Brasil | Cuatro años de impunidad: reclamaron justicia en otro aniversario del crimen de Marielle Franco

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Atos e homenagens marcam aniversário de quatro anos dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes

As famílias e organizações de Direitos Humanos, como a Anistia Internacional e a Justiça Global, prepararam uma série de eventos para marcar os quatro anos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Na manhã desta segunda-feira, uma missa em memória dos dois foi celebrada na Igreja da Candelária, no Centro do Rio. Mais cedo, a mãe de Marielle, Marinete da Silva, a irmã, Anielle Franco, e a viúva de Anderson, Agatha Arnaus, ergueram cartazes em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pedindo que que as informações dos autos de investigação sobre os mandantes do assassinato sejam compartilhadas com as famílias. As famílias de Marielle e Anderson se reuniram, também nesta segunda-feira, com o governador do estado do Rio, Cláudio Castro.

Mais do que homenagear Marielle e Anderson, as ações foram planejadas para cobrar respostas das autoridades, além de mais rapidez e transparência nas investigações. Numa postagem no Twitter, a irmã de Marielle, Anielle Franco, questionou “por que as recomendações da Comissão Externa realizada no âmbito do Congresso Nacional no ano de 2018 ainda não foram implementadas?”. Na rede social, as hashtags #4AnosSemRespostas e #JustiçaPorMarielleEAnderson ficaram entre as mais mencionadas do país durante toda a manhã e no início da tarde desta segunda-feira.

A Anistia Internacional Brasil preparou uma intervenção urbana com uma instalação de 2,5 metros de altura, em frente à Câmara dos Vereadores, na Cinelândia. No formato de um grande livro, a instalação simula o processo judicial ainda não concluído, destacando a falta de acesso das famílias das vítimas e seus advogados às informações. Interativa, a ação busca mobilizar a sociedade em busca de respostas em apoio às famílias de Marielle e Anderson.

A diretora da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, destaca o número de autoridades de diferentes órgãos envolvidos nas investigações que passaram pelo caso ao longo dos últimos quatro anos.

– Estamos agora na Cinelândia, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, em frente à Câmara de Vereadores, onde Marielle exerceu mandato como uma das vereadoras mais votadas da cidade. Estamos aqui três governadores depois, onze promotores, cinco delegados, diversos secretários de segurança pública, de Polícia Militar, de Polícia Civil, e juízes. Estamos aqui de novo porque a gente tem um chamado muito importante: queremos acesso aos autos, a família precisa de respostas – cobra Jurema Werneck.

Além da ação da Anistia, o Instituto Marielle Franco estendeu faixas com os dizeres “Quem mandou matar Marielle?” na fachada do Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio. Nas escadarias do edifício, foram espalhados girassóis e fotografias de pessoas negras mortas em ações policiais.

Outras atividades do Instituto Marielle Franco estão previstas para esta segunda-feira. Está marcado para às 16h o Festival Justiça por Marielle e Anderson, no Circo Voador, na Lapa. O evento vai começar com a mesa de debates “A radical imaginação política das mulheres negras”, com Anielle Franco, Bianca Santana, da Casa Sueli Carneiro, e Tainah Pereira, do Mulheres Negras Decidem. Em seguida, haverá uma oficina de bordados e escrita, além de apresentações de artistas como Karol Conká, BK, Lellê, Jéssica Ellen e Marina Iris.

Extra Globo


‘Devemos começar perguntar a quem interessa que o caso Marielle não seja elucidado’, diz Mônica Benício

Há 1.461 dias sem respostas, a vereadora Mônica Benício (Psol-RJ), viúva da também parlamentar e ativista Marielle Franco, já adiciona à lista de perguntas sem respostas sobre o crime político que tirou a vida de sua companheira e do motorista Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018, “a quem interessa que o caso Marielle e Anderson não seja elucidado”. O assassinato completa quatros anos nesta segunda-feira (14) e as famílias e as organizações em defesa dos direitos humanos ainda seguem perguntando quem matou Marielle e Anderson, quem mandou matar e por que.

