Brasil superó las 350 mil muertes y Bolsonaro dice que “quedarse en casa es dictadura”
Brasil volvió a superar el promedio de 3.000 muertes diarias por COVID-19
Brasil registró 1.803 muertes por covid-19 en las últimas 24 horas. El total de muertos acumulado en el país llega a los 353.137, mientras que el promedio diario de víctimas en la última semana volvió a superar los 3.000 muertos este domingo, una media que solo había alcanzado el país diez días atrás.
De acuerdo con el balance del Ministerio de Salud, el gigante suramericano acumula 13.482.023 contagios por el SARS-CoV-2, tras contabilizar 37.017 nuevos casos.
El número de casos y muertes por coronavirus notificados este domingo es el menor de toda la semana. No obstante, las autoridades han reiterado que las cifras suelen ser más bajas los fines de semana debido a la falta de personal para registrar los datos.
La media de infecciones diarias en los últimos siete días subió a los 71.010 contagios, tras el promedio de 64.324 registrado el domingo pasado, y cerca de la media diaria máxima alcanzada el pasado 27 de marzo en Brasil, 77.129 casos. No ocurrió lo mismo con la media de muertes, ya que tras bajar a los 2.747 fallecidos diarios una semana atrás, ahora se ubica en las 3.101 víctimas, rozando el promedio diario máximo alcanzado el 1 de abril, 3.117 muertos.
Los datos del balance señalan que la tasa de mortalidad subió en una semana de 157,7 a 168 por cada 100.000 habitantes y en el lapso de tiempo, la incidencia pasó de 6.179 a 6.415 por cada 100.000 habitantes.
Brasil, con más de 210 millones de habitantes, atraviesa la peor fase de la pandemia desde que el coronavirus llegó al país, hace poco más de un año, y continúa como la segunda nación del mundo con mayor número de muertes y contagios por el virus.
El empeoramiento de la crisis sanitaria coincide con el lento proceso de vacunación en Brasil ante la falta de dosis disponibles. Según la cartera de Salud, hasta el momento se han distribuido más de 47 millones de dosis de inmunizantes en todo el país, de las que se han aplicado unos 25,3 millones.
De ese total, unos 19,8 millones de personas, el 9,4 % de la población del país, recibieron la primera dosis y otros 5,5 millones, el 2,6 %, ya cuentan con la segunda.
Este domingo, Brasil concluyó la vacunación masiva contra la covid-19 de toda la población adulta, unas 30.000 personas, de Serrana, una ciudad localizada en el interior del estado de Sao Paulo y que alberga a 45.000 habitantes, en el marco de un proyecto inédito en el mundo que busca analizar la capacidad de la CoronaVac para reducir la tasa de contagio del coronavirus. Aunque los primeros resultados del denominado ‘Proyecto S’ (Proyecto Serrana) serán conocidos hasta mediados de mayo, el panorama ya es positivo en Serrana, pues desde hace diez días ningún paciente está intubado en la ciudad.
“Não tem mais cachorro na Venezuela, comeram tudo”, diz Bolsonaro
Sem máscara, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi a uma comunidade perto de Brasília na manhã deste sábado (10.abr.2021), e visitou uma casa de venezuelanas. Lá, o mandatário disse que “o Brasil não vai virar uma Venezuela”.
A visita foi ao Morro da Cruz, em São Sebastião (DF), e foi toda registrada na página de Bolsonaro no Facebook. Segundo o presidente, o regime político da Venezuela, aos poucos, foi tirando “a liberdade” dos cidadãos. Comparou com as restrições impostas por governadores e prefeitos para tentar conter o avanço do coronavírus.
“Vocês estão tendo a experiência no Brasil, um pouco do que é ditadura, com essa política de fica em casa, toque de recolher, não pode ir para praia, não pode fazer mais nada. Não é para salvar vocês. Todos estamos preocupados com vida, mas essa política, no meu entender, é para sufocar a economia e desgraçar o Brasil de vez.”
Assista à íntegra da transmissão:
O chefe do Executivo federal também citou os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT. “Todo mundo sabe que o Lula fez propaganda para Hugo Chávez, Dilma também fez. Lula sempre defendeu que o regime na Venezuela é muito bom. Mas vocês estão vendo o que está acontecendo aqui”, falou ao apontar as mulheres venezuelanas que estavam ao seu redor, dando a entender que passam por dificuldades financeiras.
