Bolsonaro se reúne con el embajador de EEUU y nombra al astronauta Marcos Pontes como ministro de Ciencia

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Bolsonaro se reúne com embaixador dos Estados Unidos no Brasil

O presidente eleito Jair Bolsonaro conversa amanhã (1º), em uma reunião privada no Rio de Janeiro, com o embaixador dos Estados Unidos (EUA) no Brasil, P. Michael McKinley. O diplomata americano, que está deixando Brasília, ficará definitivamente como assessor do chefe do Departamento de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

Há três meses, P. Michael McKinley acumula as funções de embaixador no Brasil e também de assessor de Pompeo. Nesta quarta-feira, seguranças norte-americanos estiveram no condomínio onde mora Bolsonaro para verificar o local e observar eventuais ameaças e riscos.

Bolsonaro disse, em várias ocasiões, que tem admiração pelo presidente norte-americano Donald Trump e que irá aos Estados Unidos acompanhado pelo general da reserva Augusto Heleno, confirmado para a pasta da Defesa, e Paulo Guedes, que assumirá o superministério da Economia. Ele e Trump conversaram por telefone após o resultado das eleições.

O presidente eleito afirmou que pretende conversar com Trump sobre acordos na área militar, negociações comerciais e também questões regionais. Assim como o norte-americano, Bolsonaro é crítico do governo de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.

Outra preocupação na região é com a Nicarágua. Há Há seis meses, o país vive em clima de confronto entre civis e agentes do Estado. As manifestações são rotineiras e há denúncias de desrespeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão.

No último dia 29, logo após a eleição, Pompeo telefonou para Bolsonaro para parabenizá-lo. Em nota, o Departamento de Estado reiterou a parceria entre os dois países.

“Eles [Pompeo e Bolsonaro] discutiram a colaboração em questões prioritárias de política externa, incluindo a Venezuela, combatendo o crime transnacional e formas de fortalecer os laços econômicos entre os Estados Unidos e o Brasil, as duas maiores economias do Hemisfério Ocidental”, informou nota divulgada pelo Departamento de Estado.

Agencia Brasil


Amazônia será exemplo de desenvolvimento sustentável, diz futuro ministro da C&T

Protagonista da primeira missão espacial vivida por um brasileiro, o astronauta Marcos Pontes foi anunciado nesta quarta-feira (31) como futuro ministro de Ciência e Tecnologia do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Pontes, que também é tenente-coronel, teve a confirmação da ida dele à pasta durante um evento em Manaus e falou sobre a importância da Amazônia na gestão que começa a partir de janeiro de 2019.

No inicio de uma coletiva de imprensa, o futuro ministro manteve um tom cauteloso ao se referir ao convite do presidente eleito. Durante conversa com os jornalistas, ele recebeu uma ligação telefônica de Bolsonaro, mas não revelou os assuntos tratados. Minutos depois, Bolsonaro anunciou pelo Twitter a confirmação de Pontes no Ministério C&T. Quando soube da confirmação, o astronauta agradeceu o convite e prometeu «cumprir a missão».

O astronauta Marcos Pontes lembrou que as conversas dele com Bolsonaro sobre a ida ao Ministério de Ciência e Tecnologia começaram muito antes das eleições 2018. «Eu conversei com ele (Bolsonaro) na época que era ainda pré-candidato. Ele pediu que o ajudasse nos setores de Ciência e Tecnologia, que é uma área que tenho trabalhado desde da função que cumpri como técnico no Senai. Recebo tudo isso de forma muito positiva», comentou o tenente-coronel.

Questionado pela reportagem do Portal A Crítica sobre o foco que a Amazônia terá em sua gestão no Ministério de Ciência e Tecnologia, Pontes afirmou que quer usar a região como um exemplo de desenvolvimento sustentável. «Certamente teremos um foco na Amazônia. Trabalho na Organização das Nações Unidas (ONU) com o desenvolvimento industrial e sustentável. A Amazônia é uma região que chama naturalmente a atenção do planeta, por todas as características que temos aqui. Tem que ser aproveitado isso em termos de desenvolvimento sustentável, para servir como exemplo ao planeta das possibilidades, que podemos colocar em prática», disse o futuro ministro.

