Elecciones Brasil | Habrá segunda vuelta entre Lula y Bolsonaro

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Resultados Oficiales


Lula lidera y se encamina a un balotaje con Bolsonaro, con más del 92% escrutado

El expresidente Luiz Inácio Lula da Silva se afirma al frente del escrutinio en Brasil, al superar por más de tres por ciento de los votos al actual mandatario, Jair Bolsonaro, que consigue alrededor del 44 por ciento, con más del 92 por ciento de los sufragios contados, según datos del Tribunal Superior Electoral (TSE).

Durante las primeras horas del escrutinio, el líder del Partido de los Trabajadores (PT) se venía manteniendo por debajo del presidente de ultraderecha.

Para ganar en primera vuelta se necesita el 50% más uno de los votos. Si ninguno de los candidatos alcanza esa cifra, la Presidencia de Brasil se definirá en un balotaje el 30 de octubre.

El Tribunal Superior Electoral contabiliza sólo los votos válidos para elegir presidente, es decir, no incluye a los sufragios en blanco o los anulados.

La campaña del Partido de los Trabajadores (PT) cree que hubo un «voto silencioso» a favor del presidente Bolsonaro que no detectaron las encuestas, que le daban a su candidato entre el 50 y 51 % de los votos.

«Se esperaba un voto silencioso hacia el presidente, que debería tener más del 36% de los votos. La campaña fue atípica por eso», dijo a Télam uno de los históricos dirigentes del PT, que habló en condición de anonimato.

El dirigente comentó que la expectativa es que los votos donde el PT debería recuperar terreno, e incluso vencer la primera vuelta, son los de los estados del nordeste, especialmente los más populosos como Pernambuco, Ceará y Bahía.

El equipo de campaña de Lula se encuentra en el hotel Novotel Jaraguá de San Pablo siguiendo el escrutinio y estaba previsto que el candidato del PT ofrezca un discurso después de las 20.

Bolsonaro, por su parte, estaba siguiendo el resultado en el Palacio de Alvorada, residencia oficial de Brasilia, después de haber votado en Río de Janeiro por la mañana.

Las mesas abrieron puntualmente a las 8 y cerraron en general a las 17, aunque muchas de ellas continuaron abiertas a la espera de que votaran los ciudadanos que estaban formando fila a esa hora.

La jornada, que transcurrió sin mayores incidentes, se caracterizó por la gran afluencia de ciudadanos, en su mayoría ataviados con ropa verde y amarilla o roja, según fueran simpatizantes de Bolsonaro o Lula, que convivieron en paz en las largas filas formadas frente a los colegios.

El exmandatario votó cerca de San Pablo, donde forjó su actividad sindical y política en las décadas de 1970 y 1980 y lideró el mayor movimiento obrero contra la dictadura militar que gobernó el país desde 1964 a 1985.

«Estoy votando con la posibilidad de volver a ser presidente para que el país vuelva a la normalidad», dijo Lula.

A unos 430 kilómetros de distancia, el presidente y excapitán del Ejército votó en Río de Janeiro, en una escuela del barrio Villa Militar a la que llegó en una caravana de autos negros, vestido con la camiseta de la selección de fútbol de Brasil.

Bolsonaro, en el poder desde 2019, fue consultado sobre si reconocerá los resultados, tras haber amenazado varias veces con no hacerlo afirmando que no solo las encuestas no son creíbles, sino tampoco el sistema de urnas electrónicas que se usa en Brasil.

«Unas elecciones limpias deben ser respetadas«, dijo a medios, entre ellos Télam, antes de votar, pareciendo insinuar que sólo reconocerá los resultados si considera que el proceso, que es supervisado por observadores internacionales, fue transparente.

Más de 156 millones de brasileños estaban habilitados para participar de los comicios, en los que se eligieron además los gobernadores de los 27 estados, 21 senadores, 513 diputados federales y más de 1.000 legisladores regionales.

El voto en Brasil es obligatorio para los ciudadanos de entre 18 y 69 años y opcional para los que tienen 16 y 17 y los mayores de 70.

Sea quien sea el ganador, asumirá la Presidencia el 1 de enero de 2023 y con, ella, las riendas del país más grande y más poblado de Sudamérica, así como su mayor economía, la décima del mundo, según el FMI en base al PBI nominal.

TELAM


Lula e Bolsonaro vão disputar 2º turno, projeta Datafolha

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno da eleição presidencial, segundo projeção do Datafolha. A rodada final será no próximo dia 30.

Com 70% das urnas apuradas neste domingo (2), às 20h02, o petista estava com 45,74% dos votos válidos, contra 45,51% de Bolsonaro.

Assim, a campanha eleitoral será reordenada e, provavelmente, a agressividade vista no debate presidencial da TV Globo na última quinta (29) poderá ganhar novos patamares. A realização do segundo turno mostra que ambos os times rivais esgotaram o arsenal utilizado até aqui.