A falta de um desfecho da investigação, em 48 meses, acende um alerta e justifica o questionamento. “São quatro anos de um crime de repercussão internacional, que foi escandalosamente uma das maiores violências que atravessou as nossas histórias nos últimos tempos e que abalou a nossa democracia. Em quatro anos sem resposta, acho que a gente deve começar a perguntar a quem interessa que o caso Marielle Franco não seja elucidado. Quais pessoas hoje não têm interesse em chegar nesta resposta porque ou há uma força maior (que impede) ou há uma nítida incompetência de todos os poderes envolvidos diante das investigações”, afirma Mônica Benício.

Entre as perguntas mais reverberadas no Brasil – e no mundo –, apenas quem matou Marielle e Anderson começou a ser respondida. A vereadora e o motorista foram vitimados no momento em que passavam de carro, por volta das 21h, na rua Joaquim Palhares, no bairro do Estácio, região central do Rio de Janeiro. O veículo branco que Anderson dirigia foi alvejado com nove tiros na lataria e outros quatro no vidro, resultando na morte imediata dele e de Marielle.

Atos por justiça para Marielle e Anderson marcam o dia de hoje. A partir das 16h, um festival será realizado no Circo Voador, na Lapa, centro do Rio. Em São Paulo, movimentos protestam e promovem um sarau no Largo da Batata, zona oeste, às 17h. Amanhã (15), a Câmara dos Deputados promove ato simbólico e sessão solene por Marielle e Anderson.

Lessa e Élcio Queiroz

Às vésperas de se completar um ano do crime político, em março de 2019 o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz foram presos e acusados pelo Ministério Público do Rio como responsáveis pela execução dos assassinatos. Lessa teria atirado contra a vereadora enquanto Élcio Queiroz dirigia o veículo Cobalt prata que perseguiu Marielle. No início do ano passado, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) determinou a ida dos dois ao júri popular. Mas, até hoje, o julgamento segue sem data.

Em setembro de 2021, os advogados de Lessa apresentaram um agravo contra a decisão de levar o caso ao Tribunal do Júri. O recurso foi negado pelo TJ-RJ e encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na semana passada, familiares das vítimas e organizações da sociedade civil que formam o Comitê Justiça por Marielle e Anderson – criado em julho de 2021 para acompanhar as investigações – se reuniram com o ministro do STJ Rogério Schietti para pedir celeridade no julgamento do agravo e dos réus.

Segundo a advogada e mãe da vereadora, Marinete Silva, os familiares têm a esperança de que, diante de uma condenação mais elevada, os acusados revelem o nome ou os nomes dos autores intelectuais do crime. O ministro responsável por avaliar o agravo prometeu empenho. A diretora executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck, acrescenta que, sem o julgamento, “não há confirmação da Justiça de que eles (Lessa e Élcio) sejam os executores”.

As trocas e interferências

Para Jurema, as sucessivas mudanças nas administrações e nos órgãos de investigações, com trocas de delegados e promotores ao longo do caso, também contribuíram para a falta de celeridade nas investigações. Há pouco mais de um mês, na Polícia Civil, o caso foi para as mãos de Alexandre Herdy, o quinto delegado a assumir o caso. Outros três grupos diferentes de promotores ficaram à frente da investigação.

Em julho de 2020, duas promotoras, Simone Sibilio e Letícia Emile, deixaram, de forma voluntária, a força-tarefa, criada meses antes para investigar o crime, denunciando tentativas de interferência externa. Ambas acompanhavam o caso desde 2018 e foram as responsáveis pela linha de investigações que chegou à participação de Lessa e Queiroz.

“Foram três governadores (do estado). Perdi a conta de quantos secretários de Segurança Pública (passaram pelo cargo no período). O Rio estava sob intervenção na segurança pública, liderada pelo atual ministro da Defesa (Walter Braga Netto) que, à época, com o secretário de Segurança Pública nomeado por ele, o general Richard Nunes, declararam que já estavam perto da solução. Isso no primeiro ano da investigação sob a gestão deles”, lembra a diretora-executiva. “Ao longo desse período todo vimos vazamentos de todo o tipo nos jornais, mas o que a gente não viu foi justiça.(…) Nos preocupa a descontinuidade, a demora, tudo o que não seja fazer justiça por Marielle e Anderson”, aponta.

