Cada vez más aislado, Bolsonaro se apoya en la iglesia evangélica y convoca a un día de ayuno y oración
Bolsonaro recurre a la oración en la crisis por el coronavirus
Por Lisandra Paraguassu
El presidente brasileño, Jair Bolsonaro, accedió a una petición de la iglesia evangélica y anunció el viernes la convocatoria de un día nacional de ayuno y oración este domingo para «liberar a Brasil del mal» de la epidemia de coronavirus.
Mientras aumenta la cifra de muertos en el país, junto con las críticas por su manejo de la crisis de salud pública, Bolsonaro se reunió con pastores evangélicos pentecostales al exterior de su residencia oficial. Los evangélicos son unos de los partidarios más fieles del mandatario derechista.
«Convocamos a los brasileños junto con los pastores y líderes religiosos a un día de ayuno para que Brasil pueda liberarse de este mal lo antes posible», dijo más tarde en la emisora de radio Jovem Pan.
El viernes, la cifra de muertos por coronavirus aumentó de 299 a 359, mientras que los casos confirmados subieron a 9.056.
Los brasileños desaprueban de forma abrumadora la minimización que hizo Bolsonaro de la epidemia y respaldan a los gobernadores y autoridades sanitarias que han sido atacados por el presidente por defender medidas de distanciamiento social, mostraron dos sondeos el viernes.
Bolsonaro está cada vez más aislado a nivel político, mientras sigue cargando contra los cierres estatales y municipales, a los que califica como una respuesta económicamente desastrosa a un riesgo exagerado.
La idea del ayuno y la oración cobró impulso el viernes entre los seguidores de Bolsonaro y los predicadores evangélicos en las redes sociales.
«Brasil está en una grave crisis. Las fuerzas del mal se están alzando contra un presidente cristiano temeroso de Dios y defensor de la familia. El domingo será un día de ayuno», dijo el congresista Marco Feliciano, un pastor evangélico, en una publicación en Twitter.
El pastor Silas Malafaia, un líder de la mayor iglesia pentecostal brasileña, la Asamblea de Dios, propuso en las redes sociales que el ayuno comience a medianoche del sábado y se prolongue hasta el mediodía del domingo.
La tasa de aprobación de Bolsonaro ha caído a su nivel más bajo desde que asumió el cargo el año pasado. Fue elegido en un giro conservador de los votantes brasileños, con apoyo masivo de los evangélicos por su plataforma de valores profamilia opuesta al aborto y al matrimonio homosexual.
Excapitán del Ejército reconvertido en político, Bolsonaro fue criado como católico y rebautizado por un pastor evangélico en el Río Jordán en 2016 en Israel, cuando comenzó a planear su candidatura presidencial.
Rejeitado, Bolsonaro apela a evangélicos ao convocar jejum
A redução do apoio às suas posições em meio à pandemia de coronavírus levou o presidente Jair Bolsonaro a voltar suas forças para um eleitorado que, em parte, tem se mantido fiel a seu governo, os evangélicos, e convocar um dia de «jejum e oração» a favor de seu governo e contra a epidemia.
A ideia foi levada ao presidente por um grupo de pastores de Minas Gerais que o esperava na tarde de quinta-feira,2, em frente ao Palácio da Alvorada. Um deles disse a Bolsonaro que ele, como «autoridade maior», deveria proclamar um «jejum para toda a nação».
«Nós todos vamos jejuar, vamos orar», diz o pastor, sem se identificar, em um vídeo que foi transmitido ao vivo pelo Facebook do presidente.
Mais tarde, em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro consolidou a ideia: «A gente vai junto com pastores e religiosos anunciar para pedir um dia de jejum ao povo brasileiro em nome de que o Brasil fique livre desse mal o mais rápido possível», disse.
A ideia cresceu rapidamente nas redes sociais bolsonaristas e entre pastores evangélicos ligados a Bolsonaro. O deputado Marco Feliciano, pastor da igreja neopentecostal Catedral do Avivamento, foi um dos primeiros a publicar a conclamação em suas redes sociais.
«O Brasil passa por grave crise, e as forças do mal se levantam contra um presidente cristão, temente a Deus e defensor da família. Domingo é dia de jejum, clamor e glória!!! E toda terra saberá que há Deus nesta Nação!», escreveu em sua conta no Twitter.
