Brasil | Michelle Bolsonaro pide la liberación de Jeanine Áñez y Lula emprende campaña contra las fake news
Brasil: Michelle Bolsonaro pide la liberación de Jeanine Áñez
Michelle Bolsonaro, la primera dama de Brasil y esposa de Jair Bolsonaro, pidió este miércoles la liberación de Jeanine Áñez, expresidenta de facto de Bolivia, en un encuentro de Mujeres con Bolsonaro en San Pablo.
La primera dama recibió en San Pablo a Carolina Ribera, hija de Áñez, en el encuentro Mujeres con Bolsonaro realizado este miércoles. Michelle Firmo ganó notoriedad en la campaña porque comanda encuentros con mujeres evangelistas para accionar a la militancia neopentecostal y evitar que los sectores más pobres voten por el expresidente Luiz Inácio Lula da Silva en el ballotage del 30 de octubre contra Bolsonaro.
Hasta antes del comienzo la campaña, Michelle Bolsonaro no había tenido protagonismo en el ámbito político. Sin embargo, y teniendo en cuenta que el 53 por ciento del electorado son mujeres, la primera dama comenzó a tener un papel estelar en búsqueda del voto femenino. Bolsonaro ha tenido varios episodios en que se le atribuyen actitudes o comentarios machistas. Este martes, Bolsonaro, tuvo que pedir disculpas por insinuar que unas jóvenes venezolanas refugiadas en Brasilia se habían volcado a la prostitución.
“Sí, lloro, pero ya no por dolor, sino, por ese apoyo que recibo, porque sé que mi madre y yo no estamos solas. Gracias Michelle Bolsonaro, tus palabras me llenaron de fuerza para seguir en esta lucha contra el odio y el rencor del régimen. Mis oraciones con el pueblo brasileño”, tuiteó la hija de Áñez junto a una foto abrazando a la primera dama brasileña.
Sí, lloro, pero ya no por dolor, sino, por ese apoyo que recibo, porque sé que mi madre y yo no estamos solas. Gracias #MichelleBolsonaro, tus palabras me llenaron de fuerza para seguir en esta lucha encontra el odio y el rencor del régimen. Mis oraciones con el pueblo brasileño. pic.twitter.com/gf1DoOzNBm
— caroriberañez (@caroriberanez) October 19, 2022
«Miren el testimonio de esa hija que tiene una mamá presa por luchar por la libertad», aseguró Michelle Firmo, que publicó una foto con la joven en sus redes sociales. Michelle denunció que la expresidenta de facto es una presa política y puso de ejemplo a Áñez para asegurar que Brasil es la última barrera para frenar el comunismo en Latinoamérica.
Áñez, por su parte, también agradeció el apoyo de la primera dama brasileña. “Agradezco la calidez, la contención y el apoyo del foro de mujeres liderado por Michelle Bolsonaro, primera dama de Brasil, una mujer de fe y convicciones, comprometida con la libertad, la justicia, la familia y la inclusión social”, tuiteó. Áñez fue condenada a diez años de prisión por acceder al poder mediante un golpe de Estado en 2019 contra el mandatario constitucional Evo Morales.
Nota relacionada: Brasil | Lula admitió que nadie estaba preparado para ola de “fake news” de Bolsonaro
TSE confirma apuração de rede de ‘fake news’ que inclui Bolsonaro e filhos
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referendou hoje (20) a decisão do ministro Benedito Gonçalves que, na última terça-feira (18), determinou a abertura de investigação sobre suposto esquema de disseminação de fake news nas redes sociais com o envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e de perfis de apoiadores da família Bolsonaro. Carlos é filho do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
Em seu despacho, Gonçalves deu prazo de três dias para que Carlos Bolsonaro preste informações sobre o uso de suas redes sociais com objetivo político-eleitoral. A lista de pessoas a serem investigadas inclui o próprio presidente Bolsonaro.
O ministro determinou também que as redes sociais identifiquem quem são os donos de 28 perfis suspeitos de disseminarem desinformação sobre o processo eleitoral e desmonetizou canais até o fim do segundo turno.
O TSE foi acionado pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato da coligação Brasil da Esperança, que vê “um ecossistema de desinformação. Ou seja, uma forma coordenada e orquestrada de disseminação de informações falsas, as fake news.
