Brasil | Lula crea un grupo de trabajo para combatir los discursos de odio en medios y redes sociales
Lula armó un grupo para trabajar contra los discursos de odio en medios y redes sociales
El Gobierno del presidente Luiz Inácio Lula da Silva creó un grupo de trabajo especial para presentar estrategias en un plazo de 180 días contra el discurso de odio y extremismo en la comunicación, en especial en las plataformas digitales y redes sociales, y proponer políticas públicas de derechos humanos.
El grupo de trabajo estará presidido por la exdiputada Manuela D’Avila y entre sus integrantes estará el youtuber e influencer Felipe Neto, quien en los últimos años exigió a las empresas dueñas de las plataformas detener el discurso de odio y de destrucción de reputaciones.
La decisión fue tomada por el ministro de Derechos Humanos y Ciudadanía, Silvio Almeida, y publicada en el Diario Oficial de la Unión.
«Estaré acompañada por activistas, investigadores y estudiosos del tema, gente que tiene mucho para contribuir para que Brasil se convierta en una referencia global de enfrentamiento al odio, extremismo, intolerancia y violencia creadas en estos ambientes», dijo D’Avila, periodista cuyo trabajo de doctorado fue uno de los pioneros contra la manipulación informativa en las redes para modificar percepciones en la opinión pública a partir de mentiras presentadas como noticias verdaderas.
Los cargos no tendrán remuneración y participarán también del grupo el abogado Camilo Onoda Caldas y la antropóloga Débora Diniz, entre otros especialistas.
Una de las convocadas es la periodista de Folha de Sao Paulo Patricia Campos Mello.
El grupo también estará integrado por cinco representantes del Ministerio de Derechos Humanos y Ciudadanía, uno de la Secretaría Nacional para la Promoción y Defensa de los Derechos Humanos; uno de la Secretaría Nacional de los Derechos de las Personas LGBTQIA+; uno de la Oficina de Participación Social y Diversidad; uno del Asesor Especial en Comunicación Social; y uno del Consejo Especial de Educación y Cultura en Derechos Humanos.
También serán invitados a participar en la mesa de trabajo representantes de la Secretaría de Comunicación Social de la Presidencia de la República, la Fiscalía General de la Nación y los ministerios de Educación; de Igualdad Racial; Justicia y Seguridad Pública; de las mujeres; y Pueblos Indígenas.
Según la organización Safernet, que monitorea los delitos cibernéticos y actúa por la seguridad en internet, las denuncias de delitos de odio en la red crecieron un 67,7% en 2022.
El año pasado, el Centro Nacional de Reportes de Delitos Cibernéticos de la organización recibió más de 74 mil incidentes, según la estatal Agencia Brasil.
El presidente Lula colocó el combate a la desinformación y a la utilización de los medios de comunicación como vectores de discurso de odio, como parte de la lucha contra la ultraderecha del expresidente Jair Bolsonaro.
La agenda de Lula sobre el tema tuvo eco en su visita a Washington cuando se reunió este mes con el presidente estadounidense, Joe Biden.
Brasil se posicionó a favor de mecanismos para luchar contra el discurso de odio durante la Conferencia Global de la Unesco realizada en París el miércoles.
En una carta a ese evento, Lula propuso la regulación multilateral a nivel global de las plataformas digitales para evitar que las gigantes big techs puedan afectar las decisiones de las democracias mediante la divulgación de desinformación y noticias falsas.
«No podemos permitir que la integridad de nuestras democracias se vea afectada por las decisiones de unos pocos actores que hoy controlan las plataformas», aseguró Lula.
La regulación, enfatizó, » debe garantizar el ejercicio de los derechos individuales y colectivos. Debe corregir las distorsiones de un modelo de negocio que genera ganancias explotando los datos personales de los usuarios. Para que sea eficiente, la regulación de las plataformas debe prepararse con transparencia y mucha participación social».
En otro tramo de su carta, Lula propuso que «a nivel internacional, debe coordinarse multilateralmente» y pidió a la comunidad mundial «trabajar ahora para brindar respuestas efectivas a este desafiante problema de nuestro tiempo».
