Brasil | Bolsonaro amenaza con eliminar la cuarentena y acusa a China de crear el Covid
Bolsonaro amenazó con decretar fin de las cuarentenas y vincula a China con la creación de virus
El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, amenazó este miércoles con firmar un decreto para intervenir con los militares el país e interrumpir las cuarentenas que ciudades y estados adoptaron para enfrentar el colapso hospitalario por la pandemia del coronavirus y adelantó que no aceptará fallos contrarios a esa medida por parte del Supremo Tribunal Federal.
En un discurso en el Palacio del Planalto, el mandatario también cargó contra China, principal socio comercial de Brasil desde 2009, al insinuar que el país asiático pudo haber creado en un laboratorio el coronavirus como parte de una «guerra química», una versión descartada por la Organización Mundial de Salud (OMS) pero avalada por sectores de la ultraderecha.
«En las calles la gente ya pide que firme un decreto (para terminar con las cuarentenas en los estados y municipios). Si yo firmo un decreto, es para que se cumpla, no será rechazado por ningún tribunal», dijo en el discurso del acto por la apertura de la Semana de las Comunicaciones.
Bolsonaro repudió a gobernadores e intendentes que tomaron medidas de restricción sin que se lo ordene el Poder Ejecutivo Nacional, mientras una comisión del Senado investiga si el Gobierno actuó a favor del negacionismo y contra las medidas de distanciamiento social.
«Puedo firmar un decreto para garantizar la libertad de culto, de poder trabajar, el derecho de ir y venir. En ese decreto figuraría el artículo quinto de la Constitución», dijo Bolsonaro, que reivindicó la movilización de sus seguidores el sábado último para pedir una intervención militar que termine con las cuarentenas y toque de queda, cuando el país superó los 410.000 decesos.
«Los militares, cuando se gradúan, juran dar la vida por la patria. Los que fueron a la calle el 1 de mayo, así como los que no pudieron ir, darán su vida por la libertad», amenazó.
Bolsonaro repudió el inicio de la comisión investigadora del Senado sobre la gestión de la pandemia de su Gobierno y defendió el uso de la cloroquina, remedio antipalúdico sin comprobación científica.
El mandatario ultraderechista también reivindicó haber participado de aglomeraciones.
«Voy a seguir haciendo todo lo que deberían hacer los que me critican», dijo, exaltado, el excapitán del Ejército.
También volvió a formular críticas a China, tema que había sido abandonado por el Gobierno cuando no podía recibir insumos para la fabricación de las vacunas contra el coronavirus, un discurso que le valió el cargo al excanciller Ernesto Araújo, considerado un fundamentalista de la ultraderecha alineado con Donald Trump.
Bolsonaro diseminó información falsa y no comprobada sobre el origen del coronavirus
«Es un virus nuevo del que nadie sabe si nació en un laboratorio o nació porque un humanó ingirió un animal inadecuado. Los militares saben qué es la la guerra química, bacteriológica y radiológica. Quizás estemos enfrentando una nueva guerra. ¿Cuál fue el país que más creció? No les diré el nombre», sostuvo.
En otro tramo de su discurso, Bolsonaro defendió la explotación del nobio, un mineral que dijo será clave para el desarrollo brasileño y cuyas reservas se encuentran en la selva amazónica.
También advirtió sobre que es necesaria para las elecciones del próximo año una nueva ley que permita incluir un ticket impreso a la urna electrónica, una bandera del bolsonarismo con la cual se ha denunciado sin pruebas fraudes en los comicios.
Bolsonaro insinua que China fez ‘guerra química’ com covid-19 para garantir crescimento econômico
O presidente Jair Bolsonaro fez mais uma vez ataques à China ao insinuar que a pandemia de covid-19 seria um instrumento de “guerra química” para garantir maior crescimento econômico ao país asiático. Mesmo após o problema diplomático com a China por causa dessas afirmações, Bolsonaro voltou a dizer que o coronavírus pode ter sido criado em laboratório. A tese é contestada por cientistas e pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS).
“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou se nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí, os militares sabem que o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês. O que está acontecendo com o mundo todo, com sua gente e com o nosso Brasil?”, questionou o presidente em cerimônia no Palácio do Planalto referente à Semana das Comunicações.
Bolsonaro fez as afirmações justamente no momento em que vários Estados enfrentam dificuldades para aplicar a segunda dose da Coronavac, vacina produzida na China. No último dia 27, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse que “o chinês inventou o vírus”. Sem saber que estava sendo gravado em uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar, Guedes afirmou, ainda, que a vacina produzida pela China era “menos efetiva que a do americano”. Horas depois, quando novo embaraço diplomático se desenhava, o chefe da equipe econômica disse ter usado “uma imagem infeliz”.