Pontes afirmou ainda que sente um carinho especial pela região amazônica e lembrou de momentos em missões espaciais. «Tem muita coisa que deve ser feita e será feita em relação a Amazônia. Tenho um carinho muito grande pela região, afinal de contas, é uma área que para quem já viu do espaço é exclusivamente inclusiva no planeta. É muito bonito», comentou o astronauta.

O futuro ministro também «pregou» a união das pessoas para que problemas no governo brasileiro sejam resolvidos. «Uma coisa interessante quando se pensa em estação espacial internacional é que a gente tem pessoas de várias culturas trabalhando juntas. Mas temos um problema aqui (Brasil), que afeta todo mundo. As pessoas tentam ver um problema com apenas uma abordagem e acreditam que a sua ideia de solução é melhor. Mas se a gente consegue unir todos, com olhares diferentes, certamente acharemos uma solução melhor», explicou Pontes.

Evento em Manaus

Marcos Pontes participou nesta quarta-feira (31), em Manaus, do evento de lançamento da temporada 2018 do Torneio de Robótica First Lego League, no Sesi Clube do Trabalhador, que este ano terá como tema «Into Orbit» (Em órbita).

Pontes é mestre em Engenharia de Sistemas pela Naval Postgraduate School, (Califórnia-EUA), engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e astronauta profissional especialista de missão (NASA). Ele também é ex-aluno do Serviço Social da Indústria (SESI) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).

Acritica


Amazônia e povos da floresta se organizam para sobreviver ao governo Bolsonaro

A maior floresta tropical do mundo é rica não só em biodiversidade, mas também em diversidade étnica e cultural. Jackson Dias, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), destaca que a Amazônia é imprescindível para a vida de milhões de brasileiros, que olham com preocupação as declarações do presidente recém-eleito, Jair Bolsonaro.

“É fundamental que os povos continuem em luta, em resistência contra a entrega dos nossos bens naturais. E contra a exploração dos povos da região Amazônica. A população tem que continuar ativa nessa luta pela conservação da Amazônia”, afirma Dias.

Gilson de Jesus Rêgo, coordenador da Comissão Pastoral da Terra no Pará e da Articulação das CPTs na Amazônia, lembra que o risco sofrido pela maior floresta tropical do mundo e as ameaças aos povos que vivem nela não é novidade, contudo demonstra preocupação frente ao novo governo.

Durante a campanha, Jair Bolsonaro afirmou que “o Brasil não suporta ter mais de 50% do território demarcado como terras indígenas, como áreas de proteção ambiental, como parques nacionais. Atrapalha o desenvolvimento. Outros países conseguem preservar o meio ambiente com menos áreas protegidas. Não podemos continuar admitindo fiscalização xiita por parte do ICMBio e Ibama prejudicando quem quer produzir”.

Além disso, anunciou a fusão, nesta terça-feira (31) do Ministério do Meio Ambiente com o da Agricultura, o que deve favorecer os interesses do agronegócio.

O coordenador da Comissão Pastoral da Terra disse que a preocupação aumenta à medida em Bolsonaro apresenta um discurso voltado para o agronegócio. “E que amplia os espaços para esse tipo de atividade na Amazônia e que desconsidera todos os processos de luta das populações locais”, analisa Rêgo.

A visão da Amazônia como oportunidade de negócios e lucros é antiga na região. E se materiliaza em grandes obras como: rodovias, hidrelétricas e ferrovias. As atividades geram pressão e interferem na vida das populações indígenas e outras comunidades tradicionais.

Resistências

Logo após a divulgação do resultado das eleições, apoiadores de Bolsonaro se manifestaram nas redes sociais. Eles ameaçaram LGBTs, negros e sem-terra. Pastorais do campo como a CPT e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também fora alvos. Rêgo, no entanto, afirma que a pastoral vai continuar na luta em defesa do homem do campo.

“A nossa missão é estar ao lado do povo, ao lado do pobre. É o que nos anima”, diz.

Vanusa Cardoso vive na comunidade de Abacatal, situada em Ananindeua, município que integra a região metropolitana de Belém. A liderança quilombola afirma que o momento é ,“mais do que nunca”, de resistência e defesa dos territórios. Ela acredita na formação de uma frente como estratégia de defesa dos povos da Amazônia.

