Lula acusa a Jair Bolsonaro de comportarse como un «lamebotas» de EEUU y elogia a Alberto Fernández

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Lula acusó a Bolsonaro de «inventar» su contagio para promover la cloroquina

El expresidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sugirió este jueves que Jair Bolsonaro «inventó» su contagio de coronavirus COVID-19 para promover la hidroxocloroquina, un medicamento cuya eficacia contra el virus ha sido cuestionada por la comunidad científica.

«Creo que Bolsonaro inventó que estaba contaminado para poder hacer propaganda del remedio. No sé si él es socio, pero se comporta como si fuera dueño de la fábrica que hace el remedio», dijo Lula durante una rueda de prensa virtual con corresponsales extranjeros.

Jair Bolsonaro anunció el pasado 7 de julio que había contraído coronavirus, una enfermedad que llegó a calificar de «gripecita», y atribuyó su recuperación al tratamiento a base de hidroxocloroquina, cuya producción mandó aumentar.

Lula apuntó la «responsabilidad» de Bolsonaro en la «grave» situación de la pandemia, la cual ya deja más de 90.000 muertos y 2,5 millones de casos en Brasil, tras registrar la víspera un nuevo récord de 69.074 contagios en 24 horas.

«Si Brasil hubiera hecho lo que el buen sentido manda, no estaríamos con 90.000 cadáveres, lo que transforma a Bolsonaro en un genocida», denunció.

Lula acusó al actual primer mandatario de «menospreciar» el «peligro» del coronavirus e ignorar las recomendaciones médicas, entre ellas las cuarentenas.

«El presidente no se esfuerza por agradar a la ciencia y escuchar a los científicos, hace la política en la que tan solo cree él y los milicianos que lidera», aseguró y agregó: «Bolsonaro solo respeta su ignorancia».

Sobre la crisis sanitaria, el líder del Partido de los Trabajadores (PT) elogió la gestión realizada por el presidente argentino Alberto Fernández.

«Lo que hace Alberto es digno de respeto, creo que Alberto está haciendo una política correcta, de respeto al ser humano. El ser humano no es un algoritmo, tiene sentimiento, corazón y las personas necesitan ser bien tratadas», subrayó.

«El trabajo de Argentina debe causar envidia a muchos gobernantes», opinó.

Acusó a Bolsonaro de ser «lamebotas» de EE.UU.

En la misma conferencia Lula acusó a Bolsonaro de comportarse como un «lamebotas» en relación a Estados Unidos y de «destruir» la política de integración de Latinoamérica.

«Nunca vi en mi vida una dependencia y servidumbre como la que el Gobierno brasileño tiene por Estados Unidos», afirmó.

Lula criticó la «servidumbre» de Bolsonaro hacia el presidente estadounidense, Donald Trump, y cuestionó el «complejo de inferioridad» de Brasil en relación con Estados Unidos, con el que Bolsonaro ha estrechado los lazos desde que llegó al poder en enero de 2019.

Además, el antiguo líder responsabilizó al gobierno de Bolsonaro de «destruir la política de integración de Suramérica y Latinoamérica» y apuntó a Estados Unidos como un freno para el desarrollo y crecimiento de la región.

«Viví un periodo en que Brasil se convirtió en un protagonista internacional. Dimos mucho valor a la integración latinoamericana y fortalecimos el Mercosur», recordó Lula.

El País


Lula destacó el coraje de Alberto Fernández frente a la pandemia

El expresidente brasileño y líder opositor Luiz Inácio Lula da Silva destacó hoy el «coraje» con el cual el mandatario argentino, Alberto Fernández, enfrenta la pandemia del coronavirus y aseguró que lo mismo debería haber sido hecho por el presidente de Brasil, Jair Bolsonaro.

Lula hizo sus comentarios en una conferencia de prensa en San Pablo con corresponsales de la prensa extranjera, horas después de que Brasil, el segundo país más afectado por la pandemia, superara las 90.000 muertes por el nuevo virus tras marcar un récord diario de casi 1.600.

«Quiero felicitar al presidente Alberto Fernández por el coraje con el que enfrenta el coronavirus en la Argentina», señaló Lula.

«La gente puede volver a trabajar pero ningún empresario da la garantía de vida para el trabajador», prosiguió.

«El empresario cuando el trabajador muere contrata a otro. Pero el Estado debe pensar en el pueblo, y, por lo tanto, quiero felicitar a Alberto, que es de provocar envidia en muchos gobernantes del mundo», agregó.

Los números de Brasil

Brasil, con unos 200 millones de habitantes, solo es superado por Estados Unidos en número de casos y muertes por coronavirus.

Ayer reportó 1.595 fallecimientos de la jornada previa, y el total acumulado alcanzó los 90.134, según el Ministerio de Salud.

Además, contabilizó más de 26.500 nuevos contagios y acumula ya más 2,55 millones.

Argentina, con unos 45 millones de habitantes, tiene 3.311 muertos sobre un total de casi 179.000 casos.

Bolsonaro es criticado por minimizar la gravedad del coronavirus y por rechazar las cuarentenas para contener su propagación, pese a que él mismo se contagió la enfermedad.

