Bolsonaro, tras censurar publicidad: «Brasil no debe convertirse en un país de turismo gay»
Brasil no debe convertirse en un paraíso para el turismo gay, dice Bolsonaro
El presidente de extrema derecha de Brasil, el homónimo homófobo Jair Bolsonaro, ha sido acusado de incitar al odio hacia las personas LGBT después de declarar que el país sudamericano no debe convertirse en un «paraíso para el turismo gay».
«Si quieres venir aquí y tener sexo con una mujer, ve por tu vida», según los informes, Bolsonaro le dijo a los periodistas en la capital, Brasilia. «Pero no podemos dejar que este lugar sea conocido como un paraíso para el turismo gay. Brasil no puede ser un país del mundo gay, del turismo gay. Tenemos familias ”, agregó Bolsonaro, según la revista brasileña Exame.
Los comentarios, realizados durante una reunión de desayuno con periodistas brasileños, provocaron una reacción inmediata de los activistas LGBT.
«Este no es un jefe de estado, es una desgracia nacional», dijo David Miranda, congresista de izquierda y activista LGBT. Miranda dijo que las declaraciones del presidente pusieron en peligro simultáneamente a los miembros de la comunidad LGBT de Brasil al «poner un objetivo a sus espaldas» y promover la explotación sexual de las mujeres brasileñas.
«Está manchando la imagen de nuestro país de todas las formas imaginables», dijo Miranda.
Renan Quinalha, un abogado y activista LGBT de São Paulo, dijo: «Es una declaración desastrosa, tanto desde el punto de vista de los derechos humanos como con respecto a la imagen internacional de Brasil».
Añadió que los comentarios «dan luz verde a niveles ya alarmantes de violencia contra la comunidad LGBT» al sugerir que solo las familias heterosexuales eran familias genuinas. «Todo esto demuestra que es … algo que ha dejado en claro durante casi 30 años de vida pública: que es un homófobo», dijo Quinalha.
En un video publicado en Twitter, Jean Wyllys, otro destacado activista LGBT, dijo que los comentarios incitaban al odio contra las minorías.
«Con esta declaración infeliz y este gesto infeliz contra la comunidad LGBT, Bolsonaro simplemente está siendo Bolsonaro», agregó Wyllys, quien huyó al exilio en enero después de recibir amenazas de muerte.
La elección de Bolsonaro en octubre pasado sorprendió a los miembros de la comunidad LGBT de Brasil, quienes temen que su elección haya legitimado una nueva ola de homofobia y violencia homofóbica.
Bolsonaro, un ex capitán del ejército, ha sido notorio durante mucho tiempo por sus comentarios homofóbicos, una vez que declaró: «Sí, soy homofóbico, y estoy muy orgulloso de ello».
Durante una entrevista de 2013 con el actor británico Stephen Fry, Bolsonaro afirmó que los «fundamentalistas homosexuales» estaban lavando el cerebro a los niños heterosexuales para que «se convirtieran en gays y lesbianas para satisfacerlos sexualmente en el futuro».
Le dijo a Fry que «a la sociedad brasileña no le gustan los homosexuales». El actor describió el encuentro como «una de las confrontaciones más escalofriantes que he tenido con un ser humano».
Los comentarios de Bolsonaro son el último golpe a los antiguos intentos brasileños de construir una reputación internacional como una sociedad tolerante e inclusiva, así como a los esfuerzos para promover a Brasil como un destino acogedor para los turistas homosexuales.
El ostracismo internacional de Bolsonaro se destacó a principios de este mes cuando una campaña de alto perfil de los ecologistas forzó la cancelación de una gala que lo honra en el museo de historia natural de Nueva York.
El alcalde de Nueva York, Bill de Blasio, respaldó la campaña y calificó a Bolsonaro como «un ser humano muy peligroso».
Los activistas LGBT brasileños dijeron que compartían esa evaluación, pero no se sentirían intimidados por el último ataque de Bolsonaro.
«Creemos que el amor siempre ganará contra el odio y no hay nada que pueda hacer para superar eso», dijo Julio Moreira, activista del grupo defensor Arco-Íris, con sede en Río. «Nunca volveremos al armario».
Miranda dijo: «Me siento obligada a luchar contra este tipo de discurso para demostrar que las personas LGBT existen en este país y que lucharán contra este presidente LGBT con fobia. Puedes estar seguro de que resistiremos y resistiremos en las calles ”.
‘Brasil não pode ser país do mundo gay’, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (25), durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que o Brasil “não pode ser o país do turismo gay”.
Segundo relato da revista digital Crusoé, que participou do encontro, o mandatário disse que, se alguém “quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade”. “O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias”, acrescentou.
A declaração foi dada quando Bolsonaro comentava a decisão do Museu Americano de História Natural de Nova York de não sediar uma homenagem a ele. Na ocasião, o prefeito da cidade, Bill de Blasio, chegou a chamar o presidente de “racista e homofóbico”.