Outro pastor ligado ao presidente, Silas Malafaia, da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, postou um vídeo em seus canais também defendendo a ação e propondo que o jejum fosse feito da meia-noite de sábado ao meio-dia de domingo.
«Vamos orar e jejuar pelo povo brasileiro e pela nossa nação porque eu creio que, depois que passar isso aí, vai vir um tempo de prosperidade para o Brasil que nunca houve», diz o pastor.
Pelo menos duas igrejas pentecostais criaram eventos no Facebook chamando para o jejum, mas sem muita resposta. No Twitter, o assunto chegou a estar entre os principais tópicos da rede, mas ao longo do dia desapareceu. A resposta, no entanto, havia sido majoritariamente negativa: havia mais pessoas criticando a ideia do que defendendo Bolsonaro.
A prática do jejum é comum a várias religiões, do islamismo ao cristianismo. De acordo com o infectologista Charbell Miguel Haddad Kury, a prática em si, com acompanhamento médico, não causa prejuízos e pode trazer benefícios, como mostram estudos recentes.
«Dessa forma creio que fazer jejum só por fazer sem uma rotina de acompanhamento não é adequado», disse à Reuters.
O público que respondeu majoritariamente ao chamado de Bolsonaro é das igrejas evangélicas neopentecostais brasileiras, ainda mais ligado ao presidente, que garante ainda uma parte da aprovação do presidente, especialmente o de fiéis ligados às igrejas de Malafaia, Feliciano e Edir Macedo, dono da Igreja Universal, e outros nomes fortes entre as neopentecostais.
Isolado dentro de seu próprio governo por ter ido constantemente contra as recomendações de isolamento de seu ministro da Saúde, Henrique Mandetta, e com a rejeição crescente a seu comportamento, como mostraram as pesquisas divulgadas nesta sexta-feira, Bolsonaro apela para um público aparentemente garantido.
Uma das pesquisas, do Datafolha, trouxe que o Ministério da Saúde, comandado por Mandetta, tem uma aprovação mais de duas vezes superior à atribuída a Bolsonaro em meio aos esforços de combate à pandemia de coronavírus que colocou presidente e ministro em campos opostos.
‘Esse vírus é igual uma chuva, vai molhar 70% de vocês’, diz Bolsonaro a apoiadores
O presidente Jair Bolsonaro se dirigiu a cerca de 40 apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta-feira, para voltar a minimizar os efeitos do novo coronavírus e criticar governadores pelas medidas de isolamento e combate à Covid-19, acusando João Doria (PSDB), de São Paulo, de fazer «terrorismo». A interação foi transmitida ao vivo na página do Facebook do presidente, que pediu para os simpatizantes se afastarem dos jornalistas que estavam no local. Ele não falou com a imprensa.
– Olha só, deixa eu falar para vocês aqui o que eu vejo que está acontecendo com as informações que eu tenho. Esse vírus é igual uma chuva, vai molhar 70% de vocês, tá certo? Isso ninguém contesta, que toda nação vai ficar livre de pandemia depois que 70% [da população] for infectada e conseguir os anticorpos. Ponto final. Agora desses 70%, uma pequena parte, que são os idosos e quem tem problema de saúde, vai ter problema sério, vai passar por isso também. O que estão fazendo é adiar para ter espaço nos hospitais. Mas tem um detalhe: a sociedade não aguenta ficar dois, três meses parada, vai quebrar tudo – declarou Bolsonaro, logo após um apoiador lhe dizer que «pilantras» estão ocupando a Câmara dos Deputados, o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seguida, ele acusou «algumas autoridades» de praticar demagogia e disputar «quem está mais preocupado com a vida de vocês», falando aos simpatizantes que estavam desde cedo no espaço. Bolsonaro disse ainda que políticos têm que ouvir o povo:
– A opinião pública, aos poucos, está vindo para o nosso lado, tá? Os políticos têm que ouvir o povo. Sabemos que vai ter mortes, ninguém nega isso, mas morrem de gripe comum, morrem de H1N1… – comentou.
Uma mulher que estava no local disse ter visto na televisão que o governador João Doria «abriu um monte de sepultura». Ela, no entanto, apontou que «isso não vai acontecer».
– É o terrorismo, o terrorismo… – interveio Bolsonaro.
Depois de ouvir reclamações sobre os impactos do isolamento adotado em determinadas localidades, Bolsonaro apontou que trata-se de um decisão dos governadores e fez referência a um vídeo publicado no dia 21 de março por Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal.
