Brasil: el ministro de Trabajo Helton Yomura renuncia tras ser suspendido por corrupción
Temer pierde otro ministro por corrupción
La Corte Suprema de Justicia de Brasil dictó una orden para la suspensión del ministro de trabajo del país sudamericano, Helton Yomura, tras ser ligado a un presunto esquema de fraude.
La salida de Yomura, señalado también por actos de corrupción en el ministerio a su cargo, se suma al ya normalizado cese de titulares en el gobierno de Michel Temer por este tipo de delitos.
La agencia Efe reporta que la decisión de suspender al ministro fue autorizada por el magistrado Edson Fachin y hace parte de la tercera fase de la Operación Registro Espúrio, que investiga una supuesta organización criminal integrada por políticos y servidores públicos que habría cometido fraudes en la concesión de registros de sindicatos por el ministerio de Trabajo.
El ministro Yomura, además de haber sido suspendido de su cargo, está impedido de asistir al ministerio de Trabajo y de mantener contacto con otros investigados o servidores de la cartera.
Según la Policía, las investigaciones y el material recogido en las primeras fases de la Operación Registro Espúrio indican la participación de nuevos actores y apuntan que cargos de la estructura del ministerio de Trabajo se llenaron con personas comprometidas con los intereses de la organización delictiva, permitiendo el mantenimiento de las acciones ilegales.
De acuerdo con las autoridades, Yomura fue nombrado como ministro de Trabajo para dar continuidad a las irregularidades investigadas en la operación.
Además, la Policía señaló que el ministro es un ‘títere’ de caciques del Partido Laborista Brasileño, formación que postula a los ministros de Trabajo en el gobierno de Temer.
El actual mandatario brasileño, que llegó al poder en 2016 tras la polémica destitución de la expresidenta Dilma Rouseff, ha perdido al menos ocho ministros por acusaciones ligadas a casos de corrupción; estando él mismo envuelto en dos casos en manos del Supremo brasileño, en los que se incluye los delitos de obstrucción de la justicia y asociación ilícita.
La suspensión del ministro de Trabajo llega en un momento político complejo para Temer
Su gobierno ha llegado a la etapa final, ya que en octubre será elegido un nuevo presidente en Brasil, el cual asumirá el próximo 1 de enero.
Este 7 de octubre los brasileños están convocados para elegir nuevo presidente.
Ministro do Trabalho, Helton Yomura, do PTB, é afastado e pede demissão
O ministro do Trabalho, Helton Yomura, do PTB, pediu demissão. Ele começou o dia como alvo de uma operação da Polícia Federal, afastado do cargo pelo ministro do Supremo Edson Fachin. Yomura é investigado na Operação Espúrio, que apura a concessão de registro sindicais em troca do pagamento de propina.
A Polícia Federal buscou documentos e provas no gabinete de Helton Yomura, no Ministério do Trabalho. Às 7h30, em um hotel em Brasília, Yomura foi comunicado que estava afastado do cargo de ministro do trabalho e que também estava proibido de frequentar o ministério, e ter contato com outros investigados. Os agentes também fizeram buscas no hotel, e em outro endereço dele, no Rio.
Yomura foi à Polícia Federal, em Brasília, ainda pela manhã, para prestar depoimento, mas ficou calado. Investigadores confirmaram que ele também se recusou a entregar as senhas de dois celulares apreendidos, o pessoal e o funcional. Helton Yomura é a ponta mais recente de um loteamento político do PTB.
O PTB comanda o Ministério do Trabalho desde 2016. Os postos estratégicos passam pelo aval de Roberto Jefferson, ex-deputado e presidente nacional do partido.
Jefferson tentou, sem sucesso, emplacar a filha, Cristiane Brasil como ministra. Teve que retirar a indicação porque ela foi condenada em ações trabalhistas e o caso virou uma briga judicial que foi parar no Supremo. Helton Yomura foi a solução.
A Polícia Federal diz que “ele foi lançado ao cargo de ministro do Trabalho com o objetivo de permitir o prosseguimento da empreitada criminosa”, e que buscava viabilizar “a ingerência de Cristiane Brasil e a continuidade dos desmandos de Roberto Jefferson no órgão. Ao que tudo indica, não passa de um testa-de-ferro dos caciques do PTB”, de acordo com a investigação.
Os deputados do partido Wilson Filho e Jovair Arantes também exercem influência política no ministério. O sobrinho de Jovair, Leonardo Arantes, chegou a ser o número dois na hierarquia do ministério. Todos são investigados na Operação Registro Espúrio. Leonardo foi preso e exonerado do cargo em junho.
