Brasil: fiscales piden que Lula cumpla su condena con un régimen semiabierto
Los fiscales piden excarcelar a Lula
Los fiscales de la Operación Lava Jato en el estado de Paraná pidieron hoy a la jueza Carolina Lebbos, responsable de la ejecución penal de Luiz Inácio Lula da Silva en Curitiba, que el ex presidente brasileño pase a un régimen semiabierto. Según la petición, Lula ya habría cumplido una sexta parte de la sentencia que había recibido del Tribunal Supremo (STJ) y, en consecuencia, puede dejar el régimen cerrado, informó el portal uol.com.br.
El pedido de los fiscales se hizo un día después de que el Supremo Tribunal Federal de Brasil concluyera que el exjuez Sergio Moro, quien había condenado a Lula, violó el derecho de defensa en decenas de condenas, al permitir que los arrepentidos ampliaran sus denuncias después de los alegatos finales de los imputados, lo cual llevaría a una revisión de todo lo actuado en el caso Lava Jato. El ex presidente ha estado encarcelado en la Superintendencia de la Policía Federal en Curitiba desde abril del año pasado. Tras la solicitud de los fiscales, la defensa del líder del Partido de los Trabajadores (PT) dijeron que éste «tomará su decisión sobre el asunto.»
Según una nota firmada por el abogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, la defensa hablará con el ex presidente el próximo lunes 30 para conocer su posición con respecto a la solicitud de la Fiscalía Federal.
Lula cumple actualmente una pena de ocho años y diez meses de prisión, ratificada en tres instancias diferentes, por los delitos de corrupción pasiva y blanqueo de capitales, tras haber sido hallado culpable de recibir un apartamento en el balneario paulista de Guarujá a cambio de favores políticos a la constructora OAS.
Sobre Lula ya pesa otra condena a otros doce años y once meses de cárcel en un caso muy similar, con una finca en Atibaia (interior del estado de Sao Paulo), que supuestamente fue entregada como coima, pero la sentencia fue dictada hasta ahora en primera instancia y aún no confirmada en la segunda. El exgobernante tiene otros procesos abiertos en la Justicia por igualmente asuntos de corrupción.
El expresidente siempre ha declarado su inocencia y que es víctima de una «persecución judicial» que busca evitar su regreso al poder. El lunes pasado Lula desistió del beneficio de ir al régimen semiabierto al que tenía derecho por progresión de la pena y optó por un pedido de restablecimiento pleno de su libertad.
«El expresidente Lula está consciente de su derecho de pedir la progresión de régimen, pero optó por no presentar el pedido porque busca el restablecimiento de su libertad plena», señaló en un comunicado el abogado Martins.
De acuerdo con el abogado defensor, Lula pretende «el reconocimiento de que fue víctima de procesos corrompidos por nulidades, como la sospecha de (parcialidad) del exjuez Sergio Moro», actual ministro de Justicia del Gobierno del presidente Jair Bolsonaro y quien condenó a Lula.
La semana pasada, un juez de Brasil rechazó la denuncia presentada por la Fiscalía contra el expresidente y su hermano José Ferreira da Silva, conocido como Frei Chico, en un caso por el supuesto pago de sobornos por parte de la constructora Odebrecht.
Família e namorada desejam que Lula aceite o regime semiaberto
No que depender da opinião dos filhos, netos e da namorada Rosangela Silva, com quem o ex-presidente pretende se casar, Lula deve aceitar o regime semiaberto e voltar para a casa, em São Bernardo do Campo, segundo informa a jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna.
Lula foi preso em abril do ano passado pelo ex-juiz Sergio Moro, com a finalidade de ser impedido de disputar uma eleição presidencial que ele venceria no primeiro turno. Com sua prisão política e sua exclusão do processo eleitoral, foi aberto o caminho para a ascensão de Jair Bolsonaro, de quem Moro se tornou ministro. Ontem, os procuradores da Lava Jato pediram que Lula passe para o semiaberto, mas ele pretende ter sua inocência reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal.
Por Helena Chagas, no Divergentes e para o Jornalistas pela Democracia
Nosso sistema penal seria uma maravilha se cada condenado cumprindo sentença tivesse do Ministério Público que o acusou a atenção que o ex-presidente Lula recebeu de Deltan Dallagnol e seus colegas nesta sexta, quatro dias depois de ter completado 1/6 da pena e ganhado direito à progressão de regime. Será que os procuradores da Lava Jato que pediram que Lula saia da cadeia de Curitiba para cumprir pena em regime domiciliar ficaram bonzinhos de repente?
Nada disso. Tudo indica que o movimento da força tarefa da Lava Jato seja uma tentativa de se antecipar a uma possível liberação de Lula no Supremo Tribunal Federal. Derrotados esta semana no plenário da Corte, que acolheu a augumentação de que o réu delatado tem direito a apresentar suas alegações finais depois das do delator, os procuradores farejaram que, muito possivelmente, o próximo passo do Supremo poderá ser soltar o ex-presidente. Antes de mais essa derrota, portanto, tentam esvaziar o habeas corpus de Lula e outros recursos de sua defesa.
E qual a diferença, alguns devem estar se perguntando. Afinal, o importante, para quem está preso, é parar de ver o sol nascer quadrado. Para Lula, que por ‘n’ razões já mostrou que não é um preso comum, não é bem assim. O próprio presidente determinara à sua defesa para não mover uma palha no rumo da progressão de regime porque, depois da revelação da chamada Vaza Jato, deflagrada pelo site The Intercept, passou a apostar numa anulação de sua sentença com base na acusação de parcialidade contra o ministro e ex-juiz Sergio Moro. No mínimo, num habeas corpus ou outro tipo de medida cautelar para que aguarde em liberdade o julgamento da imparcialidade de Moro.
Para Lula, o líder político, a forma de sair da cadeia faz toda a diferença. Sair tendo o reconhecimento do STF de que quem o julgou não foi imparcial equivale a mais do que uma absolvição. Nesse caso, estaria pronto para voltar às ruas e retomar seus planos policos de onde parou: a candidatura à presidência da República. E cheio de discurso. Coisa muito diferente, para ele, seria passar à prisão semi-aberta ou domiciliar, sujeito à vigilância e, até, ao humilhante uso de uma tornozeleira.
Todo mundo sabe que a questão hoje não é mais se Lula será solto ou não – mas em que condições e quando isso ocorrerá, com seus devidos impactos políticos. É isso que está em jogo.
O STF, que não teve coragem ainda para retomar, na Segunda Turma, o julgamemto do HC de Lula, tem dado sinais de que, quem sabe, terá chegado a hora de dar um freio de arrumação na Lava Jato. A força tarefa, após seguidas derrotas também no Legislativo, já percebeu isso e, mais uma vez, está atuando politicamente. Para Curitiba, a forma como Lula sair da cadeia também fará toda a diferença, inclusive no lugar que vai ocupar na história.