Bolsonaro ratifica a un general como ministro de Salud y citan a declarar a sus hijos por “protestas antidemocráticas»
Bolsonaro confirma a un general como ministro de Salud y se queja por la demora del regreso a clases
Por Pablo Giuliano
El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, fustigó este miércoles a gobernadores y alcaldes porque están llevando adelante «el mayor confinamiento del mundo» sin permitir el regreso pleno a las clases presenciales, en un país con más de 133.000 muertos y 4,4 millones de contagiados en la pandemia de coronavirus.
Lo hizo al poner en funciones, luego de cuatro meses de interinato, al general en actividad Eduardo Pazuello como ministro de Salud, quien tomó el control del cargo luego de que sus dos antecesores, Nelson Teich y Luiz Mandetta, lo dejaran por diferencias con Bolsonaro.
«Somos el país con el mayor número de días de confinamiento en las escuelas. Eso es un absurdo», afirmó Bolsonaro en su discurso, mientras mostraba una caja del remedio hidroxicloroquina, contra la malaria, pese a a que carece de eficacia comprobada contra la Covid-19.
Apenas el estado de Amazonas, en el norte amazónico y luego del colapso sanitario y funerario en abril y mayo, regresó en su totalidad a las clases presenciales, mientras que otros lo van haciendo paulatinamente y con muchas restricciones, aunque sin obligar a los alumnos a asistir.
El presidente reiteró que en el inicio de la pandemia tuvo «razón» al defender mantener la economía sin cuarentena y aseguró que los gobernadores fueron «capturados por el pánico proporcionado por los medios catastróficos que hay en Brasil».
«No estoy haciendo una crítica a la prensa, sino ofreciendo una constatación», dijo ante los aplausos.
Bolsonaro minimizó desde el inicio la pandemia y participó en el momento más crítico de actos y aglomeraciones para impulsar a la población a quebrar la cuarentena a la que adhirieron gobernadores e intendentes.
Por su parte, Pazuello, quien es considerado un experto en logística aunque no en salud, en su discurso recomendó a la población acudir al médico cuando tenga síntomas y no apenas cuando le falte el aire, como había dicho en marzo el entonces ministro Mandetta, quien llegó a ser más popular que Bolsonaro en las encuesta por aquellos días.
El ministro, uno de los 9 militares al frente de una cartera en el gabinete, afirmó que el sistema de salud no entrará en colapso y dejó abierta la puerta para otras vacunas, más allá de que el Gobierno federal financia el desarrollo y los ensayos locales de la de Oxford, del laboratorio Astrazeneca.
«La solución definitiva vendrá con la vacuna. El presidente ya aseguró 100 millones de dosis de vacunas pero tenemos conciencia de que no podemos poner todos los huevos en la misma canasta», dijo.
El Instituto Butantan, mayor fábrica de vacunas contra la influenza del Hemisferio Sur, que depende del estado de San Pablo, debe presentar en octubre al ente regulador Anvisa los resultados con los ensayos de 9.000 brasileños con la vacuna china del laboratorio Sinovac, para comenzar a dar 45;000 dosis en diciembre.
Bolsonaro, en otro tramo de la ceremonia, defendió el uso de hidroxicloroquina con su ejemplo, ya que estuvo con coronavirus en julio pasado.
Recordó que unos 200 empleados del Poder Ejecutivo se enfermaron y tomaron cloroquina sin ningún tipo de reacción adversa.
Brasil es el segundo país en cantidad de muertes detrás de Estados Unidos y el tercero en casos, detrás de India.
El país registró 987 fallecidos en las últimas 24 horas y sumó 134.106 muertos por la pandemia. Según el boletín del Ministerior de Salud, hubo 36.820 nuevos infectados llevando al total a 4.419.083.
El estado de San Pablo lidera con 33.253 fallecidos acumulados, seguido por Rio de Janeiro com 17.342.
Polícia Federal intima Eduardo e Carlos Bolsonaro a deporem sobre atos antidemocráticos
A Polícia Federal intimou o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro a deporem como testemunhas na investigação relacionada aos atos antidemocráticos do início de 2020, segundo Caio Junqueira, da CNN.
Os depoimentos acontecem no momento em que os investigadores avançam sobre a origem do financiamento dos atos e apuram a existência de um esquema de financiamento e lavagem de dinheiro ligado às manifestações.
Já existe também um mandado de busca e apreensão, expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, contra a empresa Foco do Brasil, um dos principais canais de mídia bolsonarista e que transmitiu ao vivo o ato do dia 19 de abril. Investigações apontam que este canal “monetizou, entre março de 2019 e maio de 2020, o montante de US$ 330.887, dados que reforçam a necessidade de realização de ação de busca e apreensão no local”.
A oitiva de Eduardo Bolsonaro está marcada para acontecer no dia 22 de setembro em Brasília. O depoimento de Carlos, pelo que consta, aconteceu no dia 10 deste mês, mas nem a PF e nem os advogados do vereador confirmaram se o testemunho de fato ocorreu.
A investigação tramita sob segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal.
Rodrigo Maia tem resultado positivo em teste para covid-19
Por Luciano Nascimento e Heloísa Cristaldo
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), teve resultado positivo no teste para covid-19. De acordo com a assessoria da presidência da Casa, Maia manifestou sintomas brandos da doença e está isolado na residência oficial.
