Gobernadores alertan posibles motines policiales el día de la marcha pro-Bolsonaro
Nueve gobernadores claman «legalidad y paz» ante posibles motines policiales pro-Bolsonaro
Por Pablo Giuliano
Nueve gobernadores opositores al presidente Jair Bolsonaro pidieron este miércoles a la población y las instituciones una «firme actitud» para defender la «legalidad y la paz», en el marco de las amenazas de motín de policías que convocan a manifestaciones el 7 de septiembre, día de la Independencia, para respaldar al mandatario en su disputa con la corte suprema.
«Los gobernadores del Nordeste reclaman a la sociedad y a las instituciones a una actitud firme en defensa de la legalidad y la paz. Solamente así Brasil tendrá condiciones de combatir la inflación, el desempleo y la pobreza, que crecen en los hogares de las familias de nuestro país», sostuvo una carta de los gobernadores.
La advertencia se refiere a la convocatoria hecha por policías bolsonaristas en las redes a movilizarse, sobre todo luego que el mandatario confirmara su presencia en las manifestaciones previstas para el 7 de septiembre próximo en Brasilia y San Pablo.
También dijeron que los responsables por la seguridad «no participarán de actos fuera de la Constitución».
La carta está firmada por los gobernadores de la región nordeste: Maranhao, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Piauí y Bahía.
Este grupo de bolsonaristas convocaron a manifestarse para pedir la intervención militar al Supremo Tribunal Federal, la máxima corte del país que abrió tres causas en los últimos meses contra el presidente, una por prevaricato y otra por supuesto atentado contra la democracia, al divulgar fake news sobre el sistema electoral y un supuesto fraude de los jueces.
Esta confrontación de poderes escaló cuando Bolsonaro empezó a aparecer debajo en las encuestas, derrotado por el expresidente Luiz Inácio Lula da Silva de cara a las elecciones generales del próximo año, y comenzó a pedir un cambio en el sistema de urnas electrónicas, opción que no fue aprobada por el Congreso.
Tras este rechazo y la apertura de una nueva causa, Bolsonaro pidió formalmente abrir un juicio político al juez Alexandre de Moraes, del supremo tribunal, el encargado de comenzar a investigarlo, una iniciativa que por el momento no tiene eco en el Senado.
En paralelo, otro gobernador crítico de Bolsonaro, el de San Pablo, Joao Doria, apuntó contra la convocatoria bolsonarista de principio de septiembre.
Destituyó a un coronel de la Policía Militarizada que había convocado a romper la cadena de mandos y defender al presidente en las calles, por hacer política, algo prohibido por ley.
La tensión es tal que la fiscalía de Brasilia pidió a la inteligencia policial informes sobre presuntos movimientos de amotinados para el 7 de septiembre próximo, una fecha que no tendrá los tradicionales desfiles militares aunque sí estas convocatorias bolsonaristas en varias ciudades.
Comandante do Exército manifesta compromisso com ‘estabilidade e tranquilidade’ do país
O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, disse em discurso durante cerimônia do Dia do Soldado hoje que a força terrestre está comprometida com os anseios da sociedade brasileira por tranquilidade e estabilidade.
“O momento desta justa homenagem aos soldados, que muito contribuíram e contribuem para a unidade e a grandeza do Brasil, nos motiva a reafirmar o compromisso com os valores mais nobres da pátria e com a sociedade brasileira em seus anseios de tranquilidade, estabilidade e desenvolvimento”, disse o comandante.
O discurso do comandante do Exército vem em um momento de tensão entre os Poderes no qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), apoiadores e auxiliares próximos, como o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Augusto Heleno, falam em “poder moderador” das Forças Armadas, tese rejeitada em decisão liminar do ministro Luiz Fux, atualmente presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro esteve presente na cerimônia do Dia do Soldado, realizado no Quartel-General do Exército em Brasília, e havia a expectativa de que ele fizesse um discurso, o que acabou não ocorrendo.
Frequentemente o presidente, que foi capitão do Exército antes de entrar na política elegendo-se vereador pelo Rio de Janeiro e, posteriormente, deputado federal antes de sua vitória na eleição presidencial de 2018, menciona seu vínculo com as Forças Armadas e também afirma com frequência que são os militares que garantem a democracia e a liberdade.