“A gente precisar resistir mais do que nunca para defender a nossa vida e o bem viver desses povos”, diz a coordenadora de patrimônio na Associação de Moradores e Produtores Quilombolas de Abacatal e Aurá.

Organizações da sociedade civil membros do Observatório do Clima, publicaram uma nota onde declaram resistência ao governo de Bolsonaro. Eles afirmaram que não vão se calar diante do desmonte de instituições e políticas públicas.

“Perseguiremos de forma incansável o cumprimento das metas do Brasil contra as mudanças climáticas e a ampliação da ambição dessas metas”. E ressaltam que se irão se opor “a qualquer investida contra os povos e comunidades tradicionais, protegidos pela Constituição, bem como a qualquer violência contra ativistas ambientais”.

Brasil de Fato


Quatro dos cinco detidos em ato pacífico contra Bolsonaro seguem presos em São Paulo

Quatro adolescentes presos após ação da Polícia Militar (PM) no centro de São Paulo, em ato pacífico contra Jair Bolsonaro (PSL) nesta terça-feira (30), continuam detidos na Fundação Casa, no bairro Brás. Ao todo, foram cinco detenções – um adulto foi solto nesta quarta (31). Os adolescentes são acusados de dano qualificado, incêndio e de desacato “por pedirem o fim da Polícia Militar”, segundo a observadora jurídica e advogada dos detidos, Maira Pinheiro, que acompanhou a manifestação.

Os quatro adolescentes devem passar mais uma noite na Fundação, à espera da audiência de custódia. Depois da audiência, a situação deles será reavaliada.

O ato aconteceu reuniu milhares de jovens na avenida Paulista. No momento de liberar a pista para circulação de carros ao final do protesto, de acordo com a advogada, houve confusão com um pequeno grupo. Após isso, as forças de segurança do Estado de São Paulo, tanto a Polícia Militar quanto a Tropa de Choque, teriam usado violência desmedida para reprimir e arbitrariedade prender manifestantes.

A repressão policial se espalhou por diversas regiões do centro. Um vídeo, que circulou nas redes sociais ainda na madrugada de terça-feira, mostra a polícia atirando bombas na escadaria do viaduto Nove de Julho, enquanto as pessoas tentavam se esconder em pânico. Carros invadiram “dando cavalos de pau” a Praça da República e “foi muita, muita bomba, muita cacetada”.

Em resposta à ação violenta da polícia, bancos e lojas foram depredadas. O que há até o momento, contra os jovens detidos, são os depoimentos dos policiais que participaram da operação.

“Os cinco meninos não estavam envolvidos nos atos de depredação. Eles estavam correndo das bombas e foram apreendidos em três circunstâncias diferentes. Um deles sequer estava no ato, ele estava na [Praça] Roosevelt com uma amiga. Outro foi detido dentro do Terminal Bandeira enquanto comprava um pão de queijo”, disse a advogada e integrante da Rede Feminista de Juristas DeFEMde.

Os quatro adolescentes estão sendo acusados de “dano qualificado pela vultuosidade, incêndio em razão dos supostos molotovs e de desacato porque eles pediram o fim da Polícia Militar e chamaram os PMs de fascistas”, conta Pinheiro.

Segundo ela, as garantias jurídicas não foram respeitadas e ela não conseguiu fazer entrevistas com os detidos dentro das prerrogativas estabelecidas pela Ordem do Advogados do Brasil (OAB). As famílias dos presos não foram notificadas.

“Em casos assim, os PMs não conseguem individualizar as condutas e acabam pegando os primeiros jovens que encontram pela frente como “bodes expiatórios”, buscando mostrar serviço diante dos danos em bancos, lojas, e o confronto entre manifestantes e os policiais”, disse Ariel de Castro, advogado e ativista dos Direitos Humanos.

Para ele, “prender quem não cometeu nenhum crime, apenas para mostrar serviço, claramente é ilegal e abusivo. Eles precisam ter provas efetivas para prender, como imagens de vídeos, testemunhas, ou se os próprios policiais presenciaram os acusados cometendo os crimes, para configurar-se a situação de flagrante”, pontua Castro.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo não respondeu até o encerramento desta reportagem.

Brasil de Fato


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