Brasil: Bolsonaro se reunirá con Trump en EEUU este sábado

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Itamaraty tem expectativa de encontro informal entre Trump e Bolsonaro na Flórida

A viagem do presidente Jair Bolsonaro ao estado americano da Flórida, que começa no sábado, 7 de março, e vai até terça, dia 10, pode ser azeitada por uma reunião informal entre ele e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Essa possibilidade, que surgiu de uma conversa no fim do ano passado, durante um evento na Colômbia, entre o chanceler Ernesto Araújo e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ganhou uma dimensão maior nos últimos dias, com a montagem de um esquema preventivo, preparado pelo Itamaraty. Uma das razões dessa expectativa é que Trump passará o fim de semana em seu resort de Mar-a-Lago, em Palm Beach.

Partiu do senador republicano Rick Scott a iniciativa de convidar o presidente brasileiro a visitar a Flórida, no que será a sua terceira viagem aos Estados Unidos depois da posse, em janeiro de 2019. Além das afinidades políticas com Scott e outros parlamentares conservadores da região ligados a Trump, como Marco Rubio, o estado americano tem o Brasil — seguido da China — como principal parceiro comercial. No ano passado, houve um fluxo de comércio (soma de exportações e importações) de US$ 21 bilhões. Empresas brasileiras instaladas na região são responsáveis pela criação de cerca de 5 mil empregos diretos.

É esperada a assinatura de acordos bilaterais em áreas como tecnologia, investimentos e defesa. No último caso, os governos dos dois países firmarão um tratado pré-formatado, denominado RDT&E (pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação, na sigla em inglês), fundamental para a cooperação bilateral naa área, incluindo para a execução conjunta de projetos que tiveram a perspectiva aberta com a designação do Brasil por Trump como «aliado extra-Otan» dos EUA.

Integrantes do governo brasileiro avaliam que a ida de Bolsonaro aos EUA, com ou sem um encontro com Donald Trump, será positiva. O argumento é que os políticos republicanos locais teriam se tornado grandes advogados da relação entre o Brasil e os Estados Unidos, ou da amizade entre Bolsonaro e Trump. Veem o presidente brasileiro como alguém que defende uma agenda cara para eles, que é a pressão contra os regimes da Venezuela e de Cuba.

As comunidades cubana e venezuelana atuam juntas nos EUA e têm grande peso político nas eleições americanas, lembrou uma fonte. Assim, o fato de Bolsonaro ir à região demonstra uma certa gratidão por essa defesa do Brasil, feita hoje por Rubio e Scot.

Um dos momentos mais esperados pelo governo brasileiro será o seminário empresarial, marcado para o dia 9, em Miami. Haverá painéis sobre ambiente de negócios no Brasil, franquias, inovação e indústrias de defesa.

Em busca de mais comércio e investimentos, Bolsonaro teria determinado que os organizadores de sua viagem tentem levar algum dirigente com poder de decisão da montadora de carros elétricos Tesla para o seminário empresarial, ou mesmo para uma reunião com autoridades brasileiras.

Há cerca de dez dias, Bolsonaro chegou a dizer que gostaria de trazer a Tesla para o Brasil. De acordo com fontes envolvidas com a viagem, não há, até agora, nada previsto sobre isso na agenda oficial. A informação, contudo, é que tem havido contatos informais entre representantes do governo brasileiro e da empresa americana.

A agenda de compromissos de Bolsonaro abrange, ainda, encontros com Scott e Rubio, autoridades locais e o governador Ron DeSantis, O presidente também deverá visitar a sede da empresa brasileira Embraer em Jacksonville.

O Globo


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