Michel Temer, presidente de Brasil: «Si Lula no estuviera impedido legalmente, podría participar de las elecciones»

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Quem o governo apoia? Parece que é o Alckmin, né?, diz Temer

Michel Temer diz enxergar seu governo na candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB). “Se você dissesse: ‘quem o governo apoia?’. Parece que é o Alckmin, né?”.

Em entrevista à Folha, o presidente afirmou que os partidos de sua base, que aprovaram sua agenda de reformas, aderiram ao tucano e “vão estar no governo se ele ganhar”.

Temer disse que será cauteloso na campanha (“não quero incomodar”), afirmou ser “impossível” Henrique Meirelles (MDB) se dissociar do governo e chamou de “barbaridades” declarações feitas por Ciro Gomes (PDT).

A quatro meses e meio de deixar o poder, disse não ter preocupação com o futuro de investigações que o envolvem. Recusou-se a discutir foro privilegiado para ex-presidentes, mas afirmou que, “pela lógica, talvez coubesse a hipótese”.

A maioria das siglas de sua base apoia Alckmin e não Meirelles, do seu partido. Por quê? 

Evidentemente eu não iria obrigá-los a apoiar o candidato do governo —do MDB. Aliás, o Alckmin recebeu críticas porque tem o apoio de todos. Se você dissesse: “quem o governo apoia?”. Parece que é o Geraldo Alckmin, né? Os partidos que deram sustentação ao governo, inclusive o PSDB, estão com ele.
Vou ter cautela para não fazer campanha para um ou outro. Até porque falam muito da impopularidade. Não quero nem incomodar, digamos.

Diante dessa impopularidade, Meirelles deveria se posicionar de modo diferente? 

As pessoas precisam ser verdadeiras. Meu trabalho foi […] mostrar ao MDB que deveria ter um candidato. Agora, o Meirelles tem que fazer uma campanha para… Não pode desligar-se do governo. Dizer “eu não participei deste governo” é impossível.

Ele defende o governo de maneira firme o suficiente? 

É o estilo dele. A tendência natural e inafastável é que ele defenda as teses do governo. Basta mostrar o que fizemos. Apesar da greve dos caminhoneiros, que causou impacto, mantemos a possibilidade de [alta de] 1,5%, 1,4%, 1,6% do PIB.

Meirelles vai fazer isso. Aliás, o próprio Geraldo Alckmin, quando questionado sobre essas matérias, diz: “a reforma trabalhista é importante, tem que ser mantida” etc.

Alckmin representa uma continuidade?

Acredita que isso é um fato? Pode vir a ser fato. Primeiro pelo que ouço ele declarar. Segundo porque esses que ajudaram a fazer as reformas vão estar no governo se ele ganhar. Quem for eleito não vai conseguir se afastar do que começamos.

Mas Alckmin se descola do seu governo. Diz que quem o escolheu como vice foi o PT. 

Faz parte do jogo eleitoral. Não tenho crítica ao que ele diz.

Seus ministros pediram que os partidos aliados não apoiassem Ciro Gomes. Por quê? 

Foi sabedoria da base. As pessoas veem esse cidadão… Como é o nome? Ciro Gomes, Ciro Gomes… Veem esse cidadão dizendo barbaridades sobre o governo e no plano pessoal. Eles próprios raciocinaram e disseram: “não podemos ir com alguém que vai destruir o que fizemos”.

A candidatura do PT representa o mesmo? 

Representa um pensamento que é naturalmente oposição ao que fizemos. Quando assumimos, o PT fez oposição acirrada, para não dizer feroz.

O ex-presidente Lula deveria disputar a eleição? 

Não acompanho os autos. Se não estivesse impedido legalmente, poderia participar. Temos que respeitar certas instituições. Falo isso embora o PT fale muito mal de mim. Lula foi presidente. Se cometeu equívocos, são analisáveis pelo Judiciário. Mas não se pode negar alguém que exerceu a Presidência.

A que atribui o desempenho de Jair Bolsonaro? 

É filtro de uma insatisfação com uma aparente desordem. Não é sem razão que às vezes pede-se intervenção militar. E os militares, o que eles menos desejam é isso. Ele adota teses conservadoras e tem sucesso.

Bolsonaro diz que nomearia ministros militares. O sr. tem dois em seu governo. O que acha da participação dos militares nesses postos? 

Você poderia perguntar: “o que acha do apartamento entre civis e militares?”. Considero todos igualmente brasileiros. A participação no governo é mais do que legítima.

Dadas as tensões políticas do país, o Brasil corre risco de um novo impeachment? 

Acho difícil. É importante a boa relação [entre os Poderes]. O risco do impedimento é se houver divergência grande entre Executivo e Legislativo.

Gostaria de ter encontrado outra saída para a crise do governo Dilma Rousseff, e que ela tivesse concluído o mandato? 

Se o governo tivesse conseguido continuar, não teria sido ruim. Não que pudesse continuar naquele sistema. Quando assumimos, resolvemos muitos problemas que estavam mal encaminhados.

