Bolsonaro rechaza investigación por fraude a su futuro ministro de Economía
Bolsonaro diz que desconhece inquérito sobre Paulo Guedes
Após ser questionado sobre o inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar o futuro ministro da Economia por supostas fraudes em negócios com fundos de pensão, o presidente eleito, (PF) Jair Bolsonaro, disse neste sábado (1º) que «desconhece» a investigação.
— Desconheço investigação sobre Paulo Guedes. Eu integro o Poder Legislativo e integrarei o Executivo. Isso compete ao Judiciário — disse Bolsonaro, que participou neste sábado da cerimônia de formatura de aspirantes a oficial na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), onde se formou em 1977.
Bolsonaro comparou o caso com o processo aberto contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao crime de estupro e injúria. Em 2003, Bolsonaro disse à deputada federal gaúcha Maria do Rosário (PT): «Jamais ia estuprar você, que você não merece». Ele repetiu a frase em 2014 em entrevista a GaúchaZH. O processo está em andamento.
— Eu sou réu, e daí? Vão me questionar agora? Sou réu no Supremo Tribunal Federal. Todo mundo que converso diz que é uma coisa que beira ao absurdo por defender uma mulher vítima de estupro. Isso é justo?
No caso de Guedes, a pedido do Ministério Público Federal, a PF vai apurar se o economista cometeu os crimes de gestão fraudulenta ou temerária ao captar, por meio de um fundo de investimentos, recursos de sete entidades de previdência complementar de empregados de empresas públicas.
Bolsonaro voltou a dizer que qualquer integrante de seu futuro governo vai ser afastado caso cometa crimes e disse que tem um acordo com o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, para afastar qualquer integrante do seu governo quando uma denúncia for considerada robusta.
— Qualquer robustez em denúncia, nós afastaremos o respectivo ministro independentemente de quem ele seja — disse o futuro presidente.
A defesa de Guedes disse que «reafirma a lisura de todas as operações do fundo que, diga-se de passagem, deu lucro aos cotistas, incluindo os fundos de pensão».
Entenda Porque Paulo Guedes O Futuro Ministro Da Economia Esta Sendo Investigado
O Futuro ministro da economia Paulo Guedes, esta sendo investigado pelo MPF e Policia Federal por supostos crimes em operações financeiras.
Conforme publicamos ontem, a Policia Federal abriu um inquérito para investigar supostas irregularidades em fundos de pensão.
De acordo com informações da Folha de São Paulo o futuro ministro deve prestar esclarecimentos aos procuradores da força-tarefa da operação Greenfield, nesta 4ª feira (5.dez.2018). Será a 1ª vez que ele falará sobre as suspeitas.
O inquerido para investigar se Guedes teria cometido fraudes em negociações envolvendo fundos de pensão como Previc, Petros, Funcef e Postalis, foi aberto no dia 25 de outubro. No entanto só foi divulgado no ultimo dia 30 de novembro.
Entendendo melhor
O Ministério Publico diz que há suspeitas de que, à frente do fundo de investimentos BR Educacional Gestora de Recursos S/A, Guedes tenha cometido os crimes de gestão temerária ou fraudulenta de instituição financeira.
Previstos na Lei nº 7.492, que define os delitos contra o sistema financeiro nacional, as práticas ilícitas são as mesmas imputadas a ex-dirigentes do Banco Rural, na Ação Penal 470, conhecida como Mensalão.
Além disso, o inquérito também investiga a suspeita de que outro fundo de investimento controlado pelo futuro ministro, o FIP Brasil de Governança Participativa, emitiu e negociou títulos mobiliários sem lastros ou garantias.
A investigação apura se o futuro ministro se associou a executivos ligados ao PT e MDB para praticar as fraudes. Em 6 anos, o futuro ministro teria captado R$ 1 bilhão de fundos de pensão gerido por apadrinhados dos 2 partidos.
O que disse Paulo Guedes
A defesa de Guedes disse que “reafirma a lisura de todas as operações do fundo, que, diga-se de passagem, deu lucros aos cotistas, incluindo os fundos de pensão”.
“Espera também que a investigação –agora corretamente conduzida no âmbito da Polícia Federal– apure as incoerências do relatório irregular produzido pela Previc“, diz nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.
No dia 14 de outubro, a defesa de Paulo Guedes já havia negado qualquer irregularidade do economista na gestão de investimentos de fundos de pensão de estatais. Também havia afirmado que os investimentos feitos pelo futuro ministro deram lucro.
Bolsonaro admite demitir Guedes se ele tiver prejudicado os fundos de pensão
Reportagem de Vladimir Netto, publicada pelo G1 Brasília, mostra que Jair Bolsonaro é um homem de palavra e já admite demitir o economista Paulo Guedes, caso se confirmem as denúncias de que o futuro chefe da equipe econômica prejudicou fundos de pensão ao levá-los a fazer investimentos em empresa por ele controlada, a HSM Educacional S/A.
Em entrevista neste sábado (dia 1º), após solenidade de formatura de cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (Rio de Janeiro), Bolsonaro afirmou que não tinha conhecimento de que a Polícia Federal abrira inquérito para investigar Paulo Guedes, que será nomeado ministro da Economia.
AFASTAMENTO – “Investigação do Paulo Guedes? Desconheço”, afirmou Bolsonaro, que depois pediu a próxima pergunta aos repórteres. Em seguida, acrescentou: “Eu integro o Poder Legislativo no momento e integrarei o Executivo. Isso compete ao Judiciário. Como [foi] conversado com Sérgio Moro, qualquer robustez em denúncia, nós afastaremos o respectivo ministro, independente de quem seja”.
Apesar de já terem sido publicadas notícias a respeito, Bolsonaro ainda desconhecia que a Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito para apurar se Paulo Guedes cometeu irregularidades na gestão financeira de fundos de investimento. A PF atendeu pedido do Ministério Público Federal (MPF), que havia requisitado o inquérito em outubro.
O depoimento de Guedes à força-tarefa da Operação Greenfield estava previsto para acontecer dia 6 de novembro. Mas o interrogatório foi remarcado para a próxima quarta-feira, dia 5, devido a problemas de agenda dos procuradores federais, segundo informou o jornal Valor.
DIZ PAULO GUEDES – Em nota, os advogados de Paulo Guedes afirmaram que ele agiu corretamente em todas as operações envolvendo fundos.
“A defesa de Paulo Guedes reafirma a lisura de todas as operações do fundo que, diga-se de passagem, deu lucro aos cotistas, incluindo os Fundos de Pensão. Espera também que a investigação – agora corretamente conduzida no âmbito da Polícia Federal – apure as incoerências do relatório irregular produzido na Previc”, disseram os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.
Bem, “diga-se de passagem” é expressão inapropriada à espécie. É preciso que a defesa não somente diga, mas comprove com números os tais lucros que as operações de Guedes teriam dado.
DIZ A PREVIC – Segundo a Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), autarquia subordinada ao Ministério da Fazenda, deram prejuízo as aplicações de Guedes na empresa de palestras por ele presidida – eis a questão, pois o economista realmente aplicou os recursos dos trabalhadores em sua própria empresa, algo verdadeiramente inexplicável, impensável e injustificável.
Na verdade, Bolsonaro jamais deveria ter-se ligado a um economista de mercado. Seria melhor buscar um conselheiro acadêmico, como Carlos Lessa ou Darc Costa. Todo economista de mercado é devoto ao Deus Dinheiro. Guedes, então, que já foi até banqueiro, é um fiel extremado e radical. Vamos ver o que ele diz no depoimento desta quarta-feira.
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