trasero del auto que acosó el coche de la concejala.
Queiroz conducía el vehículo utilizado para perseguir a las víctimas.
Para finalizar el día se realizará el Festival Justicia Por Marielle y Anderson, en la plaza Mauá en Río, con la participación de artistas como Djonga, Luedji Luna, Marcelo D2, Marina Iris, batería de la Mangueira y participación especial de Criolo.
Todas las actividades cuentan con la colaboración del Instituto Marielle Franco, creado por la familia de la parlamentaria con la misión de inspirar y conectar a mujeres negras, personas LGBTQUIA+ y periféricas.
Los cinco años del crimen están marcados además por reuniones del Comité Justicia por Marielle y Anderson con autoridades responsables de la investigación del doble homicidio.
El grupo está formado por el Instituto Marielle Franco, la concejala Mónica Benício, viuda de Marielle, por Agatha Reis, de Anderson, y por las organizaciones Justicia Global, Tierra de Derechos Coalición Negra por Derechos y Amnistía Internacional.
Después de mil 826 días del asesinato, la pregunta: «¿Quién mandó a matar a Marielle Franco?» sigue sin respuesta.
Cinco anos de investigação: Júri popular é o próximo passo na elucidação do caso Marielle
Com a entrada da Polícia Federal nas investigações do assassinato de Marielle Franco, que completa cinco anos nesta terça-feira (14), o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinaliza que Brasília prioriza a resolução do crime.
No dia 14 de março de 2018, a então vereadora Marielle Franco foi vítima de um atentado e morreu, após levar quatro tiros na cabeça. Com três disparos nas costas, seu motorista, Anderson Gomes, também foi assassinado. A única sobrevivente é a jornalista Fernanda Chaves, assessora da ex-parlamentar.
O crime chocou o país e teve repercussão mundial. Desde o princípio, foi tratado como um atentado político contra a vereadora, que representava uma rara ascensão de uma mulher negra ao legislativo fluminense. Da tribuna da Câmara, ela enfrentava milicianos e a família Bolsonaro.
Com um ano de investigação, a Polícia Civil prendeu o vizinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o policial reformado Ronnie Lessa, apontado como atirador. No mesmo dia, deteve o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, que seria o motorista do carro na perseguição a Marielle.
Em 2019, o delegado Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro e um dos responsáveis pelas investigações da execução de Marielle Franco, confirmou que a filha de Ronie Lessa, preso sob acusação de ser um dos autores do homicídio, namorou um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o caçula Jair Renan Bolsonaro.
Em novembro do mesmo ano, o delegado foi atacado por Jair Bolsonaro, que o chamou de «amiguinho» do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, seu inimigo político. Na época, a Associação do Delegados de Polícia do Brasil (Adepol do Brasil), a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Civil do Polícia Civil (Fendepol) e o Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sindepol-RJ) divulgaram uma nota, repudiando as falas do ex-presidente.
«Valendo-se do cargo de Presidente da República e de instituições da União, claramente ataca e tenta intimidar o Delegado de Polícia do Rio de Janeiro, com intuito de inibir a imparcial apuração da verdade», afirmavam os delegados em nota.
Lages foi afastado do comando da investigação dias após as prisões de Lessa e Queiroz. Ao todo, já foram cinco delegados e dez promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) à frente do caso.
As tentativas de interferência na investigação fizeram com quem o MP-RJ abrisse outro inquérito, que apura as tentativas de obstrução na elucidação do homicídio. Os contornos políticos que o crime ganhou no Rio de Janeiro, onde suspeitos orbitam entre a política e as milícias, fizeram com que Raquel Dodge, ex-Procuradora Geral da República, sugerisse, em 10 de setembro de 2019, a federalização do caso.
Cinco anos depois, a investigação nunca foi federalizada, Lessa e Queiróz seguem como únicos suspeitos presos pelo caso e aguardam julgamento ainda em primeira instância, que será decidido por um júri popular. A Justiça do Rio de Janeiro ainda não definiu uma data.
Com a investigação correndo em sigilo, sem que a família tenha acesso às informações e sem que a Polícia Civil ou o MP-RJ apontem a motivação para o crime e seu mandante, o caso se tornou um imbróglio sem solução.
Para cooperar com a apuração do caso, Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, determinou, no dia 17 de fevereiro deste ano, que a Polícia Federal abra uma investigação própria sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Confira a linha do tempo do caso:
Anielle Franco: ‘Onde minha irmã estiver, está orgulhosa. O legado de Marielle é de toda mulher preta favelada’
Há cinco anos dois homens assassinaram a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Desde então, grandes perguntas permanecem sem respostas. Quem mandou matá-los e por que? Contudo, os ecos de Marielle seguem presentes na política nacional. Hoje, sua irmã é ministra da Igualdade Racial. Anielle Franco segue como representante das mulheres pretas das favelas de todo o país. E ela tem esperanças de que, agora, o crime será solucionado.
“Hoje, o presidente Lula abriu a reunião ministerial se colocando à disposição para resolver esse crime. Esperamos cinco anos por isso. Estar aqui hoje com vocês é a certeza de que onde minha irmã estiver, ela está orgulhosa”, disse durante o festival Justiça por Marielle Franco e Anderson Gomes. Milhares se reuniram no Rio de Janeiro mais um ano para pedir justiça por Marielle. “Estar à frente do Ministério da Igualdade Racial é um trabalho corretivo. É o sangue, a memória e o legado de Marielle e também é toda construção de mulher preta favelada”, completou a ministra.
A esperança é compartilhada por toda a família. A filha da vereadora, Luyara Santos, falou brevemente com os presentes. Emocionada, teve de parar sua fala para se recompor. Mas não se esquivou de deixar a mensagem. “Sou a continuação de um sonho, vocês são a continuação de um sonho. Minha tia no ministério é a continuação de um sonho. Que consigamos chegar às respostas”, disse.
Um crime covarde
Já o pai de Marielle e Anielle, Antônio Francisco da Silva Neto, reforçou a esperança nos novos tempos. “Diferente dos anos anteriores, hoje temos uma perspectiva de resposta. Conseguimos eleger o presidente Lula. Conseguimos tirar aquele ex-presidente do país. Ele interferia na investigação, na Polícia Federal. Ao contrário do atual e do ministro da Justiça, que assumiu um compromisso com a família e com o povo do Brasil”, disse.
Antônio lembrou da crueldade da situação que se abateu sobre Marielle e sua família. “Um crime covarde, bárbaro. Uma mulher desarmada, dois homens de tocaia. Estou com a perspectiva que não vamos ter o sexto ano.” Anielle completou, ao lembrar da linha do tempo dos fatos. “Dia 14 recebemos uma ligação. Fui a única que chegou para ver minha irmã com a cabeça aberta com cinco tiros. Naquele momento não tinha dimensão do que ela tinha se tornado. Em 2018 me mandaram embora de cinco escolas, diziam que minha imagem era muito forte. Realmente. Enquanto tiver sangue correndo nas minha veias, vão ter que me aturar muito”, disse.
Mãe de Marielle
Marinete da Silva, mãe de Marielle, por sua vez, agradeceu o engajamento de cada um que insiste no legado. “A cada dia 14 é dor, mas é esperança. Para estarmos nas ruas todos os dias de nossas vidas enquanto não soubemos quem mandou matar Marielle e Anderson. É fundamental esse carinho de todos. Falar de Marielle é falar de nós. Precisamos saber quem são os mandantes. O Brasil e o mundo precisam saber quem é o mentor disso. Meia década é muito (…) Lutar por Marielle e Anderson é lutar por nossas vidas.”
Assista ao festival