Nesta quinta-feira, o ministro foi afastado. O chefe de gabinete dele, Júlio de Souza Bernardes, foi preso. Os cargos de comando do ministério estão vazios.
A terceira fase da operação também cumpriu mandados na Câmara. Agentes buscaram documentos no gabinete do deputado Nelson Marquezelli, também do PTB, que acompanhou a busca porque já estava no gabinete às 6h. “Nada a temer. Nada a temer”, disse.
O assessor dele, Jonas Lima, foi preso, suspeito de atuar de forma ilegal na Secretaria de Relações do Trabalho do ministério para favorecer entidades sindicais. No apartamento dele, em Brasília, a polícia apreendeu R$ 95 mil em dinheiro.
No Rio, foi preso Adriano José Lima Bernardo, superintendente regional do Trabalho.
Na investigação sobre as fraudes na concessão de registros a sindicatos, a Política Federal diz que eram favorecidas as entidades com ligações políticas e que um único registro chegou a valer R$ 4 milhões.
A Polícia Federal pediu buscas fora do ministério, em endereços do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, do MDB. Ele foi citado em mensagens de investigados, que falavam em «processos de interesse do ministro Marun». A PF queria saber se ele pode ter ligação com as fraudes. Mas o pedido de buscas foi negado pelo ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo.
A chefe de gabinete de Marun, Viviane Melo, foi ouvida pela Polícia Federal e negou as irregularidades. O ministro também negou envolvimento no esquema: “Nunca conversei com nenhum servidor daquele ministério a respeito de demandas de qualquer sindicato, pessoalmente, por telefone ou por qualquer outro meio. Todavia, infelizmente, o ato de rotina de encaminhar, através da minha assessoria, pleitos que me foram apresentados por sindicalistas de Mato Grosso do Sul, em reunião pública, agendada e divulgada, se transformou em motivo de enxovalhamento da minha honra».
Helton Yomura pediu demissão no início da noite desta quinta-feira. Na carta ao presidente Michel Temer disse que “jamais compactuou com irregularidades” e “com a deflagração da operação afastou todos os envolvidos, abriu sindicâncias e suspendeu os processos de registro sindical”.
Yomura disse que pediu demissão para “evitar que o Ministério do Trabalho fique acéfalo”. Temer informou que aceitou o pedido de demissão e agradeceu a dedicação de Yomura.
O que dizem os citados:
O Palácio do Planalto informou, na noite desta quinta, que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, assumiu interinamente o Ministério do Trabalho.
A defesa de Helton Yomura disse que ele não sabe do que é acusado, nega qualquer ato ilícito, que ele exonerou servidores investigados e que abriu sindicâncias.
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, disse que não participou de qualquer esquema espúrio no Ministério do Trabalho e que o partido põe a pasta à disposição do governo Michel Temer.
Cristiane Brasil, filha de Jefferson, declarou que espera a conclusão das investigações, o quanto antes, para provar que é inocente.
Jovair Arantes disse que espera o mesmo – para que os culpados sejam punidos.
Wilson Filho afirmou que a inocência dele vai ser comprovada.
A defesa de Jonas Lima negou que o cliente tenha atuado de forma ilegal ou tivesse qualquer ligação com os registros sindicais.
A defesa de Julio Bernardes disse que o cliente prestou todos os esclarecimentos à polícia e que ele não cometeu nenhum ato ilícito.
Vivianne Melo declarou que não há qualquer ilegalidade nas atividades que exerce como chefe de gabinete da Secretaria de Governo.
Nós não conseguimos contato com a defesa de Leonardo Arantes e Adriano José Lima Bernardo.
Ministro afastado, Helton Yomura presta depoimento à Polícia Federal em Brasília
O ministro do Trabalho afastado nesta quinta-feira do cargo, Helton Yomura, chegou pouco antes das 11h à Superintendência da Polícia Federal em Brasília para prestar depoimento no âmbito da Operação Registro Espúrio. Yomura chegou ao local acompanhado de advogado. Ele teve o afastamento determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, a pedido da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Yomura é apadrinhado político do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) e de sua filha, a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) – ambos foram alvo das primeiras fases da Registro Espúrio.
Segundo a PF, a terceira fase da operação, realizada neste dia 5 de julho, tem como objetivo «aprofundar as investigações a respeito de organização criminosa que atua na concessão fraudulenta de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho.»
Na ação desta quinta estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária em Brasília e no Rio de Janeiro. O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) também é dos alvos da investigação e teve o seu gabinete na Câmara Federal vistoriado pela PF nesta manhã. Ele negou irregularidades e disse que não tem atuação no Ministério do Trabalho.
A reportagem tentou contato com o ministro afastado, mas não obteve sucesso. O espaço está aberto para manifestação.
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