Ministro de Educación anuncia que los libros escolares dirán que no hubo golpe de Estado en 1964

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El golpe de 1964 será borrado libros escolares

El ministro de Educación de Brasil, el profesor de origen colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, anunció que en los libros escolares se quitarán las actuales referencias al golpe de estado de 1964, que será ahora abordado como un movimiento impulsado por la sociedad civil.

«Habrá cambios progresivos en los libros didácticos en la medida en que se rescate una versión más amplia de la historia», declaró Vélez Rodríguez.

El 31 de marzo de 1964 fue separado de su cargo el presidente constitucional Joao Goulart como consecuencia de «una decisión soberana de la sociedad brasileña», que dio lugar a un «régimen democrático de fuerza», planteó el funcionario.

Su opinión coincide con la del presidente y militar retirado Jair Bolsonaro, quien la semana pasada reiteró que el régimen que gobernó entre 1964 y 1985 «no fue una dictadura».

Bolsonaro suprimió un decretó de 2011 que prohibía celebrar la dictadura y determinó que el 31 de marzo ésta sea conmemorada en los cuarteles militares.

El revisionismo histórico que altera la interpretación de los hechos ocurridos hace 55 años tiene que plasmarse en los contenidos de la educación pública, sostiene Vélez Rodríguez.

«El papel del ministerio de Educación es regular la distribución de los libros didácticos y elaborarlos de forma tal que los niños puedan tener una idea verídica, real, de lo que fue su historia», dijo el funcionario, en línea con Bolsonaro.

El ministro «está haciendo propaganda política», replicó el profesor Roberto Romano, responsable de la cátedra de Etica en la Universidad de Campinas.

«Hay una historiografía científicamente establecida con testimonios históricos, documentos, personas aún vivas que fueron torturadas, exiliados» que demuestran que en Brasil hubo una dictadura, sostuvo el académico.

Vélez Rodríguez y el canciller Ernesto Araújo, adhieren a un revisionismo histórico inspirado en el filósofo Olavo de Carvalho, considerado uno de los hombres con más influencia ideológica sobre el propio Bolsonaro.

El presidente dijo el martes en Israel, tras visitar el memorial del Holocausto, que el nazismo fue un movimiento de izquierda.

Planteo que fue refrendado ese mismo martes por el ministro de Exteriores Araújo quien recomendó leer con más «profundidad» la historia de la primera mitad del siglo XX.

«La historia ha sido manipulada por esta nueva derecha con fines políticos, para legitimar sus objetivos políticos», planteó el historiador Bruno Leal, de la Universidad de Brasilia.

Ansa Latina


Vélez quer alterar livros didáticos para «resgatar visão» sobre golpe

Em entrevista ao Valor, nesta quarta-feira (3), o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, disse que «haverá mudanças progressivas» nos livros didáticos para que «as crianças possam ter a ideia verídica, real», do que foi a sua história. Referia-se à maneira como o golpe militar de 1964 e a ditadura são retratados, hoje, nas escolas.

Vélez discorda dessas duas premissas: para ele, não houve golpe em 31 de março daquele ano nem o regime que o sucedeu foi uma ditadura.

«A história brasileira mostra que o 31 de março de 1964 foi uma decisão soberana da sociedade brasileira. Quem colocou o presidente Castelo Branco no poder não foram os quartéis», disse. «Foi a votação no Congresso, uma instância constitucional, quando há a ausência do presidente. Era a Constituição da época e foi seguida à risca. Houve uma mudança de tipo institucional, não foi um golpe contra a Constituição da época, não.»

Sobre o regime militar, que perdurou até 1985, ele afirmou que surgiu «de uma composição e de uma decisão política […] em que o Executivo chamou a si mais funções».

Regime necessário

«Foi um regime democrático de força, porque era necessário nesse momento», afirmou. Segundo Vélez, caberá aos historiadores fazer «a reconstituição desse passado para realmente termos consciência do que fomos, do que somos e do que seremos».

«Haverá mudanças progressivas [nos livros didáticos] na medida em que seja resgatada uma versão da história mais ampla», afirmou. «O papel do MEC é garantir a regular distribuição do livro didático e preparar o livro didático de forma tal que as crianças possam ter a ideia verídica, real, do que foi a sua história.»

Não há intervenção na pasta

Ameaçado de perder o cargo e com o número dois da pasta sendo um militar de alta patente com respaldo de aliados de Jair Bolsonaro, Vélez negou que a nomeação do tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira seja uma espécie de intervenção branca na pasta e que sua permanência esteja sendo tutelada pelo núcleo militar do governo.

