La ONU se manifiesta «profundamente preocupada» por el discurso violento de Bolsonaro

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ONU muestra preocupación tras discursos violentos de Bolsonaro en Brasil

La Organización de las Naciones Unidas (ONU) manifestó su preocupación por los discursos violentos que incitan al odio y la agresión por parte del candidato presidencial ultraderechista de Brasil, Jair Bolsonaro.

La ONU indicó que los argumentos de Bolsonaro, de cara a la segunda vuelta presidencial en Brasil, son de carácter discriminatorios porque fomentan el odio contra las personas homosexuales. Asimismo, señalaron que en sus discursos calumnia a las mujeres y a los afrodescendientes.

Medios locales han reseñado varios casos de simpatizantes del candidato ultraderechista que han atacado a personas que poseen alguna franela que muestra rechazo a sus políticas.

«Condenamos cualquier acto de violencia y exigimos una investigación rápida, imparcial y efectiva», señaló la ONU.

El caso más conocido dentro del espiral de violencia es el asesinato de un maestro de capoeira, Romualdo Rosário da Costa, quien murió tras recibir varias cuchilladas en San Salvador de la Bahía de Todos los Santos (ciudad brasileña), luego de haber sostenido una discusión política con un simpatizante de Bolsonaro.

El asesino fue presentando en el Departamento de Homicidios y Protección a la Persona (DHPP), en donde aseguró estar arrepentido de lo sucedido.

Otro caso similar ocurrió en Nova Iguaçu (una ciudad del estado de Río de Janeiro), donde un transgénero esperaba en una parada de transporte público, lugar en el que fue atacado por vendedores ambulantes que vociferaban: «Bolsonaro tiene que ganar para sacar a toda esa basura de la calle».

El candidato ultraderechista Jair Bolsonaro del Partido Social Liberal (PSL) va a una segunda vuelta con Fernando Haddad del Partido de Los Trabajadores (PT) este 28 de octubre.

Telesur


ONU se diz ‘profundamente preocupada’ com violência na eleição brasileira Entidade cobra que líderes políticos condenem publicamente crimes e que investigações imparciais sejam realizadas

A Organização das Nações Unidas (ONU) se diz “profundamente preocupada” com o clima de violência nas eleições brasileiras e cobra que líderes políticos nacionais condenem, explicitamente, tais atos. Numa declaração emitida nesta sexta-feira, 12, em Genebra, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos deixou claro que a situação brasileira tem sido considerada “delicada” por parte do organismo internacional e pede investigações imparciais sobre os crimes registrados. A ONU já havia condenado a facada no candidato do PSL, Jair Bolsonaro, em setembro.

Também nesta sexta, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos emitiu um comunicado reforçando a preocupação internacional diante da tensão no Brasil. A comissão «condena atos de violência no contexto eleitoral no Brasil e expressa preocupação com a incidência desproporcional em mulheres e população LGBTI». O órgão ainda fez um «chamado para estimular um debate de ideias pacífico e democrático».

O acirramento da política em meio à disputa eleitoral tem desembocado em episódios de violência física, facada contra Bolsonaro e até um assassinato. Nos últimos dias, foram registrados no País diversos casos de agressão por motivação política.

Na capital baiana, depois de se envolver em uma discussão na qual defendia o candidato Fernando Haddad (PT), o mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa foi assassinado a facadas dentro de um bar.

Bolsonaro foi questionado sobre o assassinato. “A pergunta deveria ser invertida. Quem levou a facada fui eu. Se um cara lá que tem uma camisa minha comete um excesso, o que tem a ver comigo? Eu lamento, e peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle.”

Na quarta-feira, ele voltou ao assunto em seu Twitter, já com um outro tom. “Dispensamos voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam em mim. A este tipo de gente peço que vote nulo ou na oposição por coerência, e que as autoridades tomem as medidas cabíveis, assim como contra caluniadores que tentam nos prejudicar.” Mas, em uma segunda postagem, ele disse haver um “movimento orquestrado forjando agressões” para o prejudicar, “nos ligando ao nazismo, que, assim como o comunismo, repudiamos”.

Na ONU, o apelo é pelo respeito. “Condenamos qualquer ato de violência e pedimos investigações imparciais, efetivas e imediatas sobre tais atos”, declarou a porta-voz do escritório da ONU, Ravina Shamdasani.

“O discurso violento e inflamatório dessas eleições, especialmente contra LGBTI, mulheres, afrodescendentes e aqueles com visões políticas diferentes, é profundamente preocupante, especialmente dado os relatos de violência contra tais pessoas”, disse Ravina.

“Pedimos a líderes políticos e aqueles com influência a publicamente condenar qualquer ato de violência durante esse período eleitoral delicado, e a chamar a todos os lados para que se expressem de forma pacífica e com o total respeito pelo direito dos demais”, completou a porta-voz.

A declaração não cita nem o nome do candidato Jair Bolsonaro e nem o de Fernando Haddad. Há cerca de um mês, a ONU condenou a facada contra Bolsonaro e, já naquele momento, afirmou estar preocupada com a tensão vivida no País.

Nas últimas semanas, o Brasil está sendo alvo de um acompanhamento específico por parte das agências da ONU no que se refere às eleições presidenciais. O Estado apurou que a entidade decidiu fazer um monitoramento minucioso do que está ocorrendo no País, temendo que a principal democracia da América Latina possa ser afetada por um clima de tensão política inédita desde os anos 80.

Acompanhamento. Escritórios da ONU que lidam com política regional ou direitos humanos têm feito o acompanhamento, com detalhes sobre a situação atual e cenários. A informação tem servido de base para permitir que a cúpula da organização em Nova Iorque e em Genebra esteja atualizada sobre os acontecimentos e possa, eventualmente, reagir com declarações públicas.

O monitoramento não significa qualquer tipo de envio de missão internacional ou dúvidas sobre o processo eleitoral por parte da entidade.

Fontes de alto escalão da ONU indicaram à reportagem que dois temas principais estão sendo monitorados: incidentes de violência e tensão durante o processo eleitoral e o impacto que o resultado poderia ter em termos geopolíticos no hemisfério Ocidental já chacoalhado depois da chegada de Donald Trump no governo dos Estados Unidos.

Antes de deixar o cargo, no fim de agosto, o então Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU, Zeid al Hussein, qualificou o discurso do candidato Jair Bolsonaro de “um perigo” para certas parcelas da população no curto prazo e para o “país todo” no longo prazo. Zeid foi substituído logo depois pela chilena Michelle Bachelet.

Confira a íntegra da declaração da ONU, em inglês e traduzida:

«We condemn any acts of violence, and call for prompt, impartial and effective investigation of such acts. The violent and inflammatory speech during these elections, particularly against LGBTI, women, Afro-descendants and those with differing political views, is deeply worrying, particularly given the reports of violence against such individuals.

We call on political leaders and all those with influence to publicly condemn any form of violence during this delicate electoral period, and to call on all sides to express themselves peacefully, with full respect for the rights of others.»

«Condenamos qualquer ato de violência e pedimos investigações imediatas, imparciais, efetivas sobre tais atos. O discurso violento e inflamatório dessas eleições, especialmente contra LGBTI, mulheres, afrodescendentes e aqueles com visões políticas diferentes, é profundamente preocupante, especialmente dado os relatos de violência contra tais pessoas.

Pedimos a líderes políticos e a todos aqueles com influência a publicamente condenar qualquer forma de violência durante esse período eleitoral delicado, e a chamar a todos os lados para que se expressem de forma pacífica e com o total respeito pelo direito dos demais.»

Estadao


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