Lula declaró tres horas frente a la jueza que reemplazó a Moro

912

Lula declaró durante tres horas frente a la jueza que reemplaza a Moro en su primera salida de la cárcel

El ex presidente brasileño Luiz Inácio Lula da Silva salió este miércoles por primera vez en siete meses de la sede de la Policía Federal en Curitiba (sur), donde cumple una pena de más de 12 años de cárcel, para ser interrogado en otra de las causas de corrupción en su contra.

La audiencia, cerrada a la prensa y sin transmisión en directo, comenzó a las 14H00 locales (16H00 GMT) y está a cargo de la jueza Gabriela Hardt, que comanda provisoriamente la operación anticorrupción «Lava Jato» (Lavadero de autos) en sustitución de Sergio Moro, futuro ministro de Justicia del presidente electo Jair Bolsonaro.

Los abogados que acompañaron a Lula en la audiencia aseguraron a Folha de Sao Paulo que Hardt hizo cuestionamientos incisivos, tanto como su antecesor, y hallaron al ex presidente, detenido desde abril, más delgado.

Pero José Roberto Batochio, que integra la defensa, el político prestó un testimonio «satisfactorio».

Antes del expresidente, fue interrogado por cerca de una hora el ganadero José Carlos Bumlai, acusado de lavado de dinero en el marco del mismo proceso, que involucra a trece personas.

Lula, de 73 años, llegó a la sede de la Justicia Federal en un patrullero a las 13:40 locales. Un fuerte operativo de seguridad acompañó la caravana que salió de la sede de la Policía Federal, frente a la cual decenas de militantes cantaban y enarbolaban banderas de apoyo al ex mandatario (2003-2010).

El convoy abandonó el edificio por una puerta trasera. «Sabíamos que no le iban a dar el gusto a Lula de vernos, pero igual le mandamos ánimos, para que sienta nuestra compañía», dijo Susi Montserrate, en la vigilia que se instaló en un terreno vecino desde que Lula fue detenido el 7 de abril.

Por la mañana, el líder de la izquierda recibió a sus abogados y a Fernando Haddad, el excandidato del Partido de los Trabajadores (PT, izquierda) en las presidenciales de octubre, en las que resultó electo el ultraderechista Jair Bolsonaro con 55% de los votos.

Diputados y senadores del PT acompañaron la manifestación, así como la de grupos más nutridos de personas que se movilizaron hasta la sede de la Justicia Federal de Paraná (estado cuya capital es Curitiba). «Teníamos mucha expectativa de verlo. Hace 222 días que está preso», dijo Regina Cruz, dirigente sindical apostada en el frente del poder judicial.

En un día que empezó con altas temperaturas y siguió con fuertes lluvias, los manifestantes prometieron mantenerse en pie hasta el final del interrogatorio. «Él está preso siendo inocente, es un preso político, no hubo pruebas, apenas montaron un circo este año para impedirle participar en las elecciones porque sería presidente de nuevo», dijo Célia Pontkievicz.

En esta causa, Lula responde por el presunto beneficio de reformas pagadas por las constructoras brasileñas OAS y Odebrecht entre 2010 y 2014 en una hacienda en Atibaia, interior de Sao Paulo. La fiscalía le acusa de ser el propietario «de facto» y de haber retribuido estas prebendas con preferencias para contratos con Petrobras.

La defensa de Lula mantiene su inocencia y asegura que la propiedad no le pertenece.

Según expertos, la sentencia difícilmente saldrá antes de un mes y lo más probable es que se dicte después de la feria judicial de fin de año.

En la condena a 12 años y un mes de cárcel que purga actualmente, Lula fue considerado beneficiario de un apartamento en la ciudad balnearia de Guarujá (costa del estado de Sao Paulo, sudeste), puesto a su disposición por OAS, igualmente a cambio de su mediación en contratos de la paraestatal petrolera Petrobras.

Lula enfrenta otros cuatro procesos, por corrupción pasiva, tráfico de influencias, lavado de activos y formación de organización criminal. En todos se declara inocente y denuncia una conspiración para evitar que vuelva al poder.

La designación de Moro como ministro de Bolsonaro fue vista por la defensa de Lula como «la prueba definitiva (…) de que Lula fue procesado, condenado y encarcelado sin haber cometido ningún delito, con el claro objetivo de neutralizarlo políticamente».

La partida de Moro abre una nueva etapa en «Lava Jato», la operación que llevó a la cárcel o sentó en el banquillo a centenas de empresarios de primer plano y a dirigentes de casi todos los partidos, al revelar un esquema de sobornos obtenidos a cambio de contratos en la Petrobras.

Gabriela Hardt, de 42 años, es considerada una jueza de «línea dura». Magistrada desde 2009, es sustituta de Moro desde 2014. Comandará la investigación hasta tanto sea designado el relevo de Moro.

Infobae


Testimonio de Lula


LULA É INTERROGADO E DIZ QUE PRISÃO É PRÊMIO DA OPERAÇÃO LAVA JATO

Terminou por volta das 17h50 em Curitiba (PR) o interrogatório do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sede da Justiça Federal. Ele começou a ser interrogado pela juíza federal substituta Gabriela Hardt por volta das 15h no processo da Operação Lava Jato que investiga reformas feitas no sítio de Atibaia (SP).

