Brasil: fuerte repudio al asesinato de dos militantes del Movimiento Sin Tierra
Repudiam no Brasil assassinato de militantes do Movimento Sem Terra
Orgãos do Ministério Público Federal do Brasil manifestam ontem seu repúdio aos assassinatos de dois militantes do Movimento Sem Terra (MST), perpetrados na noite do último sábado.
Segundo o portal Brasil de Fato, os trabalhadores do MST, Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva (mais conhecido como Orlando), comiam no acampamento Dom José Maria Pires, município de Alhandra, litoral do estado da Paraíba (nordeste), quando quatro homens armados e encapuzados entraram na área e dispararam contra eles.
As duas vítimas eram coordenadores do acampamento, ‘o que evidencia o caráter do crime para intimidar a luta pela terra’, apontou o MST em um comunicado.
Ante esse fato, a Promotoria Geral da República, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão na Paraíba expressaram sua solidariedade com os familiares das vítimas.
Prometeram que ‘farão todos os esforços ante organismos de investigação para que a autoria do duplo assassinato seja esclarecida e os responsáveis punidos’.
Em uma nota, assinada pelos procuradores Raquel Dodge, geral da República, Deborah Duprat, federal dos Direitos do Cidadão, e José Godoy, regional dos Direitos do Cidadão, reiteram o compromisso com a proteção dos direitos humanos.
Do mesmo modo, membros do MST na Paraíba expressaram seu respaldo aos familiares de Orlando e Rodrigo, e consideraram que ‘o assassinato covarde desses companheiros se inscreve como ato contínuo da truculência exacerbada pelo cenário político vivido no país com a ascensão do ideário neofascista e de criminalização das organizações e movimentos populares do país’.
De acordo com o professor e pesquisador de assuntos agrários Marco Antonio Mitidiero Júnior, ‘a luta pela terra na Paraíba é antiga… É uma região violenta e muito cobiçada pela cana-de-açúcar e pelo mineral de calcário…há muitos conflitos e o registro de inumeráveis incidentes de violências e ameaças’.
Revelou que nos últimos anos baixou o número de assassinatos na região. Antes das mortes do sábado, o mais recente crime ocorreu em 2016. Na ocasião, o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) local, Ivanildo Francisco da Silva, recebeu três tiros dentro de sua casa.
Ao todo, 31 pessoas perderam a vida por defender os direitos dos trabalhadores rurais entre 1962 e 2018, segundo o banco de dados de Mitidiero e da Comissão Pastoral da Terra.
Para o MST e o PT, estes assassinatos inserem-se na alarmante escalada de violência que sofrem os movimentos sociais no Brasil.
Preocupa a chegada ao poder (1 de janeiro) do político de extrema-direita Jair Bolsonaro, que em mais de uma ocasião qualificou de atos terroristas as ocupações de propriedades, uma arma de luta tradicional do MST.
Durante sua campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu fechar as escolas dos acampamentos do MST, às quais definiu como fábricas de guerrilheiros.
MPPB instaura procedimento para acompanhar investigações sobre morte de líderes do MST
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) está acompanhando as investigações policiais sobre o duplo assassinato de lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), ocorrido na noite do último sábado (8), no município de Alhandra, no Litoral Sul da Paraíba.
A promotora de Justiça de Alhandra, Ilcléia Mouzalas, instaurou procedimento administrativo para acompanhar as investigações sobre as mortes de Rodrigo Celestino e José Bernardo da Silva (conhecido como Orlando), ocorridas no acampamento Dom José Maria Pires e já está mantendo contato direto com a delegada que preside o inquérito policial e com o delegado-geral.
O procurador-geral de Justiça, Francisco Seráphico Ferraz da Nóbrega Filho, também designou o promotor de Justiça Márcio Gondim para auxiliar nos trabalhos da promotoria de Alhandra.
O crime chocou a sociedade paraibana, causando indignação em diversos segmentos, devido à possibilidade de ofensa a valores democráticos, sociais e constitucionais de alta relevância para o Ministério Público, como o direito à vida e o direito à liberdade de associação e organização social.