Levantan el secreto bancario al hijo de Bolsonaro en un caso por corrupción

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Levantan el secreto bancario al hijo de Jair Bolsonaro en caso por corrupción

La justicia brasileña levantó el secreto fiscal y bancario del senador Flavio Bolsonaro, quien en respuesta rechazó sospechas de presuntos movimientos financieros ilícitos y las atribuyó a «maniobras» para debilitar al gobierno de su padre, el presidente de ultraderecha Jair Bolsonaro.

La decisión judicial, que data del 24 de abril, fue revelada este lunes por el diario O Globo. La orden de ruptura del secreto, según el impreso, abarca también al ex chofer del senador, Fabrício Queiroz, su ex posa, la esposa de Flávio Bolsonaro, una empresa de la pareja, más de 80 ex funcionarios del antiguo gabinete del senador, sus familiares y empresas, y otros empresarios del área inmobiliaria supuestamente relacionados con el político.

En el caso de Bolsonaro, la medida, precisó O Globo, comprende el período 2007-2018, cuando el político era diputado de Río de Janeiro.

En un comunicado, el senador Bolsonaro dijo que el secreto bancario de sus cuentas ya había sido roto «ilegalmente, sin autorización judicial» y que sus informaciones detalladas bancarias habían sido divulgadas. «Sólo ahora intentan una maniobra para calentar informaciones ilícitas que ya poseen hace varios meses», apunta el texto escrito en primera persona.

«La verdad prevalecerá, puesto que no he hecho nada errado y no conseguirán usarme para golpear al gobierno de Jair Bolsonaro», agregó.

El abogado de Queiroz, Paulo Klein, respondió a su vez a O Globo que el secreto bancario de su cliente «ya había sido levantado y expuesto por todos los medios de comunicación, siendo apenas un mero intento de dar apariencia de legalidad a un acto que fue practicado de forma ilegal».

El Tribunal de Justicia de Río de Janeiro dijo a la AFP que no se pronunciaría sobre el caso por estar bajo secreto.

Entre los ex funcionarios que fueron incluidos en la medida se encuentran la mamá y la hermana de Adriano Magalhaes da Nobrega, señalado por la Fiscalía de Río de Janeiro como figura importante de un grupo de milicias sospechoso de haber participado en el asesinato de la concejal Marielle Franco en el 2018, dijo O Globo.

La investigación que puso bajo la mira a Flávio Bolsonaro, de 38 años, y Queiroz, su ex chofer y ex asesor comenzó el año pasado luego de que un informe del Consejo de Control de Actividades Financieras detectara movimientos bancarios de hasta 1,2 millones de reales en el 2016 (344.500 dólares al cambio promedio de ese año) en una cuenta de Queiroz, una suma aparentemente incompatible con sus ingresos.

Cuando el caso se hizo público, Jair Bolsonaro dijo que las acusaciones eran «infundadas», y que se trataba de una «arbitrariedad» que tenía por fin último golpearlo a él.

Consultado sobre la decisión judicial, la tarde del lunes el portavoz de la presidencia Otávio Rêgo Barros se limitó a pedir a los periodistas preguntar directamente a Flávio Bolsonaro y a Queiroz.

El Comercio


Justiça do RJ autoriza quebra de sigilos bancário e fiscal de Flávio Bolsonaro

A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. O sigilo do ex-policial militar Fabrício Queiroz, que foi assessor e motorista de Flávio, também será quebrado.

A informação foi antecipada pelo jornal O Globo na tarde desta segunda-feira (13). O Ministério Público fluminense solicitou a quebra – autorizada em 24 de abril de 2019.

Família dos dois será investigada

Também terão suas informações bancárias vasculhadas a esposa de Flávio, Fernanda Bolsonaro; uma empresa deles, Bolsotini Chocolates e Café Ltda; as duas filhas de Queiroz, Nathalia e Evelyn; e a esposa do ex-assessor, Marcia.

Outros 88 ex-funcionários do gabinete, seus parentes e empresas relacionadas a eles também terão as informações bancárias desse período checadas.

Entre os investigados estão Danielle Nóbrega e Raimunda Magalhães, irmã e mãe do ex-PM Adriano Magalhães da Nóbrega.

