Brasil | Director de la OMS pide explicaciones al gobierno por la crisis sanitaria
OMS quer que governo Bolsonaro se explique sobre caos sanitário no Brasil
O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanon, quer que o ministro da Saúde do Brasil se explique perante o mundo sobre a crise sanitária no país.
O jornalista Jamil Chade informa no UOL que a participação de Marcelo Queiroga numa coletiva de imprensa organizada pela OMS poderia ocorrer no dia 30 de abril. No governo, a pasta da Saúde indicou que ainda não tem uma posição oficial.
O governo Bolsonaro teme que a imagem internacional do Brasil fique ainda mais deteriorada e que Queiroga seja alvo de uma avalanche de questionamentos e críticas por parte de jornalistas de todo o mundo.
A OMS insiste em que a resposta à pandemia não pode ser apenas a vacinação, sedo necessário agregar medidas de saúde pública, distanciamento, testes, isolamento de pessoas infectadas e rastrear os contatos. Jair Bolsonaro se opõe a todas essas medidas.
Brasil aproxima-se dos 14 milhões de casos de covid-19
Segundo dados do Ministério da Saúde brasileiro, o número de mortes provocadas pela covid-19 ascende a 373.335.
O Brasil registou 42.980 novos casos e 1.657 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, aproximando-se dos 14 milhões de pessoas infetadas pelo novo coronavírus desde o início da pandemia, indicaram as autoridades de saúde.
Segundo dados do Ministério da Saúde brasileiro, o número de mortes provocadas pela covid-19 ascende a 373.335, tendo sido registados 13.943.071 casos da doença desde 26 de fevereiro de 2020, quando foi registado o primeiro caso no país.
Embora o número de óbitos tenha caído hoje pela primeira vez em sete dias para menos de 2.000, o próprio Ministério da Saúde esclareceu que balanço diário da evolução da pandemia ao fim de semana não reflete a realidade, já que, nestes dias, verificam-se atrasos na notificação dos dados.
O boletim de hoje da evolução epidemiológica divulgado pelas autoridades de saúde também indica que um total de 1.178.137 doentes estão em observação, o que confirma, segundo a agência EFE, que a pandemia não está sob controlo no país.
A situação no Brasil agravou-se nas últimas semanas, principalmente devido à circulação em todo o território nacional de novas variantes do coronavírus mais agressivas, que têm levado os hospitais à beira do colapso e à escassez de medicamentos para tratar doentes ventilados.
Perante este cenário, os especialistas preveem que, nas próximas semanas, o Brasil ultrapassará 400 mil mortes desde o início da pandemia, duplicando, nos primeiros cinco meses deste ano, os cerca de 200 mil óbitos registados em 2020.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.011.975 mortos no mundo, resultantes de mais de 140,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.945 pessoas dos 831.001 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
TCU afirma que governo Bolsonaro foi omisso e cometeu «abuso de poder» na pandemia
Por Catarina Barbosa
A instalação da » CPI da Covid», a Comissão Parlamentar de Inquérito que irá apurar, no Senado Federal, a conduta do governo Bolsonaro, deve também levar em consideração um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), concluído em abril.
Segundo técnicos do órgão, o governo federal alterou documentos, não só para se eximir da responsabilidade de liderar ações na pandemia, como também de não monitorar o fornecimento do chamado «kit intubação» em postos de saúde.
A primeira reunião da comissão está prevista para a próxima quarta-feira (21).
O drama com relação à escassez dos itens utilizados na intubação de pacientes com covid-19 começou na gestão do ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello. Em março, o militar tomou uma série de medidas administrativas para centralizar as compras dos medicamentos que compõem kit.
Na época, Pazuello argumentou que a centralização seria uma forma de melhorar a distribuição dos itens pelo país. No entanto, desde o mês passado, os relatos sobre a falta desses medicamentos se tornaram cada vez mais frequentes.
Os itens que integram o kit são anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares fundamentais para casos mais graves, quando o paciente precisa ser intubado.
om os insumos, é possível realizar procedimentos que permitam a chegada de oxigênio aos pulmões de quem enfrenta quadros mais críticos da doença.
Dados do relatório
Segundo o documento do TCU, os relatórios do Ministério da Saúde levavam em conta, apenas, medicamentos para intubação destinados a hospitais públicos, sendo que, na época, a própria pasta admitiu que as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) estavam realizando intubação de pacientes em estado grave.
Além disso, o tribunal afirma que houve «envio linear a todos os estados» de dois medicamentos para intubação, o propofol e atracúrio «desconsiderando a diferença no número de leitos entre os estados».
O documento pontua ainda que «os trabalhos de controle e monitoramento do MS [Ministério da Saúde] para os medicamentos de IOT (intubação orotraqueal) foram ineficazes por falta de controle em tempo real e de sistema apropriado e, principalmente, por desconsiderarem o agravamento da crise, as condições sanitárias do país e as reais necessidades das secretarias de saúde».
General Braga Netto também é alvo
O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a abertura de um processo para averiguar a conduta do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, no combate à covid-19 pelo período em que comandou a Casa Civil e coordenou o ‘Comitê de Crise’ do governo.
O documento interno, ao qual o jornal Estadão teve acesso, aponta «graves omissões» do general. Entre elas, «não ter contribuído da forma que seria esperada para a preservação de vidas».
O processo conta com a relatoria do ministro Vital do Rêgo, irá analisa ainda se acolhe a sugestão da área técnica do TCU.
A abertura de um processo para investigar o general Braga Netto amplia o cerco em relação aos erros do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na gestão da pandemia.
O TCU também mira o atual coordenador do comitê de crise do Executivo, Heitor Abreu, subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil. Segundo os técnicos do TCU, o tenente-coronel também não contribuiu «da forma que seria esperada para a preservação de vidas».