Primer encuentro de Lula con Alckmin de cara a una posible alianza para el 2022

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Lula e Alckmin dão novo passo em aliança para 2022 com 1º encontro público

O ex-presidente Lula (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido, ex-PSDB) fizeram neste domingo (19) sua primeira aparição conjunta em público em meio a articulações para que o ex-tucano seja vice do petista na disputa para a Presidência nas eleições de 2022.

O esperado encontro entre os dois ocorreu durante um jantar promovido pelo grupo de advogados Prerrogativas, que contou com cerca de 500 convidados no restaurante A Figueira Rubaiyat, em São Paulo.

Entusiastas da chapa viram no evento um grande avanço para a formalização da união, que poderia já ser anunciada no início do ano que vem.

Em discurso de 42 minutos, Lula minimizou o passado de rivalidade com outros grupos políticos, em recado que pareceu talhado para os que lembram as trocas de farpas entre os dois.

«Não importa se no passado fomos adversários. Se trocamos algumas botinadas. Se no calor da hora dissemos o que não deveríamos ter dito. O tamanho do desafio que temos pela frente faz de cada um de nós um aliado de primeira hora», disse Lula.

«É este o verdadeiro motivo pelo qual estamos reunidos aqui nesta noite: a nossa fé na democracia.»

Dentro do restaurante, a área reservada a Lula, Alckmin e outros políticos foi separada dos demais convidados do mundo jurídico. O local era cercado por um biombo. Lula e Alckmin se sentaram na mesma mesa no jantar.

O clima era descontraído, e a conversa, segundo políticos presentes, girou em torno de assuntos gerais. Os detalhes do acerto entre Lula e Alckmin não seriam discutidos diante do público, dizem aliados de ambos.

Após agradecer a presença de políticos presentes e citar nominalmente o ex-governador de São Paulo, Lula brincou com o interesse da imprensa em uma foto dos dois juntos.

«É engraçado que a imprensa está tão nervosa com uma foto de mim com o Alckmin. É engraçado que eu fui presidente ele foi governador, eu estive 600 vezes com o Alckmin e ninguém nunca pediu para eu tirar fotografia com o Alckmin».

Lula disse que ainda não definiu a candidatura. «Sei da responsabilidade que eu tenho quando disser que sou candidato. E eu sei que o Brasil que vou pegar em 2023 é muito pior que o país que eu peguei em 2003, e eu não quero brincar com o povo brasileiro», disse.

Ao falar da possibilidade de aliança com o ex-tucano, pediu calma.

«Eu tenho que respeitar o Alckmin. Ele deixou o PSDB, ele ainda não tem partido, não sei a qual partido ele vai se filiar. E quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o partido dele e o meu partido. Então a gente tem que ter paciência», afirmou.

Alckmin acompanhou a fala de Lula com atenção, mas não era possível ouvir o ex-presidente no salão. O ex-governador passou a tentar acompanhar a transmissão pela internet, com o celular no ouvido.

Questionado pela Folha sobre a aliança, Alckmin afirmou: «vamos aguardar, um primeiro passo foi dado». Ele também evitou responder sobre qual partido deve escolher —​PSD e PSB são opções. Para compor chapa com Lula, o caminho deve ser o PSB.

«O processo está começando. Agora é hora de ouvir bastante, conversar bastante. É hora de grandeza política, espírito público e união. Vamos aguardar», completou.

A aliança entre Lula e Alckmin vem sendo costurada pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e pelo ex-governador Márcio França (PSB), ambos pré-candidatos ao Governo de São Paulo.

O entendimento geral, contudo, é o de que não há espaço para que a dupla se enfrente nas urnas e, por isso, alguém vai ter que abrir mão da candidatura.

Na entrada do jantar, petistas defendiam a manutenção da candidatura de Haddad, enquanto aliados de França pregam que o petista concorra ao Senado e deixe o caminho para o Bandeirantes livre para o pessebista.