También se resistió durante meses a usar tapabocas y participó de aglomeraciones en las calles.

La curva de contagios ha sido tan empinada en Brasil que muchos de sus hospitales se vieron colapsados.

El presidente Fernández ha destacado la seriedad de la pandemia, impuesto y extendido varias veces cuarentenas para contener la propagación del coronavirus en el país e impulsado el uso del tapabocas, que él mismo utiliza.

Telam


Lula compara o PT ao Benfica. «Não têm culpa de serem grandes»

Lula da Silva comparou o Partido dos Trabalhadores (PT), que fundou em 1980, ao Benfica. Em conversa no final da manhã desta quinta-feira com jornalistas da Associação de Correspondentes Estrangeiros de São Paulo, fez uma das suas famosas metáforas futebolísticas usando o clube português e também o Flamengo.

O presidente do Brasil de 2002 a 2010 referia-se a uma eventual união da oposição – mesmo à direita – contra Jair Bolsonaro.

«Não se constrói um consórcio de esquerda sem a presença do PT, o maior partido de esquerda da América Latina. Acho positivo que se escrevam artigos nesse sentido, acho positivo que o [governador do Maranhão pelo Partido Comunista do Brasil] Flávio Dino fale nisso também, porque o Bolsonaro não pensa em emprego, não pensa em salário, não pensa em economia, não pensa no povo, só pensa nos milicianos dele», começou por afirmar.

«Mas não basta ser contra Bolsonaro. Nós temos que decidir qual a nossa posição em relação à política do [ministro da economia] Paulo Guedes: quem está contra, quem é favorável e porquê; quem é contra a reforma agrária ou a favor do aumento do salário mínimo», prosseguiu.

«Sem o PT não se pode ter esse debate, o PT não tem culpa de ser grande, assim como o Flamengo não tem culpa de ser grande, como o Benfica não tem culpa de ser grande», explicou à TSF Lula da Silva.

E concluiu: «Alianças sempre houve: recordo que em 2002 fui eleito com José Alencar [empresário do Partido Liberal] como vice-presidente. O PT, para governar, aliou-se com forças conservadoras e depois sofremos um golpe dessas pessoas, então uma aliança nesse sentido tem de ser com base em princípios políticos e económicos».

Noutra referência a Portugal ao longo da conversa de mais de duas horas sublinhou que «sempre teve boa relação com o Mário Soares, com o António Guterres, com o Durão Barroso, que é do lado mais conservador e com o José Sócrates».
«Ninguém fez tanto quando o PT»

Sobre a política nacional, Lula disse, a propósito de figuras ligadas ao centro-direita, como João Doria, governador de São Paulo, se assumirem como contraponto a Bolsonaro, que não vê tanta diferença entre ambos. «Não acredito que o Doria seja oposição ao governo Bolsonaro, pode ser à pessoa Bolsonaro, não ao projeto, por isso, é que a grande oposição é o PT».

«Doria contra Bolsonaro é fazendeiro contra fazendeiro, empresário contra empresário, já o PT tem lado, governa para todos, mas olha com mais carinho para os pobres».

Para o antigo sindicalista não há motivo para preocupação com as movimentações à direita: segundo ele, o PT chegará a 2022 com candidato e competitivo.

«Como dizia Leonel Brizzola [líder da esquerda brasileira falecido em 2004], no primeiro ano deixa-se governar, depois faz-se oposição, temos de deixar governar, estamos em pandemia, eu, por exemplo, adoraria andar pelo Brasil mas tenho de estar confinado».

Por outro lado, Lula recusa a ideia, muito repetida no Brasil, de que o seu partido deva fazer um mea culpa: «a toda a hora pessoas que não fazem autocrítica querem que o PT faça autocrítica: ninguém em tão pouco tempo na história do Brasil fez tanto como nós fizemos pela inclusão social, fizemos do pobre parte da solução e não parte do problema, colocamos pobre para estudar em universidade e andar de avião e é isso que eles não toleram, a autocrítica que faço é não ter feito ainda mais universidades, não ter aumentado ainda o salário mínimo, o PT não precisa de perdão, precisa é de respeito pelo que fez».

Confrontado é quem vota «contra o PT», o antigo presidente rebateu. «O anti-petismo é grande? Acho graça. Nas três primeiras eleições fomos segundos, depois ganhamos quatro e na última só não ganhamos porque o [Fernando] Haddad foi vítima de fake news, e mesmo assim teve 47 milhões de votos, e porque eu fui impedido de concorrer.»

Consciente de que só a vontade popular pode levar o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia a aceitar uns dos quase 50 pedidos de impeachment contra Bolsonaro, Lula diz que o PT está preparado para esperar por 2022. «Se não houver impeachment, o PT lá estará em 2022 com candidato, se bem que a TV Globo queira dois de direita, dois que pensem como ela, tipo [ex-ministro Sérgio] Moro e Doria, ou [o apresentador da emissora Luciano] Huck e Doria…».

