Trump elogia a Bolsonaro y apuesta a un acuerdo comercial con Brasil

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Trump elogia Bolsonaro e defende acordo de livre-comércio com Brasil

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que deseja negociar um acordo de livre-comércio com o Brasil, e não poupou elogios a Jair Bolsonaro, “um grande cavalheiro” com quem disse ter um “relacionamento fantástico”.

“Tenho um ótimo relacionamento com o Brasil. Tenho um relacionamento fantástico com o presidente. Ele é um grande cavalheiro. Acho que ele está fazendo um ótimo trabalho”, disse Trump aos jornalistas na Casa Branca.

“Vamos trabalhar em um acordo de livre-comércio com o Brasil. O Brasil é um grande parceiro comercial”, insistiu.

O presidente americano também apoiou a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para a embaixada brasileira nos Estados Unidos.

“Acho que é uma grande indicação”, disse Trump à imprensa, chamando Eduardo, de 35 anos, de “excepcional”.

“Não acho que seja nepotismo”, acrescentou Trump, que também emprega sua filha, Ivanka, e seu genro, Jared Kushner, na Casa Branca.

– Com ou sem Mercosul? –

Ao anunciar o desejo de fazer um acordo comercial, Trump se limitou a mencionar o Brasil, e não o Mercosul – bloco integrado também por Argentina, Paraguai e Uruguai, que acabou de fechar acordo com a União Europeia (UE).

O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, chegou esta semana ao Brasil para promover o intercâmbio bilateral. Em São Paulo, disse que “o Mercosul agora está bastante ocupado em concluir seu acordo com a UE” e que “seria complicado (para o bloco sul-americano) fazer as duas coisas ao mesmo tempo”.

O vice-ministro brasileiro da Economia, Marcos Troyjo, encarregado do Comércio Exterior, disse à AFP que o Brasil vai “tratar de que aquilo que foi conversado seja com os sócios do Mercosul”, mas que mantém “as duas vias abertas”.

“Se a modalidade (de um acordo com os EUA) envolve tarifas, tem que negociar conjuntamente com sócios do Mercosul”, mas se não for esse o caso, a negociação poderá ser diretamente entre Brasil e Estados Unidos, declarou Troyjo.

Esta última modalidade pode abranger medidas de facilitação de comércio, questões de propriedade intelectual e de convergências regulatórias, detalhou.

Troyjo destacou que, atualmente, existe “uma grande convergência de propósitos entre o presidente Bolsonaro, o presidente Trump e o presidente (da Argentina, Mauricio) Macri. Um ótimo relacionamento, boas conexões, e, portanto, empatia”.

A relação entre os Estados Unidos e o Brasil ganhou novo impulso desde que Bolsonaro chegou ao poder, em janeiro.

O comércio de bens e serviços dos Estados Unidos com o Brasil totalizou 103,9 bilhões de dólares em 2018, com exportações de 66,4 bilhões e importações de 37,5 bilhões, segundo o escritório do representante comercial dos Estados Unidos (USTR).

– Ross alerta sobre acordo com UE –

Ross pediu ao Brasil e ao Mercosul como um todo que prestem atenção às cláusulas do acordo com a UE que sejam “contraditórias ou possam obstruir as negociações de livre-comércio com os Estados Unidos”, lembrando que Washington e Bruxelas têm disputas nos setores automotivo, farmacêutico, químico e de alimentos, entre outros.

“Para nós é importante que vocês não coloquem nada (nesse acordo) que torne difícil para os Estados Unidos assinar um acordo separado com o Brasil, ou com o Mercosul, ou com ambos”, disse ele em entrevista coletiva na Câmara de Comércio dos Estados Unidos no Brasil (Amcham Brasil).

Nesta quarta, viajará a Brasília para se encontrar com Bolsonaro, com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e membros da comunidade empresarial.

Istoé


Trump dá aval para Eduardo Bolsonaro assumir a embaixada em Washington

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não se limitou a sinalizar com a negociação de um acordo de livre comércio entre o seu país e o Brasil (Mercosul) nesta terça-feira, 30. Trump declarou também ser “uma grande indicação” do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil em Washington. Insistiu ainda não ser um caso de “nepotismo” o fato de a nomeação ter sido feita pelo pai do parlamentar, o presidente Jair Bolsonaro.

A declaração de Trump traz implícito o aval do governo americano à indicação do filho de Bolsonaro para a embaixada. Sua resposta ao pedido de agrément enviado pelo Itamaraty foi tão informal quanto a própria nomeação do deputado pelo presidente. Ambos os lados jogaram para o alto as formalidades e a tradição da diplomacia, que exige confidencialidade nesse processo. Eduardo Bolsonaro terá de ser sabatinado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado e, se aprovado, sua indicação será submetida a votação no plenário da casa.

“Eu acho o filho dele (Jair Bolsonaro) excepcional. Eu conheço o filho dele e provavelmente por isso (o governo brasileiro) o indicou”, afirmou Trump. “Não acho que seja nepotismo”, acrescentou, ao ser questionado se não seria um exemplo dessa prática anti-ética na política.

O presidente americano lembrou ainda ter uma “boa relação” com Bolsonaro, o pai, e estar seguro do sucesso das negociações comerciais que espera ver iniciadas em breve. Voltou, porém, à indicação do deputado para a embaixada brasileira. “Eu penso que isso é uma grande nomeação, porque eu conheço o filho dele, eu creio que ele é verdadeiramente competente, como seu pai. Ele (Eduardo) me lembra o seu pai, e eu gosto do seu pai.”

De fato, Trump conheceu Eduardo Bolsonaro durante a visita oficial de seu pai a Washington, em março passado. Em uma situação inusitada, o deputado ingressou no Salão Oval junto com o presidente para o encontro reservado com Trump, enquanto o chanceler Ernesto Araújo foi mantido na antessala. Momentos depois, durante a declaração para a imprensa dos dois líderes no Jardim das Rosas, o americano pediu para o filho do presidente brasileiro, mais conhecido como Zero Três, se levantar e o cobriu de elogios.

“O trabalho que você fez é fantástico, e eu sei que o presidente agradece”, disse Trump ao deputado do PSL.

A indicação de Eduardo Bolsonaro tornou-se polêmica no Brasil. A justificativa dada pelo presidente de que o filho está preparado porque viajou muito e sabe inglês e espanhol, além de ser próximo da família de Trump, está aquém dos atributos exigidos a um candidato à vaga. O próprio deputado lembrou ter “fritado hamburgueres” nos Estados Unidos, onde fez intercâmbio, e ocupar a Presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Sua indicação foi criticada até mesmo pelo guru ideológico dos bolsonaristas, Olavo de Carvalho.

Desde 1967, todos os embaixadores do Brasil em Washington estavam no topo da carreira diplomática quando foram nomeados. Trata-se da posição mais importante e desafiadora do Itamaraty no exterior. Embora juridicamente haja controvérsias sobre a classificação da indicação do presidente Bolsonaro como nepotismo, moral e eticamente essa decisão pode ser enquadrada nessa prática da velha política.

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