Segundo os partidos que compõem a coligação, a prática pode configurar abuso de poder político, poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.
Para o ministro Benedito Gonçalves, que é corregedor da Justiça Eleitoral, o esquema de divulgação de fake news identificado na campanha de 2018 ganhou mais complexidade e uma forma elaborada de financiamento.
Como votaram os ministros do TSE
O ministro Ricardo Lewandowski acompanhou o relator, afirmando que “situações excepcionais pedem medidas excepcionais” e que a decisão de Gonçalves tem caráter “inibitório”. “Nós todos estamos cientes de que estas atitudes que agridem a legislação eleitoral vão se repetir”, disse.
A ministra Cármen Lúcia também acompanhou o relator, dizendo que a situação é “excepcionalíssima”.
O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, também acompanhou o relator. E destacou que a decisão poderá ser revista. “Temos aqui nesse ecossistema quase duas dúzias de pessoas que vêm sendo investigadas”, disse.
O ministro Raul Araújo divergiu parcialmente, sendo contrário à suspensão da exibição do documentário “Quem mandou matar Jair Bolsonaro?”, da produtora Brasil Paralelo. Em seu voto, defendeu a “liberdade de manifestação de pensamento” e disse que a Corte deve atuar com “contenção”. Ele foi acompanhado pelo ministro Sergio Banhos.
O ministro Carlos Horbach divergiu totalmente, afirmando que não há elementos suficientes para embasar a decisão individual de Gonçalves. “Se encontra ausente a plausibilidade jurídica, não se encontra patente a possibilidade do direito buscado”, disse.
Juristas lançam manifesto em defesa da democracia e em apoio a Lula e Alckmin
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu vice na chapa à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSB), ganharam mais um apoio formal envolvendo juristas e intelectuais. Desta vez, um manifesto assinado pelos ex-ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto e Sepúlveda Pertence e os ex-presidentes do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Cezar Britto e Felipe Santa Cruz, além da ex-procuradora Deborah Duprat, e os advogados Thiago Campos, Bia Vargas e José Geraldo de Sousa Júnior.
Estes e outros signatários estarão no lançamento do documento, que será lido nesta quinta-feira (20), em ato em um hotel no Rio de Janeiro, a partir das 18h30. O manifesto, que já conta com mais de 8 mil assinaturas, está disponível na internet para novas adesões.
“A inspiração da Constituição une brasileiras e brasileiros com diferentes visões político-ideológicas, em defesa do Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”, diz trecho do documento.
Manifesto de juristas, profissionais e estudantes do Direito
Nós, juristas, profissionais e estudantes do Direito, declaramos que, no dia 30 de outubro, vamos votar em Lula e Alckmin e para eles pedimos seu voto. A alternativa, representada pelo atual presidente, é o fim da Democracia e dos direitos políticos. Basta de ódio e de ataques à liberdade religiosa, chega de fome, de destruição do meio ambiente, de desintegração dos direitos econômicos e sociais de nossa população.
Reflita sobre a recente tentativa de intimidação e controle do STF, com a ameaça de aumentar o número de ministros. É o ataque do autoritarismo, uma agressão à Justiça, como fez a ditadura militar brasileira.
São muitas as adesões à frente ampla que se formou para enfrentar a maior ameaça que o Brasil já sofreu desde a redemocratização. Vamos juntos com Simone Tebet, Ciro Gomes, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Marina Silva, ex-ministros do Supremo que já se manifestaram até agora, Nelson Jobim, Sepúlveda Pertence, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa, Celso de Mello e Carlos Veloso, além de economistas de responsabilidade e grande prestígio e outras muitas figuras públicas de diversos espectros políticos que acreditam na união de nossas forças, para vencer o atraso e colocar o Brasil de volta no trilho do desenvolvimento e do combate à desigualdade social e recuperar seu lugar de destaque na comunidade internacional.
Queremos unir brasileiras e brasileiros, a despeito de diferentes visões político-ideológicas, em torno do que está expresso no preâmbulo da Constituição da República, “um Estado democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”.
Recusamos a mentira, as ameaças, a violência. Somos pela democracia, pela justiça e pela vida. Votar em Lula, neste momento, é defender o Estado Democrático de Direito!