Se, por outro lado, Bolsonaro cair e o vice-presidente Hamilton Mourão herdar a presidência não muda muito, defende o torneiro mecânico de formação que chegou ao Planalto. «Diferença Mourão e Bolsonaro? O Mourão é general, sabe um pouco mais das responsabilidades, e não fala as bobagens do Bolsonaro mas é vice então concorda com ele, os vices pensam o mesmo dos presidentes, a exceção foi o [Michel] Temer com a Dilma (sorri). Tiraram-na há já quatro anos e hoje estamos pior».

Outro obstáculo para o PT é o peso de Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista, de centro-esquerda, terceiro nas eleições de 2018. «O Ciro [Gomes] fala mal do PT e de mim e eu nem respondo. Ele, que foi para Paris após a primeira volta das eleições, agora diz que o PT é que é culpado do Bolsonaro as ter ganho.

«Ele esquece-se que quem quer ganhar a segunda volta das eleições, antes tem de ganhar a primeira e ele não a ganhou, foi o Haddad, que começou com 3% e em 20 dias subiu para 29% que foi para a segunda volta… A estratégia do Ciro é tentar votos da direita mas acho que a direita não confia nele e nem a esquerda. Sou grato ao Ciro, foi meu ministro, e também acho o Flávio Dino ótimo, o governador de pernambuco [Paulo Câmara, do Partido Socialista Brasileiro] ótimo mas o PT vai ter candidato…»

«Bolsonaro só respeita a ignorância»

Jair Bolsonaro, sem surpresa, foi um dos alvos preferenciais de Lula, que criticou a ação do presidente na pandemia e não só.

«Estamos a viver uma crise sanitária, económica, política e toda a gente governa, dos estados ao Supremo… O único que não governa é o Bolsonaro (…) O Bolsonaro desprezou a doença no início, no meio e agora. Ele não respeita os médicos nem a ciência, só respeita a sua própria ignorância».

«Se o Brasil tivesse feito o que devia não estaríamos com 90 mil cadáveres, é um genocídio (…) Mas ele resolveu virar médico e até receita remédio, não sei se ele é sócio da fábrica do remédio…».

«Bolsonaro levanta-se de madrugada para começar logo a mentir» e «diz coisas que só ele e os amigos milicianos acreditam».

Para Lula, «o Brasil tem muita experiência política mas tem pouca experiência democrática». «Depois da constituição de 1988, nunca pensei ser possível, mas aconteceu um golpe, contra a Dilma [Rousseff], em nome ‘da salvação nacional’, que resultou num presidente que não conversa com a sociedade, que não conversa com as instituições».

«Mas o povo brasileiro vai consertar isso…». rematou.
«Brasil é lambe botas dos EUA»

«Quando os brasileiros entenderem que estão ser subjugados aos Estados Unidos, que o Bolsonaro não sabe o que é soberania, só sabe bater continência à bandeira americana e ao [Donald] Trump, embora o Trump já se queira afastar dessa personagem grotesca que o pode prejudicar nas eleições, quando entenderem que em oito anos o PT acabou com a fome, quando entenderem que a economia só cresce quando o pobre tem dinheiro no bolso…».

Numa conversa com jornalistas da imprensa estrangeira Lula dedicou um espaço generoso à política externa.

«O Brasil jogou no lixo o protagonismo e as parcerias que desenvolveu no mundo, pode-se ser amigo dos Estados Unidos sem ser inimigo da Rússia, da China, da Argentina, o último contencioso em que o Brasil se envolveu foi a Guerra do Paraguai [1864 a 1870], hoje ofende a Rússia, a China, a América do Sul, como se os americanos resolvessem os nossos problemas».

«Eu convivi bem com o [George W.] Bush, com o [Barack] Obama mas os americanos, em primeiro lugar pensam neles, em segundo lugar pensam neles, em terceiro lugar pensam neles e se sobrar um tempinho é para pensar neles».

«Depois de ser colónia de Portugal, da Inglaterra, agora querem fazer do Brasil colónia dos Estados Unidos, o Brasil tem complexo de inferioridade em relação aos Estados Unidos», afirmou.

«Mas ninguém gosta de lambe botas e o Bolsonaro e o [ministro das relações exteriores] Ernesto Araújo agem como tal».

Para o antigo presidente, «os Estados Unidos são um fator impeditivo da América do Sul crescer». «Ninguém elegeu os Estados Unidos como xerifes do mundo, é uma vergonha a subserviência do Brasil aos Estados Unidos».

E sobre as eleições americanas foi claro: «Espero que o povo americano tenha a lucidez de não votar no Trump (…) o regresso dos democratas pode dar um alento (…) eu desejo que o Trump perca as eleições».

Outro dos inimigos de Lula, o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, fez a ponte entre os temas Estados Unidos e Operação Lava Jato. «Semprei achei Moro um mentiroso e covarde, manipulado pelo departamento de justiça dos Estados Unidos».

«Se tem uma quadrilha neste país é a task force da Lava Jato (…) Na Lava Jato, se a imprensa investigar, quem delatou, ficou rico», afirmou.

Noutro ponto, sublinhou que «eles queriam que quem fosse envolvido submergisse». Eu não submergi, o [deputado] Aécio Neves sim, não aparece bem em batizado, mas eu não submergi».

TSF


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