Brasil: niegan excarcelación a Fabrício Queiroz, asesor de Flavio Bolsonaro y amigo del presidente
Queiroz, el expolicía encarcelado que pone en aprietos al clan Bolsonaro
Su nombre estampado en camisetas ironizaba sobre su paradero, hasta que el enigma se resolvió el jueves cuando Fabrício Queiroz fue detenido por corrupción. Hoy encarcelado en Río de Janeiro, el antiguo policía tuvo una larga relación con el presidente brasileño, Jair Bolsonaro, y sus hijos.
Queiroz, de 54 años, conoce bien a la familia de los Bolsonaro. Fue compañero de pesca de Jair y chófer y asesor de Flávio, primogénito del jefe de Estado. Pero el exagente caído en desgracia ocupa actualmente una celda aislada de 6 metros cuadrados del presidio de Río de Janeiro Bangu 8.
Su mediático arresto preventivo en una casa del interior de Sao Paulo propiedad, para más inri, de un abogado cercano al presidente, puso más pimienta al tenso clima político de Brasil, donde Bolsonaro mantiene un encarnizado pulso con los poderes Legislativo y Judicial.
Los medios locales se apresuraron a recordar los lazos de Queiroz con los Bolsonaro al publicar varias fotografías en las que Jair y sus hijos Flavio, Eduardo y Carlos confraternizan con el hoy célebre preso.
El antiguo policía, con un turbio pasado en la corporación, fue encarcelado en el ámbito de una investigación sobre un esquema de corrupción que beneficiaría al actual senador Flavio Bolsonaro, en su época de diputado regional de Río de Janeiro.
Por la cuenta bancaria de Queiroz pasaron, entre 2016 y 2017, 1,2 millones de reales (hoy unos 240.000 dólares), una cantidad que según las autoridades era incompatible con su sueldo.
El análisis de esos datos reforzó las sospechas de la Fiscalía de que todos los funcionarios contratados para trabajar en el despacho de diputado de Flavio tenían que entregarle parte de su salario al legislador y que lo hacían a través de Queiroz, que sería una suerte de intermediario.
Unidos por el Ejército
Bolsonaro y Queiroz se conocieron en el Ejército en los años 80, cuando el expolicía entró a formar parte de la Brigada de Infantería Paracaidista. El actual presidente de Brasil, diez años mayor, era entonces capitán.
Sus caminos, sin embargo, se separaron cuando el líder de la ultraderecha brasileña decidió centrarse en su carrera política y Queiroz pasó a integrar la Policía Militar de Río de Janeiro.
Su paso por las fuerzas de seguridad no estuvo exento de polémica. En el 18º Batallón de la Policía Militar de la capital fluminense, el subteniente Queiroz trabó una estrecha relación con Adriano da Nóbrega, sospechoso de estar envuelto en el asesinato de la concejal de izquierda Marielle Franco en marzo de 2018 y acusado de liderar un grupo de asesinos a sueldo.
Da Nóbrega murió en febrero de 2020 en un enfrentamiento con la policía en el estado de Bahia, en el noreste del país, donde fue localizado tras varios meses en fuga.
Trabajos durante más de una década
Fabrício Queiroz trabajó durante más de una década como agente de seguridad y chófer de Flávio Bolsonaro, cuando el ahora senador ocupaba un escaño en la Asamblea Legislativa de Río.
Pero la relación entre la familias Queiroz y Bolsonaro no se acababa aquí. La mujer del expolicía, Marcia Oliveira de Aguilar, y sus dos hijas, Nathalia y Evelyn, también trabajaron en el gabinete del hijo mayor del presidente.
Por este motivo, el juez que ordenó la detención de Queiroz también pidió el arresto de la esposa del expolicía, que se encuentra en paradero desconocido.
¿Dónde está Queiroz?
Fue en 2018 cuando Queiroz puso fin a 31 años como subteniente en la Policía Militar de Río, donde se había visto envuelto en al menos diez muertes sospechosas.
Y en octubre del mismo año dejó de trabajar con Flávio, cuando empezaron a publicarse las sospechas de corrupción.
A partir de entonces, su rastro prácticamente se esfumó de la esfera pública y por las redes sociales se popularizó la pregunta «¿Cadê o Queiroz?» (¿Dónde está Queiroz?). En tono humorístico, varias camisetas circularon con esa frase estampada.
El ya jubilado policía militar fue visto por última vez en agosto de 2019 en el Hospital Albert Einstein de la ciudad de Sao Paulo, mientras se sometía a un tratamiento para curar un cáncer en el intestino que su mujer pagó en metálico (174.000 reales, unos 30.000 dólares).
Durante este tiempo, el clan Bolsonaro negó tener informaciones sobre el exasesor de Flávio.
