Brasil | Detienen al exdiputado y dirigente bolsonarista Roberto Jefferson por promover actos contra la democracia
Detuvieron al líder bolsonarista Jefferson por promover actos contra la democracia
El exdiputado y dirigente bolsonarista Roberto Jefferson fue detenido este viernes por orden del Supremo Tribunal Federal acusado de participar de una red que promueve actos contra la democracia, como el uso de las redes sociales -donde se muestra portando armas de fuego- para pedir la intervención del Ejército en el máximo tribunal o la expulsión del embajador de China.
La decisión fue del juez supremo Alexandre de Moraes, quien lleva adelante desde 2019 una causa sobre las campañas bolsonaristas contra los poderes del Estado y en la cual fue incluido por haber diseminado mentiras sobre un supuesto fraude electoral el propio presidente Jair Bolsonaro.
La acusación tiene que ver con la financiación de milicias digitales a favor de un quiebre institucional, una práctica de la ultraderecha brasileña identificada con el gobierno del expresidente estadounidense Donald Trump y el movimiento extremista y segregacionista norteamericano Qanon.
La Policía Federal detuvo en su casa de Rio de Janeiro a Jefferson, presidente del Partido Trabalhista Brasileño (PTB), una fuerza históricamente de centroderecha pero que se sumó al bolsonarismo en la defensa de la portación de armas, la diseminación de campañas anticomunistas y los pedidos de intervención militar en el Supremo Tribunal Federal.
Jefferson visitó recientemente el Palacio del Planalto y fue elogiado por el ala militar, sobre todo en las redes por parte del general retirado Luiz Ramos, secretario general de la Presidencia.
Juntos somos fortes! Avante! 👊 pic.twitter.com/dnutIczRE3
— PTB (@ptb14) August 8, 2021
Escándalo Mensalao
Jefferson fue condenado a siete años de prisión por corrupción por parte de la alta corte en el escándalo conocido como Mensalao, que golpeó al gobierno del expresidente Luiz Inácio Lula da SIlva, del que fue aliado en 2003 hasta 2005.
El exdiputado fue el delator del Mensalao, acusando de al exjefe de Gabinete de Lula José Dirceu de comandar una red de distribución de dinero para partidos aliados en el Congreso.
Sin embargo, Jefferson después aclaró que su acusación tuvo que ver con pago de campañas electorales hechas por el PT y no por compra de votos, aunque admitió haberse quedado con cuatro millones de reales de su propia fuerza política.
El cierre de sus redes sociales
Morales ordenó el cierre de las cuentas de Twitter en las cuales Jefferson exhibía videos con armas amenazando a los miembros de la corte: los últimos fueron para amenazar a los jueces electorales por un supuesto fraude en las elecciones de 2022, una bandera que ha abrazado Bolsonaro.
En los últimos meses, Jefferson publicó videos con armas amenazando al embajador de China y pidiendo el cierre de la corte, en una versión tropical del movimiento de extrema derecha Qanon que apoya a Trump en EEUU y es el responsable por la invasión al Capitolio en Washington.
Antes de que borren su cuenta por orden judicial, Jeffereson había afirmado que era víctima del «comunismo», que el Superior Tribunal Federal actuaba como «Venezuela» y que defendía a la patria y a la familia brasileña.
El vicepresidente Hamilton Mourao fustigó la decisión de la corte al afirmar que quien se sienta ofendido por Jefferson debe procesarlo en la justicia pero «mandar a detenerlo es algo complicado».
El exdiputado es uno de los principales defensores de una intervención militar en el Supremo Tribunal Federal, una consigna con la que parte del bolsonarismo acostumbra a salir a las calles.
El alto tribunal está investigando a Bolsonaro en tres causas abiertas este año.
La última fue el jueves, por decisión de Moraes, por la que se investiga a Bolsonaro por filtrar públicamente un expediente en secreto de sumario sobre la acción de un hacker contra las urnas electrónicas.
Otro proceso es por supuestamente haber mentido y divulgado conspiraciones atentando contra el sistema electoral vigente y el primero es por prevaricato en un escándalo de corrupción que involucra la intención de compra fraudulenta de vacunas Covaxin con intermediarios en el Ministerio de Salud.
Prisão de Roberto Jefferson enfraquece ainda mais o governo, diz oposição
Por Eduardo Maretti
A prisão do presidente do PTB, o bolsonarista Roberto Jefferson, já era esperada e não ameaça conturbar ainda mais o ambiente político do país, na opinião de parlamentares da oposição. O ex-deputado federal foi preso na manhã desta sexta-feira (13), em sua residência, no Rio de Janeiro, por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, depois de pedido da Polícia Federal. Ele postou de maneira sistemática nas redes sociais ameaças a instituições e ministros do STF, é contumaz incentivador do ódio e defende invasão do Congresso. A PF apreendeu armas, munições e celulares na casa do político.
