Brasil | Bolsonaro da marcha atrás con los ataques a la Corte y dice que nunca tuvo «intención de agredir»

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Bolsonaro se desdijo de sus amenazas golpistas en un comunicado en el que afirmó que habló “al calor del momento”

En un giro inesperado, el presidente brasileño Jair Bolsonaro publicó este jueves un comunicado en el que, entre otras cosas, manifiesta que “no tenía la intención de atacar a ninguno de los poderes”, luego de los masivos actos realizados el martes en los que la consigna principal fue el rechazo al Supremo Tribunal Federal (STF), la máxima instancia judicial del país.

“Nunca tuve la intención de atacar a ninguno de los poderes. La armonía entre ellos no es mi voluntad, sino una determinación constitucional que todos, sin excepción, deben respetar”, afirmó el mandatario en el texto.

“Reitero mi respeto por las instituciones de la República, los motores que ayudan a gobernar el país”, agregó el mandatario ultraderechista en su declaración.

“Quiero declarar que mis palabras, a veces contundentes, tienen que ver con el calor del momento, y los embates siempre apuntaron al bien común”, afirmó Bolsonaro en su carta.

El tono conciliador de Bolsonaro seguramente tenga que ver con el rechazo cada vez más grande que tiene dentro del ámbito político, lo que generó que se haya reflotado en los últimos días el tema de la realización de un juicio político contra el mandatario en el Congreso.

También incidió en el presunto cambio de postura del presidente la presión del empresariado, temeroso de que la inestabilidad política, sumado a la crisis económica, siga empantanando al país.

Según recordó Folha de São Paulo, Bolsonaro pasó los últimos dos meses atacando en forma reiterada al STF e incluso llegó a insultar a algunos de sus ministros como estrategia para convocar a sus partidarios a los actos del martes, donde repitió los ataques e hizo una serie de amenazas al tribunal y sus integrantes.

Los principales objetivos de Bolsonaro siempre han sido los ministros Alexandre de Moraes, a quien el martes tildó de “canalla”, y Luís Roberto Barroso, este último también presidente del Tribunal Superior Electoral. El martes, en el marco de su discurso en la Avenida Paulista, el mandatario también sumó críticas al presidente del STF, Luis Fux.

Medios brasileños informaron que el comunicado de Bolsonaro fue promovido por el expresidente Michel Temer, quien este jueves almorzó con el mandatario. Según trascendió, el expresidente le recomendó a Bolsonaro bajar el tono e incluso lo puso en contacto con el ministro De Moraes, con quien mantuvieron una conversación telefónica. Temer tiene una buena relación con De Moraes, quien llegó al STF a propuesta suya cuando fue mandatario, entre 2016 y 2018, luego de la destitución de Dilma Rousseff.

En su carta Bolsonaro se refirió específicamente a De Moraes, incluso destacando sus “cualidades como jurista y docente”. El mandatario afirmó que “nunca” quiso agredir a los poderes y que las causas que le sigue el ministro De Moraes serán encaradas dentro del sistema judicial.

Durante los actos del martes, el mandatario manifestó que no cumpliría con ninguna decisión judicial de De Moraes. El tono beligerante de Bolsonaro generó la reacción de Fux, quien dijo que el presidente podría cometer un delito de responsabilidad si no cumplía con las decisiones judiciales.

El abrupto cambio de postura de Bolsonaro cayó muy mal sobre un sector de sus seguidores, que este jueves estaban realizando una movilización de camioneros, que pretendían bloquear el acceso al edificio del STF en Brasilia. Los bolsonaristas habían dicho que mantendrían la movilización hasta que se produzca la destitución de los ministros del STF.

La carta de Bolsonaro generó reacciones dentro del panorama político brasileño. Una de ellas fue la de la diputada Gleisi Hoffmann, presidenta nacional del Partido de los Trabajadores. La legisladora izquierdista expresó que la oposición debe ser consciente de los riesgos para la democracia brasileña que representa la figura de Bolsonaro, más allá de su comunicado.

En su cuenta de Twitter, Gleisi dijo que nadie amenaza a la democracia sólo por el “calor del momento”. “La naturaleza de Bolsonaro es golpista, antidemocrática. Es bueno que haya dado un paso atrás, pero sus dichos no inspiran confianza. Tenemos que mantener la defensa permanente de la democracia ante el riesgo que él representa”, afirmó Hoffmann, de acuerdo a lo que consignó el portal Brasil 247.

La diaria


Bolsonaro recua após ameaças golpistas e agora diz que não teve intenção de agredir Poderes

Dois dias após atacar o STF (Supremo Tribunal Federal) com ameaças golpistas, o presidente Jair Bolsonaro divulgou uma nota nesta quinta-feira (9) na qual recua, afirma que não teve «nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes» e atribui palavras «contudentes» anteriores ao «calor do momento».

«Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar», afirmou.

A mudança de tom do presidente após repetidos xingamentos a integrantes da corte desagradou grupos bolsonaristas, foi elogiada pelos presidentes do Senado e da Câmara, mas vista com ceticismo pelos magistrados.

Horas depois de divulgá-la, Bolsonaro usou sua live semanal para tentar se justificar a apoiadores, dizendo não haver «nada de mais» na nota, e voltou a questionar as urnas eletrônicas e a provocar o ministro do STF e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso.

Bolsonaro passou os últimos dois meses com seguidos ataques ao STF e xingamentos a alguns de seus ministros como estratégia para convocar seus apoiadores para os atos do 7 de Setembro, quando repetiu as agressões e fez uma série de ameaças à corte e a seus integrantes.

Os principais alvos de Bolsonaro sempre foram os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. No 7 de Setembro, porém, buscou também emparedar o presidente do STF, ministro Luiz Fux.

Nesta quinta, Bolsonaro disse que suas palavras, «por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum». Ele disse reiterar seu «respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país».

«Essas questões [embates com o STF] devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no artigo 5º da Constituição Federal», disse o presidente.

Antes da divulgação da nota, Bolsonaro conversou por telefone com Moraes, conforme antecipou o Painel. A ligação foi mediada por Michel Temer (MDB), responsável pela indicação de Moraes ao STF quando estava no comando da Presidência da República.

Temer desembarcou em Brasília pela manhã e voltou para São Paulo no final da tarde. Ele ajudou a redigir a nota com mudança de tom de Bolsonaro.

O responsável por intermediar a conversa foi o AGU (Advogado-geral da União), Bruno Bianco. Também participaram do encontro os ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo).

A nota de Bolsonaro foi divulgada um dia depois de o presidente afirmar, em reunião com ministros do governo, que não iria recuar na disputa com o STF. A conversa foi tensa, segundo uma autoridade, e o mandatário chegou a cobrar mais engajamento de alguns de seus subordinados.

O recuo do chefe do Executivo também ocorre um dia após Fux ter feito duro discurso contra as falas golpistas de Bolsonaro no 7 de Setembro e afirmado que a ameaça de descumprir decisões judiciais do ministro Alexandre de Moraes, se confirmada, configura «crime de responsabilidade».

Na noite desta quinta, Bolsonaro disse que «muitos estão batendo em mim por causa da nota», uma referência às queixas de apoiadores após ter inflamado ataques golpistas até o 7 de Setembro. Justificou que quis mostrar com a nota que está «pronto para conversar».

Ele voltou a defender o voto impresso nas eleições, mudança já rejeitada pela Câmara dos Deputados, e disse que «palavras bonitas» de Barroso não convencem ninguém. Em seguida, ainda fez insinuações de cunho homofóbico ao comentar que o presidente do TSE anunciou a criação de comissão para tratar da transparência e segurança nas eleições.

«Se anuncia que está anunciando novas medidas protetivas por ocasião das urnas é porque elas têm brecha. É porque, Barroso, elas são penetráveis. Entendeu, Barroso? Ministro Barroso, entendeu? As urnas são penetráveis, as pessoas podem penetrar nelas», disse o presidente, em tom de deboche.

A mudança de tom de Bolsonaro na nota divulgada à tarde desagradou grupos bolsonaristas.

«Continuo aliado, mas não alienado! Bolsonaro pode colocar a nota que quiser, Alexandre de Moraes continua a ser um ditador da toga que rasgou a Constituição e prendeu gente inocente», escreveu em rede social o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

Na terça-feira (7), ele estava ao lado de Bolsonaro quando este chamou o ministro do STF de canalha na avenida Paulista. «Minhas convicções são inegociáveis!», afirmou o pastor.

À Folha Malafaia diz que não falou com o presidente a respeito, mas fez uma suposição. «Como Temer é quem indicou Alexandre, quer dizer, tem uma comunhão muito grande —estou supondo, hein?—, pode ser um acordo: Bolsonaro dá um passo atrás para Alexandre de Moraes encerrar esses inquéritos. Estou supondo, tá? Se não for isso, aí vou dizer pra você que o presidente vai ficar em maus lençóis com a base dele.»

«A realidade: a nota foi horrorosa e uma confissão de bravata. A mentira: que desejo ver o presidente fora do poder. A lição: não defenda seu sentimento contra a realidade, mesmo que isso custe caro, cumpra o que você promete», escreveu o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos.

A manifestação de Bolsonaro também provocou reações no PTB, presidido pelo bolsonarista Roberto Jefferson. Em uma nota publicada no início desta noite, o partido afirmou, sem citar o recuo do presidente, que «não se transige a tirania». Jefferson está preso desde agosto após decisão de Moraes.

