Quién es Nelson Teich, el nuevo ministro de Salud brasileño
¿Quién es el nuevo ministro de Salud de Brasil?
El presidente de Brasil, Jair Bolsonaro, anunció este jueves durante rueda de prensa realizada en el Palacio Planalto el nombramiento como nuevo ministro de Salud al oncólogo Nelson Teich, quien sustituirá a Luiz Henrique Mandetta, destituido por el mandatario.
El nuevo titular de la cartera de Salud es oriundo de la ciudad de Río de Janeiro, médico graduado de la Universidad Estatal de Río de Janeiro (UERJ), y especializado en oncología en el Instituto Nacional del Cáncer (Inca).
El designado para el sistema sanitario realizó una especialización en salud económica para profesionales de la salud de la Universidad de York de Inglaterra, durante los años 2007 y 2008, seguidamente hizo una extensión universitaria en el programa de gestión ejecutiva en la escuela de negocios de Harvard.
Teich, quien es reconocido por ser cercano a las filas políticas del actual presidente, estuvo como consultor informal en la campaña electoral de Bolsonaro en el año 2018, y ha estado vinculado a los sectores de la extrema derecha brasileña.
El nuevo encargado del sistema sanitario de Brasil es conocido por ser un empresario y negociante del sector salud. Teich fue fundador y presidente del Grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI), igualmente ha asesorado clínicas privadas, como el Hospital Albert Einstein de Sao Paulo que brinda atención al mandatario y a las familias más adineradas del país.
El empresario y responsable para combatir al coronavirus y ofrecer atención en salud a los brasileños, también ejerce como director ejecutivo de la empresa consultora en economía MedInsight – Decisions in Health Care, fundada en el año 2016.
El nuevo ministro de salud de #Brasil, Nelson Teich, afirma que no tomará medidas radicales. "Existe un alineamiento perfecto con el presidente", anuncia.Ya no existe obstáculo en el gobierno para Bolsonaro acabar con el aislamiento social.
¿Los gobiernos locales lo permitirán? pic.twitter.com/gIoJ2J8Dlx
— André Vieira (@AndreteleSUR) April 16, 2020
No obstante, el ministro aseguro que seguirá fielmente las políticas y orientaciones del presidente Bolsonaro frente a las nuevas medidas que se implementarán para dar tratamiento a la pandemia del coronavirus que hasta la fecha, según datos oficiales de la Organización Mundial de la Salud (OMS), Brasil registra un total de 30.683 casos de personas contagiadas por Covid-19, y 1.947 fallecimientos producto de la pandemia.
Asimismo, Bolsonaro informó en que empezará a evaluar junto a los ministros la posibilidad de decretar el retorno a los puestos laborales para proteger la economía, «La vida no tiene precio, pero la economía tiene que volver a la normalidad, no lo más rápido posible» enfatizó el presidente brasileño.
Demissão de Mandetta provoca panelaços contra Bolsonaro em diferentes pontos do país
A demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde provocou panelaços nesta quinta-feira (16) em diferentes pontos do país.
Em São Paulo, houve protestos na área central da cidade, nos bairros da Bela Vista, Consolação, Jardins e Santa Cecília. Em Pinheiros (zona oeste), Ipiranga e Brooklin (ambos na zona sul) moradores também fizeram panelaços.
Logo depois do anúncio, panelaços foram registrados em São Paulo. https://t.co/7Ztgv1Q4Ij pic.twitter.com/IfsYAKztU6
— Folha de S.Paulo (@folha) April 16, 2020
Das janelas e varandas, também houve sons de vuvuzelas e gritos de «genocida», «presidente lixo» e «fora, Bolsonaro». Apoiadores do presidente gritaram «mito» de volta.
Logo depois do anúncio, panelaços foram registrados em São Paulo. https://t.co/7Ztgv1Q4Ij pic.twitter.com/G9kioKmzZ0
— Folha de S.Paulo (@folha) April 16, 2020
Em Laranjeiras e Copacabana, bairros da zona sul do Rio de Janeiro, e na Tijuca, zona norte, também houve manifestações contra a demissão.