En ese marco dijo que era necesario un «equilibrio» para garantizar el ejercicio de la libertad individual de expresión y a la vez «asegurar un derecho colectivo: el derecho de la sociedad a recibir información fidedigna, y no la mentira y la desinformación».
Governo Lula cria grupo de trabalho com Manuela d’Ávila e Felipe Neto para combater discurso de ódio
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva criou um grupo de trabalho para “apresentar estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo” e propor políticas públicas sobre o tema. A equipe, já composta por cinco representantes do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e 24 da sociedade civil, vai atuar nos próximos 180 dias – prazo a ser estendido se necessário. A ex-deputada federal Manuela d’Ávila assumiu a presidência do grupo, que terá ainda pesquisadores e influenciadores, como Felipe Neto.
A portaria que criou o grupo, que não será remunerado, foi assinada pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, e divulgada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira, 22.
O jurista Silvio Almeida tomou posse como ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania em janeiro de 2023 com o menor orçamento da Esplanada dos Ministérios. Foto: Mauro Pimentel/AFP
Além de Manuela d’Ávila e Felipe Neto, a equipe vai contar com o psicanalista Christian Dunker, a antropóloga Debora Diniz, a pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (ISER) Magali Cunha e o epidemiologista Pedro Hallal, um dos pesquisadores ouvidos pela CPI da Covid. A jornalista Patrícia Campos Mello, citada como integrante da equipe na portaria, afirmou que será apenas ouvida pelo grupo. A sua participação não é possível devido a sua atuação profissional.
É crescente o número de casos de agressões a jornalistas no exercício da profissão, mesmo em coberturas dissociadas do debate político-eleitoral. Foi o que ocorreu nesta terça-feira, 21, com repórteres do Estadão enquanto acompanhavam os trabalhos de atendimento a quem foi atingido pelas enchentes no litoral norte de São Paulo.
Aceitei, me sentindo muito honrada e desafiada, o convite do Ministro @silviolual para presidir o Grupo de Trabalho para apresentação de estratégias de combate ao ódio e ao extremismo e para a proposição de políticas públicas em direitos humanos sobre o tema.
🧵 1/6 pic.twitter.com/3WsdVUSduN
— Manuela (@ManuelaDavila) February 22, 2023
O repórter fotográfico Tiago Queiroz e a jornalista Renata Cafardo foram agredidos por moradores de um condomínio de luxo na praia de Maresias. Os dois foram atacados verbal e fisicamente; um dos agressores obrigou Queiroz a apagar fotos e Renata Cafardo foi empurrada em ponto alagado, aos gritos de “comunistas” e “esquerdistas”. O caso foi remetido pelo governo ao Observatório da Violência contra Jornalistas.
Ainda serão convidados a integrar o grupo representantes da Advocacia-Geral da União, dos ministérios da Educação, da Igualdade Racial, da Justiça e Segurança Pública, das Mulheres, dos Povos Indígenas de Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
Manuela D’Ávila comentou a nomeação nas redes sociais. “Estarei acompanhada por ativistas, pesquisadoras e estudiosos do tema, gente que tem muito a contribuir para que o Brasil se torne uma referência global de enfrentamento ao ódio, extremismo, intolerância e violência criadas nestes ambientes”, disse.
A ex-deputada – que já foi vítima de agressões nas redes – afirmou estar dedicando parte de sua vida ao tema, destacando pesquisa de doutorado relacionada ao assunto. “Não é fácil ser vítima dos ataques dessas máquinas que constroem e distribuem ódio e intolerância”, escreveu em outro trecho da mensagem.
Iniciativas e críticas
A criação do grupo de trabalho se soma a outras iniciativas do governo Lula relacionadas às redes sociais e fake news. Nos primeiros dias da gestão, foi instituída a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia com o intuito de representar o governo no “combate à desinformação sobre políticas públicas”. O decreto levantou o debate sobre o papel do Executivo federal nesse cenário, principalmente pelo fato de o conceito de desinformação não existir no ordenamento jurídico brasileiro, o que acendeu alerta sobre eventuais avaliações arbitrárias na atuação do governo, em especial do órgão ligado à Advocacia-Geral da União (AGU).