O argumento no PT é o de que o partido é maior em São Paulo do que o PSB e, portanto, teria mais estrutura para a campanha e para angariar votos. Além disso, Haddad está na frente nas pesquisas.

Para aliados de França, o ex-governador pode, como candidato e palanque de Lula, ampliar o apoio ao petista no estado, agregando votos que Haddad não traria.

Do lado de fora do estacionamento, havia ao menos quatro apoiadores de Lula –um deles com boné do PCO (Partido da Causa Operária). Seguravam placas com os dizeres «Fora Bolsonaro. Lula presidente». No verso, à caneta: «Alckmin não».

Um bolsonarista também foi ao local, com uma camiseta «Supremo é o povo».

As críticas ao governo Jair Bolsonaro, por vezes chamado de genocida, deram a tônica dos discursos feitos pelos integrantes do Prerrogativas durante o jantar.

«Nossa irrestrita solidariedade com quase 620 mil famílias brasileiras que choram hoje a morte de um ente querido. Mais de 600 mil ausências sofridas, mais de 600 mil histórias interrompidas por ações e omissões criminosas desse governo genocida que nos envergonha diante do Brasil e do mundo», afirmou o coordenador do grupo, Marco Aurélio de Carvalho.

«Não podemos nos esquecer daqueles que em 2018 acharam que a escolha era difícil. São responsáveis diretos e [têm] as mãos sujas de sangue. O grupo Prerrogativas, entretanto, nunca se escondeu na conveniência do silêncio», disse ainda.

Compareceram ao jantar deste domingo os governadores Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI) e Rui Costa (PT-BA); o prefeito do Recife, João Campos (PSB); e presidentes de partidos como Gleisi Hoffmann (PT), Gilberto Kassab (PSB), Paulinho da Força (SD), Carlos Siqueira (PSB) e Baleia Rossi (MDB).

O jantar contou ainda com a secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, Marta Suplicy; com os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Omar Aziz (PSD-AM) e o com ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (sem partido-RJ).

O ex-senador Arthur Virgílio foi o único tucano visto entre os políticos. Estavam presentes ainda o ministro do TCU Bruno Dantas, a chef Bela Gil e a filósofa Djamila Ribeiro.

Lula foi recepcionado para discursar ao som dos versos «Tu vens, tu vens / Eu já escuto os teus sinais», de Alceu Valença. Os convidados do jantar também cantaram «Olê Lula».

O petista foi agraciado na noite de domingo com o troféu «perseverança», concedido pelo Prerrogativas, e com um quadro de Cândido Portinari, entregue pelas mãos do deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ) e do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

O advogado Alberto Toron, que neste ano defendeu o empresário bolsonarista Carlos Wizard no âmbito da CPI da Covid, também compareceu ao evento e homenageou Lula com uma beca, como a usada nas cortes, para simbolizar a justiça.

«Lula será o homem capaz de transformar este país num país que deixa de ser polarizado para um país de união», disse Toron.

«Um homem que dentro do cárcere respeitou as regras do jogo democrático e do jogo do direito também», afirmou o advogado.

Até agora, a articulação para que o paulista seja vice de Lula vinha ocorrendo nos bastidores. Para entusiastas da ideia, a participação de ambos no evento marca essa aproximação.

​Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (17) mostra que, para 70% dos eleitores, a hipótese da chapa Lula-Alckmin não altera a chance de votar no petista, que lidera a corrida com 48%. O presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece em segundo com 22%.

O jantar ocorre após a saída de Alckmin do PSDB, anunciada nesta semana. A migração do ex-governador também foi vista como um avanço na direção da formação da chapa.

Um dia após a desfiliação, Alckmin publicou no Twitter que «o diálogo é o primeiro passo para enfrentarmos os desafios, avançar e garantir a retomada do crescimento».

«Nosso país precisa de pacificação», disse. «O momento exige grandeza política, espírito público e união», completa. O discurso faz referência à propagada união de adversários para a superação do bolsonarismo.