Rio de Janeiro https://t.co/U9mKigt10o pic.twitter.com/vCRyQ0SX1L
— Folha de S.Paulo (@folha) April 16, 2020
Panelaços ainda foram registrados em Brasília (Asa Norte, Asa Sul e Sudoeste), em Porto Alegre, em Belo Horizonte, em Salvador, no Recife, em Londrina (PR) e em Ribeirão Preto (SP).
No bairro Petrópolis, em Porto Alegre, moradores gritaram «vamos morrer» pela janela.
“Vamos morrer”, dizem moradores do bairro Petrópolis, em Porto Alegre, pela janela https://t.co/U9mKigt10o pic.twitter.com/oTrWaSh92j
— Folha de S.Paulo (@folha) April 16, 2020
Mandetta foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, após um longo processo de embate entre eles diante das ações de combate ao novo coronavírus.
O presidente convidou o oncologista Nelson Teich para assumir o lugar de Mandetta.
Mandetta confirmou sua demissão por meio de sua conta no Twitter.
«Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde.
Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar», escreveu.
«Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país», completou.
Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, a aprovação ao trabalho do Ministério da Saúde na pandemia é mais que o dobro da registrada por Bolsonaro. Governadores e prefeitos também têm avaliação superior à do presidente.
Na rodada feita de 18 a 20 de março, a pasta conduzida por Luiz Henrique Mandetta tinha uma aprovação de 55%. Na pesquisa de 1º a 3 de abril, o número saltou para 76%, enquanto a reprovação caiu de 12% para 5%. Foi de 31% para 18% o número daqueles que veem um trabalho regular da Saúde.
Já o presidente viu sua reprovação na emergência sanitária subir de 33% para 39%, crescimento no limite da margem de erro. A aprovação segue estável (33% ante 35%), assim como a avaliação regular (26% para 25%)
Os panelaços contra o presidente começaram no dia 17 de março e coincidiram com o início da fase mais aguda das medidas de quarentena pelo país contra o novo coronavírus.
Brasil registra 30.425 casos confirmados de coronavírus e 1.924 mortes
Subiu para 30.425 o número de casos confirmados de coronavírus no Brasil. Nas últimas 24 horas, as secretarias estaduais de saúde notificaram ao Ministério da Saúde 2.105 novos casos. O número de mortes também subiu, agora são 1.924 óbitos por Covid-19. As informações estão atualizadas até as 14h desta quinta-feira (16).
A maior parte das notificações do Brasil está em São Paulo, que concentra 11.568 casos confirmados e 853 mortes. O segundo estado com mais casos é o Rio de Janeiro, que tem 3.944 confirmações e 300 óbitos. Todos os estados brasileiros já registram casos e mortes por coronavírus. Atualmente, a taxa de letalidade da doença é de 6,3%.
Atualmente, os estados do Amazonas, Amapá, Distrito Federal, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Roraima estão em estado de emergência, ou seja, precisam de redobrar os cuidados em relação à prevenção do coronavírus por estarem 50% acima da incidência nacional de casos de coronavírus.
Demitido, Mandetta agradece equipe do Ministério e à imprensa: «Foram fundamentais»
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde desta quinta-feira (16). O oncologista Nelson Teich será o novo chefe do Ministério da Saúde.
Em um breve pronunciamento, o agora ex-ministro elogiou a equipe de trabalho do Ministério da Saúde e não entrou em detalhes da demissão e nem comentou as discordâncias com o presidente que o afastaram do cargo.
“Eu deixo esse ministério, mas sei que deixo aqui a melhor equipe. Trabalhem para o próximo ministro, como trabalharam comigo, não meçam esforços. Alertem, conversem e dialoguem”, afirmou o ministro, que confirmou que ajudará na transição de comando na pasta.
Antes de sair, Mandetta reforçou o discurso técnico, que o distanciou de Bolsonaro, no comando do ministério. “Nada tem significado que não seja uma defesa intransigente da vida, do SUS e da ciência. Fiquem nos três pilares, porque com esses pilares vocês conquistaram tudo. Apostem todas as suas energias na ciência, não tenham uma visão única, não pensem dentro da caixinha. Ciência é a luz.”