Desde os atos violentos e golpistas do dia 8 de janeiro, o governo federal intensificou ações em torno do papel das redes sociais na disseminação de notícias falsas. O ministro da Justiça, Flávio Dino, apresentou ainda um conjunto de medidas, conhecido como “pacote da democracia”, sob alegação de fortelecer o regime político nacional e evitar que ataques como os do início do ano se repitam. Uma das propostas é uma Medida Provisória (MP) que, caso aprovada por Lula, irá exigir das plataformas digitais a criação de mecanismos mais rigorosos de monitoramento e remoção de publicações com ataques à democracia.
Nesta quarta-feira, 22, uma carta de Lula sobre o tema foi lida na abertura de uma conferência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O documento defende que as plataformas digitais garantam o fortalecimento dos direitos humanos, da democracia e do Estado de Direito, “ao invés de enfraquecê-los”. Em uma rede social, o presidente compartilhou sua expectativa sobre o evento: “Desejo um ótimo debate para todos os participantes da Conferência, na expectativa de que ela aponte estratégias globais para enfrentar a propagação de mentiras e mensagens de ódio”.
Lula llama a terminar las campañas de odio y pide regulación global de plataformas digitales
El presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, instó a la comunidad internacional a actuar «ahora» contra las campañas de odio en línea, en el marco de una conferencia mundial de la Unesco sobre la desinformación y la incitación al odio, que empezó el martes en París con representantes de gobiernos, empresas y sociedad civil. En un mensaje en inglés leído en la conferencia por su enviado, Lula hizo referencia directa a la violenta revuelta del 8 de enero en Brasilia, cuando miles de partidarios del expresidente ultraderechista Jair Bolsonaro irrumpieron en el palacio presidencial, el Congreso y el Tribunal Supremo. Entre los ponentes de esta conferencia están la periodista filipina Maria Ressa, premio Nobel de la Paz, una de las voces críticas contra el expresidente filipino Rodrigo Duterte.
Bom dia. Carta que encaminhei para a abertura da conferência 'Internet for trust', da @UNESCO, lida hoje pela manhã em Paris. pic.twitter.com/7wHMm0SjA0
— Lula (@LulaOficial) February 22, 2023
«La mentira como munición»
«El mundo ha sido testigo de los ataques de extremistas» contra edificios públicos en Brasilia, dijo Lula en su mensaje, leído por Joao Brant, secretario de Seguridad Digital del ministerio de Comunicaciones de Brasil. «Lo que ocurrió ese día fue la culminación de una campaña, iniciada mucho antes, que utilizó la mentira y la desinformación como munición» y cuyos «objetivos eran la democracia y la credibilidad de las instituciones brasileñas», continuó el mandatario.
«Esta campaña fue alimentada, organizada y difundida a través de varias plataformas digitales y aplicaciones de mensajería. Esto debe terminar», insistió Lula. Bajo el nombre «Por una Internet confiable», la conferencia mundial de la Unesco responde al llamado del secretario general de la ONU, António Guterres, para combatir la desinformación.
Representantes de Unesco declararon que «las plataformas digitales se han utilizado como vectores de desinformación, discursos de odio, teorías de conspiración y otros contenidos potencialmente perjudiciales para la democracia y los derechos humanos». El organismo de Naciones Unidas invitó a debatir en el encuentro un proyecto de directrices para regular las plataformas digitales y mejorar la fiabilidad de la información, protegiendo la libertad de expresión y los derechos humanos.
«Un entorno digital más justo y equilibrado»
Miles de representantes de gobiernos, organismos reguladores, empresas digitales, universidades y sociedad civil participan de manera presencial o a distancia en esta reunión en la sede de la Unesco en París. Lula confió en que esta reunión sea el inicio de un amplio diálogo para regular el sector y «para construir un entorno digital más justo y equilibrado».