O Ministério Público do Rio aponta Adriano como o homem-forte do escritório do crime, organização de milicianos suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco.

O ex-policial, hoje foragido, é acusado há mais de uma década de envolvimento em homicídios. Adriano da Nóbrega já foi homenageado por Flávio na Assembleia Legislativa do Rio.

A decisão da quebra dos sigilos é do juiz Flávio Nicolau. Segundo o jornal, o juiz afirmou que a medida é «importante para a instrução do procedimento criminal» instaurado contra os investigados.

A ordem judicial inclui os sigilos de três empresários de origem americana. Dois moram nos Estados Unidos. Glenn Howard Dillard, Paul Daniel Maitino e Charles Anthony Eldering são donos de duas empresas ligadas ao ramo imobiliário.

A Linear Enterprises, com sede no Andaraí, Zona Norte do Rio, e a Realest, que fica no Centro do Rio. A Justiça também determinou a quebra dos dados bancários da MCA Participações e seus sócios. A empresa fez transações imobiliárias relâmpago com Flávio.

O que dizem o senador, defesa de Fabrício e MPRJ
Em nota, a defesa de Fabrico Queiroz afirmou que «ele e família recebem a notícia com tranquilidade, uma vez que seu sigilo bancário já havia sido quebrado e exposto por todos os meios de comunicação, sendo, portanto, mera tentativa de dar aparência de legalidade a um ato que foi praticado de forma ilegal», afirmou Paulo Klein.

O senador Flávio Bolsonaro divulgou uma nota no início da noite em que afirma que a quebra já tinha ocorrido.

«O meu sigilo bancário já havia sido quebrado ilegalmente pelo MP/RJ, sem autorização judicial. Tanto é que informações detalhadas e sigilosas de minha conta bancária, com identificação de beneficiários de pagamentos, valores e até horas e minutos de depósitos, já foram expostas em rede nacional após o Chefe do MP/RJ, pessoalmente, vazar tais dados sigilosos».

No documento, ele diz que o anúncio da quebra divulgado nesta segunda- feira (13) é uma manobra do MP.

«Somente agora, em maio de 2019 – quase um ano e meio depois – tentam uma manobra para esquentar informações ilícitas, que já possuem há vários meses».

Flávio Bolsonaro diz que a intenção é atingir o governo do pai.

«A verdade prevalecerá, pois nada fiz de errado e não conseguirão me usar para atingir o governo de Jair Bolsonaro.»

Mais cedo, o Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou uma nota sobre uma entrevista que o senador deu no domingo para o Jornal o Estado de S.Paulo em que Flávio Bolsonaro faz acusações sobre atuação do MPRJ no caso Coaf.

Na nota, o MP afirma que «repudia com veemência as declarações de Flavio Bolsonaro, proferidas em entrevista divulgada pelos meios de comunicação social, no dia 12/05/2019. O MPRJ reafirma que sua atuação é isenta e apartidária, pautada nas normas e princípios constitucionais, nos tratados internacionais de regência, na legislação vigente, nas resoluções e recomendações do Conselho Nacional do Ministério Público e na jurisprudência dos tribunais superiores.

A infundada representação em face do Procurador-Geral de Justiça, imputando a divulgação de informações sigilosas, foi sumariamente arquivada pela Corregedoria Nacional do Ministério Público».

Caso Fabrício Queiroz

Investigações envolvendo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

O documento revelou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.

Ex-assessor e ex-motorista de Flávio Bolsonaro movimentou em uma conta o total de R$ 1.236.838 entre 1º de janeiro de 2016 e 31 de janeiro de 2017. Durante esse período, Queiroz, de acordo com apontamentos do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), fez saques em espécie no total de R$ 324.774, e teve R$ 41.930 em cheques compensados.

Na época, um dos favorecidos foi a ex-secretária parlamentar, atual mulher do presidente eleito, Jair Bolsonaro, Michele de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, que recebeu cheque no valor de R$ 24 mil.

O presidente eleito Jair Bolsonaro negou qualquer irregularidade nos depósitos realizados na conta da mulher dele, Michele de Paula Bolsonaro, por Fabrício José Carlos de Queiroz.

Globo


Entrevista a Flávio Bolsonaro


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