Brasil | Médicos y científicos piden juicio político a Bolsonaro por el mal manejo de la pandemia
Médicos y científicos piden en Brasil destitución de Bolsonaro
Un grupo de médicos y científicos brasileños presentó hoy una moción de juicio político en la Cámara de Diputados contra el presidente Jair Bolsonaro, por delitos en la conducción de la pandemia de Covid-19.
Según el portal de noticias G1, para sustentar el pedido los demandantes enumeraron una serie de declaraciones públicas y acciones de Bolsonaro desde marzo de 2020, cuando la Covid-19, enfermedad causada por el virus SARS-Cov-2, comenzó a propagarse por el país, hasta el pasado día 20.
Por ejemplo, la frase ‘no soy un sepulturero’ fue citada por el excapitán del Ejército tras ser preguntado por el alto número de muertes por la dolencia.
La solicitud también recuerda las declaraciones de Bolsonaro contra las medidas de aislamiento social y las ocasiones en las que el mandatario ultraderechista minimizó los efectos de la Covid-19.
De acuerdo con médicos y científicos, el exmilitar ‘utilizó sus poderes legales y su fuerza política para desacreditar medidas sanitarias de eficacia probada y desorientar a la población cuya salud debía proteger’.
La demanda afirma asimismo que la negación de Bolsonaro costó la vida a los brasileños.
‘El señor Jair Messias Bolsonaro se empeñó en arrastrar la credibilidad de la presidencia de la República (y, en consecuencia, de Brasil) a un precipicio negativo que implicó (y causa) la pérdida de vidas y pérdidas inconmensurables, desde la salud hasta la economía’, indica un extracto del documento.
Corresponde al titular de la Cámara baja, Arthur Lira, decidir si acepta o no una solicitud de destitución.
Teniendo en cuenta la cifra divulgada por el diario Folha de Sao Paulo, con esta demanda sumarían 69 las solicitudes de impeachment (juico político) contra el gobernante, quien en más de una ocasión comparó la Covid-19 con una ‘gripecita o resfriado’.
Hasta la fecha, el gigante suramericano acumula 231 mil 534 decesos y nueve millones 524 mil 640 contagios por el patógeno.
Médicos protocolam pedido de impeachment de Bolsonaro por ação na pandemia
Médicos e cientistas protocolaram na Câmara dos Deputados um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro na última 6ª feira (5.fev.2021).
O grupo alega que Bolsonaro cometeu crimes de responsabilidade na condução das políticas de saúde pública durante a pandemia. Eis a íntegra do pedido (3 MB).
O documento lista declarações públicas do presidente e ações do governo federal que teriam minimizado a ameaça do coronavírus.
“O Sr. Jair Messias Bolsonaro não age por erro ou por desinformação; ele não é um líder que erra querendo acertar. Do ponto de vista médico e epidemiológico, ele erra e sabe que erra. Seu comportamento decorre de um cálculo político no qual a saúde dos brasileiros foi derrotada”, afirma o texto.
A petição é assinada pelo ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão, que ocupou o cargo durante o 2º mandato de Lula na Presidência (2007 a 2011).
O médico sanitarista e fundador da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Gonzalo Vecina Neto também é um dos signatários. Eis os outros autores da peça:
Ethel Leonor Noia Maciel, epidemiologista;
Ricardo Oliva, médico sanitarista;
Eloan dos Santos Pinheiro, ex-diretora da Laboratório Farmacêutico de Manguinhos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz);
Reinaldo Ayer de Oliveira, secretário da Sociedade Brasileira de Bioética;
Daniel de Araújo Dourado, médico e advogado do Centro de Pesquisa em Direito Sanitário da USP; e
Ubiratan de Paula Santos, pneumologista.
O pedido de impeachment de um presidente da República por crime de responsabilidade pode ser apresentado à Câmara por qualquer cidadão. Cabe ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), avaliar se o pedido cumpre os requisitos mínimos de autoria e materialidade previstos na Lei 1079/1950, que regula o processo de julgamento. Lira é aliado de Bolsonaro.
Uma vez aceita a denúncia, o presidente da Câmara comunica aos deputados em plenário, onde é feita a leitura da acusação, ato que marca o início da análise do pedido.
Bolsonaro tem sido alvo de pedidos de impeachment desde o início de seu mandato. Segundo a Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmara, este é o 69º protocolado na Casa (saiba aqui quais são – 249 KB).
