Crisis en Brasil | Reemplazan a los tres comandantes de las Fuerzas Armadas
Crisis en Brasil: el gobierno de Bolsonaro anunció la salida de los tres comandantes de las Fuerzas Armadas
Los comandantes del Ejército, de la Aeronáutica y de la Marina brasileña dejaron sus cargos el martes, un día después del desplazamiento del ministro de Defensa, Fernando Azevedo e Silva. La decisión fue confirmada en una reunión entre los comandantes de las Fuerzas Armadas con el nuevo jefe de Defensa, Walter Braga Netto, según informó el Ministerio en una nota.
La salida sorpresiva de Azevedo e Silva, ahora seguida por la salida de los jefes de las tres fuerzas, alimentó especulaciones sobre un intento del presidente Jair Bolsonaro de buscar un alineamiento de los militares con el gobierno intentando politizar los cuarteles, en un momento de crisis política agravada por la pandemia.
“Preservé las Fuerzas Armadas como instituciones de Estado”, dijo Azevedo el martes, en su carta de renuncia.
El general Edson Pujol, jefe del Ejército; el almirante de escuadra Ilquer Barbosa, de la Marina; y el teniente brigadier Antonio Moretti Bermudez, de la Aeronáutica, recibieron la noticia de que serían despedidos esta mañana y todavía no se conoce quiénes serán sus reemplazantes.
Pujol había intentado durante su gestión mantenerse distante del gobierno, ante un Bolsonaro que llegó a referirse a la fuerza como “mi ejército”. En noviembre del año pasado, el presidente había contestado una declaración del exjefe del Ejército que había resaltado que los militares no quieren ni tienen interés de involucrarse en política. La declaración de Pujol había sido interpretada como una crítica al presidente, quien dos días antes había dicho que cuando se acabara la saliva había pólvora para defender la Amazonía.
“La afirmación de Pujol -elegido por mí para comandante del Ejército- viene exactamente al encuentro de lo que pienso sobre el papel de las Fuerzas Armadas en el escenario nacional”, había dicho Bolsonaro a modo de respuesta. “Son el mayor sustento y garantía de la democracia y de la libertad. Deben mantenerse apartidarias, basadas en la jerarquía y la disciplina sobre autoridad suprema del Presidente de la República”.
El lunes Bolsonaro promovió seis cambios en su equipo de ministerios, en la mayor reforma desde que asumió la presidencia. El movimiento, que incluyó la salida del excanciller Ernesto Araújo, fue interpretado como un intento de agradar al bloque del “centrão” en el Congreso y alinear a los militares.
Por su parte, el vicepresidente de Brasil, general Hamilton Mourão, descartó hoy la posibilidad de un golpe de Estado luego de la crisis militar causada por la decisión de Bolsonaro de echar al ministro de Defensa y provocar la salida de los jefes de las tres Fuerzas Armadas. ”[La chance de una ruptura institucional] es cero. Pueden designar a quien quieran, no hay ruptura institucional. Las Fuerzas Armadas siempre se van a guiar por la legalidad”, dijo Mourão al canal de noticias GloboNews.
Ministério da Defesa anuncia saída dos comandantes das três Forças Armadas
O Ministério da Defesa anunciou nesta terça-feira (30) a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).
Na nota, o ministério não informou o motivo da saída dos três nem anunciou os substitutos (leia a íntegra ao final desta reportagem).
Segundo apurou o Blog do Camarotti, os três comandantes pretendiam apresentar um pedido de demissão conjunto, mas o presidente Jair Bolsonaro se antecipou e determinou que eles não permaneceriam.
O anúncio foi feito um dia após Fernando Azevedo e Silva ter deixado o cargo de ministro da Defesa. Para o lugar dele, foi anunciado o general da reserva Walter Souza Braga Netto, que até então comandava a Casa Civil.
