Por primera vez Brasil registra más de 200 muertes en un día y Bolsonaro se queja de la autonomía de los gobernadores

984

Record de muertes por coronavirus en Brasil

Brasil registró en las últimas 24 horas 204 muertes por coronavirus, con lo que el total de fallecidos llegó a 1.532. En tanto, el número de casos confirmados asciende ahora a los 25.262, informó el Ministerio de Salud.

El boletín diario destaca que, por primera vez desde que se registró la primera muerte, el pasado 17 de marzo, el número de fallecidos pasó de 200 en una sola jornada.

En cuanto al número de casos, establece que fueron registrados en las últimas 24 horas otros 1.832 contagiados, con lo que se ratifica que la pandemia está acelerando su ritmo de expansión en el país.

El ministro de Salud, Luiz Henrique Mandetta, volvió a expresar en rueda de prensa su preocupación por la necesidad de comprar equipamientos médicos a fin de preparar a la red hospitalaria para el pico de la pandemia, que en ese país se espera para mayo.

En ese sentido, anunció que durante «las próximas seis semanas, más de 40 aviones brasileños» volarán a China para recoger cargas de máscaras quirúrgicas y respiradores, que es lo que más falta hace en Brasil.

Mandetta, quien mantiene públicas diferencias con el presidente Jair Bolsonaro en relación a la necesidad del aislamiento social, al que el mandatario se opone, volvió a explicar que el país «pasa en este momento por una situación de mucho estrés» y minimizó todo tipo de discordias en el seno del Gobierno. «Nuestro enemigo es el coronavirus», subrayó el ministro.

Mandetta admitió que el número de enfermos puede superar al que registran los balances oficiales, debido a que el país no tiene la cantidad de test suficientes y a la limitada capacidad de análisis de los laboratorios.

De acuerdo a esas proyecciones, en cuya elaboración colaboraron otros centros académicos de medicina, el total de contagios en el país podría ser hasta quince veces superior al que aparece en los balances del Ministerio de Salud.

Si así fuera, en esto momento la cifra de contagiados superaría en Brasil los 310.000 y el país se situaría como el segundo con más casos en el mundo, solamente por detrás de Estados Unidos, que está en torno a los 600.000 casos confirmados.

Página 12


Bolsonaro reclama do STF e diz que vai se resolver com Mandetta

O presidente Jair Bolsonaro queixou-se nesta terça-feira (14) da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que garantiu a autonomia a governadores e prefeitos para decretar restrições à circulação durante a pandemia do novo coronavírus.

«Quem reabre o Brasil não sou eu, é governador e prefeito. Eu não tenho poder nenhum», disse Bolsonaro, rindo. «O Supremo decidiu, ué, quer que eu faça o quê? O Supremo decidiu: quem fecha ou abre é governador e prefeito.»

Leia mais: Estados e municípios podem decidir sobre quarentena, decide STF

A afirmação de Bolsonaro ocorreu quando um apoiador que o aguardava sugeriu o uso de máscaras artesanais pela população, o que, no entender dele, seria «a chave para reabrir o Brasil», contrariando recomendações de isolamento social feitas pelo Ministério da Saúde.

Na portaria do Palácio da Alvorada, o presidente também ironizou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, cuja permanência no governo está ameaçada, e disse que pretende resolver um «problema» nesta semana.

Ele argumentou dizendo que o ministro da Saúde havia defendido o uso das máscaras de tecido por toda a população como barreira à contaminação pela covid-19 e pediu que o presidente também incentivasse. Bolsonaro, então, ironizou ao dizer que ele deveria solicitar uma audiência com o ministro. «Vai tentar falar com o Mandetta. É possível falar com o Mandetta ou não? Ele não te recebe, não?», respondeu Bolsonaro.

O apoiador ainda insistiu e disse que a determinação deveria partir do presidente. Foi quando Bolsonaro respondeu de forma lacônica: «Eu vou resolver o problema esta semana.»

R7


Supremo e Congresso reagem a ameaças de Bolsonaro a governadores e prefeitos

As seguidas ameaças de Jair Bolsonaro de revogar medidas preventivas e de controle de governadores e prefeitos contra o surto de coronavírus levaram o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso Nacional a marcarem discussões sobre medidas para esclarecer as competências de cada ente da federação.

Informações dos jornalistas Julia Chaib e Matheus Teixeira na Folha de S.Paulo apontam que os Poderes Legislativo e Judiciário veem com preocupação os conflitos gerados pelo governo federal com gestores locais e temem que essas disputas atrapalhem o enfrentamento da doença.

Na quarta-feira, o STF irá julgar se mantém a decisão em que o ministro Marco Aurélio Mello reforçou a autonomia de estados e municípios para imporem medidas de isolamento social.

A probabilidade maior é que a decisão do ministro será referendada pela maioria.

Ministros do STF também estimulam parlamentares nos bastidores a apoiar o projeto de lei complementar do senador Antonio Anastasia (PSD-MG) que cria a «decisão coordenada federativa» para ações em saúde em situações de emergência, como a pandemia do coronavírus.

O texto regulamenta inciso do artigo 23 da Constituição que trata da competência de cada ente federativo.

Brasil 247


Governadores Wilson Witzel, do Rio, e Helder Barbalho, do Pará, estão com coronavírus

Os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e do Pará, Helder Barbalho (MDB), divulgaram nesta terça-feira (14) que estão com o novo coronavírus.

Witzel publicou na tarde desta terça um vídeo em suas redes sociais afirmando que seu teste de Covid-19 teve resultado positivo. Ele foi o primeiro governador do país a divulgar que contraiu a doença.