Pelo menos outros 14 são relacionados à conduta do presidente durante a pandemia e 7 mencionam a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Há ainda acusações de apologia à tortura e ao racismo.
Pesquisa PoderData publicada na última 5ª feira (4.fev) mostra que 46% dos brasileiros acham que Jair Bolsonaro deve deixar a Presidência da República. A taxa teve alta de 5 pontos percentuais em relação ao último levantamento, feito há 6 meses (de 17 a 19 de agosto de 2020).
A proporção dos que acham que Bolsonaro deve continuar no cargo caiu 5 pontos percentuais no mesmo período. Passou de 52% para 47%.
PLACAR DO IMPEACHMENT
Em meio à pressão pelo afastamento do presidente Bolsonaro, um perfil no Twitter que monitora o posicionamento de congressistas nas redes sociais aponta que 111 deputados são favoráveis ao processo. Outros 77 manifestaram que são contrários ao impeachment. A maior parte dos congressistas que apoiam o governo não se posicionou. A atualização mais recente do levantamento foi feita na última 3ª feira (2.fev.2021).
Responsável pela decisão de dar andamento ao processo na Câmara, Arthur Lira foi eleito para a presidência da Casa no 1º turno com apoio de Bolsonaro. Ele teve mais que o dobro de votos de Baleia Rossi (MDB-SP), principal candidato da oposição. Foram 302 votos contra 145.
Cientistas alertam para terceira onda de Covid-19 em Manaus
O cientista responsável pelo artigo “Políticas do Brasil condenam a Amazônia a uma segunda onda de Covid-19“, publicado em agosto na revista Nature, faz agora um novo alerta para uma terceira onda de coronavírus na região, com mais mortes do que as registradas em 2020, caso medidas mais rígidas de combate à disseminação do vírus não sejam tomadas.
Em entrevista ao jornal The Intercept, o biólogo Lucas Ferrante, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa), afirmou que se reuniu com o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), em janeiro para falar sobre os riscos do aumento expressivo de casos na capital. No entanto, o alerta não surtiu efeito e as autoridades locais não seguiram os conselhos do especialista.
“Se não for tomada nenhuma iniciativa, como ocorreu no passado, a terceira onda será mais longa e matará muito mais gente. A alternativa é lockdown com mais de 90% de isolamento e vacinação de toda população de Manaus”, disse.
Ferrante escreveu um novo artigo que será publicado em breve em uma revista científica internacional. O documento está em fase de revisão. O novo estudo conta com a contribuição de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do Amazonas (UFAM), de São João del-Rei (UFSJ) e de uma pesquisadora aposentada do Instituto Butantan
Eles construíram um modelo epidemiológico com informações a partir das taxas de transmissão da nova variante do vírus encontrada no Amazonas, de reinfecção da população por perda de imunidade após seis meses do primeiro diagnóstico, do grau de isolamento social adotado e das estatísticas de vacinação no estado.
O Amazonas foi uma das unidades federativas que mais sofreu com a pandemia de Covid-19. Em janeiro deste ano, após a explosão de novos casos, o estado passou por um colapso na saúde com falta de oxigênio e leitos para o tratamento da população. A média móvel de mortes teve um aumento de 632% no último mês.
Covid-19: mortes somam mais de 232 mil e casos, 9,5 milhões
O número de pessoas que não resistiram à covid-19 no Brasil subiu para 232.170. Em 24 horas, foram registradas 636 mortes. Há ainda 2.822 óbitos em investigação no país.
Já o total de pessoas infectadas pelo coronavírus desde o início da pandemia chegou a 9.548.079. Em 24 horas, foram confirmados pelas autoridades sanitárias 23.439 novos casos.
Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite desta segunda-feira (8). O balanço é produzido a partir de informações fornecidas pelas secretarias estaduais de saúde.
Há, ao todo, 868.264 pessoas com casos ativos da doença em acompanhamento por profissionais de saúde e 8.447.645 pacientes já se recuperaram.
Estados
Na lista de estados com mais mortes estão São Paulo (54.663), Rio de Janeiro (30.700), Minas Gerais (15.967), Rio Grande do Sul (11.028) e Ceará (10.612). As unidades da Federação com menos óbitos são Acre (893), Roraima (896), Amapá (1.083), Tocantins (1.425) e Rondônia (2.369).
Em número de casos, São Paulo também lidera (1.851.776), seguido por Minas Gerais (776.215), Bahia (609.755), Santa Catarina (595.952) e Paraná (571.355).