Brasil | Bolsonaro califica de “lamentable” a Biden y dice que su declaración fue «desastrosa y gratuita»

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Bolsonaro califica de «lamentable» a Biden tras la amenaza de imponer sanciones a Brasil

Por Pablo Giuliano

El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, aseguró que la soberanía de su país es «innegociable» y calificó de «lamentable» al candidato demócrata a la Casa Blanca, Joe Biden, que el martes amenazó con imponer sanciones para frenar la devastación en la selva amazónica en caso ser electo.

Bolsonaro dijo que el actual dirigente opositor estadounidense dio una señal que puede perjudicar las relaciones bilaterales y su alianza sellada con el Gobierno de Donald Trump.

Alineado con el republicano, el mandatario sudamericano reaccionó por las redes sociales a la declaración sobre los incendios amazónicos en Brasil citados por Biden en el primer debate presidencial realizado anoche en Cleveland, Ohio, de cara a las elecciones del 3 de noviembre.

«Lo que muchos no entienden es que Brasil cambió. Hoy, su presidente, a diferencia de la izquierda, no acepta sobornos, demarcaciones delincuenciales (NdR: en referencia a tierras indígenas) o infundadas amenazas. Nuestra soberanía es innegociable», escribió hoy en las redes sociales Bolsonaro.

El jefe de Estado dijo que realiza acciones «sin precedentes» para proteger la selva amazónica, la cual Brasil posee el 60%, y que acepta cooperación de Estados Unidos como la que está conversando con el presidente Trump.

«La codicia de algunos países por la Amazonía es una realidad. Por eso, la externalización por parte de alguien que disputa el comando de su país indica claramente la renuncia a una convivencia cordial y prolífica», advirtió el ultraderechista brasileño.

«Lamentable Biden en todos los aspectos», añadió el mandatario.

Además dijo que «como jefe de un Estado que reabrió plenamente las relaciones con Estados Unidos, tras décadas de gobiernos hostiles» le cuesta entender «tan desastrosa y gratuita declaración».

Desde que asumió en 2019, Bolsonaro apoya la reeleccion de Trump, a quien el canciller Ernesto Araújo considera el «salvador de Occidente».

En el año y medio de Gobierno, Estados Unidos se mantuvo como el segundo socio comercial de Brasil, detrás de China, que ostenta el liderazgo como comprador brasileño desde 2009.

Télam


Bolsonaro ataca Biden, cita cobiça sobre Amazônia e diz não aceitar suborno

Por Luciana Amaral

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou hoje o candidato à Presidência dos Estados Unidos Joe Biden, do partido Democrata, pela fala do norte-americano de que poderia organizar US$ 20 bilhões (R$ 112 bilhões) para a Amazônia junto a outros países. Bolsonaro citou uma cobiça de outros países pela Amazônia e disse que não aceitará «subornos».

Biden falou ontem em debate com o atual presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, Donald Trump, do partido Republicano, que o Brasil está queimando a Amazônia e, se não parar, haverá consequências econômicas significativas.

Em publicação em rede social, Bolsonaro afirmou que o Brasil «mudou» e o presidente da República, «diferentemente da esquerda, não mais aceita subornos, criminosas demarcações ou infundadas ameaças. Nossa soberania é inegociável».

«A cobiça de alguns países sobre a Amazônia é uma realidade. Contudo, a externação por alguém que disputa o comando de seu país sinaliza claramente abrir mão de uma convivência cordial e profícua. Custo entender, como chefe de Estado que reabriu plenamente a sua diplomacia com os Estados Unidos, depois de décadas de governos hostis, tão desastrosa e gratuita declaração», escreveu.

Bolsonaro afirmou que o governo federal está atuando «sem precedentes» pela proteção da Amazônia e enxerga com bons olhos uma cooperação com os Estados Unidos, inclusive para projetos de investimento sustentável que possam gerar empregos para a população do bioma. Ele ainda falou que tem conversado com Trump sobre o assunto.