«No podemos permitir que la integridad de nuestras democracias se vea afectada por las decisiones de unos pocos actores que hoy controlan las plataformas», aseguró el presidente brasileño. La regulación, enfatizó, «debe garantizar el ejercicio de los derechos individuales y colectivos. Debe corregir las distorsiones de un modelo de negocio que genera ganancias explotando los datos personales de los usuarios. Para que sea eficiente, la regulación de las plataformas debe prepararse con transparencia y mucha participación social».
El brasileño, que derrotó en elecciones a Bolsonaro en octubre pasado por el margen más ajustado de la historia electoral de su país, pidió a la comunidad internacional «trabajar ahora para brindar respuestas efectivas a este desafiante problema de nuestro tiempo». En ese marco, dijo que es necesario un «equilibrio» para garantizar el ejercicio de la libertad individual de expresión y a la vez «asegurar un derecho colectivo: el derecho de la sociedad a recibir información fidedigna, y no la mentira y la desinformación».
El líder del Partido de los Trabajadores (PT) llamó a «reducir la brecha digital y promover la autonomía de los países en desarrollo en esta área» para que toda la población tenga acceso a internet y garantizar la inclusión digital. «Los países en desarrollo deben poder actuar soberanamente en la economía de datos moderna, como agentes y no solo como exportadores de datos o consumidores pasivos de contenido», agregó.
La directora general de Unesco, Audrey Azoulay, defendió en la apertura del foro que los grandes peligros de internet en la actualidad (la desinformación y el auge de los discursos del odio) no son una «anomalía» ni un «accidente momentáneo», sino una «consecuencia del modelo económico» de las grandes plataformas. «Necesitamos unas directrices», remarcó la máxima responsable de la Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura, «y las necesitamos ahora».
Dado que «se trata de un problema global que no se puede combatir con acciones individuales», Azoulay se declaró «orgullosa» de que Unesco haya tomado la iniciativa como organismo multilateral con mandato sobre el área de la comunicación.
«Imaginen premiar a sus hijos cuando mienten»
De la conferencia participan figuras como el youtuber brasileño Felipe Neto, el secretario general de Reporteros Sin Fronteras (RSF), Christophe Deloire, y la abogada colombiana Catalina Botero, integrante del Consejo de Supervisión de Meta. La participante estrella de esta primera jornada fue la Nobel y periodista filipina Maria Ressa, quien pidió el fin de la «impunidad» en la red.
De otra manera, advirtió, la esfera digital seguirá premiando la explotación de las «mentiras» y «miedos». «Imaginen premiar a sus hijos cuando mienten», resaltó Ressa al defender que así es como funcionan las grandes plataformas, recompensando por interés económico lo que, en realidad, mina el derecho a la información.
«Estamos en un mundo muy diferente, donde la libertad de expresión se usa para aplastar la libertad de expresión», argumentó la fundadora del medio independiente Rappler, perseguida en su país por su discurso opuesto al del expresidente filipino Rodrigo Duterte.
Para Ressa, la forma en la que se intentó hasta ahora contener el odio y la desinformación en la red se resumen en una metáfora: es como tener un río contaminado y buscar resolverlo tomando una botella de agua, purificándola y volviendo a echar el líquido a la corriente. «Hay que mirar a la fábrica que está contaminando el río», pidió la Nobel de la Paz de 2021.
Em fórum global da ONU, governo Lula defende regulação de redes sociais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a regulação das redes sociais para evitar que a democracia seja ameaçada por plataformas online em carta enviada da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
«Não podemos permitir que a integridade de nossas democracias seja afetada por decisões de alguns poucos atores que controlam as plataformas digitais», diz a carta endereçada à diretora-geral Audrey Azoulay e lida pelo secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, nesta quarta (22) durante a conferência global «Internet for Trust», em Paris.
O texto assinado pelo petista pleiteia uma legislação «que corrija as distorções de um modelo de negócios que gera lucros com a exploração dos dados pessoais dos usuários».
