Brasil | Bolsonaro encabeza un desfile militar en medio de la sesión del Congreso sobre el voto impreso

1.564

Bolsonaro participó de un atípico desfile militar, en un peligroso mensaje a los otros poderes

El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, participó este martes en un atípico desfile militar frente a la Presidencia y el Congreso en Brasilia, en medio de un clima de tensiones institucionales por sus reiterados ataques al sistema electoral.

Junto a los comandantes del Ejército, la Marina, la Aeronáutica y algunos ministros, Bolsonaro observó el convoy de vehículos militares desde lo alto de la rampa del Palacio de Planalto, con vista al Congreso y al Supremo Tribunal Federal (STF).

Formalmente, el acto fue organizado para que integrantes de las Fuerzas Armadas entregaran al mandatario la invitación a un ejercicio militar que ocurre anualmente desde 1988 a unos 80 km de la capital.

Pero el desfile de los blindados y otros vehículos militares por la región central de Brasilia, sede de los tres poderes, es apuntado por observadores como algo inédito desde la vuelta a la democracia en Brasil y como un gesto de fuerza de Bolsonaro, cada vez más cercado por investigaciones judiciales y con su popularidad en declive.

Durante el desfile, que duró unos 10 minutos, decenas de partidarios del gobierno se concentraron frente a la Presidencia, algunos portando pancartas pidiendo una intervención militar para «salvar a Brasil».

La exhibición coincide además con la discusión en el Congreso Nacional de una propuesta para modificar el sistema electrónico de votación, centro de las críticas del presidente.

Tanto Bolsonaro como la Marina, que organiza el ejercicio militar, niegan cualquier conexión entre el desfile y esas discusiones.

«Como ocurre desde 1988, nuestra Marina realiza ejercicios en Formosa (Goiás). Como la tropa viene de RÍo de Janeiro, el paso por Brasilia es obligatorio. Recibiré el saludo y les desearé buena suerte en la misión», había afirmado Bolsonaro la víspera en un mensaje dirigido a los miembros del poder judicial y del Congreso, el cual firmó como «jefe supremo de las Fuerzas Armadas».

Con su popularidad en declive tras un año y medio de pandemia, el mandatario ultraconservador intensificó las últimas semanas sus ataques contra la corte suprema y el Tribunal Superior Electoral (TSE), a cuyos jueces acusa de querer perjudicarlo de cara a la elección de 2022.

Bolsonaro, quien busca la reelección, asegura que hubo fraude en las dos últimas presidenciales y que él debía haber ganado en la primera ronda en 2018, alegaciones que no tienen fundamento según la justicia electoral y numerosos especialistas, y de las que no presentó pruebas

El presidente pide que las urnas electrónicas, el sistema vigente desde 1996, impriman un recibo de los votos, con el fin de que puedan contarse físicamente, un reclamo que sus seguidores pasaron a defender en manifestaciones callejeras de los últimos meses.

Los reiterados cuestionamientos de Bolsonaro a la legitimidad de las elecciones llevaron a la justicia electoral y a la corte suprema a abrir sendas investigaciones en su contra.

Bolsonaro llegó a amenazar con la posibilidad de emplear un «antídoto» fuera de la Constitución contra esos procedimientos judiciales, a los que considera ilegales.

Ámbito Financiero


Bolsonaro recebe marcha de tanques no Planalto sem chefes de outros poderes

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) acompanhou hoje, ao lado dos chefes militares, a passagem de tanques pelo Palácio do Planalto, em Brasília. As imagens foram exibidas em uma live transmitida pelo Facebook de Bolsonaro e durou menos de 9 minutos.

O evento inédito gerou protestos, principalmente da oposição, já que ocorreu no mesmo dia em que a Câmara pautou a votação da proposta de emenda à Constituição que institui o voto impresso.

Tales: Braga Netto se preocupa em salvar a própria pele

Ontem, Bolsonaro usou as redes sociais para convidar autoridades para o desfile. Nenhuma compareceu. Entre eles estavam o presidente do STF, ministro Luiz Fux, o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Mesmo que não nominalmente, o chefe do Executivo estendeu o convite aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), do TCU (Tribunal de Contas da União), ministra Ana Arraes, do STJ, ministro Humberto Martins, e do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministra Maria Cristina Peduzzi. Também convidou deputados e senadores, dizendo que se «honraria» com a presença de cada um deles.

Em vez deles, estavam ao lado do chefe do Executivo, na porta do Palácio, o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e os chefes militares da Aeronáutica (Carlos de Almeida Baptista Júnior), Exército (Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira) e Marinha (Almir Garnier Santos). O presidente acenou durante a passagem do comboio, enquanto seguidores gritavam ao fundo.

Enquanto durou o desfile, nem o presidente, nem os comandantes militares usavam máscara. O Brasil já ultrapassou mais de 564 mil mortes em decorrência da pandemia do novo coronavírus.

O desfile ocorre em um momento de forte tensão entre o governo Bolsonaro e o Poder Judiciário. Segundo nota da Marinha divulgada ontem, «um comboio com veículos blindados, armamentos e outros meios da Força de Fuzileiros da Esquadra, que partiu do Rio de Janeiro», passaria por Brasília» ao longo desta manhã.

O destino final é o CIF (Campo de Instrução de Formosa), onde é feito anualmente, desde 1988, um grande treinamento da Marinha, a chamada Operação Formosa. A parada no Palácio do Planalto teve como justificativa a entrega do convite a Bolsonaro para o treinamento.

No trajeto, o comboio passou em frente ao Palácio do Planalto, que fica na Praça dos Três Poderes, junto com o Congresso Nacional e o STF. Um ato deste tipo em pleno dia útil é inédito.

Votação do voto impresso

O desfile ocorreu no mesmo dia que a Câmara deve votar a PEC (proposta de emenda à Constituição) 135/19, que estabelece o voto impresso, o que gerou incômodo entre parlamentares.

Arthur Lira lamentou o que definiu como uma «trágica coincidência» e abriu a possibilidade de adiar a votação.

Em nota divulgada à imprensa, a Marinha tentou minimizar o desgaste gerado com outras Forças e também no meio político, e afirmou que o ato «simbólico» não tem relação com o projeto do voto impresso.

Ao UOL, a assessoria de imprensa de Luiz Fux informou que o ministro não compareceria ao evento, alegando que o presidente do STF não está em Brasília, mas no Rio de Janeiro.

Ameaça democrática

Posicionado à esquerda do presidente, o ministro da Defesa, Braga Netto, teria, segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo, ameaçado a democracia e condicionado o processo eleitoral ao voto impresso.

Em nota divulgada à época, Braga Netto negou a ameaça e afirmou que «não se comunica com os Poderes por meio de interlocutores», mas no mesmo documento voltou a defender o voto impresso.

UOL


VOLVER

Más notas sobre el tema