No obstante, la casa de Atibaia (interior de Sao Paulo) en la que fue detenido está registrada a nombre del abogado Frederick Wassef, quien se reunió varias veces con el presidente y se consideraba su asesor jurídico.
Desembargadora nega pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Queiroz
O pedido da defesa de Fabrício Queiroz para que ele fosse transferido para prisão domiciliar foi negado nesta sexta-feira pela desembargadora Suimei Cavaleiri, da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
A defesa do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro havia solicitado a substituição da prisão preventiva dele, que está preso desde quinta-feira no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. A intenção era que Queiroz pudesse ficar detido em casa, por tempo indeterminado.
O advogado Paulo Emílio Catta Preta havia argumentado, ao apresentar um pedido de habeas corpus nesta sexta, que o cliente é portador de câncer de cólon e correria riscos de saúde devido à pandemia da Covid-19.
O mérito do habeas corpus ainda será julgado pelo TJ-RJ, mas já houve negativa para o pedido de prisão domiciliar neste momento.
Como o processo corre em segredo de justiça, a decisão da magistrada Suimei Cavaileri não está disponível para consulta pública.
Queiroz foi preso em Atibaia (SP) e transferido para o Rio de Janeiro. O Ministério Público (MP) do Rio encontrou provas de que ele vinha atuando para tentar ocultar provas do esquema de «rachadinha» no gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), sob investigação da promotoria.
Queiroz teme ser assassinado desde o começo da investigação da rachadinha
Fabrício Queiroz teme ser assassinado desde o começo da investigação da rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, medo que aumentou depois da execução de Adriano da Nóbrega sob circunstâncias até agora não totalmente claras.
Ainda em dezembro de 2018, nas primeiras semanas em que seu nome passou a fazer parte do noticiário nacional, Queiroz desabafou sobre o temor a uma pessoa de sua confiança na época.
A esta pessoa, não disse se preocupar com uma queima de arquivo. Sem dar nomes, disse que temia ser morto por «opositores de Bolsonaro», que teriam interesse em culpar o presidente e Flávio Bolsonaro pelo crime.
Quando morreu Adriano da Nóbrega, o miliciano cujos parentes Flávio Bolsonaro empregou, familiares de Queiroz relataram a um amigo da família que tinha dobrado a tensão do ex-PM.
Planalto culpa Wassef pelo caso Queiroz, mas teme prisão e revelações do advogado
Por Andréia Sadi
Integrantes do Palácio do Planalto culpam, desde quinta-feira (18), o advogado Frederick Wassef pelo novo desgaste do presidente Jair Bolsonaro: a prisão de Fabrício Queiroz em um imóvel do advogado. Wassef defende o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no caso das rachadinhas, e também é advogado de Jair Bolsonaro.
Nos bastidores, assessores do presidente, quando questionados sobre a prisão de Queiroz, afirmam que quem tem de explicar o ocorrido é Fred Wassef. E admitem que a situação de Flávio Bolsonaro se agravou.
A estratégia é tentar blindar Bolsonaro. Por isso, nos bastidores do Planalto, defende-se a solução mais rápida: tirar Wassef o quanto antes da defesa do núcleo familiar, para afastar a ideia de que Queiroz foi escondido em Atibaia com a anuência da família.
Porém, em um primeiro momento, menos de 24 horas após a prisão de Queiroz, Fred Wassef repetia a quem perguntasse que era «óbvio» que ele era o advogado do presidente Bolsonaro, em uma sinalização clara de que não aceitará sair pela porta dos fundos da casa da família presidencial.
Wassef diz que resistirá a isolamento
Para governistas, Wassef dá sinais de que resistirá a essa estrategia de ser isolado. E a preocupação, hoje, no Planalto, é com o conteúdo do que Fred Wassef possa revelar se for abandonado pela família – ou preso, por obstrução de Justiça. Por isso, assessores monitoram o advogado desde quinta e não descartam sua prisão.
Wassef com frequência lembra a família Bolsonaro de «tudo que fez» como advogado pela sobrevivência deles.
No Rio, ele ainda discute nos bastidores o que dirá sobre o caso de Fabrício Queiroz, que, em julho de 2019, dizia não conhecer.
Ao blog, em 23 de julho de 2019, Wassef chegou ao dizer que não poderia declarar nada a respeito da estrategia de Queiroz falar ou não sobre as rachadinhas porque não o conhecia. «Como não represento esse cidadão, nem o conheço, eu não posso responder por ele. O que eu posso dizer é que, na verdade, Fabrício Queiroz já falou».
Um ano depois, o advogado terá de explicar na Justiça por que o cidadão que ele disse desconhecer – e é o pivô da principal investigação envolvendo seu cliente, Flávio Bolsonaro – foi preso numa casa que lhe pertence.