O sr. deve terminar o mandato com a economia ainda abalada, impopularidade alta e sob investigação. Valeu a pena ser presidente? 

Não era necessário, mas valeu a pena. A vida me entregou o papel de presidente. Tenho que interpretar bem esse papel, com todos os azares que isso signifique.

Como planeja a transição?

Ajudará a votar medidas do presidente eleito já este ano? Evidentemente, ajudo se estiver de acordo.

O inquérito sobre a edição do decreto do setor portuário que envolve o sr. vai completar um ano. Como avalia as apurações? 

Iniciou-se uma apuração em torno de uma pessoa, não de um fato. É uma coisa juridicamente escandalosa. Sei que vai fazer com que os ânimos se ericem, mas não me incomodo. Eles dizem: “Ah, nós precisamos pegá-lo de qualquer maneira!” etc.

Meu papel é fazer essa pregação, porque estou sofrendo as consequências de uma coisa que quase paralisa o país. Se eu não tivesse força pessoal e espiritual suficiente, teria sucumbido. Eu não sucumbi.

Tem preocupação com o que ocorrerá quando deixar o cargo? 

Nenhuma. É possível que quando eu deixe a Presidência [eles pensem]: “esse sujeito não é mais nada, vamos abandoná-lo”. Mas o processo deve prosseguir. Tenho convicção da inadequação.

Recentemente, perguntado se temia ser preso, o sr. disse que achava uma indignidade falar do assunto. 

Se me permite, registre que a pergunta é ofensiva. Uma inadequação absoluta. As instituições perderam significado e as pessoas perderam respeito. Por isso você faz essa pergunta. Não é culpa sua, é culpa de quem investiga e faz perguntas inadequadas, passa informações. O interesse é alimentar a imprensa, não concluir o inquérito. É deixar no ar.

O que pensa da ideia de conceder foro privilegiado para ex-presidentes? 

É decisão do Congresso, nem dou palpite. O fato é que o ex-presidente, quando responde por um fato, não responde como pessoa, responde como instituição. Pela lógica, talvez coubesse a hipótese, mas nem discuto.

Que conselho daria ao futuro presidente? 

Pacificação. O Brasil está pautado pela ideia de ódio entre setores. É ruim para o país. Durante a campanha é natural um acirramento dos ânimos, mas depois todas as forças devem se unir.

Folha


Temer apoya a candidato de otro partido

El presidente de Brasil, Michel Temer, expresó su apoyo al candidato de otro partido y también al de su propia organización, de cara a las elecciones presidenciales de octubre.

En una entrevista publicada el jueves por el diario Folha de S.Paulo, Temer dijo que sus partidarios ven muchas semejanzas entre sus políticas y las del gobernador del estado de Sao Paulo, Geraldo Alckmin, candidato del Partido Social Demócrata.

El candidato del partido de Temer, el Movimiento Democrático, es el exministro de Hacienda Henrique Meirelles, quien aparentemente intenta distanciarse de Temer.

Varios de los partidos que apoyan a Temer en el Congreso se han unido a la búsqueda de Alckmin de la presidencia.

«Si dices ‘¿A quién apoya la administración?’ Parece que es a Geraldo Alckmin ¿o no? La base política de la administración (de Temer), incluida la de su partido, está con él», dijo el mandatario.

Al preguntarle si una victoria de Alckmin significaría la continuidad de su gobierno, respondió: «Eso puede ser cierto. En primer lugar por lo que le oigo decir. En segundo, porque quienes nos ayudaron a hacer reformas formarán parte del gabinete si él gana».

No quedó claro de momento si alguno de esos candidatos recibió con agrado el respaldo expresado por Temer. Una encuesta de Datafolha en junio halló que 82% de los brasileños consideran que su presidente hace un trabajo deficiente, el número más elevado desde que el instituto comenzó a hacer la pregunta en 1989.

«Tendré cuidado de no hacer campaña para ninguno (Alckmin o Meirelles)», dijo Temer, quien ocupó el puesto después de que Dilma Rousseff fue destituida en 2016.

Por ahora, ambos candidatos van muy rezagados en los sondeos. Quien lleva la delantera es el encarcelado expresidente Luiz Inácio Lula da Silva , a quien probablemente le prohíban postularse.

También el jueves, otro conocido candidato presidencial hizo una solicitud para que el tribunal electoral de Brasil prohibiera la postulación de Lula.

El congresista conservador Jair Bolsonaro, quien ocupa el segundo puesto en las encuestas, tomó la medida luego de que el Partido de los Trabajadores registrara el miércoles al expresidente Lula como su candidato para la presidencia.

La procuradora general de Brasil, Raquel Dodge, hizo la misma petición horas después del registro de la candidatura de Lula.

El jueves es el primer día oficial de campaña para los 13 candidatos presidenciales. Si ninguno de ellos gana una mayoría de votos en las elecciones, el proceso electoral tendrá que ir a una segunda vuelta.

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San Diego 


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