Brasil | Hijo de Bolsonaro acusa a China de espionaje y el país asiatico advierte «consecuencias negativas»
China advirtió a Brasil de «consecuencias negativas» por los dichos de Eduardo Bolsonaro
China advirtió a Brasil que puede sufrir «consecuencias negativas» al calificar de «infames» las declaraciones del presidente de la Comisión de Relaciones Exteriores de la Cámara de Diputados, Eduardo Bolsonaro, quien acusó al gigante asiático de espiar mediante la Internet 5G.
Lo hizo en un comunicado divulgado en la noche del martes por su embajada en Brasilia, en el cual se nota un cambio de tono hacia el diputado e hijo del presidente Jair Bolsonaro,un aliado declarado y alineado con el presidente de Estados Unidos, Donald Trump, y su retórica contra Beijing.
«Creemos que la sociedad brasileña no adhiere ni acepta este tipo de postura. Instamos a estas personalidades a dejar de seguir la retórica de la derecha estadounidense, cesar la desinformación y calumnias contra China y la amistad sino-brasileña y evitar ir demasiado lejos por el camino equivocado», dice el comunicado.
Agrega que «en caso contrario, van a pagar con consecuencias negativas y cargarán la responsabilidad histórica de perturbar la normalidad de la alianza China-Brasil».
El Gobierno de Bolsonaro se resiste a revelar si aceptará o no a la empresa china Huawei, instalada en el país desde 1999, en la licitación de Internet de quinta generación 5G prevista para el próximo año.
La declaración de China contra Eduardo Bolsonaro ocurre en medio de presiones por parte de sectores militares del Gobierno para que Brasilia oficialmente acepte la victoria del presidente electo de Estados Unidos, Joe Biden, sobre Trump en las elecciones de este mes.
La reacción de China se debió a un mensaje en las redes sociales por parte de Eduardo Bolsonaro, quien dijo que Brasil ha adherido simbólicamente a la iniciativa estadounidense «Clean Network» (Red Limpia) para frenar el avance de Huawei, líder mundial en el dominio de la tecnología 5G.
«El gobierno de Jair Bolsonaro declaró apoyo a la Clean Network, lanzada por el gobierno de Trump, creando una alianza global para un 5G seguro, sin espionaje de China», afirmó Eduardo Bolsonaro, que agregó que el Partido Comunista de China «es una entidad agresiva y enemiga de la libertad».Después del comunicado de la embajada, Eduardo Bolsonaro borró el mensaje en Twitter.
La embajada dijo que «la declaración del diputado Eduardo Bolsonaro y otras personalidades afectan las relaciones» entre ambos países.
Desde 2009 China es el principal socio comercial de Brasil, desplazando de ese lugar a Estados Unidos.
Es la segunda vez que la embajada reacciona contra el diputado Bolsonaro: este año había vinculado al Gobierno chino con la pandemia de coronavirus.El embajador chino en Brasilia, Yang Wanming, llegó a decir que el diputado tenía un «virus mental», una declaración por la cual reaccionó contra China el canciller Ernesto Araújo, quien en sus escritos considera a Trump como el «salvador del planeta».
La declaración de Eduardo Bolsonaro fue repudiada a nivel interno por el sector de la derecha vinculado al agronegocio, que tiene como principal comprador a China.
«No se le puede dar más alas a este irresponsable, y lo peor es que el padre no le dice nada. Están poniendo en riesgo al país con esta ideología insana sobre el 5G y la vacuna china. Los Bolsonaro van a perder ambas batallas, porque perdieron al instructor de locos llamado Trump. Bolsonaro pierde credibilidad en el mundo día tras día», dijo Fausto Pinato, presidente del Frente Parlamentario Brasil-China.
China acusa Eduardo Bolsonaro de ameaçar suas relações com Brasil
Em uma nota pública divulgada na noite desta terça-feira 24, a Embaixada da China no Brasil acusou o deputado Eduardo Bolsonaro de ameaçar as relações entre Pequim e Brasília com declarações “infundadas”. Segundo a representação diplomática, o governo chinês utilizou canais diplomáticos para realizar uma queixa formal.
Nas redes sociais, o deputado afirmou que o governo brasileiro declarou apoio a uma “aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. A mensagem foi postada na segunda-feira 23, mas apagada nesta terça.
“O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu Eduardo Bolsonaro. “Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”, disse ainda o deputado, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Em nota, a Embaixada da China afirmou que a declaração “é totalmente inaceitável” e que manifesta “forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento”.
“Na contracorrente da opinião pública brasileira, o deputado Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades têm produzido uma série de declarações infames que, além de desrespeitarem os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil”, diz o comunicado.
A representação diplomática disse ainda que as declarações de Eduardo Bolsonaro seguem “os ditames dos Estados Unidos de abusar do conceito de segurança nacional para caluniar” o país asiático e cercear as atividades de empresas chinesas.
A briga pelo monopólio da tecnologia 5G mundial está no centro da guerra comercial entre China e Estados Unidos. O governo americano alega que a tecnologia oferecida pela chinesa Huawei representa uma ameaça à segurança nacional nas nações que a adotam, pela proximidade da empresa com o governo de Pequim, e protagoniza uma campanha para influenciar seus aliados a escolher tecnologias alternativas.
Além da Huawei, as outras grandes empresas que oferecem serviços de 5G semelhantes ao chinês são a sueca Ericsson, a finlandesa Nokia e a sul-coreana Samsung – não há nenhuma empresa americana que disputa o monopólio no mesmo patamar.
Alvo de lobby de ambas as nações, o Brasil foi colocado em uma posição delicada na disputa. A Huawei deixa claro seu interesse em participar da implantação da tecnologia no país. Porém, ao mesmo tempo em que tenta conservar os laços com a China – o maior parceiro comercial brasileiro – o governo de Jair Bolsonaro também força uma aproximação com os Estados Unidos.
O Brasil prepara um leilão para escolher empresas que vão instalar a rede de telefonia 5G no país. O evento deve acontecer em 2021.
Em entrevista a VEJA em agosto, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, negou que as declarações de Eduardo Bolsonaro e outras autoridades brasileiras pudessem prejudicar “o quase meio século de relações diplomáticas” entre as duas nações.
“Forças antichinesas nos Estados Unidos têm criado uma rivalidade ideológica de forma deliberada, pressionando outros países a tomar partido dos interesses americanos”, disse. “No entanto, nenhuma nação que possua consciência e espírito independente cairá nessa manobra”.
Nesta terça, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi questionado sobre as declarações de Eduardo Bolsonaro. Jornalistas perguntaram ao ministro se o Brasil entrou na aliança Clean Network a fim de evitar a espionagem chinesa, como havia afirmado o deputado. Faria não quis responder e disse apenas: “Liga para o Eduardo”.