Tragedia ambiental en Brasil: Bolsonaro sangra al Amazonas

842

New York Times News Service

La destrucción de la selva tropical en la Amazonía brasileña ha aumentado con rapidez en los meses que ha gobernado el presidente de extrema derecha, Jair Bolsonaro, quien ha reducido los esfuerzos para combatir la tala, minería y explotación ganadera ilegales.

Proteger la Amazonía fue la parte central de la política ambiental de Brasil durante gran parte de las últimas dos décadas, bajo el mandato del Partido de los Trabajadores.

Sin embargo, con la elección de Bolsonaro, Brasil ha virado considerablemente al retirarse de los esfuerzos que alguna vez hizo por reducir el calentamiento global al preservar la selva tropical más grande del mundo.

En campaña, declaró que las amplias tierras protegidas de Brasil eran un obstáculo al crecimiento económico y prometió abrirlas para fines comerciales. A siete meses, eso ya está sucediendo.

La parte brasileña de la Amazonía ha perdido más de tres mil kilómetros cuadrados de área boscosa desde que Bolsonaro asumió el cargo en enero, 39 por ciento más respecto al mismo periodo del año pasado, según la agencia del gobierno que monitorea la deforestación.

En junio, cuando empezó la temporada más seca y templada que facilita la tala, la tasa de deforestación aumentó 80 por ciento más que en junio de 2018. Estos aumentos se registran en momentos en que el gobierno de Bolsonaro ha retirado medidas medioambientales como las multas, advertencias y la confiscación o destrucción de equipo ilegal que haya en áreas protegidas.

The New York Times encontró que las acciones de aplicación por parte de la principal agencia medioambiental brasileña cayeron en 20 por ciento durante el primer semestre de este año en comparación con el mismo periodo en 2018.

“Lo que nos espera es el riesgo de una deforestación desmedida de la Amazonía”, escribieron ocho exministros de Medioambiente brasileños en una carta en mayo.

En julio, el presidente afirmó que la preocupación con la Amazonía se debe a una “psicosis medioambiental”.

La postura del gobierno de Bolsonaro desató fuertes críticas entre líderes de Europa, tras la firma de un acuerdo de libre comercio de Brasil y otros tres países suramericanos con la Unión Europea, que incluye compromisos ambientales.

Durante una visita a Brasil, el ministro de Cooperación y Desarrollo Económico alemán, Gerd Müller, dijo que proteger la Amazonía es un imperativo global.

Alemania y Noruega ayudan con el financiamiento de un fondo de conservación amazónico de 1300 millones de dólares.

En la campaña, Bolsonaro prometió eliminar el Ministerio de Medioambiente.

“Brasil es como una virgen cotizada que todos los pervertidos extranjeros desean”, afirmó Bolsonaro.

En el pasado, Brasil había intentado presentarse como líder en la protección de la Amazonía y en el combate al calentamiento global. Entre 2004 y 2012 el país creó nuevas áreas de conservación, incrementó las medidas de monitoreo y les quitó los créditos públicos a productores rurales que intentaran derribar áreas protegidas. La deforestación logró su nivel más bajo.

En 2012, agentes medioambientales interceptaron un barco pesquero en una reserva ecológica en Río de Janeiro; Bolsonaro, entonces diputado federal, estaba a bordo. Pasó una hora debatiendo con los agentes e ignoró sus demandas de que abandonara la reserva. Bolsonaro se rehusó a identificarse, pero un agente le tomó una fotografía al ahora presidente en un traje de baño blanco ajustado y lo multaron después. Nunca pagó.

Ricardo Salles, ministro de Medioambiente de Bolsonaro, quiere crear un mecanismo que permitiría que un panel gubernamental tenga la discreción de reducir o suspender castigos medioambientales; exfuncionarios temen que dicho mecanismo debilitará la aplicación de las medidas.

El jefe de gabinete de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, adoptó otra postura: criticó lo que dijo son esfuerzos desde el extranjero para formular la política medioambiental.

Pero, advirtió: “Ahí les va un mensaje: No se metan con nosotros”.

Excelsior


Aumento acentuado do desmatamento é inegável, diz ex-diretor do Inpe

Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), disse no sábado que a tendência de aumento do desmatamento é inegável, um dia após ter sido exonerado do cargo por conta de uma discussão pública com o presidente Jair Bolsonaro sobre dados publicados pela agência.

“Não há a menor dúvida”, disse ele à Reuters, quando perguntado se os dados apontavam para uma tendência de aumento significativo do desmatamento. “Nossos dados estão absolutamente corretos.”

A saída de Galvão, um respeitado físico e membro da Academia Brasileira de Ciências, teve ampla repercussão negativa na comunidade científica do país.

Os ambientalistas também viram isso como um perigoso ataque a um dos principais pilares da luta do Brasil contra as mudanças climáticas –o uso de dados de imagens de satélite para medir e combater o desmatamento na Floresta Amazônica.

A preservação da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, é considerada vital na tentativa de conter o aquecimento global devido à sua enorme capacidade de absorver carbono.

“Eu não ofereci minha renúncia”, disse Galvão quando perguntado se ele havia renunciado.

