Lava Jato: Lula dijo ser víctima «del mayor proceso de mentiras» de Brasil
Lula: Soy víctima del mayor proceso de mentiras que Brasil haya conocido
El expresidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declaró este miércoles ante la jueza Gabriela Hardt, quien es la nueva encargada de las investigaciones de lavado de dinero en la trama de corrupción denominada «Lava Jato».
El líder del Partido de los Trabajadores (PT) es investigado por presuntamente haberse favorecido con reformas edilicias en una casa quinta de un amigo, financiadas por la empresa constructora Odebrecht.
Lula aseguró que su detención es un «trofeo político de la operación Lava Jato» y que es víctima «del mayor proceso de mentiras que el país ha conocido». Asimismo, denunció que su condena fue una jugada para sacarlo del proceso electoral, «es imposible que un presidente pueda decidir licitaciones o contratos», aseveró.
En la audiencia, presidida por la jueza Gabriela Hardt, no se le permitió el acceso a los medios de comunicación y duró aproximadamente tres horas, en las cuales el líder del PT denunció ser víctima de una persecución política por parte de la ultraderecha brasileña ahora en el Gobierno.
La defensa de Lula resaltó su inocencia indicando que las propiedades en el balneario de Guarajá en Atibaia no le pertenecen e insistiendo en que las acusaciones que pesan en su contra no son más que un acoso político-judicial.
Mientras se desarrollaba la audiencia, a las afueras del recinto judicial cientos de manifestantes acompañados por dirigentes del PT – entre ellos Fernando Haddad – se congregaron exigiendo la liberación del principal líder político de Brasil.
Tensão, ataques e interrupções marcam 1º encontro entre Lula e substituta de Moro
O primeiro encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a juíza federal substituta Gabriela Hardt, que assumiu os processos da Operação Lava Jato após Sergio Moro aceitar um ministério no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), foi marcado por momentos de tensão e ânimos exaltados.
Já no início da audiência desta quarta-feira (14), Lula e a juíza se desentenderam e passaram cerca de cinco minutos interrompendo um ao outro. Adotando o mesmo discurso utilizado ao longo do caso do tríplex do Guarujá (SP), que rendeu a Lula sua primeira condenação, o ex-presidente afirmou não entender a acusação existente contra ele.
«Eu sou dono do sítio ou não?», perguntou à juíza. «Isso é o senhor que tem que responder, não eu, doutor, e eu não estou sendo acusada neste momento», devolveu ela.
«Não, quem tem que responder é quem me acusou», rebateu o ex-presidente. A juíza, então, subiu o tom: disse que, se Lula continuasse agindo daquela forma, haveria «um problema». Deixou claro, em seguida, que ela era a juíza do caso e que faria as perguntas para esclarecimentos necessários, mas que não iria responder a nenhum questionamento.
Lula foi ouvido por Hardt nesta quarta como réu no processo que investiga se o ex-presidente foi beneficiado através de reformas realizadas pela Odebrecht, Schahin e OAS em um sítio em Atibaia (SP). De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), as obras seriam uma contrapartida a contratos obtidos com a Petrobras de forma fraudulenta. A defesa de Lula nega as acusações.
«É melhor o senhor parar com isso»
Quando Lula acusou Moro de ser amigo do doleiro Alberto Yousseff, Hardt foi dura em sua repreensão ao petista por meio de seu advogado, Cristiano Zanin Martins.
«Doutor, por favor. Ele não vai fazer acusações sobre meu colega aqui», disse. Lula insistiu na crítica e afirmou, momentos depois, que Moro manteve Youseff sob vigilância por 8 anos.
«Ele não ficou sob vigilância 8 anos, e é melhor o senhor parar com isso», disse a juíza, encerrando a discussão.
Também não foram poucas as ocasiões em que a juíza interrompeu Lula e sua defesa para que o ex-presidente, em suas respostas, se ativesse apenas a temas relacionados ao processo do sítio.
Em determinado momento, Zanin pediu questão de ordem à juíza para que Lula concluísse um relato sobre o processo do tríplex. Em tom firme, a juíza respondeu: «Se ele fugir do assunto e começar com discurso político, doutor, infelizmente, eu estou comandando a audiência e vou ter que cortar».
Hardt também não poupou uma tentativa de brincadeira feita por Lula próximo ao fim da audiência. «Me leva com você», disse ao advogado José Roberto Batochio, um de seus defensores, que deixou o local pouco antes do fim do interrogatório.
«Se o senhor quiser ficar em silêncio, também podemos encerrar [a audiência]», devolveu a juíza.
O ex-presidente demonstrou estar irritado diversas vezes ao longo do interrogatório, dando respostas duras e irônicas, chegando a levantar o punho cerrado no ar.
«Se ele falou que não pagou achando que a Marisa tinha pago, eu não tenho mais como perguntar», disse, batendo na mesa, em resposta ao procurador do MPF sobre uma afirmação de Fernando Bittar, dono do sítio, de que acreditava que Lula e Marisa pagariam pelas obras.
«O que eu acho grave e que você deveria perguntar era por que o Léo [Pinheiro, da OAS] não cobrou. Por que o Léo não cobrou? O cara que tem que receber é o cara que vai todo santo dia cobrar», emendou, visivelmente irritado, com o dedo em riste no ar.
Assista à integra do depoimento de Lula no caso do sítio de Atibaia
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi interrogado nesta quarta-feira, 14, no processo da Operação Lava Jato que investiga se ele recebeu cerca de 1 milhão de reais em propina das empreiteiras Odebrecht e OAS e do pecuarista José Carlos Bumlai por meio de reformas e obras de benfeitoria em um sítio em Atibaia (SP), frequentado por ele e sua família. Preso há pouco mais de sete meses em Curitiba para cumprir pena no processo do tríplex do Guarujá, Lula é réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do sítio.
Veja abaixo a íntegra do depoimento do ex-presidente à juíza federal substituta Gabriela Hardt:
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