– Acabei de ver um vídeo dele fazendo um churrasquinho em casa – declarou.
Na gravação, divulgada no Instagram, Rocha diz que estava em casa, trabalhando remotamente e fazendo o almoço da família naquele sábado, por ter dispensado quem trabalhava na sua residência.
Emprego
Bolsonaro reiterou em seguida a sua posição diante da crise provocada pelo novo coronavírus, priorizando a manutenção dos empregos:
– Olha, o pessoal sabe o meu posicionamento, não pode fechar dessa maneira, porque atrás disso vem desemprego em massa, vem miséria, vem fome, vem violência – ouvindo mais queixas sobre os prejuízos de quem investiu para a Páscoa devem sofrer. – Eu vou pensar no que eu vou fazer nesse caso – respondeu.
Já no fim da conversa, uma simpatizante pediu que o presidente «não abra» para a China e citou o «chinavírus», em referência ao primeiro epicentro da Covid-19. O presidente não comentou a afirmação e se limitou a exortar os apoiadores a «vencer essa guerra». Quando um apoiador disse que eles estavam só esperando sua voz, Bolsonaro comentou:
– Vai chegar a hora certa aí…
Em meio a uma oração pelo presidente, uma mulher disse que a história dele não acabou e que o melhor da sua vida está por vir. Bolsonaro respondeu com um ataque aos jornalistas que trabalhavam a poucos metros dali:
– Eu não cheguei aqui pelo milagre da facada e a eleição também para perder para esses urubus aí – declarou. – Eles estão amontoados lá e vão falar de amontoação aqui.
Brasil bate novo recorde e registra 60 mortes por coronavírus em um dia
O Brasil bateu outro recorde no número diário de mortes por coronavírus. De quinta (2) para sexta-feira (3), 60 pessoas foram vítimas da covid-19 no país, de acordo com o Ministério da Saúde. Agora, são 359 mortes.
O número de casos confirmados saltou de 7.910 para 9.056, ao todo, nas últimas 24 horas. O índice de letalidade, que é o cruzamento entre o número de confirmações e as mortes, agora é de 4%.
O estado com mais registros é São Paulo, com 219 mortes e 4.048 casos. No entanto, a situação que mais preocupa, segundo o ministério, é no Distrito Federal, cujo índice por população é o maior do país – 13,2 casos para cada 100 mil habitantes.
O governo tem admitido constantemente que o número de mortes e contaminados é bem maior no país, porque os testes ainda são insuficientes e ainda há diversos óbitos suspeitos sem causa definida.
No mundo, o número de contaminados passou de 1 milhão na quinta-feira (2). A principal fatia de casos está nos Estados Unidos. Em seguida, estão Itália e Espanha.
Revelan que el primer caso en Brasil y en América Latina fue el 23 de enero
El primer caso mortal de coronavirus registrado en Brasil y en América Latina ocurrió el 23 de enero y no el 26 de febrero, como hasta ahora se había detectado, informó este jueves a la noche el ministerio de Salud de Brasil.
El nuevo dato surgió esta noche, al mismo tiempo que el presidente Jair Bolsonaro afirmó que el ministro de Salud, Luiz Mandetta, está «falto de humildad y debería escuchar más», aunque aclaró que no lo echará «en medio de la guerra».
Con esta nueva información, es posible determinar que Brasil convivió con el virus durante gran parte de las vacaciones de verano, el reinicio de clases y las fiestas del carnaval, que llevaron más de 15 millones de personas a las calles.
Una investigación retrospectiva de pacientes internados con patología respiratoria grave detectó que una mujer de 75 años murió de Covid-19 en el estado de Minas Gerais.
No fue informado si tuvo contacto con personas que viajaron a Europa o Asia.
El primer caso oficial de Brasil y de América Latina había sido reportado el 26 de febrero, con un hombre de 64 años, empresario, que regresó del norte de Italia a San Pablo y se curó luego de estar atendido en su domicilio.
«Estamos haciendo una investigación retrospectiva sobre casos de personas que estuvieron internadas«, dijo el secretario de Vigilancia de Salud de Brasil, Wanderson Oliveira.
Brasil tiene 299 muertes y 7910 casos confirmados.
El caso de enero como el inicio del coronavirus en Brasil pone en perspectiva las subnotificaciones de los casos del Covid-19.