Brasil: Petrobras se niega a negociar con trabajadores en huelga y alertan sobre posible desabastecimiento

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Intransigência da Petrobras pode levar a desabastecimento de combustíveis, alerta FUP

A intransigência da gestão de Roberto Castello Branco na presidência da Petrobras, ao se negar a negociar com os petroleiros, já no 13° dia de greve, ameaça o abastecimento de combustíveis à população brasileira. O alerta é da Federação Única dos Petroleiros (FUP). “Sim, é possível termos um desabastecimento no mercado de derivados de petróleo a partir da semana que vem, por conta da intransigência da gestão”, advertiu o diretor da FUP Deyvid Bacelar.

“Se preparem, abasteçam os seus carros, caminhões, comprem o gás de cozinha, porque eles querem promover de forma premeditada o desabastecimento nacional para culpar os petroleiros”, disse.

Segundo o dirigente, a direção da Petrobras não permite que os petroleiros assumam o controle das unidades com seus próprios efetivos, para aumentar a produção. Se houver desabastecimento, afirma, a culpa será da gestão, “que não quer conversar e quer vender as refinarias e beneficiar importadoras e outras empresas internacionais”.

Nesta quinta-feira (13), a greve dos petroleiros chegou a 113 unidades, em 13 estados do país. São mais de 20 mil petroleiros mobilizados. O movimento abrange 53 plataformas, 23 terminais, 11 refinarias e mais 23 outras unidades operacionais, além de três bases administrativas.

Os grevistas exigem o cumprimento do acordo coletivo de trabalho (ACT) e a reversão das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), cujo fechamento a estatal considera irreversível.

Os trabalhadores da Fafen-PR estão recebendo telegramas da empresa, convocando-os para comparecer nesta sexta-feira (14) em local determinado pela estatal para efetivar suas demissões. Segundo a FUP, trabalhadores afastados por doença ou em tratamentos de câncer também recebem a convocação.

Os sindicatos realizaram, nesta quinta, novas ações de fornecimento à população de botijões de gás subsidiados em sete estados do país: Amazonas, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, “para que a população possa ter acesso a combustíveis com preços justos”.

Em Santos, por exemplo, o Sindipetro Litoral Paulista vendeu gás de cozinha por R$ 32,00 o botijão. A venda foi restrita a 150 botijões de gás e uma unidade por família. “Apesar de extrair petróleo com um dos custos mais baixos do planeta, a Petrobras reajusta os preços dos derivados nas refinarias de acordo com as variações do mercado internacional e, consequentemente, do dólar”, explica a FUP.

ANP e o desabastecimento
Segundo a agência Reuters, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, enviou carta, datada de 11 de fevereiro, ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), na qual admite o risco desabastecimento.

Oddone afirmou que, mesmo com a Petrobras recorrendo a “equipes de contingência” para assegurar as operações, “a situação foge da normalidade” e a solução “não se sustentará ao longo do tempo, podendo causar impactos diretos na produção de derivados em função da redução da carga ou até mesmo pela parada total das refinarias”.

O documento acrescenta que “não há informações de negociação e indicativos do fim da greve, de modo que caso não haja uma composição breve, toda a cadeia poderá ser afetada”.

A FUP, por sua vez, argumenta que a direção da Petrobras “aposta no conflito, criminalizando a greve, mentindo para o judiciário e recusando-se a negociar”. Na quarta-feira (12), a Petrobras obteve liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, favorável à empresa, limitando o direito de greve e autorizando a aplicação de multas milionárias às entidades sindicais.

No mesmo dia, a FUP e sindicatos filiados informaram que vão recorrer. A decisão monocrática de Toffoli está “contaminada por uma narrativa ardilosa construída pela Petrobras”, segundo a federação.

Nesse cenário, diz a entidade, a categoria está se fortalecendo no movimento em suas bases. Como exemplo, menciona a Bacia de Campos, onde três plataformas aderiram ao movimento entre quarta e quinta-feira. Já são 33 de um total de 39 plataformas na região que aderiram à greve.

Rede Brasil Atual


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