Portanto, o desfecho do encarceramento já era esperado, como ocorreu com o também deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), por motivos semelhantes. “Era mais do que previsível. Ele estava abusando”, diz Paulo Teixeira (PT-SP). A prisão pode aumentar ainda mais a temperatura do ambiente político já permanentemente alta pela violência verbal bolsonarista? “É o contrário, enfraquece ainda mais um presidente que já está fraco”, acrescenta.
Para Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a prisão de Jefferson é natural, no processo que transcorre no STF. A determinação de Moraes se deu no âmbito do inquérito que investiga milícias digitais, desdobramento do inquérito que apura atos antidemocráticos. “Roberto Jefferson tem sido muito agressivo às instituições democráticas, usando armas, ameaçado correntes políticas, abusando absurdamente dos meios de comunicação para incitar ódio e violência, ameaçado ministros e o STF”, lembra.
Ameaças continuam
Mesmo com a ordem de prisão decretada, a verborragia incompatível com a democracia do bolsonarista prosseguiu. Antes de ser detido, ele reagiu à ordem de prisão com gravações nas quais se refere a Alexandre de Moraes como “cachorro do STF” e disse, em tom de ameaça, que no futuro vai resolver a questão com o ministro “pessoalmente”.
“Festival de baixarias e mentiras no áudio de Roberto Jefferson após receber mandado de prisão”, tuitou o deputado Ivan Valente (Psol-SP). “Comprova acusações que lhe pesam ao redobrar ameaças. Falou em ‘resolver pessoalmente’ com Alexandre de Moraes, delirou sobre mensalão chinês do STF e vomitou homofobia. Já vai tarde!”
Em 22 de julho, o presidente do PTB publicou vídeo em que aparece com duas armas em punho fazendo ameaças ao embaixador chinês no Brasil, Yang Wanming. Ele chamou o diplomata de “macaco chinês” e afirmou que o embaixador “precisa ser expulso do país”. Também por ordem de Alexandre de Moraes, o perfil de Jefferson no Twitter foi derrubado. Já Wanming, sem citar nomes, postou na manhã de hoje um tuíte com figurinhas de aplausos seguidas da frase: “Lindo dia para todos!!!”
O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) tuitou desejando “que Carlos Bolsonaro siga o mesmo caminho de Roberto Jefferson”. O vereador do Republicanos (RJ), conhecido como o filho “zero 2” do presidente da República, é citado dezenas de vezes no inquérito dos atos antidemocráticos. Ele é investigado como suposto coordenador de redes que disseminam ódio e atacam as instituições democráticas.
Garantismo a delinquente não
Aliados de Bolsonaro protestaram após a prisão de Jefferson, invocando garantias constitucionais que sempre atacaram e que não se aplicam quando seu uso atenta contra a própria democracia. “Onde se escondem os autoproclamados garantistas quando algo assim acontece? Se é com um apoiador do presidente vale tudo?”, questionou a deputada Bia Kicis (PSL-DF), por exemplo. “Jefferson cometeu crimes. Nós somos garantistas para garantir direitos, mas não direitos de delinquente”, resumiu Paulo Teixeira.
Para ele, o que se deve destacar do episódio é que “Bolsonaro está colecionando derrotas”. Foram os casos, esta semana, dos fracassos do voto impresso e do “distritão”, na Câmara, e da prisão de Jefferson, destaca o parlamentar. “Agora, nesse governo ninguém recua, só fogem para a frente”, pondera Jandira. “Vamos ver qual será a atitude deles agora. Espero que respeitem a decisão da Justiça. As investigações chegaram a eles, e a investigação vai correr. O contraditório e a ampla defesa certamente serão garantidos”, conclui a deputada.
Bolsonaro anuncia que pedirá impeachment de Moraes e Barroso, do STF, na semana que vem
Por Ivan Longo
O presidente Jair Bolsonaro resolveu encampar nova investida contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Neste sábado (14), um dia após a prisão de seu aliado, Roberto Jefferson (PTB-RJ), a mando do ministro Alexandre de Moraes, o chefe do Executivo anunciou que vai acionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), contra o magistrado e seu colega de Corte, o ministro Luís Roberto Barroso.
“Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais”, disse Bolsonaro ao iniciar uma sequência de postagens.
“Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal”, prosseguiu Bolsonaro.
O artigo 52 da Constituição citado por Bolsonaro se refere a crimes de responsabilidade, e é interpretado por bolsonaristas como um mecanismo para pedir “impeachment” de ministros do STF, já que ele prevê que “compete ao Senado Federal processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade”.