Na manhã deste domingo, em mais uma sinalização de aproximação com a esquerda, Alckmin tomou café da manhã com o deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que publicou uma foto falando em «diálogo, espírito público e responsabilidade».

A verba arrecadada com o jantar, que contou com a participação de outros políticos, juristas e professores, será doada para a campanha «Tem gente com fome», da Coalizão Negra por Direitos.

O jantar angariou mais de R$ 300 mil em doações para a iniciativa. O valor será revertido em cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade social.

«Pergunto se é assim sempre, com um monte de gente preta», disse Douglas Belchior, integrante da Coalizão e cofundador da Uneafro, sobre o restaurante de elite A Figueira Rubaiyat, que sediou o evento.

Belchior ainda presenteou Lula com o livro «Quarto de Despejo», de Carolina Maria de Jesus. «‘A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo e nas crianças’», disse, citando uma passagem da obra.

«Nada como já não foi dito, nós já sabemos. Nós já temos o mapa. Nós temos, inclusive, a oportunidade de repetir essa experiência no ano que vem com Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República», completou Belchior.

Em encontro com dirigentes de centrais sindicais, no dia 29 de novembro, Alckmin obteve apoio para a dobradinha com Lula e disse que a hipótese caminhava.

Ao comunicar que iria se desfiliar do PSDB, Alckmin deixou mais claro a pessoas próximas que hoje está propenso a encampar o projeto de ser candidato a vice ao lado do petista.

Segundo relatos, o agora ex-tucano verbalizou que precisa pensar no país e que se aliar a uma chapa pode trazer a candidatura de Lula para o centro, afastando tentativas de atrelar a ela a pecha de radical de esquerda.

Aliados de Alckmin que conversaram com ele nos últimos dias o veem maduro na decisão.

Folha de S Paulo


Lula arrasa en las encuestas y teje alianzas dentro y fuera de Brasil

Si las elecciones fueran hoy, Luiz Inácio Lula da Silva volvería a ser presidente de Brasil por tercera vez y sin necesidad de segunda vuelta, derrotando a Jair Bolsonaro por casi treinta puntos de diferencia. Es lo que muestran las últimas encuestas de Datafolha e Ipec (ex Ibope), publicadas esta semana, confirmando la tendencia ya registrada por otras consultoras en los últimos meses. La victoria de Lula, que pasó 580 días preso en Curitiba y fue proscripto en las elecciones de 2018, sería aún mayor si hubiese balotaje: según Datafolha, el líder del Partido de los Trabajadores superaría el 65% de los votos válidos y vencería tanto al actual presidente como al exjuez que lo encarceló, que también será candidato luego de romper con Bolsonaro, a quien ayudó a llegar al poder.

Los números de ambas consultoras son casi idénticos. Según Ipec, que encuestó a 2002 personas en 144 ciudades del 9 al 13 de diciembre, Lula da Silva obtendría en la primera vuelta el 48/49% de los votos (hay dos escenarios, dependiendo de quiénes sean sus adversarios), seguido por el presidente Jair Bolsonaro (21/22%), el exjuez Sergio Moro (6/8%) y los exgobernadores Ciro Gomes (5%) y João Doria (2/3%). Según Datafolha, que encuestó a 3666 personas en 191 ciudades del 13 al 16 de diciembre, Lula obtendría el 47/48% de los votos, seguido por Bolsonaro (21/22%), Moro (9%), Ciro (7%) y Doria (3/4%). La intención de voto del candidato de la izquierda crece entre los más jóvenes (53/54%), los más pobres (55/56%) y los habitantes del Nordeste (61%). Entre los evangélicos, que votaron masivamente a Bolsonaro en 2018, están empatados, con leve ventaja para Lula. En cuanto a los niveles de rechazo, apenas 34% respondió a Datafolha que no votaría a Lula en ningún caso, mientras que a Bolsonaro lo descarta por completo el 60%.