Segundo pessoas que estiveram presentes ao depoimento, Lula negou qualquer relação com as obras no sítio de Atibaia e afirmou que sua prisão seria um «prêmio» da Operação Lava Jato. Relato do Uol.

O ex-presidente deixou o local cerca de dez minutos após o fim da audiência e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF). Foi a primeira vez que Lula deixou a Superintendência desde que foi detido, em abril, após ordem de prisão emitida por Sérgio Moro sem o esgotamento de todos os recursos judiciais.

Várias pessoas fizeram compareceram à vigília em favor do ex-presidente, condenado sem provas no processo do triplex em Guarujá (SP), com uma sentença contestada por vários juristas.

Leia também reportagem da Agência Brasil sobre o assunto:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou hoje (14), em depoimento à Justiça Federal em Curitiba, ter conhecimento sobre as reformas realizadas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). Ele negou também ser o dono do imóvel.

Lula foi interrogado pela juíza Gabriela Hardt em ação penal na qual ele e mais 12 réus respondem ao processo, entre eles os empresários Marcelo e Emílio Odebrecht e Léo Pinheiro, da OAS, e o pecuarista José Carlos Bumlai. As acusações são dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

O sítio foi alvo das investigações da Operação Lava Jato, que apura a suspeita de que as obras de melhorias no local foram pagas por empreiteiras investigadas por corrupção, como a OAS e a Odebrecht.

No interrogatório, Lula confirmou que passou a frequentar a propriedade no início de 2011, quando deixou a Presidência da República.

No entanto, as reformas que foram realizadas já estavam prontas e Lula disse que não teve conhecimento delas por não ser o dono do imóvel.

Depoimento

O ex-presidente também negou que tenha tratado do assunto com o empresário Emílio Odebrecht. «Quando eu conheci o sítio, não tinha reforma, o sítio estava pronto», afirmou.

No início da audiência, a juíza perguntou a Lula se ele tinha conhecimento sobre as acusações contra ele, uma praxe processual feita a todos os acusados. Ele respondeu que não sabia e queria saber o teor da acusação.

«Gostaria de pedir, se a senhora pudesse me explicar, qual é a acusação? Estou disposto a responder toda e qualquer pergunta. Eu sou dono do sítio ou não?» questionou.

Em seguida, Gabriela Hardt retrucou. «Isso é o senhor que tem que responder e não eu. Eu não estou sendo interrogada neste momento. Isso é um interrogatório, e se o senhor começar neste tom comigo, a gente vai ter problema».

Durante o depoimento, o ex-presidente voltou a afirmar que as acusações contra ele são “uma farsa”.

«O primeiro processo que eu fui vítima, que é uma farsa, uma mentira do Ministério Público, com Power Point. A segunda é outra farsa. Eu estou pagando esse preço. Eu vou pagar porque sou um homem que creio em Deus, creio na Justiça, e um dia a verdade vai prevalecer o que está acontecendo», afirmou.

Reforma

Segundo os investigadores, as reformas começaram após a compra da propriedade pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, amigos de Lula, quando «foram elaborados os primeiros desenhos arquitetônicos para acomodar as necessidades da família do ex-presidente».

No laudo elaborado pela Polícia Federal, em 2016, os peritos citam as obras que foram feitas, entre elas a de uma cozinha avaliada em R$ 252 mil. A estimativa é de que tenha sido gasto um valor de cerca de R$ 1,7 milhão, somando a compra do sítio (R$ 1,1 milhão) e a reforma (R$ 544,8 mil).

É a primeira vez que Lula deixa a carceragem da Polícia Federal (PF) em Curitiba após ter sido preso pela condenação em outro processo, que trata do apartamento tríplex do Guarujá (SP). Desde 7 de abril, Lula cumpre, na capital paranaense, pena de 12 anos e um mês de prisão, imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Defesa do ex-presidente

Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que o depoimento de Lula demonstra arbitrariedade da acusação. Isso porque embora o Ministério Público Federal cite que contratos específicos da Petrobras teriam gerado vantagens a Lula, nenhuma pergunta neste sentido foi feita: «A situação confirma que a referência a tais contratos da Petrobras na denúncia foi um reprovável pretexto criado pela Lava Jato para submeter Lula a processos arbitrários perante a Justiça Federal de Curitiba».

A defesa também reafirma a propriedade do sítio Santa Bárbara, «que pertence de fato e de direito à família Bittar, conforme farta documentação constante no processo».

«O depoimento prestado pelo ex-Presidente Lula também reforçou sua indignação por estar preso sem ter cometido qualquer crime e por estar sofrendo uma perseguição judicial por motivação política materializada em diversas acusações ofensivas e despropositadas para alguém que governou atendendo exclusivamente aos interesses do País», encerra a nota assinada pelo advogado Crisitiano Zanin Martins.

Brasil 247


Más notas sobre el tema