De acordo com o jornal O Globo, Bolsonaro também vetou a divulgação de uma campanha publicitária do Banco do Brasil que defendia a diversidade. A peça era estrelada, entre outros, por negros, tatuados e transexuais. (ANSA)
Presidente Jair Bolsonaro censura campanha do Banco do Brasil focada na diversidade
Por um pedido pessoal do presidente Jair Bolsonaro, a mais recente campanha do Banco do Brasil foi retirada do ar. O vídeo censurado pelo Palácio do Planalto era marcado pela diversidade, com a presença de atores e atrizes negros, e representando diferentes estilos contemporâneos justamente para conversar com o público jovem, alvo da campanha do banco na peça.
O vídeo vetado por Bolsonaro, em comercial do Banco do Brasil dirigido à população jovem ?? (via @laurojardim) pic.twitter.com/vZ4PxkRMMI
— Jeff Nascimento (em ?) (@jnascim) April 25, 2019
Segundo informações do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, Bolsonaro se envolveu pessoalmente ao procurar o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para reclamar do vídeo. O resultado foi a censura do filme e a demissão de Delano Valentim, Diretor de Comunicação e Marketing do Banco do Brasil.
Em comunicado, Novaes confirma que o presidente não gostou do vídeo, mas não explica o motivo da reprovação: “O presidente Bolsonaro e eu concordamos que o filme deveria ser recolhido. A saída do diretor é uma decisão de consenso, inclusive com aceitação do próprio”, diz Novaes.
A estética adotada pela campanha vetada é semelhante a de outros filmes veiculados pelo Banco do Brasil neste ano, todos voltados para o público jovem e sempre com muita representação e diversidade.
Ativistas reagem à decisão de Bolsonaro de vetar propaganda do Banco do Brasil
Associações que defendem direitos dos negros e a diversidade reagiram à determinação do Palácio do Planalto de retirar do ar a propaganda do Banco do Brasil . Na peça, jovens negros, tatuados, e outros meninos e meninas de diferentes perfis aparecem em cenas do cotidiano.
Um aumento do espaço e do número de oportunidades para atores negros no mercado publicitário costuma ser uma das bandeiras de grupos que buscam representatividade.
— A comunidade negra gastou um tempo imenso para despertar na sociedade o respeito à diversidade. Essa propaganda consolida uma conquista dos excluídos. A decisão é muito equivocada, um retrocesso — disse frei David, da Educafro.
Segundo ele, diante da iniciativa do governo federal, a Educafro pretende entrar com uma denúncia na Organização das Nações Unidas (ONU) contra a decisão do governo federal de tirar a propaganda do ar.
Os atores da peça publicitária não falam, apenas aparecem em diferentes situações do dia a dia.
— Esse governo sequer abriu as portas para conversar com a gente — disse o dirigente da Educafro.
Ativistas da comunidade LGBT também foram críticos à decisão, mesmo que não haja referência a gays no comercial.
— É impossível entender a cabeça de um presidente que se incomoda com a liberdade alheia, com a diversidade. Há uma questão psicológica a ser estudada — criticou o ativista gay Fernando Dantas, que, em São Paulo, trabalha em uma Organização Não Governamental (ONG) que dá abrigo a transexuais em situação de vulnerabilidade.
“Intolerância”
Um dos fundadores da Associação da Parada do Orgulho LGBT, Nelson Matias, disse que a iniciativa do governo reforça o que ele chama de “intolerância institucional”.
— É a intolerância institucionalizada por um presidente que parece querer governar apenas para uma elite preconceituosa — disse Matias, temendo que a repercussão do caso possa reforçar o discurso de ódio contra grupos que costumam ser alvo de homofobia. — O presidente não consegue entender o quanto uma atitude dessa faz retroceder a luta de pessoas para quem ele também tem o dever de governar — reforçou Matias, que há décadas atua por direito dos gays e diversidade.
Esta foi a segunda vez em um mês e meio que Bolsonaro protagonizou uma controvérsia envolvendo a maior instituição financeira estatal do país. Às vésperas do Dia Internacional da Mulher, o presidente foi ao Facebook para criticar a decisão do Banco do Brasil de tornar obrigatório um curso de diversidade, prevenção e combate ao assédio moral e sexual. Além de avisar que havia ordenado à cúpula do banco que abolisse a formação, o presidente orientou os postulantes a cargos no BB a recorrerem à Justiça.
— Um conselho que eu dou a vocês é: que se, porventura, alguém que for aprovado no concurso e for exigido esse diploma, você pode entrar na Justiça, que tu vai ganhar (sic). Se bem que eu vou tentar junto ao Banco do Brasil ainda para que se evite isso — declarou Bolsonaro, na ocasião.