Brasil: Lula afirma que no es un preso, sino un «rehén»
Lula da Silva asegura que no es un preso, sino un «rehén»
El expresidente brasileño Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupción desde abril, afirmó hoy en un mensaje publicado en sus redes sociales que no se considera un preso, sino un «rehén».
«Yo no estoy preso, yo soy un rehén. Quien no entiende eso todavía no entiende lo que está pasando conmigo», aseguró Lula, a través de un recado que fue publicado por su asesoría en Twitter justo un día después del intento frustrado de dejar la cárcel.
La puerta de la celda en que Lula está recluido desde el pasado abril estuvo cerca de abrirse el miércoles cuando el magistrado del Tribunal Supremo, Marco Aurelio Mello, dictó una polémica cautelar que ordenaba excarcelar a los presos con condena en segunda instancia, como es su caso.
La decisión, sin embargo, fue anulada horas después por el presidente de ese tribunal, Jose Antonio Dias Tóffoli, quien atendió un pedido de la Fiscalía General.
El exmandatario, quien gobernó Brasil entre 2003 y 2010, reiteró que está dispuesto a hacer oposición al presidente electo de Brasil, Jair Bolsonaro, quien elogió la decisión de anular la cautelar que podría liberarlo.
«Si hay alguien dispuesto a hacer oposición en este país soy yo», agregó el antiguo dirigente sindical, quien se considera víctima de una persecución política y judicial.
El líder del Partido de los Trabajadores (PT) cumple una pena de doce años y un mes de prisión por corrupción pasiva y lavado de dinero, después de que la justicia diera por comprobado que recibió un apartamento en el litoral de Sao Paulo a cambio de beneficios otorgados a la constructora OAS.
La defensa de Lula ha intentado en reiteradas ocasiones sin éxito su libertad y este miércoles estuvo cerca de conseguirlo después de una solicitud presentando por el Partido Comunista do Brasil, un histórico aliado del expresidente más carismático del país suramericano.
Tras la decisión del presidente del Supremo, la cúpula del Partido de los Trabajadores se trasladó hoy hasta la ciudad Curitiba, donde Lula se encuentra preso desde hace ocho meses, para arropar a su máximo líder y defender su libertad.
«No quieren soltar a Lula porque tienen miedo de ver a Lula suelto», manifestó la presidenta del PT, Gleisi Hoffmann, quien reiteró su temor por «la integridad física» de Lula.
Lula desabafa: Não estou preso, sou refém
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quinta-feira (20), um agradecimento especial aos integrantes da Vigília Lula Livre, que mantêm resistência democrática contra a prisão política do ex-presidente desde abril deste ano.
O funcionário do Instituto Lula Marco Aurélio Ribeiro esteve com Lula nesta tarde e afirmou que o ex-presidente pediu para receber visitas de membros da Vigília a agradeceu a mobilização de todos, em especial a relacionada ao Natal.
«Ele disse que cada vez que está ali, ele ouve o bom dia, o boa tarde e o boa noite. Pediu para a gente se reenergizar neste período natalino, que o ano que vem será um período de muita luta, que ele mais precisar muito de vocês», disse Marco Aurélio, conhecido como Marcola.
Na mensagem lida para os militantes, Lula diz que se há alguém disposto a fazer oposição no Brasil, esse alguém é ele. «Eu não estou preso, eu sou refém. Quem não entendeu isso ainda não entendeu o que está acontecendo comigo», disse a mensagem do ex-presidente.
«Eu não vou estar sozinho [no período do Natal], eu vou estar com eles», disse Lula, reafirmando que o ano será de oposição firme ao governo de Jair Bolsonaro. «Se tem uma pessoa disposta a fazer oposição neste País, é o Lula».
Petistas procuram generais para falar sobre Lula
Duas semanas antes de o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância, representantes da esquerda procuraram pelo menos dois generais para saber qual seria a reação nos quartéis caso o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva fosse solto. O atual comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, tiveram reuniões com petistas no início de dezembro.
A resposta de ambos foi que esta é uma questão da Justiça, que “é soberana”, e não caberia às Forças Armadas emitir opinião sobre o assunto. Os interlocutores de Lula ouviram, porém, a avaliação de que seria uma tentativa de criar instabilidade antes da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro. À época, não estava cogitada a decisão monocrática do ministro Marco Aurélio, tomada às vésperas do recesso do Judiciário e derrubada ontem pelo presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli. A mobilização em torno do tema prisão após segunda instância incluiu também políticos alinhados ao centro e até ao governo do presidente Michel Temer.
O senador Jorge Viana (PT-AC) esteve com Etchegoyen em audiência no início do mês. Também se encontrou com Villas Bôas, conforme apurou o Estado. Outro interlocutor que conversou com outros generais foi o ex-ministro da Defesa na gestão petista Celso Amorim. Procurado, Viana não quis se manifestar. Uma das preocupações era com a saúde de Lula.
Esta não foi a primeira vez que o PT buscou militares para tratar do caso Lula. Em 27 de abril, Amorim procurou interlocutores militares para tentar transferir Lula da Polícia Federal, em Curitiba (PR), para um quartel do Exército e ouviu que a medida não tinha amparo legal. Além de ser ilegal, esta era última coisa que os militares queriam – consideravam inadmissível Lula preso em unidade militar.