«O presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro, Roberto Jefferson, está pagando um alto preço por lutar pela liberdade do povo brasileiro. Outros também passam pela mesma situação, contudo, alguns líderes libertam seus liderados, enquanto outros os tornam livres», disse o partido.

Durante discurso no plenário da Câmara, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) defendeu Bolsonaro e disse que quem o critica não entendeu o propósito da nota.

«Algumas pessoas se desapontam com ele pelo tema e pela postura de paz que existe nessa nota, pelo tom de paz do pedido de harmonia entre os Poderes. Mas ele prova, mais uma vez, o grande estadista que é, ao mostrar que nunca quis ruptura», justificou.

Já o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), líder do centrão e autointitulado “amortecedor” no Palácio do Planalto, publicou o texto em suas redes e disse no Twitter: “A harmonia e o diálogo entre os Poderes compõem as bases nas quais se sustenta nosso país. O gesto do presidente @jairbolsonaro demonstra que estamos unidos no trabalho pelo que mais importa, a recuperação do nosso país e o cuidado com os brasileiros”.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), elogiou a manifestação do chefe do Executivo.

«A declaração à nação do presidente Jair Bolsonaro, afirmando inclusive que a ‘harmonia entre os Poderes é uma determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar’, vai ao encontro do que a maioria dos brasileiros espera», escreveu em suas redes sociais.

Por outro lado, adversários declarados do presidente da República aproveitaram o recuo para criticá-lo. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acrescentando em post a imagem de um rato e escreveu: “O leão virou um rato. Grande dia”.

O presidenciável do PDT Ciro Gomes disse que a nota de Bolsonaro «é a rendição mais ridícula e humilhante de um presidente em toda história mundial». «E a prova de que ele não tem mais autoridade política nem moral de governar o país», afirmou.

​O texto de Bolsonaro é encerrado com o lema «DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA», da Ação Integralista Brasileira (AIB), movimento fascista e anticomunista fundado por Plínio Salgado em 1932, em São Paulo, que atraiu milhares de simpatizantes em todo o país.

Esta não é a primeira vez em que o presidente usou o mote. O integralismo voltou à esfera pública quando usado para divulgar o partido que Bolsonaro tentou fundar, a Aliança pelo Brasil, após sua saída do PSL.

Os primeiros sinais de recuo de Bolsonaro foram emitidos na noite de quarta-feira (8). Em áudio, o presidente pediu a aliados que fizessem contato com caminhoneiros alinhados ao governo para liberar as rodovias bloqueadas depois dos protestos de raiz golpista do dia 7 de Setembro.

Em uma mensagem, o presidente disse que a interrupção do trânsito prejudicava a economia. «Fala para os caminhoneiros aí que [eles] são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade», disse.

Caminhoneiros duvidaram o teor da mensagem. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, divulgou vídeo para confirmar que o áudio era de fato de Bolsonaro e fora divulgado na quarta.

No discursos diante de milhares de apoiadores em Brasília e São Paulo no 7 de Setembro, Bolsonaro fez ameaças golpistas contra o STF, exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairá morto da Presidência.

Na Esplanada dos Ministérios, por exemplo, Bolsonaro fez uma ameaça direta a Fux. «Ou o chefe desse Poder [Fux] enquadra o seu [ministro] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos», disse, referindo-se às recentes decisões de Moraes contra bolsonaristas.

«Nós todos aqui na Praça dos Três Poderes juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede para sair», disse o presidente, em um caminhão de som no gramado em frente ao Congresso.

«Não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Três Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil», disse Bolsonaro em outra referência a Moraes.

Moraes foi o responsável por decisões recentes contra bolsonaristas que ameaçam as instituições. O ministro tem agido a partir de pedidos da PGR (Procuradoria-Geral da República), sob o comando de Augusto Aras, indicado por Bolsonaro, e da Polícia Federal, órgão subordinado ao presidente.

Folha de S.Paulo


Oposição vê medo e governistas vão do susto ao “bom senso”: as reações ao recuo de Bolsonaro

A nota «pacifista» assinada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (9), em que ele disse não ter tido a intenção de desrespeitar os outros poderes e chegou a elogiar a trajetória acadêmica do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi vista tanto por aliados quanto por adversários do chefe do Executivo como uma ação de cunho estratégico.