Mientras la aprobación del actual presidente sigue cayendo –solo el 19% según Ipec y 22% según Datafolha aprueban su gobierno, en medio de una catástrofe sanitaria, desastre económico, crecimiento del hambre y la desigualdad, amenazas de golpe y escándalos de corrupción–, Lula continúa creciendo y se reúne con diferentes actores sociales y políticos para discutir el futuro. Para adentro, negocia una amplia coalición antifascista que, además de unir a todas las fuerzas de izquierda, también podría sumar como vice a un viejo adversario de derecha: el exgobernador de São Paulo Geraldo Alckmin, a quien el expresidente venció en la segunda vuelta de 2006. Para afuera, conversa con líderes extranjeros, da entrevistas internacionales (como la que concedió a la agencia Télam) y es recibido en cada país que visita desde que recuperó su libertad con honores de jefe de Estado.

El viaje de Lula a la Argentina, donde habló frente a una multitud en la Plaza de Mayo junto a Alberto Fernández, Cristina Fernández de Kirchner y el uruguayo José “Pepe” Mujica, fue el broche de oro de una serie de viajes internacionales en las que parecía un presidente electo que comienza a preparar su gestión. No es secreta la amistad y sintonía política que hay entre Lula y el presidente argentino, que se confiesa orgullosamente “lulista” y, cuando aún era candidato a la presidencia por el Frente de Todos, fue a visitarlo a su celda y manifestó en la puerta de la sede de la Policía Federal brasileña en Curitiba su solidaridad con quien aún era un preso político. “El compañero Alberto Fernández era candidato y tuvo el coraje de ir a la cárcel a visitarme”, recordó Lula emocionado en el acto por el Día de la Democracia en la histórica plaza, mientras Alberto parecía a punto de llorar.

Pero no fue solo en Argentina que Lula mostró sus condiciones para sacar a Brasil del lugar de paria internacional al que Bolsonaro lo llevó. En noviembre, en Alemania, se reunió Olaf Scholz, que ya había ganado las elecciones y se preparaba para asumir como canciller. El político socialdemócrata, que antes fue vicecanciller y ministro de Finanzas de Angela Merkel, se declaró muy satisfecho por el encuentro y tuiteó que aguardaba con expectativa “continuar nuestro diálogo” (quién sabe, cuando ambos ya gobernaran sus países). Más tarde, en Bélgica, Lula fue invitado a hablar ante el Parlamento Europeo, donde las bancadas progresistas lo aplaudieron de pie.

En Francia, Emmanuel Macron hizo desfilar a la guardia republicana antes de salir a saludarlo en la entrada del Palacio del Eliseo. Durante más de una hora de reunión, hablaron sobre la pandemia, la transición climática, las relaciones bilaterales, y la preocupación por la manera en que Brasil “se apartó del sistema multilateral y de grandes acuerdos internacionales” en los últimos años. El expresidente brasileño también fue recibido por la alcaldesa de París, Anne Hidalgo; el expresidente François Hollande y el líder de izquierda Jean-Luc Mélenchon, además de recibir un premio al “coraje político” de la prestigiosa revista Política Internacional y dar un discurso en el instituto de estudios políticos Sciences Po, que diez años atrás lo había hecho doctor honoris causa.

En España, el presidente Pedro Sánchez lo recibió en La Moncloa y destacó luego en las redes sociales que “España y Brasil tienen fuertes lazos estructurales y permanentes”, el tipo de declaración que se hace cuando se reúnen dos jefes de gobierno. Hablaron sobre la pandemia, la crisis climática, la recuperación económica global, las relaciones entre Europa y América Latina y los “riesgos para la democracia”, todo un mensaje para los brasileños. También se reunió con la vicepresidenta Yolanda Díaz, que asumió el liderazgo de Unidas Podemos tras la salida de Pablo Iglesias y se perfila como candidata por el ala más a la izquierda de la coalición. Con el presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, Lula ya se había reunido en julio en São Paulo, durante la visita del mandatario a Brasil.