Por fim, o ex-ministro elogiou o trabalho dos jornalistas e afirmou que “a imprensa sempre trabalhou com a verdade”. “Sem vocês, com certeza, o país não teria chegado nessa primeira etapa, em que conseguimos deixar que a primeira curva não nos atingisse. Vocês foram fundamentais.”
A demissão
A saída foi confirmada pelo próprio ministro, por meio da conta oficial dele no Twitter, às 16h17.
«Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar», disse Mandetta.
A demissão vem depois de uma série de rusgas públicas entre Bolsonaro e Mandetta. O duelo começou logo que a pandemia do coronavírus chegou ao país – enquanto o ministro manteve postura mais ponderada, replicando recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o presidente decidiu seguir interesses de seu núcleo político e indicar regras próprias (muitas vezes contrárias ao ministério) para a população.
Desde o desalinhamento, o presidente ameaçou demitir o ministro ao menos duas vezes. Também passou a criticá-lo publicamente – disse que Mandetta tinha que ser mais humilde e jogou indiretas, afirmando que “algo tinha subido à cabeça” de membros do governo e que “vai chegar a hora deles”.
Mandetta reagiu timidamente, declarando que só sairia da pasta se fosse mandado embora porque “médico não abandona o paciente jamais” e que estava ali para trabalhar, não para atender a interesses políticos de quem quer que fosse.
O ministro tentou demonstrar alinhamento ao presidente após as primeiras ameaças de demissão. “A todos aqueles que estão com os ânimos mais exaltados, [quero] deixar claro: aqui está tudo bem. Nós estamos olhando pelo para-brisa e, nessa estrada, a gente vê que vai ter dias muito duros, muito difíceis. E quem comanda esse time é o presidente Jair Messias Bolsonaro”, declarou Mandetta em coletiva na última quarta-feira (8)
Outro ponto que pode ter influenciado a decisão de Bolsonaro foi a ameaça de prestígio público que Mandetta representava. Segundo pesquisa divulgada pelo Datafolha na sexta-feira (3), 76% dos entrevistados apoiavam o trabalho do Ministério da Saúde durante a pandemia, enquanto 39% reprovavam a postura do presidente.
Quem é Mandetta?
Médico ortopedista e deputado federal licenciado, Mandetta faz parte de uma família tradicional de políticos do Mato Grosso, defensora massiva dos interesses do agronegócio.
Embora nos últimos dias tenha sustentado a imagem de “ministro técnico”, graças à comparação com ministros de posturas ultraideológicas, Mandetta sempre defendeu interesses conservadores.
O agora ex-ministro é direitista filiado ao DEM, maçom, antiabortista, a favor do uso de maconha exclusivo para fins medicinais e inimigo número um do programa Mais Médicos. Além disso, foi a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff enquanto parlamentar.
Já foi ex-presidente da Unimed em Campo Grande, defendendo também interesses de planos de saúde no Congresso, e médico militar tenente no Hospital do Geral do Exército.
O primeiro cargo que assumiu na política foi o de secretário da Saúde de Campo Grande, a convite do primo, o então prefeito e hoje senador Nelsinho Trad (PSD-MS). No cargo municipal, Mandetta foi investigado por suspeita de fraude em licitação, tráfico de influência e caixa dois. O Ministério Público, no entanto, nunca apresentou denúncia formal à Justiça.
Enquanto deputado, aproximou-se do então deputado Jair Bolsonaro com alguns conselhos sobre saúde. Ganhou sua simpatia e, quando já havia desistido da política – não concorreu à reeleição para a Câmara – recebeu o convite para assumir a Saúde.
Desde que assumiu a pasta, ele atacou populações indígenas, por exemplo, sugerindo a extinção da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), encerrou contratos com médicos cubanos (que deve que recontratar na crise do coronavírus) e cogitou cobrar por atendimentos no SUS.