Jair Bolsonaro
A versão de que o novo coronavírus foi criado em laboratório foi considerada “extremamente improvável” por cientistas que conduziram investigações a respeito do assunto na OMS. O ex-chanceler Ernesto Araújo, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também provocaram atritos com a China, no ano passado, ao se referir à covid-19 e às vacinas.
Na mesma cerimônia, Bolsonaro defendeu o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho “02”, e os assessores da Presidência Tercio Arnaud Tomaz e José Matheus Salles Gomes. Conhecido como “gabinete do ódio”, esse núcleo de auxiliares é comandado por Carlos e faz o papel de milícia digital contra opositores do governo, nas redes sociais. “São pessoas perseguidas o tempo todo, como se tivessem inventado um gabinete do ódio”, afirmou o presidente. “É o gabinete da liberdade, da seriedade”.
Presidente reclama de pedido feito por governista na CPI
Ao se referir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Bolsonaro reclamou de um requerimento de informações sobre os lugares que visitou. Em muitos finais de semana, o presidente frequentou comunidades pobres em Brasília e provocou aglomerações. O pedido para que a Presidência detalhe os itinerários, no entanto, partiu do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), um dos aliados do Palácio do Planalto no colegiado.
“Recebo agora documentos da CPI para dizer onde eu estava nos meus últimos fins de semana. Não interessa onde eu estava. Respeito a CPI. Estive no meio do povo, tenho que dar exemplo. É fácil para mim ficar no Palácio do Alvorada, tem tudo lá. Não posso, sem ouvir o povo, tomar conhecimento do que eles sentem e do que eles querem”, disse Bolsonaro. “Vou continuar andando em comunidades em Brasília. Alguns acham que vou passear. Não, vou continuar a fazer tudo que aqueles que me criticam deveriam fazer”.
Para justificar o pedido, Girão citou a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber. “A Constituição Federal (arts. 6o e 196), segundo a ministra Rosa Weber (STF), não admite retrocessos injustificados no direito social à saúde e que, especialmente em tempos de emergência sanitária, as condutas dos agentes públicos contraditórias às evidências científicas de preservação da vida não devem ser classificadas como atos administrativos legítimos, sequer aceitáveis”, disse o senador.
Crítico de medidas de isolamento social adotadas por governadores, Bolsonaro avalia editar um decreto para garantir a “liberdade de culto, de poder trabalhar e o direito de ir e vir”. De acordo com o presidente, a medida “não poderá ser contestada por nenhum tribunal”. “Não podemos continuar com essa política de ‘feche tudo, fique em casa’”, argumentou. “Nas ruas já se começa a pedir por parte do governo que se baixe um decreto. E se eu baixar um decreto, vai ser cumprido. Não vai ser contestado por nenhum tribunal, porque será cumprido”. Logo em seguida, ele perguntou: “O que constaria no corpo desse decreto?”. E, sem esperar, respondeu: “Os incisos do artigo 5º da Constituição”.
O artigo 5º, citado por Bolsonaro, diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.
Mais uma vez, Bolsonaro adotou discurso populista ao afirmar que o povo estará a seu lado. Recentemente, ele disse esperar um “sinal” para tomar providências. As manifestações de 1.º de Maio, quando pessoas foram às ruas vestidas de verde e amarelo, exibindo camisetas com a inscrição “Eu autorizo” foram vistas por ele como esse “sinal”.
“O Congresso, o qual integrei, tenho a certeza que estará ao nosso lado. O povo, o qual nós, Executivo e parlamentares, devemos lealdade absoluta, também estará ao nosso lado. Quem poderá contestar o artigo 5 da Constituição?”, perguntou.
Na sua avaliação, a “lealdade” do povo equivale à das Forças Armadas. “Os militares, quando se tornam praça, juram dar a vida pela Pátria. Os que estiveram nas ruas, nesse 1º de Maio, bem como outros milhões que não puderam ir às ruas, darão sua vida por liberdade”, afirmou.
A ameaça de Bolsonaro de editar um decreto contra medidas de isolamento social ocorre após crescerem nas redes sociais as críticas à forma como o governo tem conduzido o enfrentamento da pandemia. A morte do ator Paulo Gustavo comoveu o País e, segundo levantamento da consultoria Ap Exata, teve um efeito direto na rejeição ao presidente nas redes.
A empresa, que monitora o humor dos usuários no Twitter, mostra que o sentimento de tristeza em posts que mencionam Bolsonaro aumentou dez pontos desde terça-feira, 4. As publicações da família Bolsonaro lamentando a perda de Paulo Gustavo para a cultura brasileira não foram vistas como genuínas. Opositores lembraram de ocasiões em que o presidente menosprezou a doença e provocou aglomerações desnecessárias.
