Brasil: asesinan a dos líderes indígenas de la etnia Guajajara y responsabilizan a Bolsonaro

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Nuevo ataque deja dos indígenas muertos en Brasil

Los indígenas Raimundo Bernice Guajajara y Firmino Silvino Guajajara murieron, y otros dos resultaron heridos, este sábado (07.12.2019) luego de un ataque armado en el estado amazónico de Maranhao, en el norte de Brasil, informaron las autoridades. Las víctimas mortales murieron cuando estaban regresando a su aldea tras haber participado en una reunión para discutir sobre la defensa de sus derechos.

El ataque ocurrió en la mañana en la carretera federal que comunica las ciudades de Jenipapo de Vieiras y Sao Luis, la capital de Maranhao, y que atraviesa la reserva Guajajara en medio de la Amazonía. «Los indígenas fueron alcanzados por tiros provenientes de un vehículo», precisó la gubernamental Fundación Nacional del Indio (FUNAI) en un comunicado. «Como forma de protesta, indígenas bloquearon la carretera BR-226 en ambos sentidos», añadió la institución.

«La Policía Federal ya envió un equipo al lugar para investigar el crimen y sus motivaciones», afirmó en Twitter el ministro de Justicia y Seguridad Pública, Sergio Moro, quien lamentó el atentado.

Por su parte, la Gobernación del estado de Maranhao anunció el envío a la región de refuerzos de la Policía Civil, de la Policía Militarizada y de la Secretaría de Estado de los Derechos Humanos, así como una exhaustiva investigación para identificar y capturar a los autores del ataque.

Ataques contra indígenas

«¿Hasta cuándo va a ocurrir esto? ¿Quién será el próximo?», escribió en Instagram la líder Sonia Guajajara, coordinadora de la Articulación de los Pueblos Indígenas de Brasil (APIB) y excandidata a vicepresidente en las elecciones de octubre del año pasado por el Partido Socialismo y Libertad (PSOL). Sonia Guajajara se encuentra de gira por Europa para denunciar las políticas del presidente ultraderechista Jair Bolsonaro.

De acuerdo con organizaciones de defensa de los derechos humanos, los ataques contra los indígenas aumentaron desde que Bolsonaro asumió como presidente de Brasil el 1 de enero pasado. Desde antes de asumir el poder, el mandatario aseguró que no permitiría el reconocimiento de nuevos territorios indígenas y ha defendido la explotación de recursos naturales en sus reservas.

En esta misma región, ubicada unos 500 km al sur de la capital de Maranhao, Sao Luis, fue asesinado otro líder indígena a principios de noviembre. Paulino Guajajara, ultimado en el territorio indígena Arariboia tras ser emboscado por madereros, formaba parte de «Guardianes de la selva», un grupo de más de un centenar de indígenas Guajarara creado para proteger sus territorios de invasiones en Maranhao, donde son frecuentes los enfrentamientos por tierras.

Las invasiones a tierras indígenas han aumentado este año, según datos del Consejo Indigenista Misionero (CIMI), vinculado a la Iglesia católica y que elabora reportes anuales sobre la violencia contra los pueblos originarios de Brasil. Entre enero y septiembre de 2019, el CIMI registró 160 invasiones de traficantes de madera o mineros ilegales en tierras indígenas, un aumento de 44 por ciento respecto a los incidentes registrados en todo 2018. El año pasado, el CIMI reportó 135 asesinatos de indígenas en Brasil, 25 más que en 2017.

24 Horas


Sonia Guajajara culpa Bolsonaro por assassinatos de indígenas no MA

A líder indígena Sonia Guajajara responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro pelo assassinato a tiros de dois homens de sua comunidade, ontem, na BR 226, que corta a terra indígena do povo Guajajara no Maranhão. Firmino Prexede Guajajara e Raimundo Guajajara foram atingidos por ocupantes de um veículo quando voltavam de uma reunião em que discutiam a defesa dos moradores da região. Outros quatro indígenas foram feridos.

“Esses crimes não são casos isolados, são reflexo do ódio que vem sendo disseminado pela autoridade máxima do país contra nós, povos indígenas. O presidente deveria cumprir a Constituição Federal e garantir a proteção às nossas vidas e ao meio ambiente. Infelizmente o que vemos é o contrário, um comportamento que não condiz com o de um presidente. Exigimos justiça. esses crimes não podem continuar impunes”, disse Sonia no vídeo.

Como forma de protesto, indígenas bloquearam a rodovia BR-226 nos dois sentidos. Em novembro Paulo Paulino Guajajara, que trabalhava como guardião da floresta, defendendo o mesmo território indígena, foi assassinado por madeireiros.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, lamentou o novo atentado e informou que representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) foram até a aldeia tomar providências junto com as autoridades do governo do Maranhão.

“A Polícia Federal já enviou uma equipe ao local e irá investigar o crime e a sua motivação. Vamos avaliar a viabilidade do envio de equipe da Força Nacional à região. Nossa solidariedade às vítimas e aos seus familiares”, escreveu Moro em sua conta no Twitter.