Todo lo anterior contrasta con lo sucedido en octubre, cuando Bolsonaro viajó a Roma para la cumbre del G-20, donde solo logró una conversación formal con el presidente argentino, obligado a encontrarse con él por la importancia de la relación bilateral, que trasciende a los gobiernos. El periodista brasileño Jamil Chade, que tuvo acceso a la antesala de la cumbre, relata la soledad de ese hombre indeseable con el que nadie quería ser fotografiado. Mientras, en diferentes partes de la sala, líderes de todo el mundo mantenían reuniones o conversaban informalmente sobre los más diversos temas de actualidad –la distribución de las vacunas, la crisis económica, la gestión de la OMS, acuerdos comerciales–, Bolsonaro estaba sentado en un rincón, solo, sin amigos, sin interlocutores. Los presidentes y primeros ministros lo evitaban y ni siquiera le daban la mano. El presidente brasileño trató de comenzar una charla con uno de los mozos italianos que servían las bebidas, le hizo un chiste sobre fútbol, pero fue ignorado. La única noticia relevante sobre su participación en la cumbre fue que sus custodios agredieron a los periodistas cuando trataban de entrevistarlo.

No había sido mejor el mes anterior en Nueva York, adonde Bolsonaro viajó para participar de la Asamblea General de la ONU. Antivacunas, el presidente brasileño era el único del G-20 que no estaba inmunizado, por lo que el alcalde neoyorquino, Bill de Blasio, dijo que “si no quiere vacunarse, no precisa venir” y los restaurantes en los que quiso entrar le prohibieron el ingreso. Terminó comiendo pizza en la calle y fue el hazmerreír de todo el mundo. En su encuentro con Boris Johnson, transmitido por televisión, el primer ministro británico aprovechó la ocasión para hablar de la importancia de vacunarse y recordó que ya se había dado las dos dosis de Oxford/AstraZeneca. Bolsonaro respondió entre risas que él no estaba vacunado.

Un poco antes, en agosto, al recibir a una comitiva del gobierno de Estados Unidos, el presidente brasileño les dijo en la cara a los funcionarios de Joe Biden que Donald Trump había sufrido un fraude electoral y él estaba luchando para que no le pasara lo mismo. El secretario de Seguridad Nacional de la Casa Blanca, Jack Sullivan, lo miraba estupefacto.

Las denuncias infundadas de “fraude electoral” son uno de los principales caballitos de batalla de Bolsonaro desde que Lula salió de la cárcel y él comenzó su cuenta regresiva en el Palacio del Planalto. Al igual que Trump, viene preparando su derrota con teorías conspirativas sobre las urnas electrónicas, acusaciones contra la justicia electoral y “advertencias” que, en varias oportunidades, cruzaron el límite de la amenaza de golpe de Estado, incluyendo un desfile militar frente al Congreso el día en que los diputados rechazaron su proyecto de reformar la legislación electoral y un acto con sus seguidores en el que, a los gritos, amenazó a los poderes legislativo y judicial y atacó a jueces del Supremo. Ya en julio, la campaña de mentiras de Bolsonaro para cuestionar la transparencia de las elecciones en Brasil lo había llevado a un duro enfrentamiento con el Tribunal Superior Electoral (TSE) y su presidente, el también juez del Supremo Luís Roberto Barroso, al que Bolsonaro llamó “imbécil” y sobre el que su hijo difundió fake news mediante el “gabinete del odio”. Los jueces Barroso y Alexandre de Moraes son blanco constante de los insultos y amenazas de Bolsonaro. El TSE le respondió en duros términos con una declaración que firmaron, también, todos sus expresidentes desde 1988, cuando entró en vigencia nueva constitución, tras el fin de la dictadura.