A conferência da Unesco tem debatido diretrizes globais para regulação da internet. A carta de Lula foi lida em meio à discussão no governo brasileiro para a adoção de legislação que obrigue as redes sociais a remover conteúdo que viole a Lei do Estado democrático de Direito, que enfrenta vários obstáculos.
Após oposição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o governo recuou da intenção de elaborar uma medida provisória que impunha às plataformas o «dever de cuidado» de impedir que se dissemine conteúdo que viole a lei —ou seja, que peça a abolição do Estado de Direito, encoraje a violência para deposição do governo ou incite animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes.
Agora, a ideia é incorporar as medidas no PL (projeto de lei) 2630, conhecido como PL das fake news, mas há dúvidas sobre a viabilidade do texto. De relatoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o projeto tramita há três anos. Foi aprovado no Senado, mas empacou na Câmara diante de pontos controversos.
Um deles é a previsão de estender a imunidade parlamentar para as plataformas de internet. O ponto é prioridade para Lira, mas enfrenta resistência em alas do governo e da sociedade civil, onde é visto como liberdade para políticos desinformarem impunemente.
Outra barreira é o fato de o PL não prever a responsabilização das plataformas de internet que não agirem contra conteúdo que viole a lei. Hoje, pelo Marco Civil da Internet, essas plataformas só podem ser responsabilizadas se não removerem conteúdo após ordem judicial. O governo defende uma flexibilização do Marco Civil para que haja responsabilização para as empresas que não agirem de forma diligente.
Para uma ala do governo, caso o PL não incorpore a responsabilização por conteúdo ilegal que era prevista na proposta de MP, será uma regulação inócua, pois manterá a imunidade das plataformas.
Mas parte da sociedade civil e do Congresso acredita que a responsabilização levaria as empresas a se autocensurarem e acabarem removendo conteúdos legítimos para evitar sanções.
O governo também se opõe à previsão de autorregulação, usando como argumento a demora das plataformas para agir sobre conteúdos que feriam suas próprias regras de uso durante a campanha eleitoral. Tampouco há consenso sobre o formato e a necessidade de criar um órgão regulatório que iria determinar se as plataformas cumpriram seu dever de cuidado e, caso contrário, deveriam ser multadas.
Outro ponto sensível é a medida do PL que estabelece financiamento do jornalismo e negociação entre veículos de imprensa e plataformas de internet para pagamento de conteúdo. Empresas de comunicação como a rede Globo são firmes defensoras da medida, enquanto as plataformas se opõem fortemente.
As diretrizes em discussão na Unesco enfatizam a necessidade de «lidar com conteúdo que é ilegal e representa ameaça à democracia e aos direitos humanos», ao contrário da versão atual do PL, enquanto «garante a liberdade de expressão e o acesso à informação».
As regras em debate estabelecem que as plataformas deveriam analisar sistematicamente conteúdo que represente ameaça à democracia e adotar etiquetas indicando potenciais problemas, além de não fazer amplificação algorítmica nem monetização desses conteúdos.
Ao mesmo tempo, as diretrizes da Unesco são contra a imposição de uma obrigação de monitoramento de conteúdo das plataformas digitais que leve a medidas proativas em relação a postagens e conteúdo ilegal –posição defendida pelo Ministério da Justiça.
«As plataformas digitais não deveriam ser responsabilizadas se elas agirem de boa-fé e com diligência, conduzirem investigações e outras medidas para detectar, identificar e remover conteúdo ilegal.»
proposta do MJ, que seria incorporada ao PL das fake news, prevê responsabilização e remoção proativa de conteúdos pelas plataformas. No entanto, estabelece que as empresas não seriam responsabilizadas por determinadas postagens em violação. Elas só seriam multadas se houvesse descumprimento generalizado do «dever de cuidado».
Na carta à Unesco, Lula afirma que a campanha de desinformação que culminou nos ataques contra as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro foram «alimentadas, organizadas e disseminadas através de diversas plataformas digitais e aplicativos de mensagens». «[A campanha] usou o mesmo método utilizado em outras partes do mundo para gerar atos de violência. Isso precisa parar.»