Perguntas sem respostas

Há três anos, a Anistia Internacional lançou documento com 23 perguntas sobre o caso Marielle e Anderson. Deste compilado, 14 questõees permaneceram em aberto e integraram um dossiê publicado pelo Instituto Marielle, no ano passado. Até hoje, contudo, essas questões continuam sem respostas e avanços. Segundo o MP, há linhas de investigação e diligências a serem feitas no futuro. Na semana passada, o órgão disse ter recebido da Polícia Civil 1.300 imagens novas referentes às câmeras de segurança da prefeitura carioca e de prédios e hotéis na época do crime.

Documentos, notebooks e cartões de memória apreendidos na casa de Ronnie Lessa também foram repassados aos promotores recentemente. O MP investiga a possibilidade ainda de os criminosos terem recebido apoio de um segundo carro. No início do caso, essa informação chegou a ser apontada, mas foi descartada pelo MP. As famílias e entidades da sociedade civil também questionam a origem das balas que vitimaram Marielle e Anderson. No local do assassinato, a polícia recolheu uma dezena de cápsulas e descobriu que a munição usada pertencia a um lote extraviado da Polícia Federal. Os familiares não sabem das conclusões sobre o desvio.

Há dúvidas quanto ao responsável por ter desligado as câmeras de segurança do trajeto de Marielle e Anderson. Em 2019, a Delegacia de Homicídios (DH) apontou o envolvimento de Lucas do Prado Nascimento da Silva, conhecido como Todynho, como o responsável por clonar os documentos do Cobalt prata usado pelos assassinos na noite do crime. O suspeito foi executado 20 dias depois da morte de Marielle, em provável queima de arquivo. Mas o Instituto Marielle Franco e a Anistia Internacional questionam se há ligação dele com o grupo de milicianos Escritório do Crime, chefiado então por Adriano da Nóbrega, também morto em 2020. O miliciano teve parentes empregados no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL) quando era deputado estadual do Rio.

Marielle, um símbolo

“Não há avanços, são muitas perguntas sem respostas”, critica Jurema Werneck. A diretora também ressalta que a responsabilidade de apresentar as respostas nesse momento está com o governo do Rio de Janeiro, chefiado por Cláudio Castro (PL), que, segundo ela, tem se omitido em relação ao dever da transparência, como denunciou no ano passado. “E nós temos essa preocupação, externada pela família de Marielle e de Anderson, que é a falta de acesso de seus advogados aos autos”, aponta. “As vítimas têm o direito à verdade e à informação. Elas têm o direito de ouvir de todas as autoridades envolvidas o que está acontecendo.”

De acordo com ela, enquanto o crime contra Marielle e Anderson segue sem resposta, “a mensagem que se passa é a da impunidade”. “De que é possível matar alguém como Marielle Franco no terceiro país do mundo onde mais se matam ativistas, e ficar por isso mesmo. Porque quem mandou matar está levando quatro anos livre”, completa.

Mônica Benício teme ainda que o ambiente político, em ano de eleições, contamine as investigações. Para ela, “infelizmente”, explica, “é difícil ter esperança em um ano em que temos personagens eleitoreiros fazendo política e politicagem principalmente com o nome da Marielle”. A vereadora aponta que há uma “tentativa de destruição da memória de Marielle como representatividade”. O que, por outro lado, é “muito simbólico de ver”, já que a vereadora representava a “política da esperança”, uma oponente para o “avanço da política bolsonarista”.

Atos por Justiça

“Marielle representa para nós, mulheres, população LGBTQIA+, negra, periférica, essa nova esperança na política como um símbolo. Para eles é interessante que esse símbolo seja destruído para que não haja a preservação dessa memória. Mas estamos aqui para garantir que isso não vai acontecer e que Marielle será lembrada para sempre na história desse país, como deve ser, e que seguirá sendo inspiração para todas as mulheres feministas, socialistas e a população LGBT. Ela é nosso farol de esperança para tempos melhores neste país”, conclui a viúva.

