Lula es absuelto en una de las causas que enfrenta en la Justicia
Un fallo a favor de la inocencia de Lula
El ex mandatario estaba acusado, tal como en la causa por el departamento de Guarujá por el cual Moro lo condenó a 12 años y medio de prisión, por una confesión que nació tras un acuerdo de cooperación con la Justicia (delación premiada). En este caso, el senador Delcidio del Amaral denunció que supuestamente Lula le habría pedido que comprara el silencio Néstor Cerveró, ex director de Petrobras. Cerveró estaba preso por su participación en el Lava Jato y negociaba también en ese momento un acuerdo de cooperación con la justicia para identificar a más implicados en la trama de corrupción.
Sin embargo, ya en septiembre del año pasado, la Fiscalía había resaltado que no existían «pruebas suficientes» sobre la responsabilidad de Lula. Hoy Leite lo ratificó y absolvió también a los otros seis implicados en ese caso, entre los que figuraban el propio Do Amaral, el ex jefe de gabinete del antiguo senador Diogo Ferreira y el banquero André Esteves. En la sentencia, el magistrado afirmó que «hay deficiencia probatoria para sostener cualquier juicio penal reprochable”.
El abogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, resaltó poco después que la defensa del ex presidente «siempre demostró que la acusación se basó en una versión creada por Delcídio do Amaral para obtener beneficios en un acuerdo firmado con el Ministerio Público Federal. «Durante el proceso, Cerveró, así como los demás testigos escuchados, jamás confirmaron ninguna participación de Lula en actos con el objetivo de interferir en la delición premiada del ex director de la petrolera», manifestó el defensor.
Martins también se refirió a la causa que insiste en mantener abierta Moro y destacó que la sentencia de Leite a favor de Lula «evidencia aún más el carácter ilegítimo de las decisiones que lo condenaron en el caso del tríplex». «Mientras el juez de Brasilia, de forma imparcial, negó valor probatorio a la delación premiada de Delcídio do Amaral por ausencia de elementos de corroboración, el juez de Curitiba dio valor absoluto al testimonio de un corrido y delator informal para condenar a Lula», enfatizó el abogado.
El domingo, el juez Rogério Favreto, del Tribunal Regional Federal de la Cuarta Región (TRF4), de la corte de segunda instancia, concedió a Lula un «habeas corpus», solicitado por un grupo de diputados del PT, y determinó su «inmediata» libertad. Sin embargo, Moro cuestionó la competencia de su colega y apeló a que se pronunciase el instructor de la causa en el tribunal de segunda instancia, Joao Gebran Neto. Éste último magistrado, a su vez, revocó la liberación del ex mandatario, pero poco después Favreto dictó un nueva sentencia pidiendo la excarcelación, que volvió a negar en una segunda oportunidad el presidente del TRF4, Carlos Thompson Flores.
Juiz segue MP, absolve Lula, André Esteves e mais cinco em processo de obstrução de Justiça
O juiz federal substituto Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, absolveu nesta quinta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Delcídio Amaral, o pecuarista José Carlos Bumlai, o banqueiro André Esteves e outras três pessoas da acusação de obstrução de Justiça envolvendo a suposta tentativa de Delcídio de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que acabou fechando acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2015.
Na ocasião, o filho do ex-diretor da Petrobras Bernardo Cerveró chegou a gravar as conversas com o então senador na qual teria sido acertado o pagamento de R$ 50 mil mensais com o apoio do banqueiro André Esteves para evitar que Cerveró não fizesse a delação ou mesmo não revelasse fatos envolvendo Delcídio.
“A instrução, a meu sentir, não possibilitou a reconstrução da realidade fática, o que impede qualquer decreto condenatório. Há inúmeras possibilidades e circunstâncias do que realmente ocorreu, incluindo a probabilidade real de que os pagamentos foram solicitados por Bernardo e Cerveró de forma premeditada. Há, então, clara a intenção de preparar o flagrante para depois oferecer provas ao Ministério Público. Mesmo assim, a prova fornecida (a gravação obtida) foi deficiente. Não esclarece vários pontos ensejando dúvidas e omissões”, assinala o magistrado na sentença de 44 páginas.
O juiz aponta ainda que, ao longo da instrução do processo, onde foram ouvidos todos os envolvidos e testemunhas, foi mencionado que haveria “exagero” nos episódios que foram relatados pelos delatores (Cerveró e seu filho) “tendo outros colaboradores obtido informações passadas por Nestor quando este estava na prisão”, segue o magistrado.
A decisão do juiz já era esperada uma vez que o próprio Ministério Público Federal (MPF) pediu a absolvição do ex-presidente e do banqueiro André Esteves por entender que não havia ficado provado o envolvimento deles em irregularidades. O pedido de absolvição ficou por oito meses sob análise do gabinete do juiz Ricardo Leite, que decidiu somente nesta manhã e absolveu todos os envolvidos no episódio que levou à prisão do ex-senador denunciado pelo então procurador-geral da República Rodrigo Janot. Com a perda do foro privilegiado de Delcídio, o caso foi para a primeira instância, onde o procurador da República no Distrito Federal Ivan Cláudio Marx entendeu que as provas não eram suficientes para uma condenação.
“Assim, o áudio captado não constitui prova válida para ensejar qualquer decreto condenatório. Há suspeitas também de ocultação de fatos por Bernardo e Cerveró. Causa estranheza a afirmação de Delcídio no sentido de se referir a André Esteves como ‘nosso amigo lá, de São Paulo’. O ponto é nebuloso, tendo Bernardo e Nestor não detalhado esta situação. Aliás, negaram qualquer menção a André Esteves anterior, o que contraria o áudio captado”, segue o juiz federal.
Também foram absolvidos nesse processo o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira; o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro; e Maurício Bumlai, filho do pecuarista.