Dor e revolta

Candidata a vice-presidente na chapa de Guilherme Boulos (Psol), Sonia atacou Bolsonaro também em uma nota sobre o atentado: “Sinto um misto de dor e revolta por mais esse crime que se debruça sobre o meu povo Guajajara. Crime este que reflete a escalada de ódio e barbárie incitados pelo espectro político nefasto do governo racista e perverso de Jair Bolsonaro, que segue nos atacando direitos diariamente, negando o nosso direito de existir e incitando a doença histórica do racismo do qual o povo brasileiro ainda padece”.

Segundo ela, a proteção dos povos indígenas está sendo negligenciada pelas atuais autoridades. “O governo federal é um governo fora da lei, criminoso em sua prática política e opera de maneira genocida com vistas a nos expulsar de nossos territórios, massacrando nossa cultura, fazendo sangrar nossas raízes.”

Veja a íntegra da nota de Sonia Guajajara:

“É com profundo pesar e indignação que externo meus mais sinceros e profundos sentimentos aos familiares de Firmino Silvino Prexede Guajajara e Raimundo Guajajara que neste momento sentem a dor e a tristeza de perder pessoas queridas por tamanha brutalidade que hoje fez vítimas dentre o Povo Guajajara. Os indígenas assassinados vivam nas aldeias Silvino (Terra Indígena Cana Brava) e aldeia Descendência Severino (TI Lagoa Comprida), ambos do Maranhão, estado que há 35 dias sofreu também o assassinato de Paulo Paulino Guajajara, que atuava como guardião da floresta.

Sinto um misto de dor e revolta por mais esse crime que se debruça sobre o meu povo Guajajara. Crime este que reflete a escalada de ódio e barbárie incitados pelo espectro político nefasto do governo racista e perverso de Jair Bolsonaro, que segue nos atacando direitos diariamente, negando o nosso direito de existir e incitando a doença histórica do racismo do qual o povo brasileiro ainda padece.

Estamos à deriva, sem a proteção do Estado brasileiro, cujo papel constitucional está sendo negligenciado pelas atuais autoridades. O governo federal é um governo fora da lei, criminoso em sua prática política e opera de maneira genocida com vistas a nos expulsar de nossos territórios, massacrando nossa cultura, fazendo sangrar nossas raízes.

O clima de tensão, insegurança e perseguição contra os povos indígenas do Brasil só aumenta. Estamos sendo atacados, dizimados, e vale sempre lembrar que um ataque a vida indígena é um ataque contra a humanidade uma vez que somos, povos indígenas de todo mundo, os defensores de 82% de toda biodiversidade global.

Chega de derramamento de sangue!

Chega de impunidade!

Exigimos que providências sejam tomadas imediatamente e faça valer a Justiça!

Exigimos que as autoridades competentes esclareçam os fatos, punindo rigorosamente esses criminosos, para que a sensação de impunidade não motive mais ações criminosas contra nossa gente, ceifando brutalmente vidas indígenas.

Sangue indígena: Nenhuma gota mais!”

Congresso em Foco


Após atentado contra indígenas, Moro avalia enviar Força Nacional ao MA

A Polícia Federal irá assumir as investigações do atentado que matou dois índios da etnia Guajajara e deixou outros dois feridos neste sábado no Maranhão. A informação foi confirmada pelo ministro Sergio Moro. Em uma rede social, Moro destacou ainda que será avaliada a viabilidade do envio de uma equipe da Força Nacional à região.

“Lamento o atentado, ocorrido hoje no Maranhão, que terminou com dois índios guajajaras mortos e outros feridos. Assim que soube dos tiros, a Funai foi até a aldeia tomar providências, junto com as autoridades do governo do Maranhão. A Polícia Federal já enviou uma equipe ao local e irá investigar o crime e a sua motivação. Vamos avaliar a viabilidade do envio de equipe da Força Nacional à região. Nossa solidariedade às vítimas e aos seus familiares”, publicou o ministro.

Na manhã deste sábado, dois indígenas da etnia Guajajara foram mortos e outros dois ficaram feridos após sofrerem atentado a tiros na BR-226 entre as aldeias Boa Vista e El Betel, no município de Jenipapo dos Vieiras, localizado a 506 km de São Luís, capital do Maranhão.

As vítimas fatais foram identificadas como Firmino Silvino Guajajara e Raimundo Bernice Guajajara. Em um vídeo publicado nas redes sociais, um dos índios feridos conta que ele e Firmino Guajajara, que não sobreviveu ao ataque, seguiam em uma motocicleta quando foram surpreendidos por dois tiros disparados por ocupantes de um veículo de cor branca.

Há um mês, outro indígena da etnia Guajajara foi assassinado no Maranhão. O líder e integrante do grupo Guardiões da Floresta, Paulo Paulino Guajajara, foi morto durante uma emboscada na Terra Indígena Arariboia, na região de Bom Jesus das Selvas.

Exame


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