Brasil: Universidad Federal de Frontera Sur destituyé al rector «interventor» nombrado por Bolsonaro
Conselho Universitário da UFFS aprova pedido de destituição de ‘interventor’ de Bolsonaro
Por 35 votos a 12 (e 2 abstenções), o Conselho Universitário da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS) aprovou nesta segunda-feira (30), em reunião realizada no campus de Chapecó (SC), a decisão de encaminhar o pedido de destituição do reitor Marcelo Recktenvald ao Ministério da Educação. O Conselho é o órgão máximo deliberativo da instituição.
Recktenvald foi nomeado reitor em 30 de agosto pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), mesmo tendo sido apenas o terceiro colocado na eleição interna. A decisão de não escolher o primeiro indicado da lista revoltou parte da comunidade acadêmica, que passou a considerar Recktenvald como um interventor imposto pelo governo.
Como resposta à nomeação de Recktenvald, cerca de 200 estudantes ocuparam o prédio da reitoria, localizado em Chapecó, ainda no dia 30. Ele entrou com pedido de reintegração de posse do prédio, o qual foi negado pela juíza responsável pelo caso. Dias depois, o Conselho Universitário intermediou a negociação entre os ocupantes e a reitoria, para promover a desocupação do prédio de forma amigável, o que ocorreu no dia 18 de setembro. Como contrapartida, o Conselho se comprometeu a deliberar sobre o pedido de destituição de Recktenvald e a convocar assembleias em todos os campi para a comunidade acadêmica se manifestar sobre a questão.
Na semana passada, foram realizadas assembleias nos seis campi da UFFS — Chapecó (SC), Realeza (PR), Laranjeiras do Sul (PR), Cerro Largo (RS), Erechim (RS) e Passo Fundo (RS) –, que resultaram em mais de 94% dos votos de estudantes, técnicos e professores favoráveis à destituição Recktenvald.
Durante a reunião do Conselho desta segunda, uma comissão designada fez a apresentação dos motivos que embasam o pedido de destituição. Posteriormente, Recktenvald e a Procuradoria Federal também tiveram tempo para se manifestar, bem como cada um dos conselheiros presentes.
Para a aprovação do pedido, eram necessários dois terços dos votos do Conselho. Houve ainda uma discussão se essa quantidade seria em relação às 54 cadeiras possíveis do órgão ou às 51 com direito a voto na reunião — o reitor e seu vice se declararam impedidos e há uma cadeira não preenchida no momento. Como prevaleceu a segunda tese, o pedido de destituição de Recktenvald foi proclamado aprovado.