No caso de Lula, fracassou a busca pelo voto útil. Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) tinham, até às 20h02, 4,45% dos votos válidos e 3,08%, respectivamente.

A arma utilizada pelo petista foi o discurso de que mais um mês de campanha poderia trazer riscos de violência eleitoral, quando não institucionais, exacerbados. De mais a mais, a fortaleza do ex-presidente é um voto que se mostrou impermeável a sangrias até aqui, entre os mais pobres e entre moradores do Nordeste, para ficar em grandes grupos —metade do eleitorado para o primeiro, 27% para o segundo.

Dada a animosidade entre Ciro e Lula, é provável que o pedetista repita 2018, quando outra vez caiu no primeiro turno, e não apoie ninguém. A isonomia também é esperada de Tebet, mas nada disso é central para a definição dos eleitores —1 em cada 5 apoiadores dos dois diziam que poderiam aderir ao voto útil.

Para Bolsonaro, a situação é bem mais complexa, dada a rejeição para o ex-presidente nas pesquisas.

Sua principal e mais óbvia investida foi sobre o eleitorado de menor renda e da chamada classe média baixa. Reinventou o Bolsa Família lulista como Auxílio Brasil e o reajustou para R$ 600, além de promover uma série de benesses pontuais a categorias aliadas, como os caminhoneiros. Mais importante, interveio na política de preços da Petrobras para conseguir sucessivas reduções no valor dos combustíveis.

Não deu certo entre os mais pobres, que ganham menos de 2 salários mínimos, embora tenha sido exitoso no segmento imediatamente acima. Agora, observadores se questionam se há alguma medida a ser tirada da manga, como sempre há nos gabinetes de Brasília, mas a dúvida sobre eficácia está instalada.

Na outra ponta, a da imagem, Bolsonaro manteve ao longo da disputa sua campanha contra o sistema eleitoral que o gestou, além de insistir em insinuações golpistas e num apoio que não tem no serviço ativo das Forças Armadas para gestos de ruptura. O que não quer dizer que não poderá tentar, em especial se seguir o manual de sedição deixado pelo seu ídolo, o ex-presidente americano Donald Trump.

Pelo roteiro, a contestação das urnas seria seguida por um levante bolsonarista nas ruas, cujo ensaio teria ocorrido nas manifestações do 7 de Setembro. O desenho não é de fácil execução, embora os episódios de violência ao longo da campanha mostrem que há espaço para bastante confusão.

Mas mesmo isso Bolsonaro teve de modular, sob pressão de seus aliados mais políticos. Notadamente, não fez nenhuma ameaça do tipo no debate da Globo, de olho nos eleitores mais conservadores centristas que aderiram a ele em nome do antipetismo e da antipolítica prevalentes em 2018.

Por outro lado, o figurino radical seguiu sendo usado, como forma de manter a fatia grande do eleitorado que o apoia nesta eleição, desde o começo de caráter plebiscitário —a anemia da dita terceira via de se viabilizar e o renovado fracasso de Ciro em sua quarta postulação são monumentos a essa realidade.

O problema para Bolsonaro é a distância a solidez de sua rejeição, que sempre ficou acima de 51% desde que o Datafolha começou a medir esta corrida, em maio do ano passado. Na pesquisa divulgada no sábado (1º), estava em 52%, um Everest político a ser escalado em meio a uma nevasca.

Se a tendência se mantiver, é possível especular que o Bolsonaro golpista volte a predominar, não tanto pelo risco de ser bem-sucedido, mas porque o presidente precisa manter galvanizada sua base de apoio para tentar repetir Trump e ocupar a vaga de principal desafiante do novo governo já de saída.

Para Lula, o raciocínio é semelhante: manter a distância já lhe bastará, uma vez que também lida com uma rejeição volumosa, na casa dos 40%. Seu desafio será responder com mais objetividade ao que tem fugido durante toda a campanha: o que de fato irá fazer em termos econômicos e na relação com o Judiciário.

Nesse sentido, o apoio dado por dois antigos algozes do PT em julgamentos como o do mensalão, os ex-ministros do STF Joaquim Barbosa e Celso de Mello, apontam para uma acomodação. Mas aliados lembram que o petista ficou 580 dias na cadeia, e há ressentimentos que podem emergir na forma de conflitos. Um bom teste, caso vença, será a escolha de dois nomes para compor a corte em 2023.

Antes disso, contudo, Lula tem de chegar lá. Seu caminho parece menos acidentado do que o de Bolsonaro, mas a história política recente do Brasil aconselha prudência antes de vaticínios, como o desempenho do bolsonarismo pelo país neste domingo mostra.

Um carioca desconhecido em São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desalojou 27 anos de PSDB no poder do segundo turno contra o PT. No Rio, o bolsonarismo está reeleito na figura de Cláudio Castro (PL), e o filobolsonarista Romeu Zema (Novo) conseguiu o mesmo em Minas, fechando assim o quadro no Sudeste, região mais populosa do país.

FOLHA

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