Atos por justiça para Marielle e Anderson marcam o dia de hoje. A partir das 16h, um festival pela memória da vereadora e do motorista será realizado no Circo Voador, na Lapa, centro da capital fluminense. Em São Paulo, movimentos também protestam e promovem um sarau no Largo da Batata, na zona oeste, às 17h. Homenagens também serão feitas em Aracaju e Belém, na posse da Bancada Mulheres Amazônidas. Já amanhã (15), a Câmara dos Deputados promove ato simbólico e sessão solene por Marielle e Anderson.

Red Brasilatual


Lula recordó los cuatro años del asesinato de Marielle Franco: «Fue un crimen brutal y político»

El expresidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pidió justicia por el asesinato de la concejala y defensora de los derechos humanos Marielle Franco, un hecho que calificó como «crimen brutal y político» en su cuarto aniversario. Franco, militante del Partido Socialismo y Libertad, y su chofer Anderson Gomes, fueron ultimados en una zona céntrica de Río de Janeiro en la noche del 14 de marzo de 2018. Dos expolicías están detenidos acusados de haber perpetrado el homicidio pero el Ministerio Público y la policía no han determinado aún quién mandó a matar a Franco, quien desde su banca de concejal denunciaba el avance de los grupos parapoliciales en el control del delito en las favelas.

¿Quién mandó matar a Marielle?

Lula recordó el aniversario y puso el acento en la falta de responsables en la investigación mediante un mensaje en su cuenta de Twitter, en el que aparece fotografiado mostrando una remera con la leyenda «¿Quién mandó matar a Marielle?». «Se cumplen 4 años del asesinato de Marielle Franco y Anderson Gomes. Un crimen brutal y político. Todavía no sabemos quiénes son los directores. ¡Seguimos exigiendo justicia! Las luchas de Marielle no fueron en vano», escribió Lula, favorito para ganar las elecciones presidenciales de este año.

Además el exalcalde de San Pablo, Fernando Haddad, d¡ijo en su cuenta de Twitter: «El asesinato de una concejala y activista por los derechos civiles, Marielle Franco, tuvo un autor intelectual. Cuatro años después no se ha revelado el nombre de la persona que ordenó los tiros en su rostro, de la manera más cobarde posible. Los fascistas celebran. Asqueroso».

Marielle Franco se transformó en 2018 en un símbolo del ascenso de la ultraderecha: el diputado Daniel Silveira hizo campaña rompiendo un cartel con el nombre de la militante feminista en un acto. La semana pasada Silveira y el diputado estadual por Río de Janeiro, Rodrigo Amorim, posaron junto a esa placa rota. En el fondo de la misma imagen, también enmarcados, se podía apreciar un rifle y un retrato del senador Flavio Bolsonaro.

Familiares piden justicia

«Feminismo, LGBT, favela, negritud. El cuerpo y la voz de Marielle respiraban lucha. Hoy se cumplen cuatro años sin ella. Honramos su trayectoria, exigimos respuestas», escribió en redes sociales Anielle Franco, escritora feminista y hermana de Marielle.

El expresidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, pidió justicia por el asesinato de la concejala y defensora de los derechos humanos Marielle Franco, un hecho que calificó como «crimen brutal y político» en su cuarto aniversario. Franco, militante del Partido Socialismo y Libertad, y su chofer Anderson Gomes, fueron ultimados en una zona céntrica de Río de Janeiro en la noche del 14 de marzo de 2018. Dos expolicías están detenidos acusados de haber perpetrado el homicidio pero el Ministerio Público y la policía no han determinado aún quién mandó a matar a Franco, quien desde su banca de concejal denunciaba el avance de los grupos parapoliciales en el control del delito en las favelas.

¿Quién mandó matar a Marielle?

Lula recordó el aniversario y puso el acento en la falta de responsables en la investigación mediante un mensaje en su cuenta de Twitter, en el que aparece fotografiado mostrando una remera con la leyenda «¿Quién mandó matar a Marielle?». «Se cumplen 4 años del asesinato de Marielle Franco y Anderson Gomes. Un crimen brutal y político. Todavía no sabemos quiénes son los directores. ¡Seguimos exigiendo justicia! Las luchas de Marielle no fueron en vano», escribió Lula, favorito para ganar las elecciones presidenciales de este año.