Mais cedo, nesta terça, Pujol, Barbosa e Bermudez se reuniram com Braga Netto, em Brasília. O colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti já havia informado que os três haviam decidido colocar os cargos à disposição.
Esta é a primeira vez desde 1985 que os comandantes das três Forças Armadas deixam o cargo ao mesmo tempo sem ser em período de troca de governo.
Influência nos quartéis
Segundo o Blog do Camarotti, a saída de Fernando Azevedo e Silva, nesta segunda (29), foi recebida com preocupação por integrantes da ativa e da reserva das Forças Armadas e como algo além de uma troca para acomodação de espaços no primeiro escalão do governo.
Ao colunista, um general da reserva enxergou o movimento como um sinal de que o presidente Jair Bolsonaro deseja ter maior influência política nos quartéis.
Em novembro do ano passado, o comandante do Exército, Edson Pujol, afirmou que os militares não querem «fazer parte da política, muito menos deixar a política entrar nos quartéis».
Na ocasião, o vice-presidente Hamilton Morão, também general quatro estrelas da reserva, reforçou a posição de Pujol.
Reforma ministerial
Ao todo, nesta segunda, o governo anunciou seis mudanças na Esplanada dos Ministérios.
Braga Netto, que estava na Casa Civil, foi para o Ministério da Defesa;
Luiz Eduardo Ramos, ministro da Secretaria de Governo, foi para a Casa Civil;
Deputada Flávia Arruda (PL-DF) assumiu a Secretaria de Governo;
Delegado da PF Anderson Torres, que trabalhava no governo do Distrito Federal, foi para o Ministério da Justiça;
André Mendonça, que estava na Justiça, foi para a Advocacia-Geral da União;
Carlos Alberto Franco França, assessor especial da Presidência, assumiu o Ministério das Relações Exteriores.
Conforme o colunista do G1 e da GloboNews Valdo Cruz, aliados de Bolsonaro avaliam que faltaram duas demissões: a de Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e a de Milton Ribeiro, da Educação.
Íntegra
Leia a íntegra da nota do Ministério da Defesa:
Ministério da Defesa
Centro de Comunicação Social da Defesa
Nota oficial
Brasília, DF
Em 30 de março de 2021
O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos.
A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças.
Novo ministro da Defesa diz que golpe de 1964 serviu para «pacificar o país» e deve ser celebrado
O novo ministro da Defesa, general Walter Braga Neto, afirmou, em nota, que o período da ditadura militar serviu para «pacificar o país» e deve ser celebrado. Braga Netto disse que, na época, as Forças Armadas enfrentaram «desgastes para reorganizar o Brasil e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos». O texto foi divulgado em alusão aos 57 anos do golpe de 31 de março de 1964.
«As Forças Armadas acabaram assumindo a responsabilidade de pacificar o País, enfrentando os desgastes para reorganizá-lo e garantir as liberdades democráticas que hoje desfrutamos», diz Braga Netto no texto.
«O movimento de 1964 é parte da trajetória histórica do Brasil. Assim devem ser compreendidos e celebrados os acontecimentos daquele 31 de março», afirmou em outro trecho.
O ministro relembrou a Lei da Anistia, aprovada pelo Congresso Nacional, dizendo que ela «consolidou um amplo pacto de pacificação a partir das convergências próprias da democracia».
«Foi uma transição sólida, enriquecida com a maturidade do aprendizado coletivo. O País multiplicou suas capacidades e mudou de estatura», escreveu.
Braga Netto afirmou, ainda, que «o cenário geopolítico atual apresenta novos desafios, como questões ambientais, ameaças cibernéticas, segurança alimentar e pandemias».
«As Forças Armadas estão presentes, na linha de frente, protegendo a população. A Marinha, o Exército e a Força Aérea acompanham as mudanças, conscientes de sua missão constitucional de defender a Pátria, garantir os Poderes constitucionais, e seguros de que a harmonia e o equilíbrio entre esses Poderes preservarão a paz e a estabilidade em nosso País.»