Bolsonaro confirma que Brasil saldra del Pacto Migratorio de la ONU y plantea criterios «rigurosos» para el ingreso de extranjeros

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Governo adotará critério ‘bastante rigoroso’ para estrangeiros entrarem no Brasil, diz Bolsonaro

O presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (18) durante uma transmissão ao vivo no Facebook que o governo adotará critério «bastante rigoroso» para imigrantes entrarem no Brasil a partir de 2019.

Bolsonaro confirmou, ainda, que o país deixará o pacto mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a migração, como já havia afirmado o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo.

O pacto foi assinado no último dia 10 por cerca de 160 países e pretende reforçar a cooperação internacional para uma migração «segura, ordenada e regular». O Brasil assinou o documento.

«Infelizmente, o atual ministro das Relações Exteriores [Aloysio Nunes] assinou um pacto de migração da ONU. Acho que todo mundo sabe o que está acontecendo com a França, está simplemente insuportável viver em alguns locais da França. E a tendência é aumentar a intolerância. Os que foram para lá, o povo francês acolheu da melhor maneira possível, mas vocês sabem da história dessa gente, eles têm algo dentro de si que não abandonam suas raízes e querem fazer sua cultura, seus direitos lá de trás, seus privilégios. E a França está sofrendo com isso», afirmou o presidente eleito.

«Nós não queremos isso para o Brasil. Não somos contra imigrantes, mas para entrar no Brasil tem que ter critério bastante rigoroso. Caso contrário, no que depender de mim enquanto chefe de Estado, não entrarão. E nós, via o nosso ministro que assume agora junto comigo em janeiro, vamos revogar esse pacto pela migração. Não podemos concordar com isso daí», acrescentou.

Quando Ernesto Araújo anunciou a decisão do governo Bolsonaro de sair do pacto, o atual chanceler, Aloysio Nunes, afirmou que a medida é um «retrocesso».

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Cesare Battisti
Durante a transmissão, Bolsonaro também parabenizou o presidente Michel Temer por assinar o decreto de extradição do italiano Cesare Battisti.

Temer assinou o decreto na semana passada, um dia após o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, determinar a prisão de Battisti, atendendo a um pedido da Interpol.

Battisti está foragido, e a Polícia Federal fez duas tentativas de captura do italiano nesta segunda (17), em São Paulo. A PF esteve em endereços informados por denúncias anônimas como possíveis esconderijos e não o encontrou.

«Desde que o caso Cesare Battisti era discutido, a sua permanência no Brasil, a tua condição de asilado, eu já criticava a permanência dele aqui porque ele é um terrorista», afirmou o presidente eleito, numa transmissão ao vivo no Facebook.

«O senhor ministro Fux cassou a liminar e deu poderes ao presidente da República, o atual Michel Temer ou nós no futuro, para decidir se daríamos ou não asilo a ele. O Temer se antecipou, parabéns ao presidente Temer que, via decreto, então, decretou a extradição do Cesare Battisti», acrescentou Bolsonaro.

Além do presidente eleito, outras autoridades elogiaram a decisão de Temer, entre as quais o presidente da Itália, Sergio Matarella, e o futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Entenda o caso
A polêmica em torno de Battisti teve início durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 1993, Cesare Battisti foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios na década de 1970. Ele fugiu para o Brasil, e o governo italiano pediu a extradição.

Em 2009, o Supremo Tribunal Federal julgou o pedido procedente, mas entendeu que a palavra final cabia ao presidente da República.

Lula, então, em 2010, negou a extradição de Battisti. No ano passado, a Itália pediu ao governo Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão.

Numa entrevista concedida à GloboNews em 2014, Battisti negou ser o responsável pelas mortes na Itália, afirmando que nunca matou ninguém.

G1


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