«O presidente Rodrigo Maia testou positivo para a covid-19 nesta quarta-feira. Ele manifestou sintomas brandos da doença e está se tratando na residência oficial da Câmara dos Deputados, onde seguirá em isolamento, respeitando as recomendações médicas», diz a nota encaminhada pela assessoria.
Na manhã de hoje (6), Maia cancelou, sem dar explicações, uma reunião com representantes de entregadores da aplicativos e os deputados paulistas Sâmia Bonfim e Ivan Valente, ambos do PSOL, e Henrique Fontana (PT-RS). Segundo a assessoria da deputada, os entregadores, que vieram de 12 estados e do Distrito Federal, reivindicam melhores condições de trabalho.
Os trabalhadores pedem a aprovação do Projeto de Lei (PL) 1.665/20, que garante proteção aos entregadores durante a pandemia do novo coronavírus e prevê melhores condições de trabalho e segurança para a categoria.
Em julho, os entregadores de aplicativos entrarem em greve pedindo garantia de direitos, medidas de proteção contra o novo coronavírus e mais transparência das plataformas de aplicativos. Na ocasião, um grupo de representantes de entregadores participou de uma reunião com Rodrigo Maia para apresentar a pauta da categoria.
Posse no STF
Na quinta-feira passada (10), Rodrigo Mais compareceu à cerimônia de posse do ministro Luiz Fux na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), que também teve resultado positivo em teste para o novo coronavírus.
Os ministros Luís Felipe Salomão e Antônio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também estiveram na posse de Fux, tiveram diagnóstico positivo para a covid-19.
Mortes por Covid-19 se multiplicaram por 9 durante gestão interina do general Pazuello
Em maio, no primeiro dia do general Pazuello no cargo de ministro interino da Saúde, o número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil era de 14.817 e os casos confirmados, 218.223, segundo o próprio Ministério da Saúde. Na quarta-feira (16), data em que Pazuello tomou posse como ministro, são 134.174 mortes confirmadas e 4,4 milhões de casos confirmados, segundo o consórcio de veículos de imprensa. O total de vítimas cresceu nove vezes no período.
A informação é de O Estado de S.Paulo, que ressalta que a primeira ação efetiva de Pazuello no cargo, em maio, foi atender ao pedido de Bolsonaro de recomendar a cloroquina para todos os pacientes de Covid-19.
Em documento divulgado em 20 de maio, o ministério orientou a prescrição da cloroquina desde os primeiros sintomas da Covid-19, apesar de vários estudos terem mostrado a falta de eficácia do medicamento.
Na época, o Ministério das Relações Exteriores informou que o governo dos Estados Unidos entregou ao Brasil 2 milhões de doses de hidroxicloroquina.
Pazuello instituiu um estilo de gestão sem transparência. Ele acabou com as entrevistas coletivas diárias. Desde que havia começado a pandemia no Brasil, em março, o ministério concedia diariamente uma coletiva para a imprensa com números e novas informações sobre o combate à doença.
Brasil registra 987 mortos por covid-19 em 24h; novos casos seguem em patamar alto
O Brasil registrou hoje (16) mais 987 mortos por covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, em março, são 134.106 vítimas do novo coronavírus no país. Os números são fornecidos diariamente pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).
Já o número de novos casos foi de 36.820 doentes. Desde o início do surto, 4.419.083 brasileiros foram infectados pela covid-19. Isso, sem contabilizar a subnotificação que é denunciada por cientistas e reconhecida por autoridades. Apenas cerca de 6% dos brasileiros passaram por algum teste de sorotipo para o coronavírus.
A exemplo de ontem, quando registrou 1.113 mortes, o número de novos óbitos está acima da média móvel das últimas três semanas, período em que a covid-19 deixou, em média, 800 vítimas por dia. Nas 12 semanas anteriores, o Brasil esteve no epicentro da pandemia mundial, com mais de mil mortes por dia em decorrência da covid-19.
No Brasil, São Paulo segue como estado mais impactado pela covid-19. São 901.271 doentes confirmados e 32.963 mortos. Na sequência vem o Rio de Janeiro, com 244.418 casos e 17.180 vítimas; o Ceará, com 229.072 casos e 8.739 mortos; e Pernambuco, com 137.869 infectados e 7.914 mortos.
Receio
Cientistas receiam por um novo avanço da doença. Isso, porque após um breve período de recuo da pandemia, aglomerações se tornaram constantes e as medidas de isolamento social foram abandonadas em larga escala.
No início de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia declarado tendência de recuo da pandemia no Brasil. A resposta de prefeitos e governadores foi a flexibilização de medidas de distanciamento social, com resultado catastrófico. Mais de 75% dos mortos por covid-19 ocorreram a partir da segunda quinzena de julho.
Epicentros
O Brasil é o segundo país com maior número de mortos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Já em relação ao número de doentes, a Índia ultrapassou o país latino na última semana. O país asiático possui população mais de seis vezes maior do que o Brasil, e os mortos seguem em pouco mais da metade.
O fato é que o Brasil foi o país do mundo a ficar por mais tempo no epicentro da pandemia no mundo. O cenário trágico possui relação estreita com o abandono das políticas públicas de contensão do vírus. O governo federal, de Jair Bolsonaro, rejeitou a ciência desde o início da pandemia, e estimulou, provocou, a população a ignorar medidas de segurança.