Irritado com decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) desfavoráveis a ele e a apoiadores e em meio a uma campanha de ataques sem fundamento contra o sistema eletrônico de votação, Bolsonaro disse recentemente que poderia atuar fora das quatro linhas da Constituição.
Lula: militares têm de tomar juízo e não dar trela a presidente genocida
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não poupou críticas ao governo, em discurso na noite desta quarta-feira (25) em Salvador, última parada em sua viagem ao Nordeste. Lula mandou, inclusive, recados aos militares supostamente apoiadores de Jair Bolsonaro, em ato no auditório na Assembleia Legislativa da Bahia. Diante de integrantes de movimentos sociais, religiosos, lideranças partidárias e parlamentares do estado, como os senadores Jaques Wagner (PT) e Otto Alencar (PSD), além do governador Rui Costa (PT), Lula disse haver “muita bobagem sendo pensada do lado do governo”.
“Nós não podemos aceitar golpe. Estou preocupado com tanto general de pijama dando palpite. Forças armadas têm papel de garantir nossas fronteiras, mas não de ameaçar politicamente a sociedade brasileira. Eles têm de tomar juízo. Assim, não podem ficar dando trela a um presidente genocida, que foi expulso das Forças Armadas, tentou fazer greve, soltar bomba nos quartéis”, afirmou o petista. “Como somos da paz, queremos distribuir alegria, salário, emprego, educação, saúde, politica ambiental correta. Não podemos cair no jogo rasteiro deles, Mas é importante eles saberem que a gente não tem medo. E que eles parem de privatizar as nossas coisas porque a gente vai ganhar essas eleições.”
Mais cedo, em Natal, o ex-presidente se encontrou com lideranças e também foi duro nas críticas ao governo Bolsonaro. Em entrevista coletiva, Lula destacou que a situação é agravada ainda mais por um crise política, em que Bolsonaro é refém justamente da velha política que jurou combater.
“O presidente dizia que era o novo e que ia acabar com a velha política. Pois ele caiu na ratoeira da velha política e está mais dependente do que qualquer presidente jamais esteve, com a criação, inclusive, de mecanismo de compra de voto de deputado que nunca teve neste país”, disse Lula.
O ex-presidente lembrou que Bolsonaro aprovou um orçamento secreto para poder comprar o voto dos deputados. “Nós sabemos que o presidente da Câmara tem um orçamento pessoal de R$ 3 bilhões, que tem um orçamento do relator de R$ 20 bilhões. Ele está mais enroscado na velha política do que no tempo em que as pessoas diziam que o Brasil era ‘o país do é dando que se recebe’. E ele está dando e o povo continua não recebendo”, disse.
Gestão criminosa
Para o ex-presidente, embora seja difícil, a reconstrução do Brasil será possível e deve ser feita coletivamente. “Todos nós precisamos de um pouco de respeito e carinho. Todos nós precisamos ter um governo civilizado, humanista, democrático e que pense com o coração, que não governe pensando apenas no capital, mas também no povo trabalhador. Esse país nós já construímos uma vez”, lembrou.
A gestão da pandemia por Bolsonaro e seus colaboradores foi classificada como criminosas pelo ex-presidente. “Ao contrário do que fizeram os governadores, o governo federal continua fazendo bravata com a pandemia. O presidente continua não usando máscara, incentivando aglomeração, desacreditando a ciência e tripudiando das pessoas”, disse.
Lula voltou a atacar o desemprego, que atinge 15 milhões de pessoas, sem contar os informais e desalentados, e observou que a fome voltou a afetar 19 milhões de pessoas depois de ter sido superada no país. Citou ainda o descaso sem precedentes com a educação, ciência e tecnologia e a cultura com parte de um movimento calculado de desmonte do estado, o que inclui a fragilização da Petrobras. “Não podemos pensar na Petrobras só como uma empresa de petróleo e gás. A Petrobras tem capacidade de investir, gera desenvolvimento. E eles querem vender tudo que produz estabilidade para o país. O que estão fazendo é um crime”, disse.
A viagem de Lula pelo Nordeste, termina nesta quinta-feira (26), na Bahia