Incendios en la Amazonía: investigadores encuentran un árbol que podría tener más de 400 años

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Pesquisadores encontram árvore mais alta da Amazônia, que pode ter mais de 400 anos de existência

Uma expedição de pesquisadores encontrou a maior árvore já medida no Brasil, que tem tamanho equivalente a um prédio de 30 andares. A espécie foi encontrada dentro da Amazônia em uma região cercada por áreas de conservação ambiental e terras indígenas.

O Globo Rural acompanhou a viagem de 10 dias comandada pelo engenheiro florestal Eric Gorgens, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, de Minas Gerais, para encontrar as árvores gigantes na floresta.

Tudo partiu de um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que identificou árvores com alturas muito acima do normal nesta região do estado.

«Em geral, as árvores atingem, em média, 45 a 50 metros de altura, mas a gente começou a perceber que muitas das árvores que a gente tinha identificado chegavam a 80 metros de altura, ou seja, o dobro do esperado para estrutura florestal como um todo», explica Gorgens.

Com tantas dúvidas para serem solucionados, uma equipe formada por engenheiros florestais de universidades brasileiras e internacionais, como Cambridge e Oxford e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) decidiu encontrar essas raridades.

O pesquisador e a equipe ficaram um ano estudando e organizando para chegar às árvores gigantes do Vale do Jari. Logo no início da viagem, após 10 km de viagem, o primeiro obstáculo: uma cachoeira.

A equipe precisou descarregar os barcos e arrastá-los para prosseguir viagem. Foi necessário quase dia inteiro para passar, por terra, pelos 300 metros que separam a cachoeira do ponto de retomada da navegação.

«A gente ficou um pouco preocupado no início, quando nós tivemos a primeira transposição que levou bastante tempo, até um pouco mais do que a gente esperava, mas os dois dias que se seguiram foram excelentes, as viagens rendendo muito bem», relata Eric Gorgens.

Após três dias, a expedição chegou bem perto do local. Mas, quando tudo pareceu estar tranquilo, surgiram as corredeiras.

Novamente os pesquisadores precisaram desembarcar e arrastar as embarcações. Um dia inteiro para transpor duas corredeiras.

No quinto dia, terminou a vigem de 300 km de barco e começou uma grande caminhada por dentro da floresta em busca das árvores gigantes.

Os pesquisadores começam a chegar cada vez mais perto do lugar que só conheciam pelo computador, uma recompensa após uma jornada tão longa.

«É a realização de um sonho a gente ter a oportunidade de encontrar um lugar tão especial, com árvores centenárias, onde nunca ninguém pisou antes. Então, com certeza, é uma emoção estar aqui», disse Gorgens.

O santuário das grandes árvores fica na Floresta Estadual do Parú, no noroeste do Pará. A área protegida tem mais de 3,6 milhões de hectares, tamanho maior que todo o território da Bélgica.

As espécies gigantes são angelins, que estão presentes em todo o Norte do país, com registro também no Maranhão e na Guiana.

«Ela é uma espécie pioneira, que se desenvolve necessitando de sol e nas áreas mais altas, de maior altitude», explica a engenheira florestal Wegliane Campelo.

A expedição encontrou 15 dessas árvores, que agora serão estudadas pelos pesquisadores, que mediram a circunferência, recolheram amostras do solo, das folhas, dos troncos e retiraram material genético para exames de DNA.

Dos angelins localizados, o menor tinha 70 metros e a média de altura é de 75 metros. O maior de todos tem 82 metros, a maior árvore já registrada na Amazônia.

As árvores gigantes têm entre 400 e 600 anos, afirma o pesquisador da Embrapa Marcus Vinicios D’Oliveira.

Esta riqueza escondida por séculos e que mostra o quanto a humanidade ainda tem a aprender com a Amazônia.

O físico inglês Toby Jackson ficou intrigado em como esses angelins conseguiram crescer e se manter em pé num topo de morro, sofrendo com a ação dos ventos.

«Quando eu estive na Malásia, vi que algumas das árvores mais altas do mundo, com 100 metros de altura. (Elas) estão na base de encostas, mais protegidas», observa. «Aqui, esses angelins gigantes desafiam nossas teorias porque estão em áreas elevadas. No momento, não conseguimos explicar isso.»

As pessoas da comunidade de Iratapuru, que ajudaram os pesquisadores na jornada, reverenciaram as grandes árvores.

«A comunidade vive há anos na floresta, cuidando dela, vivendo dela, então isso aqui vai ser mais uma parte que vai ser abraçada pela comunidade e ser preservada. Já vimos muitas árvores grandes, mas desse tamanho… são as primeiras», explica o guia Márcio Freitas.