La gira de Lula por Europa y su reciente visita a la Argentina, así como los contactos que mantiene con otros jefes de estado, se entiende mejor si se tienen en cuenta esas amenazas constantes de Bolsonaro de no entregar el poder. El actual presidente sabe que va a perder y sabe también que puede terminar preso por los graves crímenes de los que lo acusa la Comisión Parlamentaria de Investigación sobre la pandemia de COVID-19, entre ellos el delito de genocidio, mientras sus cuatro hijos enfrentan también acusaciones de corrupción y pueden verse implicados en delitos de odio, divulgación de fake news y vínculos con el crimen organizado de Río de Janeiro.

En una reunión de gabinete que se realizó en 2020, fue filmada y acabó saliendo en televisión cuando se filtró el video, Bolsonaro mostró su desesperación ante la posibilidad de la derrota electoral frente a Lula. En un largo monólogo en el que llegó a amenazar a sus propios ministros, Jair Bolsonaro gritaba, golpeaba la mesa, insultaba, divagaba, decía groserías, hacía chistes, denunciaba conspiraciones en su contra, amenazaba con la intervención de las Fuerzas Armadas y volvía a gritar, insultar y golpear la mesa, fuera de sí. En un momento, dijo a sus ministros que, si su gobierno cae, irán todos presos y, para evitarlo, había que repartir armas a sus seguidores. “¡Quiero a todo el mundo armado!”, gritó, como un loco.

Las imágenes de Lula siendo aplaudido en el Parlamento Europeo y en la Plaza de Mayo y recibido con honores por los jefes de Estado de diferentes países forman parte de la estrategia del expresidente para mandar un mensaje al establishment político y económico brasileño y a las Fuerzas Armadas: que sepan que tendrá el respaldo internacional necesario para plantarse si Bolsonaro quiere dar un golpe y no entregar el poder, promoviendo una “toma del capitolio” por sus fanáticos a la manera de Trump. También así pueden entenderse las negociaciones de Lula para que el Geraldo Alckmin, un político de derechas que fue su adversario en 2006 y lideró por muchos años el principal partido de la oposición al PT, sea su candidato a vicepresidente, una posibilidad que genera muchas resistencias en su propio partido.

No es menor, en ese escenario, que las encuestas muestren una diferencia tan grande a favor del expresidente, porque el tamaño de la victoria también determinará cuánto margen tiene Bolsonaro para sacarse de encima esa democracia en la que nunca creyó. Si Lula gana en primera vuelta con treinta puntos de ventaja o supera el 65% en un eventual balotaje, como pronostican los sondeos, es más difícil que los militares, el poder económico y la derecha del mal llamado “centrão” se inmolen en una aventura golpista junto al peor presidente de la historia de Brasil, el fascista y genocida que sueña con ser dictador, cuyo gobierno ya llevó a la muerte a más de 600 mil personas.

Télam


Lula: PT e novo partido de Alckmin decidem a chapa de 2022

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou neste domingo (19) sobre uma eventual composição de chapa com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) para as eleições presidenciais de 2022.

Durante discurso no Jantar pela Democracia, organizado pelo Grupo Prerrogativas, que reuniu cerca de 500 pessoas em São Paulo, Lula disse que caberá ao PT decidir se ele será candidato a presidente e ao futuro partido de Alckmin se ele será candidato a vice.

«Primeiro, eu ainda não decidi a minha candidatura, porque estou com muito juízo, porque eu sei da responsabilidade que eu tenho quando eu disser que eu sou candidato a presidente da República, eu sei que o BRasil que eu vou pegar em 2023 é muito pior do que o Brasil que eu peguei em 2003. Eu não quero brincar com o povo brasileiro. A segunda coisa é que quem vai decidir essas coisas é o meu partido», disse Lula durante o evento. «E o partido tem uma história. Não é à toa que somos o partido mais importante da esquerda brasileira», acrescentou.

O ex-presidente disse também que é preciso respeitar os movimentos do ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e ainda não anunciou paa qual partido irá, apesar das negociações com o PSB. «Quem vai dizer se a gente pode se juntar ou não é o meu partido e o partido dele. Então, nós temos que ter paciência. Nada acontece para o vice antes de acontecer para o presidente», disse Lula.

Brasil 247

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