Además el exalcalde de San Pablo, Fernando Haddad, d¡ijo en su cuenta de Twitter: «El asesinato de una concejala y activista por los derechos civiles, Marielle Franco, tuvo un autor intelectual. Cuatro años después no se ha revelado el nombre de la persona que ordenó los tiros en su rostro, de la manera más cobarde posible. Los fascistas celebran. Asqueroso».

Marielle Franco se transformó en 2018 en un símbolo del ascenso de la ultraderecha: el diputado Daniel Silveira hizo campaña rompiendo un cartel con el nombre de la militante feminista en un acto. La semana pasada Silveira y el diputado estadual por Río de Janeiro, Rodrigo Amorim, posaron junto a esa placa rota. En el fondo de la misma imagen, también enmarcados, se podía apreciar un rifle y un retrato del senador Flavio Bolsonaro.

Familiares piden justicia

«Feminismo, LGBT, favela, negritud. El cuerpo y la voz de Marielle respiraban lucha. Hoy se cumplen cuatro años sin ella. Honramos su trayectoria, exigimos respuestas», escribió en redes sociales Anielle Franco, escritora feminista y hermana de Marielle.

Monica Benicio, viuda de Marielle, también continúa exigiendo justicia por el crimen: «Es desalentador, agotador y muy preocupante llegar al hito de cuatro años sin una respuesta de quién mandó matar a Marielle y por qué», declaró al portal Metrópoles. Benicio, quien fue electa concejala en 2020 por el mismo partido al que pertenecía Franco, acusó: «Cuatro años después, el sentimiento para mí es que el gobernador Claudio Castro es muy incompetente o que hay mucha mala fe».

Castro, aliado de Bolsonaro, está acusado de interferir en la investigación que lleva adelante la Policía Federal bajo las directivas de la Fiscalía carioca. En julio de 2021 abandonaron el caso las procuradoras Simone Sibilio y Leticia Emile, quienes denunciaron que «interferencias externas» podían entorpecer la investigación. En ese entonces se supo que policías no involucrados al caso habían accedido a información confidencial.

Este lunes, las escalinatas del Concejo Municipal de Río de Janeiro amanecieron con una intervención urbana de más de dos metros de altura de Amnistía Internacional. Varios paneles explicaron el proceso legal y judicial sobre el asesinato y destacaron la falta de acceso a la información brindada a los familiares y sus abogados.

Lo que se sabe del asesinato

El 14 de marzo de 2018, mientras Brasil iniciaba la campaña electoral para definir al próximo presidente, Marielle Franco fue asesinada de tres tiros en la cabeza por un grupo de expolicias. El conductor del vehículo en el que viajaba, Anderson Gomes, murió en el mismo ataque. Venían de un encuentro con mujeres en riesgo por violencia en el barrio de Lapa, zona céntrica de Río de Janeiro.

Luego de cuatro años la principal hipótesis dice que Franco, de 38 años, fue asesinada por encargo, pero la investigación no ha avanzado para identificar a los responsables intelectuales. A pesar de la detención de los expolicías Ronnie Lessa y Elcio Queiroz, quienes reconocieron que efectuaron los disparos, defensores de derechos humanos, dirigentes políticos y la familia de Franco continúan reclamando saber quiénes solicitaron el asesinato de la lideresa afro.

Los vínculos con Bolsonaro

La investigación sufrió tropiezos y se transformó en un escándalo cuando se supo que los homicidas partieron para cometer el delito del mismo condominio de Barra de Tijuca donde residía Bolsonaro antes de mudarse a Brasilia, a la residencia oficial de la Alvorada. Según una de las varias versiones que se manejan, Lessa y Queiroz acudieron a la casa del ahora presidente antes de cometer el crimen.

Lo cierto es que la muerte de Franco levantó la alfombra en la que se escondía la violencia política brasileña, sobre todo porque en ese momento Río de Janeiro estaba bajo intervención militar decretada por el entonces presidente Michel Temer. El interventor de la seguridad de Río en la época era el general de brigada Walter Braga Netto, actual ministro de Defensa de Bolsonaro y favorito para acompañar al mandatario como candidato a vicepresidente en las elecciones del dos de octubre.

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