O’Globo


Científicos descubren un complejo arqueológico en la Amazonía Central

Científicos brasileños concluyeron en agosto las excavaciones en un complejo arqueológico de la Amazonía que refuerzan la teoría de que esa región estuvo densamente poblada antes de la llegada de los colonizadores europeos.

Los hallazgos -vasijas, restos de cerámicas, piedras talladas, semillas carbonizadas y capas de suelo enriquecido- permiten pensar asimismo que el modo de vida de los habitantes originarios puede contener enseñanzas para la preservación de la selva tropical, afirma el arqueólogo Rafael Lopes, que participó en la exploración en el estado Amazonas (noreste).

“Llegamos pensando que habría un solo sitio a orillas del lago Tefé, pero son varios, y algunos grandes. Es un complejo arqueológico”, explicó Lopes, investigador asociado del Instituto de Desarrollo Sostenido Mamirauá (IDSM), que administra esta reserva protegida en el corazón de la Amazonía brasileña, en una entrevista telefónica con la AFP.

Los rastros de plantas domesticadas o manejadas como cacao, açaí o cupuaçú, así como la presencia de frondosos castañares de más de 500 años indican que la región estuvo ocupada por al menos cinco poblaciones diferentes, incluyendo las comunidades ribereñas e indígenas actuales.

“Las crónicas de viajeros de los siglos XVI y XVII que bajaban por el Amazonas tienen relatos de poblaciones muy densas, de miles de personas, y de aldeas muy grandes a no más de media hora una de otra, en especial en la zona de Tefé”, apunta Lopes.

Estudios científicos estiman que en la región amazónica en su conjunto vivían de 8 a 10 millones de personas antes de la llegada de españoles y portugueses.

Después del contacto con el hombre blanco, las epidemias y las campañas de conquista diezmaron a la población, explica Lopes.

Eso llevó a los naturalistas europeos que se adentraron en la región en el siglo XIX a pensar que la selva era un bioma prácticamente intacto.

Pero ese concepto empezó a ser revisado en los años 1980. La investigación en la que Lopes participa suma así nuevas evidencias a esos estudios.

“Desde hace algunas décadas, nos estamos dando cuenta de que las primeras crónicas eran más verdaderas y menos fantasiosas” de lo que se creía, afirma.

El trabajo de campo -a cargo de unas 40 personas, entre investigadores y lugareños- estuvo codirigido por Lopes, de la Universidad de Sao Paulo (USP), y la botánica Mariana Cassino, del Instituto de Investigaciones Amazónicas (INPA).

La próxima fase consistirá en el análisis en laboratorio de miles de fragmentos, para verificar la validez de esas hipótesis.

Lecciones para el futuro

Los habitantes originarios, con técnicas de manejo sustentable de los recursos naturales, moldearon positivamente el hábitat y tienen mucho que enseñar a los ocupantes actuales de la selva, señala el especialista.

“Las poblaciones tradicionales tuvieron un impacto muy positivo en la biodiversidad. Hay centenares de especies [vegetales] con algún grado de domesticación y algunas de ellas son hoy en día las más comunes en toda la Amazonía”, agrega.

Para mantener la selva en pie es necesario ocuparla de forma sustentable, sin depredarla, advierte Lopes, en momentos en que el gobierno de Jair Bolsonaro preconiza abrir las reservas indígenas y áreas protegidas a las actividades agropecuarias y a la minería.

Bernardo Oliveira | Mamiraua Institute of Sustainable Development | Agence France-Presse
Bernardo Oliveira | Mamiraua Institute of Sustainable Development | Agence France-Presse

“El problema no es la densidad humana, sino la lógica de la ocupación. Y la lógica que se quiere imponer es la de conservar lo mínimo y destruir lo máximo que se pueda para abrir espacio a la ganadería y la soja, al monocultivo, a las quemas que destruyen el medio ambiente”, advierte Lopes.

“Todos los datos demuestran que la preservación necesita de esas poblaciones, de las tierras indígenas, de las reservas ambientales con las poblaciones ribereñas”, prosigue.

“Tenemos que entender mejor la manera en que [los habitantes originales] ocuparon y ocupan la selva y tenemos que servirnos de esos modelos, no solo en la Amazonía”, subraya Lopes.

Esos modelos, insiste, “pueden servir para preservar e incluso recuperar otros biomas, una tarea importante, principalmente en un momento de cataclismo climático como el que estamos viviendo”.

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