Com voz abatida, Witzel afirmou que não vinha se sentindo bem desde a última sexta-feira (10) e pediu para fazer o exame. Procurada, sua assessoria de imprensa não divulgou o resultado até a publicação deste texto.

«Tive febre, dor de garganta, perda de olfato e graças a Deus estou me sentindo bem e continuarei trabalhando aqui do Palácio Laranjeiras, mantendo as restrições e recomendações médicas, e tenho certeza de que vou superar mais essa dificuldade», disse Witzel.

«Mas podem contar comigo todo o povo fluminense, que eu vou continuar trabalhando. Eu peço mais uma vez para que fiquem em casa, porque a doença, como todos estão percebendo, não escolhe ninguém e o contágio é rápido», afirmou.

No início da noite foi a vez de Barbalho divulgar que também foi diagnosticado com a Covid-19. O governador paraense afirmou que parte de sua equipe contraiu a doença e, após um primeiro exame negativo, recebeu um resultado positivo para o segundo teste nesta terça. Ele divulgou uma cópia em rede social e disse estar assintomático.

Nos últimos dias, Witzel manteve uma rotina de encontros e entrevistas e teve contato frequente com o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos.

Na sexta-feira, por exemplo, quando diz ter começado a sentir os sintomas, o governador participou de uma reunião pela manhã no Palácio Guanabara com o deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ), relator do plano de auxílio aos estados na Câmara.

No mesmo dia, ele deu uma entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record, aparentemente com distanciamento. Um dia antes, havia participado do jornal Bom Dia Rio, da TV Globo, em formato de uma roda de conversa com dois jornalistas, também a certa distância.

Já nesta segunda-feira, Witzel assinou por videoconferência um convênio com empresários para a construção de dois hospitais de campanha na capital fluminense. Uma foto da ocasião mostra, à sua frente em uma mesa, o vice-governador, Cláudio Castro, e o secretário da Casa Civil, André Moura.

No mesmo dia, o governador do Rio de Janeiro publicou ainda um vídeo ao lado do secretário de Educação, ​Pedro Fernandes. No dia 31 de março, há duas semanas, ele esteve com o prefeito de Duque de Caxias, Washignton Reis, que está internado desde a madrugada do último sábado (11) em decorrência do novo coronavírus.

Todos os secretários de Estado e assessores próximos a Witzel já fizeram ou farão o teste para detecção da Covid-19. Até o momento, entre os secretários, apenas o de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, Roberto Robadey, recebeu resultado positivo.

A Prefeitura do Rio também já havia sido atingida pela doença. Ao menos cinco secretários municipais foram diagnosticados, incluindo Beatriz Busch (Saúde) —que chegou a ser internada no fim de março e já teve alta—, Adolfo Konder (Cultura) e Tia Ju (Assistência Social e Direitos Humanos). O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) teve resultado negativo.

WITZEL E DORIA

Ao lado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Witzel é um dos chefes estaduais que mais se antagonizaram ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a condução da crise do novo coronavírus. Ele usou falas duras contra o presidente e manteve políticas rígidas de distanciamento social durante a pandemia.

Doria e Bolsonaro também chegaram a fazer o teste para a doença. O governador paulista mostrou o resultado negativo em uma entrevista coletiva no fim de março. Já o presidente disse que os dois exames que fez naquele mês deram negativo, mas até agora se recusou a mostrar os laudos.

Uma comitiva que viajou com Bolsonaro para os EUA teve ao menos 24 integrantes com diagnóstico comprovado da doença. Entre eles, estavam o secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Os governadores paulista e fluminense têm suas gestões da pandemia mais bem avaliadas em seus estados do que o presidente.

Doria e Witzel têm, respectivamente, aprovações de 51% e 55% da população, segundo pesquisa do Datafolha feita de 1º a 3 de abril —a margem de erro é de quatro pontos percentuais por ser uma amostra estendida do levantamento nacional.

Bolsonaro, por sua vez, tinha na pesquisa nacional uma gestão aprovada por 33% dos entrevistados, com uma margem de erro de três pontos percentuais devido a uma amostra mais ampla. Em São Paulo e no Rio, sua aprovação é similar, de 28% e 34%, respectivamente.

O Rio é o berço político de Bolsonaro, que começou sua carreira como vereador no fim dos anos 1980, sendo eleito para sucessivos mandatos como deputado federal com apoio de policiais e de estratos intermediários e baixos das Forças Armadas.

Políticos e autoridades que contraíram a doença

Fabio Wajngarten, 44
Chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência

Diagnóstico em 12 de março; integrou comitiva de viagem oficial aos EUA, no início do mês

Augusto heleno, 72
Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência

Confirmou o diagnóstico em 18 de março; também esteve em viagem oficial ao EUA

Davi alcolumbre, 42
Senador (DEM-AP) e presidente do Senado

Diagnóstico confirmado em 18 de março; retomou as atividades em 3 de abril, após novos testes darem negativo

Bento Albuquerque, 61
Ministro de Minas e Energia

Diagnóstico confirmado em 18 de março; participou de viagem oficial aos EUA

Wilson Witzel, 52
Governador do Rio de Janeiro (PSC)

Diagnóstico divulgado por meio de redes sociais em 14 de abril

Helder Barbalho, 40
Governador do Pará (MDB)

Diagnóstico divulgado por meio de redes sociais em 14 de abril

Prisco Bezerra, 47
Senador (PDT-CE)

Diagnóstico confirmado em 19 de março

Nelson Trad, 58
Senador (PSD-MS)

Diagnóstico confirmado em 13 de março; esteve em viagem oficial aos EUA

Daniel Freitas, 38
Deputado federal (PSL-SC)

Diagnóstico confirmado em 17 de março; integrou comitiva de viagem oficial aos EUA

Folha de S. Paulo

Más notas sobre el tema