Estatísticas preliminares da agência de pesquisa espacial Inpe mostraram um salto de 88% no desmatamento na Floresta Amazônica em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Os dados de 1º de julho a 25 de julho, o mais recente disponível, registraram 1.864 quilômetros quadrados de desmatamento, mais do que o triplo da quantia registrada no mês de julho do ano passado.

Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, questionaram essa interpretação dos números produzidos por um sistema conhecido como Deter, dizendo que eles não deveriam ser usados para medir aumentos mês a mês, mas apenas como dados indicativos para ajudar as equipes de fiscalização a preparar operações contra a extração ilegal de madeira e queimadas em uma área que é três vezes maior que a Europa Ocidental.

O governo disse que apenas os dados anuais consolidados, conhecidos como Prode, devem ser usados para calcular aumentos no desmatamento.

Galvão concordou que os dados do Deter não deveriam ser usados para comparar um mês com o outro, porque o sistema não foi perfeitamente capaz de diferenciar exatamente quando o desmatamento ocorreu, mas enfatizou que isso não significa que o desmatamento mostrado no sistema não estava acontecendo.

Na verdade, a realidade é provavelmente ainda pior de acordo com Galvão. “Historicamente, os números do Deter são muito inferiores aos do Prodes”, disse ele.

Exame


Certas coisas não peço, eu mando, diz Bolsonaro sobre exoneração do diretor do Inpe

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) sugeriu neste domingo (4) que ordenou ao ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) a exoneração do diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), Ricardo Galvão, após críticas feitas ao capitão reformado em controvérsia envolvendo dados de desmatamento divulgados pelo órgão.

Questionado no Palácio do Alvorada, em Brasília, sobre se havia pedido a demissão de Galvão, Bolsonaro respondeu: «Está a cargo do ministro. Eu não peço [a demissão], certas coisas eu mando», afirmou.

Segundo o presidente, não havia mais clima para Galvão continuar à frente do Inpe após as declarações contra  Bolsonaro. Em entrevista à Folha de S.Paulo no último dia 21, Galvão havia dito que até poderia ser demitido, mas que o instituto era cientificamente sólido o suficiente para resistir aos ataques do governo.

No dia 20, ao Jornal Nacional, Galvão afirmou que «ele [Bolsonaro] tem um comportamento como se estivesse em botequim. Ou seja, ele fez acusações indevidas a pessoas do mais alto nível da ciência brasileira, não estou dizendo só eu, mas muitas outras pessoas». «Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer», disse o diretor do Inpe.

Bolsonaro voltou a criticar a divulgação dos dados do Inpe, que mostraram um aumento de 88% do desmatamento em junho. O presidente avalia que há interesses no mundo para desacreditar o Brasil.

«Você mexe com economia do mundo. Estamos adiantados com Mercosul, com Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos. Isso dá um freio na gente, perde todo mundo.»

Na avaliação do presidente, ao descobrir um «dado desse», Galvão deveria ter ido «apavorado» até Pontes ou ao ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) para alertar sobre o dado. «Avisa o presidente, para não ser surpreendido», disse. «Isso não é a posição de um brasileiro, de alguém que quer servir a sua pátria, e está preocupado com os negócios do Brasil. É lamentável. Uma pessoa de idade. Até acho que mais velho que eu pela fisionomia. Não é para agir dessa maneira.»

Para Bolsonaro, os dados deveriam ser mantidos reservados antes da divulgação. «Quando ele faz a compilação, etc, ele tem que tomar conta desses dados», afirmou, exemplificando com o papel do presidente do Banco Central no anúncio de taxas de juros após reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).

Na sexta-feira (2), Galvão disse que sua saída da direção do Inpe foi motivada pelo «constrangimento» criado junto ao presidente. «Diante do fato, a maneira como eu me manifestei com relação ao presidente, criou-se um constrangimento que é insustentável. Então eu serei exonerado», afirmou, nesta sexta, o diretor, que disse concordar com sua substituição.

Galvão afirmou que tinha preocupação de que suas críticas fossem respingar no Inpe. «Não vai acontecer», ressaltou. Apesar de ter mandato de quatro anos com prazo para terminar no final do próximo ano, ele disse que no regimento do instituto está explícito que o ministro poderia, numa situação de perda de confiança, substituir o diretor do órgão.

Ele disse ainda ter indicado um nome para substitui-lo com o objetivo de continuar sua linha de ação à frente do instituto, mas não quis dizer quem seria, por ser prerrogativa do ministro escolher o novo diretor do Inpe.A exoneração ocorre depois de críticas reiteradas do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao Inpe nas duas últimas semanas por causa de dados que apontaram alta no desmatamento.

No dia 19 de julho, em café da manhã com jornalistas estrangeiros, Bolsonaro questionou os dados de desmatamento.  «Com toda a devastação de que vocês nos acusam de estar fazendo e ter feito no passado, a Amazônia já teria se extinguido», disse. «É lógico que eu vou conversar com o presidente do Inpe. [São] Matérias repetidas que apenas ajudam a fazer com que o nome do Brasil seja malvisto lá fora», disse mais tarde no mesmo dia.

O presidente afirmou também que os dados do Inpe não correspondiam à verdade e sugeriu que Galvão poderia estar a «serviço de alguma ONG.»

Jornal do Brasil


VOLVER

Más notas sobre el tema