Declaração de Bolsonaro ‘vai piorar’ obtenção de insumos pelo Brasil, diz presidente da CPI
Por Gustavo Garcia, Pedro Henrique Gomes, Marcela Mattos e Sara
O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirmou nesta quarta-feira (5) que a declaração mais recente do presidente Jair Bolsonaro sobre a Covid-19 «vai piorar» a obtenção, pelo Brasil, de insumos contra a doença.
Mais cedo, nesta quarta, ao discursar em um evento, Bolsonaro disse que «ninguém sabe» a origem do vírus da Covid, mencionou o termo «guerra química» e indagou: «Será que não estamos enfrentando uma nova guerra?». Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é «extremamente improvável» que o vírus tenha atingido humanos após incidente em laboratório.
«É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês», afirmou Bolsonaro no evento.
Durante a sessão da CPI da Covid desta quarta, na qual foi ouvido o ex-ministro da Saúde Nelson Teich, Omar Aziz se dirigiu ao líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), e disse: «Hoje foi um dia ruim, viu, Fernando?».
«Eu acho que essa situação nossa em relação a ter insumos vai piorar com essa declaração hoje [quarta-feira]», acrescentou o presidente da CPI.
«Ele [Bolsonaro] chama de guerra química, e tal. Nós estamos nas mãos do chineses para trazer o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Nós não temos produção de IFA aqui. E nem vamos ter tão cedo. A gente depende da Índia para alguns insumos. Depende da China para outros insumos. Não é momento de a gente cutucar ninguém», concluiu Aziz.
Em nota, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (PP-SP), afirmou que Bolsonaro é uma pessoa «irresponsável, desequilibrada e sem noção de mundo», capaz de «confundir realidade com ficção».
‘Qual país cresceu mais?’
Esta não foi a primeira vez que integrantes da ala ideológica do governo Bolsonaro fazem ataques diretos ou indiretos à China, em meio a pandemia.
Ex-ministros e o próprio filho do presidente Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) já se posicionaram nesse sentido.
Nesta quarta-feira, na cerimônia no Palácio do Planalto, Bolsonaro não citou diretamente a China. Em um momento, questionou aos presentes qual foi o país que mais cresceu durante a pandemia.
Bolsonaro na CPI
Também nesta quarta, o presidente comentou a atuação da CPI da Covid. Segundo Bolsonaro, os senadores enviaram um documento pedindo que ele informe onde esteve nos últimos 50 fins de semana.
O estado de calamidade pública no Brasil devido à pandemia foi decretado em março do ano passado. Apesar disso, há diversos registros de passeios feitos pelo presidente Jair Bolsonaro por Brasília. Nas ocasiões, Bolsonaro provocou aglomerações e minimizou a gravidade da crise sanitária.
«Não interessa onde eu estava. Respeito a CPI. Estive no meio do povo, tenho que dar exemplo. É fácil para mim ficar dentro do Palácio da Alvorada, tem tudo lá», disse Bolsonaro nesta quarta.
Anvisa pode ser processada por difamação à vacina Sputnik V
O fundo soberano da Rússia, que financiou o desenvolvimento da Sputnik V, está consultando advogados brasileiros para processar diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que ainda não aprovou o uso do imunizante no país.
A decisão de entrar com uma ação contra a Anvisa pode ser tomada nos próximos dias. Os advogados consultados entendem que os diretores da agência brasileira avançaram o sinal, do ponto de vista jurídico, ao não apenas negar a permissão para a importação por ausência de documentos —mas também fazer considerações de que ela pode ser de alto risco para a humanidade, informa a jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
O laboratório Gamaleya, que desenvolveu a vacina Sputnik V, desmentiu as informações dadas pela Anvisa.
Segundo os advogados consultados pelo fundo russo, há elementos para ação cível e também criminal por difamação do Gamaleya.
Covid: Brasil registra 2.811 mortes e 73.295 novos casos em 24 horas
O Brasil registrou, nesta quarta-feira (5), 2.811 mortes por covid-19 e 73.295 novos casos, de acordo com os dados enviados pelos estados ao Ministério da Saúde e ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).
Com o balanço de hoje, o país contabiliza 414.399 mortes e 14.930.183 pessoas que já foram diagnosticadas com a doença. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os estados com o maior número de óbitos, respectivamente.
De acordo com o Ministério da Saúde, 13.529.572 milhões de pessoas já se recuperam da covid-19 no país.
Segundo o Conass, a taxa de letalidade do coronavírus no Brasil é de 2,8% e a taxa de mortalidade por cada 100 mil habitantes é de 197,2. A média móvel de óbitos nos últimos 7 dias é de 2.316 e a média móvel de novos casos é de 58.413, registrando tendência de queda nos últimos dias.
O Vacinômetro do R7 mostra que mais de 33 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19 no país, o que corresponde a 15% da população, sendo que mais de 16 milhões já receberam a segunda dose e estão completamente imunizadas.