Em dado momento, o presidente entrou na cozinha da casa para mostrar a situação da geladeira das moradoras. O refrigerador não estava sem mantimentos e, por isso, Bolsonaro falou que era um dos mais cheios que viu na região.
O presidente fez ainda críticas às restrições mais duras da pandemia e ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Ele o chamou de “patife” e afirmou que o tucano quer quebrar o Estado, para depois culpar o governo federal.
“Quem fechou o comércio e obrigou o pessoal a ficar em casa não foi eu. Tenho poder para numa canetada fazer o lockdown no país todo. Mas isso não será feito. Nosso Exército não vai para rua para obrigar o povo a ficar em casa. Fique tranquilo. Quem está fazendo isso tudo são governadores e alguns prefeitos.”
Serrana registrou uma morte em toda população imunizada na vacinação em massa
Parte dos resultados do projeto de vacinação realizado na cidade de Serrana, no interior de São Paulo, denominado ‘Projeto S’, foi divulgado neste domingo (11). Do total de 27.150 voluntários imunizados com as duas doses da vacina Coronavac, um morreu em decorrência do novo coronavírus. Isso indica um índice de mortalidade pela pandemia em vacinados de 0,004%.
Quando analisados também os voluntários que tomaram apenas uma dose da vacina, o número de óbitos sobe para seis, ou seja, cinco pessoas morreram após terem tomado apenas uma dose da Coronavac e uma pessoa morreu após ter tomado as duas doses.
No total, Serrana tem pouco mais de 43 mil habitantes, segundo o IBGE. O ‘Porjeto S’, uma parceria do Instituto Butantan e o governo do estado de São Paulo, se propôs a vacinar toda a população adulta do município.
«A vacina foi atacada por muitas pessoas de forma absolutamente injusta, aqui [em Serrana] quase 98% das pessoas aceitaram tomar a vacina. Isso se consegue através de um trabalho em que se unifica a voz da ciência e das autoridades», afirmou o diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan, Ricardo Palacios.
Segundo os dados apresentados neste domingo (11) sobre o ‘Projeto S’, a aceitação geral da população para a vacina foi de 97,7%. Um total de 27,722 foram vacinadas com as duas doses da Coronavac.
«A vacina não apresenta eficácia relevante sem a segunda dose, essa é a importância de tomar as duas doses e foi atingido durante o programa. O engajamento da sociedade foi essencial, um vizinho chamou o outro, o pastou falou às pessoas, os líderes comunitários. A eficácia não é absoluta em casos mais graves, a resposta imune pode não se estabelecer de uma forma perfeita. Não se pode baixar a guarda por completo por estar vacinado», ressaltou Palácios.
Segundo o diretor médico de pesquisa clínica do Instituto Butantan, os resultados finais do estudo em Serrana devem ser apresentados em meados de maio. Ele acrescentou ainda que a população da cidade, mesmo os que não foram imunizados, serão monitorados pelo período de um ano.
«O acompanhamento da população vai ser feito a partir da primeira dose, estabelecido desde setembro de 2020. A ideia é a cada trimestre fazer um novo corte e fazer um relatório de cada etapa da população da cidade, isso se estenderá até fevereiro de 2022».
Aposta ambiciosa
Um total de 54,872 doses de vacinas foram administradas em Serrana, tendo 27.150 voluntários completaram as duas aplicações e 27.722 tomado apenas a primeira dose da Coronavac.
«Este projeto, extremamente ambicioso, será uma aposta pela possibilidade de sair dessa pandemia, pelo controle por meio da vacinação. Quase 28 mil pessoas decidiram, voluntariamente, nos ajudar com essa aposta, a população de Serrana é a verdadeira protagonista desse projeto», declarou Palacios.
O prefeito de Serrana Léo Capitelli (MDB), destacou que o Projeto S é referência no mundo.
«No momento que todo mundo enfrenta um momento delicado, com a maio pandemia do século, aqui na pequena Serrana, através do Instituto Butantan, nós desenvolvemos um projeto que é referência no mundo, é muito bom e nos enche de orgulho saber que temos uma instituição com tanto ‘know-how’ como o Butantan».
«Que em pouco tempo possamos retomar a economia, a educação, que possamos ter uma cidade trabalhando com mais tranquilidade. Que este projeto sirva como um exemplo, uma esperança e a contribuição para a ciência. Nossa torcida é que isso aconteça para o mundo todo», disse a secretária de Saúde de Serrana, Leila Gusmão.