Os opositores do presidente enxergaram na nota o posicionamento de um presidente que vê seus índices de aprovação caírem e que não coletou frutos tão positivos das manifestações de 7 de setembro. «O recuo de Bolsonaro é uma resposta a seu isolamento político», afirmou a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), em pronunciamento da tribuna da Câmara. «De início, parece que o presidente finalmente resolveu ter um mínimo de juízo. Mas o que pesou mais foi sua situação pessoal e o risco de impeachment. Ao se reunir com Temer, e seguir seus conselhos, ele mediu a temperatura política com aquele que esteve no centro do último processo de afastamento de um presidente da República. Percebeu que continuar esticando a corda poderia provocar a abertura final e seu próprio alçapão. Então, trata-se de um recuo estratégico», disse o deputado federal Rubens Bueno (PR), vice-presidente do Cidadania, em reportagem divulgada pelo partido.

A menção a Michel Temer feita por Bueno diz respeito ao fato de que o ex-presidente foi o principal redator da nota assinada por Bolsonaro. O atual presidente e o emedebista se encontraram na manhã desta quinta em Brasília. Eles dialogaram na noite de quarta por telefone e Bolsonaro decidiu enviar um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para buscar Temer. Houve então o encontro presencial e dele saiu a nota, cuja autoria foi confirmada pelo próprio Temer em entrevistas a diferentes veículos de imprensa.

Outros parlamentares de oposição que foram à tribuna da Câmara nesta quinta, como os petistas Paulo Teixeira (SP) e Henrique Fontana (RS) também enfatizaram o raciocínio de que o aparente recuo de Bolsonaro diz respeito a uma tentativa de «sobrevivência» por parte do chefe do Executivo. Na avaliação dos deputados, não há uma mudança de postura em Bolsonaro, apenas a aplicação de uma estratégia política.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-aliada de Bolsonaro, adotou raciocínio semelhante: «aualquer um que tenha pelo menos 2 neurônios, seja bípede e não tenha penas, sabe que a nota – redigida por Temer para apagar o incêndio do falastrão – não tem uma linha do que o realmente acredita e quer o (ainda) presidente da República. É maior mentira que Bolsonaro já contou». Ela escreveu a frase em seu perfil no Twitter.

«Não vejo nada de mais na nota»

Em sua live habitual das quintas-feiras, o presidente disse que não vê «nada de mais na nota». Ele afirmou que o texto foi fruto de uma reflexão tida entre ele e Temer. Apesar do tom pacifista, entretanto, Bolsonaro voltou a fazer críticas ao sistema eleitoral brasileiro e fez piadas de cunho sexual com o ministro Luís Roberto Barroso, do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A abordagem de «não ver nada de mais» passou a ser adotada por alguns apoiadores do governo após um choque inicial causado pela nota. Nas redes sociais, defensores de Bolsonaro se queixaram bastante do texto minutos após a sua divulgação. Eles questionaram o teor «pacífico» da nota e viram no texto uma contradição entre as manifestações de 7 de Setembro, quando foi passada uma mensagem contra integrantes do STF, e a linha conciliatória do texto.

Muitos usuários das redes sociais escreveram frases como «fui para as ruas à toa», em referência aos atos da terça-feira. No início do dia, Bolsonaro já havia despertado críticas em outro segmento que o apoia: o de caminhoneiros autônomos, que ensaiaram uma paralisação em todo o território nacional e se mostraram frustrados com áudios e vídeos de membros do governo pedindo a retomada dos trabalhos.

Para contornar o clima ruim, a estratégia dos governistas foi a de tratar a ação de Bolsonaro como uma medida de bom senso e de busca de objetivos estratégicos. A deputada Carla Zambelli (PSL-SP) chegou a falar, logo após a divulgação da nota, que comparava a situação desta quinta com a vivida no dia em que o ex-ministro Sergio Moro deixou o governo, em abril do ano passado. Na ocasião, o episódio foi interpretado como uma bomba capaz de ruir o governo, por conta da popularidade de Moro. Mas Bolsonaro e sua equipe conseguiram reverter a situação. E em pronunciamento nesta quinta, Zambelli declarou que viu a nota como uma demonstração de que Bolsonaro é uma «pessoa grande» que «pensa menos nele do que nos outros».

À Gazeta do Povo, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), também apoiador do presidente, afirmou que a nota de Bolsonaro demonstrou que o presidente detém um bom senso «que o Judiciário não tem». «Estamos vivendo um momento delicado e Bolsonaro tem que demonstrar que tem bom senso, já que o Judiciário não tem. Mas isso não quer dizer que ele vai arredar da sua maneira de pensar e agir. Temos que entender que ele é o presidente e que precisa colocar a razão em cima da emoção», destacou.

Nunes disse ainda que a nota pode servir para «desconstruir» argumentos habitualmente apresentados pela oposição para combater Bolsonaro. «Isso até destroi o discurso da oposição. Não chamam ele de maluco, de doido? Agora estão dizendo que ele se acalmou», afirmou.

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