«Lamentável, Sr. Joe Biden, sob todos os aspectos, lamentável», concluiu na nota, publicada em português e inglês.

Ao chegar ao Palácio do Planalto pela manhã, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), disse não ter visto «questões de ameaça» na fala de Biden, mas apenas que este buscaria arrecadar US$ 20 bilhões para ajudar no combate a desmatamentos ilegais da Amazônia.

«Vamos aguardar. Achei que o debate foi de baixo nível», afirmou.

Bolsonaro é esperado para discursar hoje à tarde em um evento da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a biodiversidade.

Mourão disse que Bolsonaro vai falar que a visão do governo é de saber que a proteção da biodiversidade da Amazônia é fundamental e de buscar transformar essa «riqueza por meio da bioeconomia em emprego e renda para todo mundo que vive lá».

Em discurso com distorções e dados imprecisos na sessão de abertura da 75ª Assembleia Geral da ONU em 22 de setembro, Bolsonaro falou que o Brasil é vítima de «uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal».

Ao contrário do que afirmou o presidente no discurso, não há evidências de que os incêndios na Amazônia tenham acontecido por iniciativa de caboclos e indígenas. Ele também não levou em consideração as investigações sobre as queimadas no Pantanal ao atribuir o problema à alta temperatura e ao acúmulo de massa orgânica em decomposição. A Polícia Federal suspeita de atos criminosos.

Ao falar sobre o combate aos incêndios, Bolsonaro ignorou que, em seu governo, houve desmonte da política ambiental e de órgãos que tradicionalmente atuam na fiscalização de crimes ambientais, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Apesar do aumento no desmatamento no país, as sanções impostas pelo Ibama caíram 60% nos seis primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.

No discurso, o presidente exaltou ações do governo brasileiro para combater a pandemia da covid-19 – o país contabiliza mais de 143 mil mortos pelo coronavírus – e elevou o valor do auxílio emergencial para US$ 1.000 a 65 milhões de brasileiros.

Pela cotação atual, o presidente afirma que o governo destinou cerca de R$ 5.400 para cada brasileiro atendido pelo governo. Na verdade, o auxílio deverá ser de, no máximo, R$ 4.200 à maioria dos beneficiários.

Bolsonaro também mentiu ao afirmar que os hospitais não tiveram problemas para tratar os pacientes de covid-19. Em abril e maio, alguns estados tiveram colapso no sistema de saúde, como Amazonas, Pernambuco, Ceará e Maranhão.

Mais cedo, no Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionou se o dinheiro citado por Biden seria por ano. «Só uma pergunta: a ajuda dos USD 20 Bi do Biden, é por ano?».

UOL


Salles ataca Biden e compara Pantanal à Califórnia de maneira grosseira

O ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles respondeu às críticas de Joe Biden, candidato a presidente dos EUA, sobre a negligência ambiental do governo brasileiro. Salles afirmou: “há uma hipocrisia internacional acerca da Amazônia e do Pantanal. Veja que a Califórnia está pegando muito mais fogo que o Pantanal, aliás, num governo democrata, do mesmo partido de Joe Biden, que falou aquelas bobagens ontem no debate. A Austrália, no ano passado, pegou mais fogo do que a Amazônia. (…) Mas é só o Brasil que recebe as críticas.”

A reportagem do portal Uol destaca que “os números divulgados por órgãos oficiais desmentem a fala de Salles. No estado norte-americano, segundo o Departamento de Silvicultura e Proteção contra Incêndios da Califórnia (CAL Fire, em inglês), cerca de 1,5 milhão de hectares foram consumidos pelo fogo em 2020. No Pantanal, foram 2,5 milhões, de acordo com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).”

A matéria ainda lembra que “além disso, como sugere um artigo publicado em agosto na Scientific American, as queimadas na Califórnia são causadas e intensificadas principalmente pelas mudanças climáticas. No Pantanal, o fogo tem origem majoritariamente criminosa, segundo apontam investigações da Polícia Federal.”

Brasil 247


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