Brasil: tras reunirse con funcionarios de EEUU, el hijo de Bolsonaro apunta contra Venezuela y Cuba

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Na Casa Branca, Eduardo Bolsonaro defende congelamento de bens de cubanos e venezuelanos

Após se reunir com assessores do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca, o deputado Eduardo Bolsonaro , filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, afirmou que estuda parcerias com os EUA para pesquisar crimes financeiros das «ditaduras venezuelana e cubana». De acordo com ele, há instrumentos de investigação dentro da chamada Convenção de Palermo contra o crime organizado que o Brasil poderia usar contra Caracas e Havana.

Caminhando diante da Casa Branca, Eduardo Bolsonaro afirmou que está estudando parcerias com o governo americano com esse propósito. No Brasil, segundo ele, a ação poderá ser coordenada pelo Itamaraty e o Ministério da Justiça, que será comandado por Sérgio Moro.

— Existem diversos instrumentos que o Brasil por anos, de maneira proposital, não levou a sério. São instrumentos que estão à mão. O juiz Sérgio Moro sabe melhor do que ninguém sobre lavagem de capitais, combate ao crime organizado, Convenção de Palermo. E junto com a equipe do embaixador Ernesto Araújo, tem muita coisa nessa área. Se você for congelar tudo aquilo que remete e passa pelas ditaduras cubana e venezuelana, pode dar um calote muito grande nesses ditadores — disse ele.

Questionado se a Convenção de Palermo permite isso, o deputado afirmou acreditar que sim. Mas, se não for possível, ele disse que estuda criar um novo tratado com os americanos para cercar «as ditaduras» do continente.

— E se não for possível, estamos aqui costurando para que haja um tratado internacional nesse sentido. Tudo o que for possível. Os detalhes são os ministros [Araújo e Moro] que vão dar para vocês, mas certamente está na nossa ideia esse tipo de congelamento. Enfim, tudo aquilo que faz o povo passar fome, a gente pretende congelar — disse ele.

Mais tarde, ele sugeriu que as investigações da Operação Lava-Jato poderiam ser usadas para investigar possíveis ativos de venezuelanos e cubanos no Brasil. De acordo com o deputado, as investigações da Lava-Jato, em especial os contratos da Odebrecht, deverão ser o caminho para que o governo brasileiro investigue o regime venezuelano.

— Com certeza. É só ter a vontade política para correr atrás deste prejuízo — afirmou o deputado, ao ser questionado sobre se a Lava-Jato pode ser o caminho para investigar o regime venezuelano e cubano, ao sair de uma reunião no Departamento de Tesouro.

Tradicionalmente, a diplomacia brasileira só aplica sanções decididas em organismos multilaterais, como a ONU ou a OEA. O Brasil também não investiga unilateralmente supostos crimes cometidos em outros países, a não ser como parte de acordos de cooperação judicial. O texto da Convenção de Palermo estabelece uma série de cláusulas de proteção à soberania dos países-membros.

No Twitter, o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, publicou uma foto na qual aparece sorrindo e apertando a mão de Eduardo Bolsonaro. «Hoje me reuni com o deputado Eduardo Bolsonaro com quem conversei sobre a futura cooperação entre a OEA e o Brasil», escreveu o secretário-geral em sua conta.

Eduardo Bolsonaro se reuniu na Casa Branca com representantes do Conselho de Segurança Nacional, do vice-presidente Mike Pence e do Departamento de Comércio. Ele disse que o Brasil vai voltar a reforçar laços comerciais com os EUA, que são “parceiros materiais”. E que tem sido bem recebido em todos os locais.

O deputado afirmou que essas são reuniões preliminares e que novos encontros poderão ampliar as iniciativas. Ele afirmou que uma eventual presença de Donald Trump na posse de Bolsonaro deverá ser decidida com a viagem de John Bolton, titular do Conselho de Segurança Nacional, ao Rio, no dia 29, quando se encontrará com o presidente eleito.

Eduardo Bolsonaro, que pela manhã já havia estado no Departamento de Estado e participado de um almoço no centro de estudos American Enterprise Institute, onde foi muito questionado sobre direitos humanos no futuro governo, foi a uma reunião no Departamento de Tesouro na tarde desta segunda-feira, em seu primeiro dia de viagem aos EUA.

Globo


Bolsonaro indica General Carlos Alberto dos Santos Cruz para Secretaria de Governo

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou o nome do quarto militar escalado para compor o futuro ministério. O general Carlos Alberto dos Santos Cruz será o novo ministro da Secretaria de Governo, ligada diretamente ao Palácio do Planalto.

Jair Bolsonaro permaneceu em casa, na Barra da Tijuca, no Rio, nesta segunda-feira (26). E voltou a usar rede social para anunciar mais uma escolha: o General da Reserva do Exército, Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo. Ele comandou as forças da ONU no Haiti e no Congo. Também trabalhou como consultor da ONU e chefiou a Secretaria Nacional de Segurança Pública no início do governo de Michel Temer.

O general chegou a ser cotado para a Secretaria de Segurança Pública, subordinada a Sergio Moro no Ministério da Justiça.

Moro anunciou duas escolhas nesta segunda-feira (26). Para o Departamento Penitenciário, Fabiano Bordignon, delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, que já foi diretor de penitenciária federal. Caberá a Bordignon tratar da superlotação dos presídios.

Moro também anunciou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública terá uma nova secretaria: a de Operações Policiais Integradas. E será comandada pelo delegado Rosalvo Ferreira Franco, ex-superintentente da PF em Curitiba, que se destacou na Lava-Jato.

Aos poucos, o desenho do governo, com secretarias, chefias, subchefias e respectivas funções vai sendo definido. E isso tem reflexo no orçamento. Assim como o número final de ministérios. A meta, que já foi de 16 ministérios, hoje é não passar dos 20, segundo coordenadores da equipe de transição. A expectativa é que essa engenharia esteja concluída esta semana. Pelo menos três modelos deverão ser apresentados a Bolsonaro nesta terça (27), na sede da transição.

O presidente eleito terá que decidir, por exemplo, se confirma ou não as pretendidas pastas de Cidadania; Produção Nacional; Desenvolvimento Regional, juntando Integração e Cidades; Infraestrutura, incluindo Transportes.

Até agora estão definidos:

– Paulo Guedes, Economia;

– Onyx Lorenzoni, Casa Civil;

– Sérgio Moro, na Justiça e Segurança Pública;

– Tereza Cristina, Agricultura;

– Wagner Rosário, CGU;

– Ernesto Araújo, Relações Exteriores;

– Luiz Henrique Mandetta, na Saúde;

– Gustavo Bebianno, Secretaria Geral da Presidência da República;

– Ricardo Velez Rodriguez, na Educação:

– André Luiz de Almeida Mendonça, na Advocacia Geral da União;

– Roberto Campos Neto na Presidência do Banco Central.

E são quatro militares no alto escalão:

– General Azevedo e Silva, na Defesa

– Tenente-Coronel Aviador Marcos Pontes, Ciência e Tecnologia;

– General Augusto Heleno, Segurança Institucional;

– General Carlos Alberto dos Santos Cruz, na Secretaria de Governo, que atualmente cuida da articulação política com o Congresso.

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