«Não é intervenção branca, é colaboração fraterna e efetiva. E o sr. Brigadeiro é uma pessoa que trabalha na equipe. Valorizo muito a sua performance pelos cargos que ocupou na Aeronáutica, no Ministério da Defesa. E eu acho que, com ele, terei um colaborador fantástico na integração desta equipe», disse o ministro em entrevista ao Valor, que foi acompanhada de perto pelo brigadeiro Machado.

Vélez, que foi centro de problemas envolvendo exonerações e brigas internas, reconheceu que há dificuldades na pasta, mas disse que tentará «até o último dia» colocar seus projetos e metas em andamento. «O futuro a Deus pertence. O sr. presidente pode contar com a minha colaboração, estou fazendo o possível para desempenhar a contento o meu cargo», disse. Ao ser questionado se está seguro na cadeira, Vélez repetiu que o futuro a Deus pertence e afirmou estar «seguro de que haverá uma resposta positiva para a continuação do nosso trabalho».

Nunca pedi para ser ministro

O ministro, que é de origem colombiana, reiterou que «nunca pediu» para ser ministro, mas salientou que está feliz no cargo. «Estou conhecendo o meu Brasil e prestando um serviço ao país. Eu gosto da função de exercer um ministério. Mas eu também não tenho apego ao cargo. Se o sr. presidente disser ‘Vélez, eu tenho um melhor do que você para comandar a Educação’, eu não tenho nenhum problema. Eu sou um fiel colaborador do sr. presidente. Enquanto ele quiser me ter aqui como seu ministro, estarei aqui», destacou.

Vélez afirmou que a escolha do brigadeiro ao cargo foi sua e que já o conhecia «há tempos». «Eu conheço muitos militares porque sou professor da Escola de Estado-Maior do Exército (ECME) há mais de dez anos. E o brigadeiro foi instrutor da ECME, nos conhecemos neste longo trajeto e trocamos muitas figurinhas a respeito da educação e da gestão pública», disse.

O ministro disse, ainda, que consultou Bolsonaro para a indicação, assim como também conversou com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz. «O general Santos Cruz é meu amigo, compartilho com ele sempre quando quero colocar uma pessoa em posição de destaque dentro do MEC», afirmou. «Converso com ele e com o senhor presidente, que é uma pessoa que respeita tremendamente as decisões dos seus colaboradores próximos. Ele também aponta dificuldades, coisas que devem ser melhoradas, sem dúvida nenhuma, mas toda as decisões são tomadas em conjunto.»

Vélez disse ainda que não se recorda se em alguma situação Bolsonaro usou o seu «poder de veto» para barrar nomeações ou exonerações na pasta. «Que eu me lembre ele não usou o poder de veto comigo, todas as nomeações foram feitas de comum acordo com o senhor presidente. As exonerações foram decisões minhas de caráter estritamente administrativos e terminaram sendo apoiadas pelo senhor presidente, sem dúvida nenhuma.»

Na semana passada, depois de nomeado, o Brigadeiro Machado afirmou ao Valor que cuidará da gestão da pasta para que o ministro Ricardo Vélez cuide da tomada de decisões. «Queremos que o nosso ministro saia do foco», admitiu.

Olavo de Carvalho

O ministro afirmou que a ligação de seu nome com Olavo de Carvalho está «na imaginação». Alvo de ataques recentes do guru do bolsonarismo, que o indicou ao presidente Jair Bolsonaro para o cargo, Vélez vem se aproximando da ala militar do governo. Ele classifica os insultos que vem recebendo do escritor da Virgínia de «fenômenos meteorológicos».

«O meu nome está mais ligado a ele [Olavo] na imaginação. Porque eu realmente estou ligado à preservação dos princípios da boa gestão», afirmou. «Ele me indicou para o ministério e meu nome acabou sendo apoiado por outros segmentos da sociedade brasileira.»

Oráculo, para ele, não é Olavo, mas filósofos como Aristóteles ou John Locke, pai do liberalismo. «Eu tenho vários oráculos filosóficos, entre eles o Aristóteles. Outro grande oráculo da filosofia para mim é John Locke, o pai do liberalismo político», afirmou. «Porque John Locke firmou a ideia do governo representativo, quando eu tenho um grande apreço pelos nossos parlamentares eu me firmo em John Locke, porque nossos parlamentares são nossos representantes da vontade popular. Ao escutarmos nossos parlamentares estamos escutando o povo.»

Sobre os palavrões proferidos por Olavo, o ministro afirma: «As pessoas, quando se emocionam, quando deixam a razão pendurada num cabide, começam a falar com as emoções e falam coisas que não deveriam ser faladas num debate sereno, num debate racional». «Então, eu atendo as razões que a sociedade veicula, esse tipo de expressões injuriosas não levo em consideração. Para mim são argumentos meteorológicos aos quais não preciso», afirmou.

Valor


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